Forte concentração da demanda mundial entre abril e agosto, somado à inesperada recuperação de vendas,consumiu estoques e iniciou um ciclo de alta nos preços do principal opacificante e pigmento branco
Evolução da capacidade instalada mundial – O preço do dióxido de titânio, principal agente opacificante e pigmento branco para tintas e plásticos, disparou neste ano e só deve oferecer algum alívio aos consumidores a partir de 2006.
As cotações já superam a faixa de US$ 2 mil por tonelada, assustando os compradores, mas ainda estão distantes do patamar que desencadearia uma onda de investimentos pesados em novas capacidades produtivas, estimado em US$ 2,6 mil/t.
Informações prestadas pelos principais fornecedores locais e mundiais justificam os aumentos por um descompasso entre oferta e demanda, gerado a partir da rápida e não prevista recuperação econômica dos Estados Unidos, a partir do final de 2003.
Do outro lado do mundo, a China manteve seu ritmo forte de desenvolvimento, absorvendo generosas porções do material.
Marino – se não forem formatos estoques, 2005 será ainda pior.
“Acontece que a indústria de titânio em 2003 amargava uma fase de preços deprimidos e demanda fraca iniciada em 1999”, explicou Ciro Marino, diretor-geral e comercial da Millennium Chemicals para a América Latina.
Dada a sazonalidade do consumo (60% realizado de abril a agosto), as indústrias precisam formar estoques nos primeiros três meses do ano, a fim de atravessar o restante do período sem problemas.
Segundo Marino, como a expectativa de negócios para 2003 era ruim, os estoques formados foram pequenos e deram conta da demanda, encerrando o ano com estimativa de reservas para 70 dias.
Toda a indústria de titânio começou 2004 sem grandes expectativas, carregando estoques. “Na média, o setor começou o ano ocupando apenas 85% de sua capacidade, quando teria sido necessário operar a 95% para suprir a demanda que estava ainda reprimida”, comentou.
Quando o consumo disparou, as fábricas aceleraram a produção, mas o mercado ficou apertado.
“Em 2005, se a demanda continuar alta e não for possível montar estoques no início do ano, a situação poderá ser ainda pior”, afirmou.
Sem alteração no quadro, a indústria de titânio passará a operar o ano todo ocupando 95% de sua capacidade, perigosamente próxima de seu limite físico. Qualquer problema operacional desencadeará uma crise global no produto.
Marino observa que a escassez de outros produtos importantes para o setor de tintas, como acrilato de butila e estireno, ajudaram a conter o consumo do dióxido de titânio.
Várias outras linhas, ligadas diretamente à cadeia petrolífera, apresentaram escalada de preços ainda mais íngreme, nem sempre absorvidos pelos consumidores finais.
No quadro mundial, a demanda pelo material havia caído ligeiramente em 2003, mas apresentou forte recuperação neste ano, da ordem de 7%, chegando a 4,3 milhões de t.
As projeções para os próximos cinco anos apontam evoluções mais modestas, na faixa de 2% ao ano. Já os investimentos em produção ficam muito abaixo disso.
“Praticamente, a expectativa é de atender o mercado com ampliações das unidades produtivas existentes, que também serão aproveitadas ao máximo”, informou Marco Aurélio Barboza, gerente de vendas e marketing da Du Pont Titanium Technologies pa- para a América do Sul.
A indústria considera os preços, apesar da alta recente, ainda insuficientes para bancar a construção de uma nova fábrica mundial, que deveria ter capacidade, pelo menos, para 150 mil t/ano de TiO2, orçada em US$ 500 milhões.
“Foram vários anos de preços deprimidos, ninguém tem caixa para pensar nisso agora, basta mencionar que fábricas ainda estão sendo fechadas no mundo”, comentou.
Ciro Marino avalia em 112 mil t/ano a capacidade produtiva do óxido fechada no mundo, equivalente a 2% da capacidade mundial e a 6% da capacidade total com base na via sulfato.
Na avaliação de Ralf Ahlemeyer, gerente de negócios da Degussa Brasil para a área de tintas e resinas, que representa a linha de dióxido de titânio da Kronos, quinta maior produtora mundial, o fechamento de fábricas está mais ligado à questão ambiental do que a razões econômicas.
Ahlemeyer – imposto de importação agrava a situação dos consumidores.
“Cada tonelada de dióxido de titânio obtida pela via sulfato gera 7 toneladas de resíduos, enquanto pela via cloreto a relação é de 1:1”, explicou.
A consolidação de fornecedores por meio de fusões e aquisições, durante a década de 1990, tornou o mercado mais previsível, encurtando a distância entre picos e vales no gráfico de preços.
Essa estratégia de negócios foi adotada depois que os produtores do pigmento ficaram espremidos entre dois blocos fortes, o das mineradoras e o dos produtores de tintas, perdendo rentabilidade.
Mesmo assim, o produto não voltou a despertar o interesse dos analistas dos principais financiadores mundiais.
O titânio é obtido a partir de minérios, a exemplo da ilmenita, explorada no Brasil pela Millennium. O minério precisa ser atacado por ácidos fortes (sulfúrico ou clorídrico) para posterior recuperação e purificação do titânio na forma de sulfato ou cloreto, posteriormente oxidado.
As formas anatase e rutilo se diferenciam nas grades cristalinas, que lhes conferem algumas propriedades específicas, como níveis de dureza.
“Pelo processo sulfato, há sempre um teor residual de ferro, deixando o dióxido de titânio resultante um pouco amarelado”, disse Ahlemeyer.
Porém, esse processo origina produtos menos duros e abrasivos que os obtidos pela via cloreto. “Essas características influem muito menos do que o preço na decisão de compra por parte dos clientes”, disse.
Ana Paula – previsão acertada permitiu aumentar vendas.
“Em geral, quando o mercado está com suprimento apertado, os clientes apelam para fornecedores de origens não usuais, como a Ucrânia, de onde vêm produtos com forte resíduo de ferro”, comentou Ana Paula Rezende, chefe de produto da área de cargas avançadas e pigmentos da Degussa Brasil.
Esses pigmentos podem ser usados normalmente nas aplicações não-brancas e nas brancas de baixa exigência por parte dos clientes.
Concentrando seus negócios com linhas especiais da Kronos, a Degusssa tem focado clientes mais exigentes, como fabricantes de tintas gráficas para máquinas impressoras de alta produção, nas quais a abrasividade da tinta é claramente percebida por meio da avaliação do desgaste dos cilindros.
Também nas máquinas mais modernas de papel essa característica é valorizada. “Nessas aplicações somos imbatíveis, o cliente percebe a diferença no bolso”, informou.
Ahlemeyer critica o sistema de proteção aduaneira vigente quanto ao dióxido de titânio, uma vez que a produção local, da antiga Tibrás, hoje controlada pela Millennium, não atende a mais de 50% da demanda nacional.
Um produto importado é taxado com 12% de imposto de importação. A Du Pont opera uma unidade de acabamento de pigmento em Uberaba-MG, abastecida com importação de clínquer, taxado a 4%, que representa 60% de suas vendas no País.
O restante é importado na forma de produto pronto, taxado com 12%, exceto quando provém do México. Por força de tratado entre os dois países, produtos mexicanos gozam de redução pela metade da alíquota do imposto de importação.
“Como a produção local é insuficiente, quem acaba pagando a diferença é o consumidor de tintas, de automóveis, de geladeiras, de papel e outros produtos finais”, criticou.
Barboza concorda com a crítica, embora se beneficie das alíquotas. “A Du Pont prefere trabalhar em mercados abertos”, afirmou.
Para ele, a operação da companhia no Brasil não seria prejudicada com a queda das alíquotas protetivas, por ter sido avaliada e projetada com base nos preços internacionais, sendo bastante competitiva.
“Apoiamos a redução de alíquotas, embora ainda não tenhamos identificado nenhum movimento concreto nesse sentido”, disse.
Quanto à entrada de produtos de origens variadas, Barboza concorda que elas aumentem em períodos de escassez.
“No entanto, essa oferta é pequena e também tende a acabar em curto prazo, pois a falta de produto é generalizada em todo o mundo.
A Du Pont analisa planos de investimento em novas capacidades, tanto por ampliação de unidades existentes, quanto pela construção de outras inteiramente novas.
A própria fábrica de Uberaba ainda não atingiu a sua capacidade máxima de produção, de 40 mil t/ano de TiO2.
“Dependemos da disponibilidade do intermediário, o clínquer, que exigiria ampliar antes as fábricas do México e dos EUA”, informou.
Consumo local estável – O aumento de quase 20% na demanda nacional de dióxido de titânio de 2004 sobre 2003 pode dar a falsa impressão de crescimento do mercado.
“O consumo nacional estagnou há nove anos”, afirmou Ahlemeyer. Ciro Marino concorda e apresenta números:
“Em 1999, o mercado nacional era de 121 mil t; para 2004 projetamos o consumo de 125 mil t”, registrou. Barboza, da Du Pont, calcula a demanda para este ano em 120 mil t, com forte concentração no segundo semestre.
Marino atribui o bom desempenho à recuperação econômica, além do forte crescimento das exportações de concentrados de cor e aditivos para plásticos (masterbatch).
“Também ocorre a formação de estoques preventivos em poder dos clientes, temerosos quanto ao aumento dos preços ou quanto ao abastecimento”, considerou, salientando ser este um comportamento normal em qualquer país. Barboza não acredita na formação de estoques significativos.
“Levantamos a situação dos clientes e eles não estão estocados”, afirmou.
É preciso considerar que manter suprimento para atravessar a fase mais crítica do mercado equivale a uma aposta de alto risco, tanto pela redução de liquidez, quanto pelo custo financeiro, mas também pela possibilidade de os preços recuarem antes do esperado.
Usualmente, a Millennium atende a quase 50% do mercado brasileiro de dióxido de titânio. Da capacidade instalada de 60 mil t/ano, em Camaçari-BA, são produzidas 55 mil t/ano do TiO2, dos quais apenas 5 mil t/ano são exportadas.
Segundo Marino, a empresa importa para o País, em média, de 2 mil a 3 mil t/ano de produtos complementares, geralmente obtidos pela via cloreto e indicados para tintas de acabamento de alta qualidade.
“Essa aplicação é restrita no Brasil, pois os preços locais são baixos, inferiores aos praticados no exterior”, comentou.
Esses importados não gozam de benefício tributário. Para 2004, a expectativa da Millennium é perder participação relativa de mercado, porque não consegue trazer pigmentos de outras fábricas do grupo para cá. “A Ásia paga melhor”, informou.
Em 1999, a empresa chegou a estudar a ampliação da fábrica baiana, tendo aprimorado e ampliado a oferta de ilmenita, obtida em mineração própria, na Paraíba.
Durante a expansão, a fábrica ficaria paralisada, sendo o mercado local abastecido pela unidade do grupo instalada na França.
“Sofremos um ataque da concorrência com preços muito baixos, inclusive com a entrada em cena de outros players, motivos que provocaram o adiamento do projeto”, comentou Marino. Com isso, a unidade francesa precisou cortar 33% de sua produção.
O diretor da Millennium considera que ainda há excesso de capacidade produtiva do material ao redor do mundo, mantendo baixos os preços reais (descontada a inflação americana).
O problema é a sua má distribuição geográfica e o fato de não acompanhar o deslocamento da indústria para os países em desenvolvimento.
“De todos os continentes, o único com excedentes exportáveis é a Europa, onde os problemas ambientais limitam operações e a moeda, superfortalecida (o euro) encarece as exportações”, avaliou.
A América do Norte pode ser considerada como equilibrada em termos de oferta e demanda. Já a América Latina (exceto México) precisa importar de 80 mil a 90 mil t/ano, enquanto a Ásia importa muito mais de 120 mil t/ano.
Com isso, a pressão de mercado recaiu sobre as linhas usuárias da via sulfato. “Nós só temos três fábricas nessa via, a brasileira e as que compramos da Rhodia”, disse. Cerca de 40% da capacidade produtiva mundial de TiO2 está baseada na via sulfato, percentual que poderá ser reduzido.
Embora o mercado possa ser classificado como “apertado”, os fornecedores ainda não falam em instituir mecanismos de alocação, como o regime de quotas.
Apesar disso, todos são bastante claros: pedidos muito maiores que as médias programadas dificilmente serão atendidos.
Por trabalhar exclusivamente com importação de tipos acabados, a Degussa recomenda aos clientes programar bem as compras.
“Os pedidos já estão sendo antecipados, o que nos dá melhores condições de garantir o suprimento”, explicou Ana Paula Rezende. Neste ano, os negócios com TiO2 cresceram 30% até setembro, em relação a 2003.
Em boa parte, esse resultado se deve à precaução da chefe de produto, que formou estoque maior do que o habitual no começo do ano ao notar sinais de recuperação de demanda mundial.
“No caso brasileiro, é preciso considerar também que o porto de Santos teve momentos difíceis neste ano, que provocaram o atraso na entrega de produtos importados por outros fornecedores, abrindo para nós a possibilidade de venda de contratipos”, informou.
Mesmo a previdência de Ana Paula não foi capaz de impedir casos de dificuldade de suprimento de alguns tipos específicos, que tiveram crescimento de demanda anormal.
Pela Du Pont, Barboza acredita ser possível evitar a imposição de quotas de produtos por meio de medidas de ajustes negociados no regime de entrega.
“Muitas vezes se consegue ajustar a demanda à oferta por meio de parcelamento dos pedidos”, exemplificou. Mas fica claro que os clientes fiéis serão considerados prioritários.
Cadeia racional – Sem ampliação significativa das capacidades de produção, toda a cadeia de consumo precisa buscar formas de aumentar a eficiência no aproveitamento do material.
Do lado das fábricas, medidas como a redução no números de tipos produzidos, com a especialização de unidades, ajuda a ganhar algum fôlego.
Em Uberaba, por exemplo, a Du Pont só produz um tipo, o R-902. “Temos em estoque cerca de 280 itens diferentes”, disse Marino, da Millennium, salientando que o número está sendo reduzido.
Do ponto de vista dos usuários, muito já foi feito. O uso de extenders, materiais capazes de reduzir o uso do TiO2 sem prejuízo do resultado final, já é explorado ao máximo.
“A indústria nacional de tintas já sofreu muito com as variações cambiais, adaptou seu mix de produtos e formulações para as condições de mercado e não deve mexer mais”, comentou Marino.
Ele estima que tintas imobiliárias do tipo premium incluam de 20% a 22% de TiO2, enquanto as tintas de qualidade média fiquem próximas de 14%, e as populares, com 7% a 8%.
Esses percentuais são semelhantes aos mencionados pelos demais fornecedores, que ressaltam o impacto da chamada “segunda linha” no mercado local.
“A participação das tintas de baixa qualidade no País é bem maior do observado em outros lugares, mesmo na América Latina”, afirmou Barboza, da Du Pont.
A tendência do uso dessas linhas “econômicas” teria encontrado um limite, apontando para uma reversão, apoiadas pela recente exigências de padrões mínimos de cobertura.
“Quando o titânio fica mais caro, o uso dos extenders aumenta, mas eles só conseguem substituir, no máximo, 30% do TiO2 sem prejudicar a qualidade final das tintas”, afirmou Ana Paula Rezende, da Degussa.
As resinas apresentam índice de refração da luz muito próximo ao da água, ou seja, são originalmente transparentes. Óxidos metálicos são adicionados para torná-las opacas, bloqueando a passagem da luz.
“De todos os óxidos, o do titânio é o que mais impede a passagem da luz, ou seja, cobre melhor”, explicou Ahlemeyer.
Os extenders são materiais de partículas pequenas, capazes de se ligar às partículas do TiO2, afastando-as entre si. “Imagine uma caixa cheia de bolas de tênis à qual se adicionassem bolas de gude”, sugeriu, por analogia, o gerente de negócios.
Além de um certo limite, as partículas do pigmento ficam distantes demais para bloquear totalmente a luz, daí a impossibilidade de substituição maior.
Conhecidos há mais de cinqüenta anos, os extenders como caulim, carbonato de cálcio precipitado, fosfatos de alumínio e silicoaluminato de sódio (este, inclusive, fornecido pela Degussa) podem apresentar alguma redução de custo com o TiO2, mas representam inconvenientes para os formuladores.
Ahlemeyer cita, como exemplos, a piora na lavabilidade da película seca, contaminação microbiológica (principalmente se usado extender natural) e a perda de brilho superficial.
“Um bom extender também custa caro”, mencionou. Além disso, as tintas econômicas já incorporam tantas cargas minerais que acabam funcionando como extenders, não havendo mais como substituir a pequena quantidade restante do pigmento.
Marino aponta a distribuição de mercado atual de TiO2 no Brasil em 71% para tintas, 25% para plásticos e os 4% restantes espalhados em aplicações diversas. Antes de 2001, as tintas ficavam com 75%, e os plásticos com 21%.
Nos EUA, as tintas consomem 55% do pigmento, os plásticos 21% e papel (com outros), 21%. “Os tipos de papel feitos no Brasil usam mais o caulim nacional, que é alvo, do que o titânio, mais indicado para papéis tipo bíblia e laminados, mais exigentes”, explicou.
A tendência apontada é a redução relativa do consumo na área de tintas, com aumento do uso em plásticos.
Avanços – No Brasil, a Millennium mantém operação integrada de mineração e industrialização do TiO2 . Embora não tenha aumentado a capacidade produtiva, a empresa investiu na modernização do sistema de obtenção de ilmenita, usando dragagem mais produtiva e menos agressiva ao meio ambiente.
“Conseguimos melhorar nossos indicadores ambientais e também a confiabilidade da fábrica, que passou a operar em campanhas mais longas”, informou Marino.
A conversão da calcinação de óleo pesado para gás natural abateu emissão de poluentes e, de quebra, melhorou a qualidade do pigmento, pela eliminação da contaminação com cinzas, além de ser mais econômico.
Quanto ao principal resíduo, o óxido ferroso, ele está sendo aproveitado pela Kemwater para a produção de óxido férrico, de largo emprego no tratamento de águas.
Atualmente, a Millennium estuda a fusão de negócios com a Lyondell, operação já aprovada pelo FTC (Federal Trade Comission, órgão de defesa da concorrência nos EUA) e SEC (Securities Exchange Comission, que cuida das transações com valores mobiliários naquele país), porém falta a aprovação final pelas assembléias de acionistas, que serão realizadas em dezembro.
Aparentemente, tende-se a usar o nome Lyondell para todos os negócios mundiais. Marino explica que, no caso brasileiro, existe a possibilidade de se abrir uma exceção, pois a subsidiária local conta com 28% de participação no capital em poder de terceiros, negociados em bolsas de valores.
“Temos um pipeline de desenvolvimento que nos permite estar sempre inovando”, comentou Barboza, da Du Pont. Ele mencionou o fato de a companhia buscar a troca de informações com clientes para identificar necessidades e convertê-las em oportunidades de negócios.
Nas últimas décadas, o TiO2 evoluiu muito em termos de capacidade de dispersão, inicialmente obtida com variações de granulometria.
Atualmente, os esforços são direcionados para os tratamentos químicos da superfície das partículas, de modo a oferecer diferentes atributos.
“É difícil, porém não impossível, aprimorar a linha”, considerou, salientando que alguns grades de TiO2 estão no mercado há mais de 30 anos e ainda são requisitados pelos clientes.
Tratamento superficial é o forte da Kronos. “A granulometria já chegou a um padrão de partículas entre 250 e 260 nanômetros, mas com o tratamento superficial com zircônio, por exemplo, é possível melhorar a dispersabilidade, reduzir a abrasão e ampliar a resistência ao intemperismo”, explicou Ahlemeyer.
Os tratamentos melhoram os fatores de processo do pigmento, mas pouco influem no poder de cobertura, ou seja, não reduzem o volume do material na formulação.
A reprodutibilidade dos efeitos apresentados pelo material é essencial, por exemplo, no caso dos sistemas tintométricos (as chamdas mix machines).
“Essas formulações não podem ser alteradas durante anos”, afirmou Ana Paula. Qualquer mudança na tinta de base, ou nos concentrados coloridos, pode provocar resultados desastrosos. A especificação rigidamente controlada é requisito importante de negócios.
No caso da Kronos, o portfólio inclui brancos especiais para plásticos, linhas de abrasividade reduzida para tintas gráficas e máquinas de papel, e até TiO2 com aprovação food grade, para uso em alimentos ou cremes dentifrícios.