Tintas e Revestimentos: Cargas e aditivos evoluem
Cargas e aditivos evoluem e agregam qualidade e vários benefícios aos produtos finais

O ramo de aditivos e cargas para tintas navega em meio a um cenário econômico sinuoso, em que a necessidade de redução de custos impõe limites e inspira soluções. O futuro, pelo menos, parece mais estimulante, com a esperada reativação da economia nacional. O desafio é chegar até lá.
“Houve queda da demanda por tintas no Brasil nos últimos anos em razão da conjuntura política e econômica”, afirma Karina M. Zanetti, assistente técnica sênior da Miracema-Nuodex. Apesar da conjuntura “não muito otimista”, ela frisa que a empresa apresentou resultados positivos e, inclusive, aumento nos volumes de venda dos aditivos este ano, quando comparado ao mesmo período de 2018: “Isso se deve principalmente ao fato de termos assumido o fornecimento de novas contas, que não estavam em nossa relação de clientes ativos”.
“Com o comportamento mais conservador de alguns mercados, houve menor consumo desses itens, principalmente no comércio de tintas base d´água. Para o segmento de tintas base solvente, houve melhores resultados, principalmente motivados pela tímida recuperação do segmento automotivo”, observa Alexandre Monteiro, gerente comercial da Colormix Especialidades.

Selena Mendonça, gerente de negócios da Metachem, avalia que o ano de 2019 está apontando um crescimento bastante modesto para as tintas, em relação ao ano anterior, com reflexos diretos no consumo de aditivos e cargas: “Tomando como referência os anos anteriores a 2014, identificamos que este setor deverá ter desempenho inferior”.
A percepção na Aromat, que tem atuação mais forte em aditivos do que em cargas, é de que os negócios estão se comportando em 2019 de maneira muito parecida com a do ano passado. “Os volumes não decolaram e as vendas estão em patamares semelhantes”, opina Fernando Ribeiro Santa Rosa, gerente técnico.
Fabrício Rodrigues, gerente de vendas de tintas e revestimentos para a América do Sul da Imerys, pensa que o consumo de aditivos minerais “vem se mantendo estável. Outro fator de grande impacto é a influência indireta das linhas de menor PVC [conteúdo de sólidos por volume], que em geral utilizam menor quantidade de aditivos minerais por volume. A mudança de hábito do consumidor, que através da tecnologia está mais crítico e atento às regulamentações e à qualidade do produto final, tem trazido como consequência maior exigência funcional para os aditivos minerais, o que tem potencializado as nossas soluções de performance”.

“Em momentos de crise, há interesse por cargas de alto desempenho que proporcionem melhor custo-benefício na produção de tintas, seja na redução do preço total da formulação, ou que melhorem o resulado do produto final, agregando valor”, pondera Viviane Gandelman, diretora de negócios & supply chain da Dinaco.
Alexandre aponta que “o mercado nacional está em busca de aditivos mais eficientes e com melhor custo-benefício. E que os produtos ecologicamente corretos e autossustentáveis estão tendo grande procura. Além disso, o fornecedor precisa estar comprometido na garantia de um produto estável e com qualidade, para evitar qualquer problema na formulação final. A utilização de algumas cargas funcionais tem grande apelo para produtos mais nobres e que necessitam de maior resistência química ou física”, acrescenta o executivo.
Karina corrobora: “As maiores demandas são por produtos que agreguem valor à tinta e, se possível, tragam redução no custo do produto final”. Selena sintetiza: “Um dos requisitos nessa procura são soluções que possam levar a menores gastos com energia e à aceleração no processo produtivo”.