Tendências genderless e sustentáveis aparecem com força nas inovações
Ingredientes antipoluição, naturais e para combater os efeitos da luz azul dos dispositivos móveis ganharam evidência na Exposição Internacional de Tecnologia para a Indústria Cosmética, a tradicional FCE Cosmetique, realizada de 22 a 24 de maio no São Paulo Expo, na capital paulista. O evento atraiu um público recorde, o que pode sinalizar que os negócios do setor tendem a se incrementar ainda mais.
Ao mesmo tempo, em um piso acima, no 31º Congresso Brasileiro de Cosmetologia, promovido pela Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC), profissionais discutiram as tendências do mercado, o perfil do consumidor do futuro, rumos da maquiagem (aumentou o número de marcas específicas, a despeito da crise) e aspectos técnicos envolvendo tratamentos capilares e cutâneos.
Os visitantes se depararam com surpresas nos dois ambientes: seja pelo maior espaço ocupado pela feira, com uma série de novos ingredientes vindo por aí, ou pela divulgação de que outras classes de consumidores pedem passagem: os integrantes do estilo genderless, que não possuem identidade de gênero (demandam produtos dissociados do masculino e do feminino) e os que seguem os preceitos orgânicos e veganos, ou são pacientes oncológicos.
Não existem números para dar a dimensão exata do consumo de cosméticos naturais, orgânicos, veganos e sustentáveis no país, mas os estudos coincidem que o potencial de crescimento é surpreendente. Relatório da Grand View Research estima que a demanda global de produtos orgânicos de cuidados pessoais deverá atingir US$ 25,11 bilhões até 2025.
No momento em que se divisa um boom para os produtos voltados ao público masculino – a previsão da Euromonitor é de um crescimento no Brasil de 30% até 2020 – um perfil novo de mulher busca consumir o que lhe representa maior empoderamento. Em suma, estão surgindo nichos de comércio em um contexto em que a diversidade e as preocupações com o meio ambiente e o consumo socialmente responsável se robustecem.
O diretor da NürnbergMesse Brasil, Diego Carvalho, declarou que a área reservada aos cosméticos ficou 10% maior, em relação à edição do ano passado. Na outra ponta, a FCE Pharma também aumentou: 15%. “Concluímos uma edição histórica para ambas as feiras”, agregou João Paulo Picolo, presidente nacional da empresa organizadora. As FCE são rotuladas de principal polo de atualização profissional e negócios para as indústrias de cosméticos, medicamentos, complementos nutricionais, logística e outros serviços relacionados.
Durante os três dias, 16.224 visitantes (foram 15.400 em 2017) percorreram os cerca de 40 mil m2 dos dois eventos, ocupados por soluções e lançamentos de 1.100 marcas. Os organizadores criaram uma nova ferramenta, um aplicativo, para que as pessoas pudessem fazer conexão com os expositores, elaborando uma agenda pessoal.
Carvalho comemorou a entrada de novos participantes dos ramos de automação, robótica e logística na Pharma. As Rodadas de Negócios, organizadas em parceria pela Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos (Abiquif) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), atraíram potenciais compradores da Arábia Saudita, Turquia e Irã, gerando uma expectativa de fechamento de negócios acima de US$ 5 milhões, segundo o executivo.
Congresso – Ao discorrer no Congresso de Cosmetologia sobre o comportamento do jovem consumidor nas redes sociais, o gerente de estratégia digital da L´Oréal, de Paris, Jonathan Biancarelli, enfatizou que eles querem participar dos processos, ajudar a criar um produto, e preferem, na gíria etária, “ficar do que namorar com as marcas”.
Ele disse também que, graças às redes sociais, há oportunidade de dialogar com esses consumidores, ouvir as suas demandas. E aconselhou: as mensagens criadas para cada marca devem ter formatos curtos e impactantes, ser personalizadas e compatíveis com os celulares.
No debate sobre os rumos do mercado de maquiagem para 2020, a diretora executiva da Kobo, Isabella Borges, contou que a Coréia do Sul é quem dita as tendências (inovações). Para ela, o futuro será dos produtos multifuncionais e a linha natural é uma das vias.
O colombiano John Jiménez, da Belcorp, concordou: “O consumidor quer várias soluções: hidratante com FPS, antipoluição etc”. E revelou que, em neurociência, a cor mais favorita é o azul e as embalagens devem ser curvas ou arredondadas.
Isabella colocou um ponto de interrogação na utilização do glitter, por ser um plástico e não haver dados sobre a sua degradação no meio ambiente, característica que não apetece muitos consumidores. Em sua opinião, a principal tendência da maquiagem é a diversidade dos nichos e a flexibilidade para seguir a moda. Nessa corrente, entram os produtos “verdes”, orgânicos e veganos e o indicado para o fitness.Na palestra “Inovação genderless baseada na neurociência”, Jiménez afirmou que “a perfumaria está experimentando a revolução de gênero”, que começou na indústria da moda. A perfumista Renata Ashcar retomou o tema, no debate sobre “O boom dos produtos masculinos”, testemunhando que “a indústria já caminha para o sem gênero. E este é um caminho sem volta”. Exemplo: já há perfumes masculinos com ingredientes adocicados, antes só utilizados nos femininos.
Já Daniel Caldeira, diretor de P&D da Go Cosméticos, ressalvou que o desenvolvimento de formulações leva em conta aspectos que diferenciam os gêneros, pela composição bioquímica de cada um: “A maioria dos produtos femininos têm concentrações altas de silicones e óleos”. A questão, agora, é “como equilibrar as substâncias” nas novas formulações: “Quando pensamos num produto masculino, quanto devemos colocar de cada ingrediente? Quanto usar de silicone?”
Edmar Bulla, CEO da Croma Solutions, exibiu resultados de pesquisa que mostram que, para o homem atual, cuidar da beleza não é só coisa de mulher, é cuidar da saúde. Há os que gastam o que for preciso para ficar mais bonito. Entre os produtos que os homens consomem ele citou cremes ou loções, shampoos e condicionadores, cuidados com a barba, unhas, mãos e pés, perfumes, hidratantes e esfoliantes.
Ao abordar o assunto “Ingredientes e tecnologias sustentáveis: as tendências `verdes`”, Daniella Lopes Francischetti, da Solabia, frisou que 40% do consumidores brasileiros acham que as empresas têm que ser ambientalmente responsáveis; 48% leem os rótulos dos produtos antes de comprá-los; e 72% se sentem bem quando compram um produto que respeita a biodiversidade e os processos `verdes´ de produção.
Daniella anunciou que a Solabia desenvolveu “uma tecnologia inovadora para a construção de ingredientes ecocosméticos”. Trata-se do SolaGreeen, a tecnologia dos superfluidos, um solvente seguro e natural (água subcrítica e CO2 supercrítico). “É inovador, funcional e de alta performance”, assegurou. Recentemente, a matriz francesa adquiriu a ilha de Ouessant, de 15 km2, na região da Bretanha, para a extração de algas. “Lá, há 60 espécies nativas e também se possibilita o cultivo”, observou. Um ativo antipoluição é produzido na Europa com essa matéria-prima.
Pharma – O futuro do mercado farmacêutico também sofre forte influência dos meios digitais e das necessidades cotidianas dos consumidores. Rafael Lindemeyer, da Ipsos Marketing, salientou que 39% dos lares nacionais possuem alguém com hipertensão. A diabetes afeta 28%; dores de cabeça frequentes, 24%; e obesidade, 18%. “O consumidor não vai simplesmente na farmácia da esquina. Ele pesquisa na internet, troca informações até chegar à compra, que pode ou não acontecer nos estabelecimentos físicos”, observou.
O diretor de vendas da Antares Vision, Gianfranco Lanfredi, palestrante da conferência InnoPharma, tratou da questão das empresas brasileiras que buscam se adequar à resolução 157/2017, da Anvisa, que estabelece as diretrizes para a rastreabilidade de produtos farmacêuticos. “Este é o maior desafio da indústria de embalagem farmacêutica hoje. A Turquia é o único país do mundo com um sistema de tracking totalmente implementado”, sublinhou. A operação é mais simples para a mão-de-obra, ficando as decisões mais suscetíveis a erro para as máquinas. E alertou: “Os operadores precisam ter acesso à assistência técnica a qualquer hora”.
Na 3ª edição do Simpósio FCE-ACFB/ANF de Inovação Farmacêutica, o professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Marco Antonio Stephano, falou sobre o uso da inteligência artificial e suas aplicações no desenvolvimento de novos fármacos, na caracterização de doenças e também na prospecção do processo de vacinação.
“A inteligência artificial está aí para mudar profissões e os diagnósticos. Em um futuro próximo, por uma simples foto, pelo globo ocular, uma máquina será capaz de identificar o seu problema e indicar o remédio ou o exame adequado”, previu.

Exposição – A Chemyunion reservou um espaço no mezanino para receber os clientes, convidando-os a experimentar produtos para pele e cabelo e conhecer os lançamentos da empresa (4MAN, Hebeatol CG e Powderfeel WR). “O consumidor quer conhecer a história, a cadeia de produção, o propósito das empresas, e ter produtos mais naturais”, avaliou Sérgio Gonçalves, diretor de marketing e negócios internacionais.
Ele considera as demandas atuais “mais como uma oportunidade do que uma ameaça”, até porque atender esses anseios será “um diferencial competitivo no futuro. O nosso olhar é esse, sabendo que há desafios a vencer”. Aos que se preocupam com os aspectos regulatórios, aconselhou: “Não adianta discutir a lei. Ela tem que ser cumprida. Não se pode perder a perspectiva de mercado. A legislação não é disruptiva e pode provocar um certo pânico, criar um preconceito. Quem for mal informado, vai ficar olhando o mundo de dentro de uma caverna”. Gonçalves fez uma apresentação no pré-Congresso: “Estratégias de implantação para matérias-primas: case Chemyunion”.

Multinacional brasileira conhecida pelo desenvolvimento de sistemas de nano e microencapsulação de ativos, a Nanovetores, de Florianópolis-SC, lançou o Symbiocaps LA, ativo probiótico tópico para restauração da imunidade e hidratação da pele. “O probiótico como cosmético é um conceito novo, uma nova tendência. Entregamos os probióticos vivos dentro das cápsulas”, realçou Ricardo Henrique Ramos, CEO da companhia.
A empresa também expôs o Active NV Pearls. Cada pérola contém um booster de ativos nanotecnológicos. Constituída de biopolímeros naturais, possui ação antipoluição e hidratante. A de vitamina C encapsulada, para creme facial, tem propriedades antirrugas, antipoluição e anti-idade. “É um produto requintado”, acrescentou Ramos.
Também brasileira, a Vollmens Fragrances, de Saltinho-SP, embarcou no conceito de vida natural e no “Jardim secreto” que armou em seu estande exibiu uma coleção de fragrâncias criadas com exclusividade para cada ambiente: aromáticas, florais e amadeiradas.

Apesar da valorização do dólar (90% das matérias-primas das fragrâncias são importadas), a gerente de comunicação, Natália Mendes, garantiu que a demanda não caiu, porque da sua base de 3 mil clientes, 70% a 80% são empresas de pequeno e médio porte, regionais, que conseguiram crescer na crise.
Com uma linha de óleos essenciais orgânicos desde 2012, que não emplacou na época por causa do alto preço, mas que, agora, é uma tendência de consumo, a Vollmens também detecta um forte incremento pelo marketing olfativo: “Perfumar ambientes, shoppings etc. tem muita demanda”, acentuou Natália. No mesmo estande, a tatuagem provisória perfumada, obra da Tatoo Perfume que objetiva atingir as gerações Y e Z, foi uma sensação entre os visitantes da feira.
Comemorando 90 anos, a MCassab apresentou três novos parceiros: Elkem (silicones) e SNF (polímeros solúveis em água), na área de personal care, e o Grupo Centroflora, que trabalha com extratos botânicos. A gerente de desenvolvimento de produtos, Andrea Adams, informou que a área de LifeScience criou o Projeto SER para traduzir as tendências de mercado e movimentos globais, especialmente de personal care.

Sob este conceito, reforçando a questão positiva do pró-envelhecimento, foram divulgadas as seguintes novidades: Gatuline Radiance, ingrediente ativo que combate sinais de cansaço e devolve a coloração natural da pele, além de doar luminosidade. Contém água vegetal de maçã, com ação energizante e pró-aging; Baycusan C10004/1, com camada protetora antipoluição; e MioSYN Fine, mica com efeito radiante natural e sérum pró-envelhecimento. A MCassab também tem parcerias com Oxiteno, Solvay Rhodia, Miyoshi, Covestro, Gattefossé, Kahlwax e Contipro.


No estande da Dinaco, que trouxe o portfólio de ingredientes sustentáveis da argentina Novachem, as últimas inovações da Lubrizol, dentro do catálogo Lipotec, têm foco na pele: Lumicease protege contra a luz azul (que causa manchas), infravermelha e UV. É um extrato de fermentação obtido através de biotecnologia de um microrganismo resistente à radiação; Fensebiome é um peptídeo que estimula a proliferação de bactérias benéficas à pele. “Promove maior equilíbrio da microbiota da pele. É indicado para cremes corporais, faciais e sabonete líquido”, ressaltou a gerente de marketing, Karina Teixeira.
A Lubrizol está preparando o lançamento do Fixate Keratin na In-cosmetics, em setembro, antecipou Karina. Trata-se de um ingrediente para alisamento (até tipo 4) e controle de volume do cabelo. Propicia definição de cacho; é livre de formol e ácido glioxílico e tem pH seguro para aplicação no couro cabeludo.

A campanha Diffusion marcou a presença da distribuidora global Univar: “uma escolha, diversas opções” (formulações com multipropósitos). Para os cabelos apresentou o spray para lisos e cacheados baseado no silicone Dowsil CE 7080 Smart Style, da Dow, que permite modelar os cabelos de diferentes formas. Para a pele, a linha Tinosorb, da BASF, que confere ampla proteção contra os raios UVA, UVB, luz visível e infravermelha. O FPS fluido 50 atende o conceito indoor e outdoor.
Na linha de tensoativos livre de sulfatos, o Akypo RLM 45 CA, da Kao, proporciona limpeza suave com alto desempenho de espuma, protegendo a pele e os cabelos contra o ressecamento. Explora o conceito hydra micellar para shampoos e sabonetes líquidos. A Univar informou também que novos testes ampliam as possibilidades de uso para o neutralizante alcalino Tris Amino Ultra PC, da Angus: o ingrediente se torna o ativo aplicado em um hidratante neutralizante de odores para o corpo.

Pela primeira vez com um estande na FCE Cosmetique, a Symrise aproveitou a oportunidade para fazer vários lançamentos de produtos, de acordo com a assistente de marketing, Muriel Sarttori: shampoo micelar; SymHair Rescue, combinação do cacau da Amazônia com a manteiga de cupuaçu. Protege e repara o cabelo de danos causados por descoloração e aquecimento.
SymHair Force 1631 é uma solução para queda de cabelo e cabelos finos. Atua tanto no folículo quanto na fibra capilar. O ingrediente ativo deriva de microalgas do Taiti, produzidas sustentavelmente pelo processo de Blue Biotechnology. SymControl Care é um novo ativo derivado da fermentação de uma microalga do Mediterrâneo. “Fortalece a barreira cutânea e regula a oleosidade da pele”, mencionou Muriel.
Fornecedora de gelatina e peptídeos bioativos de colágeno para indústrias farmacêuticas e de alimentos, a novidade da Gelita foi o ingrediente premiado na Vitafoods (Genebra, 15-17 de maio): o Fortibone estimula as células ósseas a aumentar a síntese de componentes ósseos, tais como o colágeno. Ajuda a evitar problemas relacionados à atrofia e perda de densidade óssea.

Recentemente, a empresa alemã adicionou ao seu portfólio o Tendoforte, específico para tendões e ligamentos. “Ele atua de forma preventiva e acelera a recuperação”, comentou Sandra Lucchetti, do departamento de comunicações e marketing América do Sul. Foi difundida ainda, na FCE, a Gelita EC, “único produto derivado de gelatina capaz de gerar cápsulas moles entéricas em uma etapa”.
A holandesa Rousselot anunciou o Peptan IIm, matriz de colágeno hidrolisado tipo II, de origem suína, que protege as cartilagens, lubrifica as articulações e reduz a inflamação. “Após três meses de uso já se notam os primeiros resultados”, afiançou Rafaela Terin, assistente de vendas e marketing.
O Peptan IIm é eficaz em baixa dosagem e pode ser usado em comprimidos, cápsulas e balas de gelatina. O produto é solúvel em água, permitindo ampla variedade de aplicações nutracêuticas, na forma de misturas em pó, iogurtes e bebidas UHT. Na Arena do Conhecimento, a Rousselot fez a apresentação: “Peptan IIm: um novo e poderoso bioativo multifuncional para a saúde das articulações”.

“A FCE Pharma serve para consolidar a imagem da empresa e encontrar clientes. Daqui saem projetos porque a visitação é qualificada”. Com esses termos, o diretor de negócios da linha Health Care da Evonik, Luis Roberto Cardoso, definiu a importância do evento em que a empresa destacou os polímeros Eudragit, que se caracterizam pela versatilidade em atuar na liberação imediata de fármacos ou liberação controlada mediada por pH ou por tempo; PlasAcryl, sistema que torna mais simples e rápido o preparo de suspensões de Eudragit para a aplicação de revestimentos gastroresistentes.
Cardoso explanou que o Brasil representa 5% do faturamento global da multinacional alemã. Ele acredita que os supergenéricos (duas moléculas combinadas) poderão gerar novos negócios. “Queremos trabalhar mais forte no co-desenvolvimento de formulações farmacêuticas para genéricos”, assinalou.
Celebrando o aniversário de 350 anos, a Merck fez o pré-lançamento do software Chematica, que tem a capacidade de definir as rotas de síntese de uma molécula orgânica. “Vai ajudar muito as empresas porque reduz tempo e custos”, relatou Daniel da Cunha Teixeira, gerente de Pharma. Ele destacou também o software NeoLicy, que elimina o Excel, e contempla todas as mudanças em tratamento estatístico das validações da RDC 166. Com essa ferramenta, pode-se validar e emitir o relatório de qualquer método analítico.

Outro foco da empresa alemã na feira foi direcionado para os solventes instrumentais com embalagem retornável. Com esse produto, explicou Teixeira, o cliente poupa espaço de armazenagem dos frascos de vidro e ainda ajuda no meio ambiente porque, como adquire apenas o líquido que vai utilizar, não há descarte de material.

Com a compra da norte-americana Capsugel, no ano passado, a suíça Lonza levou para a FCE Pharma a linha de cápsulas vegetarianas Plantcaps, feitas de tapioca. Além disso, as de fácil abertura (Sachecaps), desenvolvidas para atender os ramos pediátrico e geriátrico com dificuldade de deglutição; as DR Caps, as únicas acidorresistentes disponíveis no comércio; e as Vcaps, de origem vegetal (HPMC), “uma solução para fórmulas higroscópicas”, conforme Thatyane Almeida, representante de atendimento ao cliente.
Um robô móvel no estande da Pollux chamou a atenção para a Indústria 4.0. Embora essa tecnologia ainda esteja “engatinhando” no setor farmacêutico, o diretor de desenvolvimento de negócios, Ricardo Gonçalves, manifestou que a tendência é que sejam robotizadas todas as atividades de manuseio de material que não têm valor agregado e expõem o ser humano a um risco de saúde. Sinal dos tempos, ele já detecta uma grande demanda, desde o ano passado.
Com tecnologia da Dinamarca, a Pollux, de Joinville-SC, oferece alta tecnologia para a gestão de fábricas digitais por meio de um conjunto de soluções que associam o uso de técnicas contidas na Internet Industrial (IIOT), como software, sensores, robótica colaborativa e análise de dados avançados com as melhores práticas de gestão.
Gonçalves esclareceu que os empresários podem optar pela locação de robôs para exercer funções repetitivas em linhas de produção. O robô móvel AMR dispensa o uso de trilhos ou fitas magnéticas. É controlado diretamente de smartphone, tablet ou computador e pode ter sua rota modificada sempre que preciso. Com sensorização da linha e integração com o software industrial, o robô móvel sabe exatamente que operação ele precisa abastecer e, automaticamente, realiza a missão. Já são mais de 100 robôs colaborativos instalados no país.

Quem visitou o estande do Grupo Polar ficou sabendo que o seu centro de pesquisa e desenvolvimento em cadeia fria está preparado para trazer mais opções para o mercado. “Se o cliente quer uma embalagem retornável, um gelo específico, ele vai encontrar a solução”, asseverou Liana Montemor, gerente de desenvolvimento estratégico em cold chain.
A empresa está preparada para atender os requisitos do Guia Anvisa de 2017, assim como da iminente publicação da resolução 343, que trata das boas práticas do transporte de medicamentos, incluindo o controle e o monitoramento da temperatura. Divulgou-se também a ampliação da parceria com a DuPont. Agora, a Polar é distribuidor oficial das vestimentas Tyvek Isoclean para o setor farmacêutico/hospitalar no Brasil: tecido com baixíssima emissão de partículas, que reduz os riscos de contaminação cruzada, proporcionando proteção química e biológica ao usuário.
A próxima edição da FCE Cosmetique e Pharma está agendada para os dias 21 a 23 de maio de 2019, na SP Expo.