Têxtil: Insumos químicos ajudam a melhorar processos

Insumos químicos ajudam setor a reduzir custos, melhorar processos e sustentabilidade

Cautela nos investimentos e ações direcionadas a ajustar a produção conforme a demanda formam a estratégia das indústrias químicas que atuam no setor têxtil e de confecção que, por sua vez, tem sido fortemente impactado pela retração do varejo de vestuário e calçados nos últimos meses. Nesse sentido, as feiras de negócios são vistas como peça importante para alavancar os negócios, em meio a um cenário econômico incerto para as cadeias produtivas nacionais.

Promovida pela Febratex Group, com sede em Santa Catarina, a 6ª Tecnotêxtil Brasil, realizada de 7 a 10 de março, em Americana-SP, recebeu 16 mil visitantes nos pavilhões da Fidam (Feira Industrial de Americana) e contou com 120 expositores, representando mais de 300 marcas, entre elas, produtores e fornecedores de insumos químicos que participaram do evento pela primeira vez.

Segundo a assessoria da feira, a região de Americana, que envolve também os municípios de Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia, concentra mais de mil empresas têxteis, que representam 50% das produtoras de tecidos planos do Brasil, e mais de 2.500 confecções. Além disso, a região é responsável por 2,9% do faturamento nacional do setor têxtil e de confecção, somando R$ 5,2 bilhões de reais. Considerando a produção em toda a América Latina, o polo de Americana produz 60% dos tecidos planos de fibras artificiais e sintéticas e é o maior produtor de denim do país.

Auxiliares de preparação


Participando pela primeira vez da feira, a BioE – unidade de negócio do Grupo Sabará que, em 2019, inaugurou em Santa Bárbara d’Oeste a primeira fábrica de clorito de sódio do Brasil e única na América Latina – apresentou soluções químicas para a indústria têxtil.

O clorito de sódio pode ser utilizado no alvejamento das fibras para que o tecido receba o tingimento e acabamento final; é 100% solúvel e não gera resíduo na aplicação.

A BioE oferece ao mercado têxtil uma linha composta por: BioE-MAX, “ativador” para geração de dióxido de cloro, também usado para aplicações em que se necessita de acidificação do meio ou controle de pH. O produto é uma mistura acidificante, que apresenta como seu principal componente o ácido sulfúrico e dois sais inorgânicos a base de sulfatos e cloratos. Na indústria têxtil, também pode ser aplicado para produção de fibras sintéticas.

Outro lançamento é o Sany-Plus Stabilized – dióxido de cloro líquido estabilizado que funciona como um poderoso oxidante, com ampla gama de aplicações, seja na indústria do papel ou têxtil, no segmento sucroalcooleiro, no tratamento e desinfecção de água, entre outros.

Têxtil: Insumos químicos ajudam a melhorar processos ©QD Foto: Divulgação
Donato: clorito de sódio tem aplicações variadas e seguras

“A região de Americana é hoje responsável pela maior produção dos tecidos de fibras artificiais e sintéticas de toda a América Latina”, afirma o diretor comercial da BioE, José Eduardo Donato.

“Então, para nós, é muito importante participar de um evento que reúne nesse polo industrial os principais profissionais e empresas do mercado têxtil, que é um dos nossos focos estratégicos para 2023.”

A VMZ Química, com fábrica em Americana, também fornece auxiliares químicos para a indústria têxtil. Ela oferece uma linha completa de engomagem, preparação, tingimento índigo, estamparia e acabamentos. Fundada em 2020, pelo engenheiro químico Ilton Zucco e seu filho João Zucco, a empresa participou pela primeira vez da Tecnotêxtil com objetivo de se apresentar ao mercado como um player local. Com investimentos de cerca de R$ 8 milhões, a fábrica, cuja construção foi iniciada em 2021, possui capacidade de manufatura de produtos em pó e líquidos, laboratórios de qualidade, aplicação e desenvolvimento.

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Zucco: corantes dispensam etapas de purga e alvejamento

“Investimos em nosso próprio parque industrial porque no mundo, cada vez mais, está havendo uma realocação das cadeias de suprimentos e o Brasil, como grande produtor têxtil, necessita de oferta local de insumos para aumentar sua competividade.”, destaca Ilton Zucco.

A preocupação ambiental é um dos pilares da empresa que busca oferecer soluções que resultem em economia de água, tempo de processo, energia e liberação de CO2.

Para o tingimento índigo sulfuroso, a VMZ lançou a linha VM Sulphor de corantes que, com a linha de preparação, resulta em um processo otimizado, dispensando etapas de purga e alvejamento. No campo da engomagem, destaque para o pacote completo, destinado a fios fiados, que inclui compounds de base naturais, sintéticas e semissintéticas (VM Size); para os lubrificantes, VN LUB com alta concentração e baixa formação de espuma, além das linhas VM WAX de agentes pós-enceragem, VM Size ACR, acrilatos para engomagem de fios e filamentos e VM Size MV álcool polivinílico.

A engomagem é um dos geradores de efluentes no processo têxtil. Aplicada na preparação à fiação, a goma precisa ser completamente removida do fio durante a fase de tratamento final. Ilton Zucco explica: “de fato, ainda não é possível prescindir da engomagem, pois ela é necessária devido ao aumento da velocidade das batidas dos teares para a formação do tecido. A goma aumenta de 30% a 40% a resistência dos fios para suportarem essa velocidade. Nos últimos anos, a quantidade de goma para cada quilo de fio diminuiu, pois o atrito dele com o tear também foi reduzido com o avanço das máquinas de tecer, porém, ainda será necessária a lubrificação do fio. Existem alternativas às gomas de amido natural, como o álcool polivinílico (goma sintética), porém, a decisão pela escolha do tipo de goma depende dos custos e do maquinário existente nas fábricas”.

Sobre o mercado têxtil, Ilton Zucco observa que “a busca da indústria têxtil hoje é ganhar competitividade e reduzir custos. O mercado está apreensivo e os investimentos praticamente foram suspensos em função da situação política/econômica. Apesar disso, expor na feira é importante para expandir, divulgar produtos e mostrar a marca”.

Instalada em Mateus Leme-MG, a Clisol Products é outra indústria química especializada em engomagem que participou da feira. Liderada pelos sócios João Adelchi Cureau, Ricardo do Nascimento e Marcos Pereira, a empresa apresentou uma linha com diversos compounds de base sintética e amiláceos; amaciantes para engomagem e pós-enceragem, ácidos cítricos para controle de pH sem risco de perda da resistência de fios e tecidos, e álcool polivinílico de alta, média e baixa viscosidade para diversas aplicações têxteis.

Entre os lançamentos foi apresentado o polímero orgânico Mastersol JP 1000, goma sintética com tecnologia japonesa que pode ser aplicada em todo tipo de fio, com maior eficiência e menor geração de resíduos.

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Cureau (esq.) e Nascimento: novidades aprimoram engomagem

“Existe no mercado uma procura por engomagem menos agressiva ao meio ambiente”, aponta João Adelshi Cureau, acrescentando que em termos de matéria-prima há opções como as gomas naturais (amido de milho, mandioca e batata); sebo hidrogenado e as sintéticas – álcool polivinílico e acrilatos.

“Para engomagem de fios grossos, como o denim, utiliza-se comumente um composto de amido/sebo para aumentar a resistência. Já para fios finos, destinados, por exemplo, para camisaria, a goma sintética com amaciante é ideal. A Clisol customiza produtos a partir da necessidade e do diagnóstico do cliente”.

Segundo Adelshi, no Brasil se consome cerca de 30 mil t de amidos para a indústria e uma das justificativas é o preço mais econômico em relação aos produtos sintéticos. “A Clisol foi pioneira em lançar a goma sintética no Brasil. Hoje, nossos produtos mais comercializados são as gomas mistas natural/sintética. No mercado de fios índigos (para tecido denim), que tradicionalmente usa goma natural, já observamos mudanças para as gomas mistas ou 100% sintéticas, visando maior produtividade e conformidade ambiental nas tecelagens”. Com relação aos negócios, o empresário comenta que algumas tecelagens continuam trabalhando bem, mas há reclamações em relação aos custos elevados de matérias-primas e preocupação com aumento de impostos sobre a atividade industrial.

Beneficiamento têxtil

A multinacional AVCO Chemicals Brasil, com sede em Israel e duas plantas industriais, uma em Maracanaú-CE, que produz auxiliares têxteis, resinas acrílicas e resinas alquídicas para emulsão de tintas, e outra, em Americana, que fornece auxiliares para preparação e beneficiamento têxtil, também marcou presença na Tecnotêxtil Brasil. Com um portfólio que reúne mais de 200 produtos em linha de produção dedicada à fabricação de soluções químicas para diversos segmentos industriais, a empresa tem como sócios os grupos AVCO Chemicals, Vicunha e Oswaldo Cruz Química.

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Cantanhede: setor quer custos menores e inovação sustentável

“A indústria têxtil busca inovação com produtos sustentáveis, redução de custos e parcerias para desenvolvimento. Em 2022, tivemos crescimento no mercado brasileiro de 34% e nosso budget deverá crescer 18%, sendo 50% para cada um dos segmentos de negócios em que atuamos, tintas e têxtil.”, comenta o diretor comercial e de inovação da AVCO, Marcio Cantanhede.

Com 38 anos de experiência no setor químico, ele diz que a AVCO está focada em tecnologia para oferecer soluções inovadoras para os segmentos de engomagem e preparação ao tingimento. “Só na área têxtil temos hoje 52 projetos de desenvolvimento, sendo 6 ou 7 disruptivos, por exemplo, estamos trabalhando com fixador 100% natural, totalmente biodegradável, para tingimento denim.”

Para manter a fixação do tingimento e durabilidade da cor são utilizados mordentes, substâncias que podem ser de base vegetal; mineral, como o alúmen de potássio; ou sintéticos, como o acetato de ferro. Outro insumo importante no tingimento é o sal, necessário para acelerar a absorção do corante reativo às fibras. Para substituir o cloreto de sódio convencional e evitar descargas residuais tóxicas, Cantanhede informa que a AVCO desenvolveu um composto natural para o processo de tingimento por esgotamento, considerado eco-friendly. Outras novidades são o tensoativo BioluzeBDZF, nova formulação que reduz quase a zero a formação de espuma no beneficiamento, e o antiespumante Antifoam H50 Self Disperse, que age em todo o banho. “Nos processos convencionais, existe o problema de compatibilidade do antiespumante com o banho alcalino, gerando flocos superficiais que prejudicam o tingimento. A nossa novidade evita a quebra do banho, mantendo a qualidade do processo.”, detalha o diretor.

No que se refere ao índigo, a AVCO desenvolveu o AVCOSUL VBR, corante preto ecológico à base de açúcares invertidos em opção ao sulfeto de sódio. Por ser de baixo custo, o sulfeto de sódio é comumente utilizado no tingimento com enxofre como agente redutor, todavia, é considerado desfavorável ao ambiente. “Banhos curtos, redução drástica no consumo de água e resíduos, além de processos que utilizem baixa temperatura, evitando geração de vapores, e uso de fibras naturais são o caminho a ser trilhado por empresas que pretendem ser competitivas e inovadoras.”, enfatiza Cantanhede. Sobre o mercado brasileiro, ele considera que o momento é de ansiedade: “Ainda não temos um direcionamento da política econômica, parece que estamos à deriva. Isso preocupa, mas não desanima, pois o setor é resiliente.”

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Acabamento

A M.Tech e Star Colours, conduzidas pelos sócios Milton Kawarara e Rogério Segura, fez sua estreia na feira oferecendo efeitos especiais de lavanderia e preparação ao tingimento para tecidos e confecções, certificados pelos selos Bluesign e Oeko Tex, e pelo programa ZDHC, para redução ou eliminação de produtos químicos nocivos à saúde humana e ambiental.

As duas empresas nacionais, que trabalham com matéria-prima importada, se uniram em janeiro de 2023, visando ampliar portfólio e fortalecer suas operações no mercado têxtil. “No caso das resinas acrílicas e de poliuretano, que conferem brilho, toque suave, antiamarrotamento, entre outros efeitos, a matéria-prima é importada da Itália e possui garantia de produto eco-friendly. Nossos acabamentos são geralmente aplicados por coating, que não gera resíduos”, garante Milton Kawarara.

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Kawahara (esq.) e Segura: união de empresas fortalece operação

A Star Colours, por sua vez, fornece uma ampla gama de auxiliares, corantes e pigmentos de alto desempenho para tingimento, estamparia convencional e digital. Como gestor ambiental de formação, Kawarara reconhece que as exigências globais por processos têxteis sustentáveis trouxeram mudanças de paradigmas na indústria têxtil. “Existe um consenso de que as empresas precisam sobreviver e que muitas vezes os custos e até mesmo a escassez das matérias-primas dificultam o planejamento das coleções. Nós somos parceiros da indústria têxtil. Além de fornecedores de compostos químicos, prestamos serviços para melhorar a qualidade e diferenciação dos produtos de nossos clientes, com dois laboratórios, e damos consultoria para orientar as empresas na redução do consumo de energia. A feira foi muito proveitosa, estamos otimistas, porém, cautelosos.”, completa Milton Kawarara.

Estamparia – segmento têxtil

Com sede no Bom Retiro, na capital paulista, a Flowtex atua no segmento têxtil atendendo estamparias digitais e confecções. A empresa fornece máquinas, tintas e outros insumos para impressão digital e sublimação, tendo como principais clientes empresas de pequeno e médio porte. Na feira apresentou as tintas sublimáticas CMYK importadas da China, e a impressão Direct to Film, ou DTF, tecnologia que permite a impressão de imagens em filmes especiais para estampar diversos tipos de tecidos utilizando plotter ou impressora. Em vez de papel transfer, usa-se um substrato (PET Filme), que consiste em uma película de poliéster laminado e pó de poliuretano, que funciona como adesivo, para transferir a imagem ao tecido, por meio de uma prensa térmica, sem necessidade de pré-tratamento.

Segundo Cristiane Salomão, coordenadora de Marketing da Flowtex, uma das vantagens é a possibilidade de fazer estampas pequenas, localizadas (tipo patch), sob demanda, em alta resolução. Além disso, a qualidade da estampa é superior no que se refere ao toque, pois não apresenta aspecto emborrachado e não desbota após as lavagens.

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Cristiane: impressão digital substitui bordados e estampas

“Ela pode substituir bordados ou a estampa silk screen rotativa, e ser aplicada em todos os tipos de fibras, do algodão aos sintéticos”.

Ainda de acordo com Cristiane, a DTF gera menos resíduos e tem uma pegada de carbono menor em comparação aos processos de estamparia tradicionais, as tintas utilizadas são à base de água e permitem trabalhar com cores claras, escuras e tinta branca.

A SPGPrints, multinacional holandesa com unidade em Piracicaba-SP e especializada em soluções para impressão têxtil, participou da feira com o novo slogan “Printing Tomorrow”, cuja mensagem é moldar o futuro da tecnologia de impressão.

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Simone: tintas para impressão direta atendem padrões globais

“A SPGPrints vem trabalhando em um novo direcionamento da marca, com a introdução de novas políticas, missão e valores, com metas específicas até 2025 e foco o cliente, na sustentabilidade, incluindo temas como diversidade, governança e novos códigos de conduta. Como fabricante, estamos engajados em um processo contínuo para reduzir nosso impacto ambiental, isso significa que economizar energia, água e produtos químicos é uma prioridade”, diz Simone Lourenço Dela Antonia, responsável pelo marketing e comunicação da empresa.

Segundo ela, a tecnologia usada pela SPGPrints para as tintas de impressão digital para têxteis mais sustentáveis, é chamada de N>RICH Tecnologia.

“Ao selecionar os componentes de tinta, levamos em conta todas as substâncias conhecidas na Lista de Substâncias Restritas (LSR). Dessa forma, todas as diretrizes do Reach, Oeko Tex e ZDHC estão sendo cumpridas para fornecer as melhores soluções de cor para cada necessidade de aplicação”, afirma. Todavia, Simone Lourenço reconhece que o número de empresas têxteis que utilizam a impressão direta em tecidos ainda é pequeno no Brasil. “Ainda é baixo no que se refere à produção de grandes metragens, pois a estamparia convencional com cilindros ainda detém o maior volume. Custos de insumos e equipamentos em muitos casos, sim, são diferenciais na hora de optar por essa tecnologia. Mas é um mercado que vem crescendo anualmente”. A executiva acrescenta que a participação na feira foi positiva. “Muitos dos nossos clientes estão na região de Americana, foi muito importante poder sentir a confiança dos visitantes, a abertura para novos negócios e reforçar nossa presença global. Começamos o ano mais retraídos, com muitas incertezas mas, com expectativas melhores para os próximos meses.”

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Tratamento de águas

A indústria têxtil e de confecção mundial foi colocada no divã nos últimos dez anos por conta da pressão ambiental. Ainda que tenha avançado na reciclagem de matérias-primas e na substituição de produtos agressivos ou tóxicos por soluções de menor impacto, o fato é que o processo têxtil ainda consome água, gera poluição hídrica e emissões de gases. A Multiágua, com sede em Americana-SP e especializada em tecnologia para tratamento de águas industriais, foi um dos estandes movimentados da feira. Leandro Zanini Santos, diretor técnico da empresa e também presidente da Fidam, local do evento, comenta: “nossa tecnologia tem proporcionado a redução do uso de produtos químicos mediante a implantação de skids para pré-tratamento da água de uso industrial, removendo os sais dissolvidos, os sólidos suspensos e interferentes, como o ferro total, matéria orgânica, sílica, dureza total e alcalinidades.”

Pela descrição das substâncias que precisam ser removidas, nota-se que mesmo com o avanço de novas formulações químicas, ainda há o que avançar na questão das descargas residuais.

De acordo com Zanini, o tratamento de afluentes abrange as águas superficiais (lagoas, rios, córregos) e as subterrâneas (poços) que, após a captação, podem passar por tratamentos físicos e químicos para a redução de interferentes como sólidos suspensos, cor, turbidez, coliformes, ferro total, manganês, entre outros elementos.

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Zanini: pré-tratamento da água reduz consumo de insumos

“No tratamento de efluentes, por sua vez, o enfoque é a destinação final desse recurso a partir das contaminações e das condicionantes legais e ambientais no local das indústrias. Nosso time elabora estudos de tratabilidade para desenvolver a melhor solução técnica e econômica para as indústrias, com uma visão que reduza o uso da água no processo, diminuindo o desperdício nas fases das estações e trazendo a oportunidade de reuso direto, por exemplo, nas etapas de tingimento/lavagem; ou indiretamente em vasos sanitários, irrigação e sistemas de resfriamento. O setor industrial tem atualizado as máquinas que reduzem a relação de banho (volume de água por quilo de tecido) e também de recuperação energética, porém, existe uma ampla lista de artigos (entre fibras sintéticas, orgânicas e mistas) que dificultam estabelecer uma relação direta/única de volume descartado”.

No caso específico da geração de vapor, a Multiágua, explica Zanini, realiza a limpeza química, que é um procedimento drástico em que as incrustações sobre as superfícies de troca térmica são removidas por meio da adição de produtos como ácidos, aminas e álcalis em três fases de processo devidamente controladas por especialistas. “A redução da pegada de carbono vem com a adoção de um programa de tratamento preventivo da água que será utilizada na caldeira, mantendo as tubulações e corpos cilíndricos totalmente livres de incrustações e depósitos, evitando o isolamento térmico que gera maior consumo específico de combustível por tonelada de vapor produzida. O setor têxtil possui uma cadeia produtiva longa e de alta empregabilidade, portanto, as atividades de potencial poluidor (tinturaria, lavanderia, estamparia, acabamento) são licenciadas ambientalmente e seguem as diretrizes legais vigentes, mas também adotam práticas de P+L (produção mais limpa) e Economia Circular em suas atividades”, afirma o empresário.

Avaliando o balanço da feira, Leandro Zanini diz que a Tecnotêxtil Brasil 2023 atingiu seus objetivos, tanto no que se refere à exposição de produtos e serviços quanto na apresentação de palestras apresentadas na Conferência Técnica. “A Tecnotêxtil Brasil marca uma nova fase para Americana; a Região do Polo Têxtil (RPT) se estende da fiação até a confecção, abrangendo os setores da moda, decoração e tecidos técnicos, por isso a indústria química é estratégica como fornecedora de insumos e provedora de inovação nos processos para atender esse mercado. Como empresário, presidente da Fidam e diretor titular do Ciesp Americana eu enxergo 2023 como desafiador, seja pela questão político-administrativa, com as trocas dos governantes, como também pela recente saída do cenário de pandemia. Minha perspectiva para a reindustrialização do Brasil será a organização de zonas produtivas por vocação industrial, criando áreas incentivadas que permitam manter e desenvolver as empresas próximas de seus parceiros, para que reduzam seus custos e aumentem sua eficiência conforme o programa de Transformação Digital da Fiesp/Sebrae.”

A próxima edição da Tecnotêxtil Brasil acontecerá de 22 a 25 de abril de 2025.

fonte: Revista Química e Derivados – Edição número 644 – página 26 –  Ano LV ©QD.

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