Tintas em Pó – Pesquisas reduzem tempo e temperatura na cura

O diretor superintendente da WEG Tintas, Reinaldo Richter, considera que são realizados muitos investimentos para reduzir o processo de cura da tinta em pó, tanto em relação à temperatura quanto ao tempo de estufa. Esses investimentos atendem às necessidades de redução no consumo de energia e dos custos operacionais.

Hermes Antonio Campos, diretor de suplementos da Sherwin-Williams, afirma que as tintas que permitem a cura em mais baixa temperatura já são uma realidade para algumas empresas no Brasil e devem avançar com o tempo. “Temos também a cura em UV, porém ainda sem uma demanda muito significativa. A cura por UV permitiria a introdução de uma gama muito grande de possibilidades para a indústria, pois as limitações que a alta temperatura impõe à madeira e ao plástico podem ser contornadas.”

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Campos: cura em baixa temperatura começa a avançar no Brasil

Existem muitas possibilidades em termos de tecnologia. Campos cita como exemplo a tinta em pó com brilho próximo ao do cromado, recém introduzida no mercado. “E, à medida que o mercado demandar, temos várias outras possibilidades, como tinta para madeira e plástico”, informou.

Narciso Moreira Preto, diretor-geral da Arpol, informa que a empresa desenvolveu produtos de baixa cura por UV. Mas ressalva: “O grande problema é encontrar um parceiro que invista em um equipamento de cura, pois o custo é muito alto.” A economia em relação ao retorno do investimento não está totalmente comprovada em comparação com as curas convencionais e as baixas curas. “A grande vantagem, neste caso, seria a possibilidade de uso da tinta em pó para produtos que não podem ser expostos a altas temperaturas.” Ele não conhece, entretanto, nenhuma linha de produção que esteja usando este tipo de produto.

Já a Protech desenvolveu uma tinta em pó que cura em um minuto a 250ºC e tem uso exclusivo em peças galvanizadas. Todavia, informa o diretor presidente, Moises Cohen, esse produto não é comercializado no Brasil porque ninguém ainda se interessou em adquiri-lo.

André Oliveira, supervisor de desenvolvimento de mercado e assistência técnica da Reichhold do Brasil, informa que existem várias soluções para cura de tintas em pó, que variam desde o infravermelho até a cura por ultravioleta, mas que ainda não são viáveis. E ressalva: “O mercado tem encontrado soluções para aumentar a produtividade e a redução de gastos de energia com o uso de sistemas que curam com temperaturas mais baixas ou que permitem processos mais rápidos de cura.” Nesse caso, a escolha da resina é de extrema importância.

Anselmo Freitas, gerente de vendas e marketing da AkzoNobel, afirma que as novidades tecnológicas estão presentes na grande maioria dos produtos e segmentos. “As mais recentes e de grande diferencial são as destinadas para o segmento automotivo, onde já temos as opções do acabamento final dos veículos na tecnologia a pó”, revela.

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Richter: esforços diminuem consumo de energia e custo operacional

Recentemente, a WEG desenvolveu produtos únicos, como o Politherm Antichama e o Politherm WZn. Como o próprio nome revela, o primeiro tem como principal característica a inibição da propagação de chama, conferindo maior segurança em aplicações como painéis elétricos, móveis metálicos, portas corta fogo e outros equipamentos. Já o Politherm WZn é o primeiro epóxi rico em zinco com resistência anticorrosiva muito superior às tintas em pó convencionais.

De acordo com Richter, a WEG produz uma vasta linha de produtos baseados em resina epóxi, poliéster, poliuretano, além dos híbridos epóxi-poliéster. “Temos desde as tintas mais comuns a acabamentos especiais, como tintas fluorescentes, termocrômicas e antimicrobianas, como a linha Nobac.” A empresa exporta para toda a América Latina. A WEG começou a produzir tintas em pó em 1993 e, dez anos depois, lançou a linha Nobac, de revestimento antibacteriano. Em 2005, com a construção da nova fábrica, iniciou a produção de tintas em pó de baixa cura e tinta em pó anticorrosiva (Politherm Wzn).

A Sherwin-Williams tem, de acordo com Campos, “a filosofia de ser a melhor e não a maior”. Por isso, o destaque “fica por conta da qualidade de seus produtos e sua ampla rede própria de distribuição, que permite ter produto à disposição dos clientes em 59 pontos do Brasil”.

Preto informa que a Arpol trabalha há 25 anos no mercado de tintas industriais desenvolvendo produtos específicos. “Na unidade de negócios de tinta em pó seguimos a mesma política. Fazemos desenvolvimentos especiais, não atuando nos chamados segmentos commodities. Por isso, temos necessidade de maiores investimentos no laboratório de desenvolvimento.” Ele faz questão de frisar que embora a Arpol não seja uma grande produtora de tinta em pó, “temos um produto confiável e de boa qualidade”.

A unidade de negócios de tintas em pó da AkzoNobel no Brasil está localizada em São Roque-SP e é responsável pelo atendimento de toda a América do Sul. As operações de exportação contam com estruturas próprias localizadas na Argentina, Colômbia e Chile. A unidade de São Roque produz todas as linhas de produtos destinadas aos segmentos de mercado, afirma Freitas.

Com uma produção de 300 t/mês em sua unidade de Guarulhos-SP, das quais 10% são exportadas para a Argentina e a Venezuela, a Protech do Brasil tem planos de expandir os seus negócios em outros países da América Latina e ampliar a sua presença em outras regiões brasileiras. “Não queremos brigar por preço, mas ter foco no atendimento e na qualidade”, anuncia Cohen.

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Freitas: montadoras começam a optar pela tinta em pó

Com sede em Montreal (Canadá) e figurando no 4º posto entre os maiores fabricantes mundiais de tintas em pó, a Protech chegou ao Brasil em 1999 e tem uma linha diferenciada de produtos. Como diz Cohen, “nos dedicamos à especialização das tintas em pó em diferentes substratos”. Para cura em baixa temperatura, oferece a linha Ag-kote, com alta resistência química, às manchas e com alta durabilidade em exteriores. A linha Clonecoat é indicada para pinturas em molde de SMC, com altas dureza e resistência química, podendo ser usada como primer ou acabamento. Aplicações pós-dobra de chapa ficam com as tintas em pó Curvecoat, de alta flexibilidade. Há alternativas para gerar efeitos de textura, craqueados ou martelados, ou itens de alta resistência à temperatura para uso em churrasqueiras e chaminés (linha Heliocoat). No caso dos revestimentos sobre MDF, o grupo Protech/Oxiplast é pioneiro nas Américas com linha de tintas em pó 3D exclusivamente dedicada ao desenvolvimento e testes de tintas em pó curáveis UV. A linha Permaslip produz revestimentos com baixo coeficiente de fricção. Sol-ar: para aplicações arquitetônicas. Possui alta resistência contra abrasão e corrosão. Tem como principal diferencial em relação às tintas líquidas o fato de não requerer primer. O portfólio se estende pelos produtos antimicrobiais e antipichação.

 

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4 Comentários

  1. Procuro tinta com características de antiaderência ou fácil limpeza que cure ao ar e permita lavagem com jato de baixa pressão.

    Vi na Itália uma espécie de epoxy multi-componente (6 partes) que era aplicado em campo para rolos de processo e tanques. Fica resistente a químicos como soda e com repelência a óleos e resíduos sólidos

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