Rio Oil & Gas 2008: Tecnologia auxilia exploração

Alinhados com o tema “Petróleo e Gás no século XXI: desafios tecnológicos”, escolhido pelo organizador do evento, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), a maior parte das empresas procurou destacar suas competências tecnológicas e sua estratégia para o atendimento do setor de óleo e gás natural.

Na área química isso não foi diferente.

Assim como na de segurança e automação, passando pelo setor de TI, que promoveu um show virtual de tecnologia.

Tradicional fornecedora da Petrobras no Brasil, além das demais oil companies que operam no país, a Dow Chemical Company, com vendas anuais de US$ 54 bilhões, decidiu marcar sua participação no evento anunciando o lançamento mundial de uma unidade de negócios voltada exclusivamente para o setor de petróleo e gás.

A Dow Oil & Gas, que fi cará sediada em Houston, Texas (EUA), vai oferecer soluções inovadoras de produtos, tecnologia e serviços para clientes que atuam desde o poço até o posto.

Química e Derivados, Janet Giesselman, vice-presidente e gerente-geral da Dow Oil & Gas, Tecnologia auxilia exploração
Janet Giesselman comandará de Houston a nova empresa da Dow

“Vamos disponibilizar o alcance global e o amplo portfólio de produtos e serviços da Dow para o setor de petróleo e gás, com um ponto de enfoque único, disponibilizando soluções inovadoras e suporte técnico para que nossos clientes possam atuar em condições operacionais cada vez mais desafiadoras”, destacou Janet Giesselman, vice-presidente e gerente-geral da Dow Oil & Gas, que veio ao Brasil especialmente para lançar a unidade na ROG.

A recém-nascida unidade vai trabalhar mais de perto com os clientes do setor de óleo e gás, em todas as atividades: desde a exploração, produção e refi no ao processamento de gás e transporte de combustíveis, de acordo com Cláudia Schaeffer, diretora-comercial da Dow Oil & Gas para a América Latina, com escritório em São Paulo.

A intenção é oferecer tecnologias especializadas e formulações químicas para condições não-convencionais de perfuração e transporte de combustíveis, tais como altas temperaturas e pressões.

Química e Derivados, Cláudia Schaeffer, diretora-comercial da Dow Oil & Gas para a América Latina, Tecnologia auxilia exploração
Cláudia Schaeffer oferece tecnologia para melhorar a recuperação

“Estamos comprometidos com o desenvolvimento de novas tecnologias para a recuperação do petróleo e soluções que tornem a fratura, estimulação e transporte mais eficazes e eficientes.”

“À medida que a demanda global por energia aumenta exponencialmente, torna-se fundamental agregar valor às reservas comprovadas do mundo por meio da extração de maiores quantidades de petróleo dos reservatórios existentes”, afirmou Giesselman.

No entanto, ela não quis dar maiores detalhes sobre as soluções que a companhia dispõe para as atividades na camada de pré-sal, afirmando apenas que a área de pesquisas está estudando o desenvolvimento de soluções aplicáveis a esse cenário.

Novidades no mercado – Mostrar o que tem de mais novo para oferecer ao mercado foi a estratégia da Nalco, que fornece especialidades químicas e serviços para os mercados de exploração e produção de petróleo, refinaria, indústrias de processos químicos e petroquímicos, e aditivos para gasolina e diesel.

A Nalco levou para a feira seus representantes nas Américas e Europa para falar sobre a novíssima tecnologia BrightWater; de inibição de hidrato; de garantia de escoamento para os novos projetos em águas profundas e de inibição de deposição de parafina.

A proposta da empresa, que opera em 130 países e cujas vendas em 2007 ultrapassaram US$ 3,9 bilhões, foi a de expor seus programas, serviços e processos, aproveitando a oportunidade para estreitar o relacionamento com os presentes.

Dessa forma, quer incentivar o intercâmbio de informações entre pesquisadores, técnicos e empresas de abrangência internacional, além de divulgar seus conhecimentos.

Com isso, busca se consagrar como uma liderança mundial em aplicações para tratamento de águas, qualidade do ar de interiores e melhoria de processos, fornecendo soluções que visam a reduzir o consumo de água, energia e outros recursos naturais e a emissão de poluentes ambientais.

Com um portfólio de mais de 500 mil clientes em 80 países, a Bosch Rexroth, fornecedora global de soluções na área de automação industrial e de produção, também trouxe novidades, com foco nas atividades offshore.

O destaque ficou por conta do Modular Active Heave Compensation System, um Sistema Modular de Compensação Ativa do Movimento (MAHCS) que diminui o tempo de parada durante operações offshore.

A parada das máquinas, causada por condições climáticas ruins, é um problema crucial para os operadores, pois há risco de perda de capital e danos graves a equipamentos de alto custo.

O MAHCS foi testado nas mais duras condições para ser apresentado ao mercado como solução para todos esses problemas. A empresa mostrou ainda a linha de válvulas desenvolvidas para fins especiais, como as válvulas direcionais para controle de pressão, ideais para campos petrolíferos e aplicações marítimas.

Uma das líderes mundiais no campo de tecnologias de acionamentos e controle, a Bosch Rexroth aposta na oportunidade de ampliar seu portfólio de clientes e fazer novos negócios no Brasil, uma vez que as descobertas de petróleo e gás no litoral brasileiro demandarão investimentos relevantes na montagem de toda a infra-estrutura necessária para a extração de petróleo e gás em águas mais profundas, inclusive no pré-sal.

Ainda na área de automação, a Tyco Flow Control, que fornece equipamentos e serviços de controle de vazão para aplicações industriais, quis mostrar as mais avançadas tecnologias em válvulas e atuadores para aplicação específica em áreas profundas, pré-sal e gasodutos.

A companhia vem trabalhando fortemente no desenvolvimento de produtos para a área submarina de acordo com os requisitos exigidos pelo segmento há algum tempo.

“A exigência por produtos de alta qualidade e segurança aumenta a cada dia. Por isso, nós estamos trabalhando em conjunto com os nossos principais clientes para atender exatamente às necessidades de cada um deles”, afirmou Sergio Harazaki, diretor-comercial da Tyco Brasil.

O desenvolvimento de novos produtos está voltado para os principais desafios que o mercado de óleo e gás está enfrentando, como as operações de prospecção em águas profundas e o processamento de petróleo não-convencional.

A empresa estima um crescimento de 25% de vendas para o segmento de óleo e gás brasileiro, em razão do aquecimento do mercado com os anúncios de novas plataformas e refi narias, além dos investimentos para prospecção no pré-sal.

Subsidiária do grupo Tyco, a Westlock, fornecedora de soluções de comando e monitoramento de válvulas, também tem boas expectativas: prevê fechar contratos no mercado brasileiro da ordem de R$ 4 milhões até o fi nal deste ano.

Esta projeção foi feita pelo gerente-geral de vendas para a América Latina da Westlock, Victor Venâncio, que comemorou os bons contatos e reuniões de negócios durante os quatro dias da Rio Oil & Gas.

 Química e Derivados, Victor Venâncio, gerente-geral de vendas para a América Latina da Westlock, Tecnologia auxilia exploração
Victor Venâncio: automação de válvulas obteve bons resultados

“Vamos estudar cada caso e propor as soluções mais adequadas para cada cliente que apresentou necessidades específi cas por produtos altamente confiáveis. Se fecharmos todas essas propostas, a Rio Oil & Gas nos terá proporcionado negócios da ordem de R$ 4 milhões”, afirmou Venâncio, destacando que o segmento de óleo e gás é uma das principais áreas de atuação da Westlock no Brasil.

A empresa também aposta no desenvolvimento de tecnologias em automação de válvulas no seu centro de pesquisa e desenvolvimento de Ribeirão Preto-SP, o único da América Latina nessa especialidade.

Segurança é essencial – Um dos grandes players mundiais do mercado de segurança eletrônica, proteção contra incêndio e automação predial, a unidade Building Technologies da Siemens apresentou ao mercado o Centro de Controle e Comando de Segurança, um conceito integrado de comunicação que possibilita tomar decisões, monitorar e reagir a qualquer tipo de incidente em estações onshore e offshore.

“A proteção de processos, pessoas, instalações e do meio ambiente é um fator crítico de sucesso para qualquer tipo de operação no segmento de óleo e gás, seja na produção, distribuição, refinarias, terminais de gases ou pipelines”, ressaltou Lucas Blanco, gerente de negócios da unidade Building Technologies da Siemens.

“Os riscos nesse tipo de negócio são extremamente abrangentes e necessitam de soluções integradas que atuem em diversos níveis de sistemas”, acrescentou.

Ele observou que as instalações do segmento de óleo e gás são extremamente complexas e sofrem o desafio da localização e dispersão geográfica.

“Nesse contexto, tomar decisões sobre a segurança se torna imprescindível para o sucesso do negócio. Essa demanda crescente por segurança afeta não só os sistemas eletrônicos, mas também exige a integração de soluções, processos, pessoas e informações”, explicou.

O conceito de Centro de Controle e Comando da Siemens foi desenvolvido com a fi nalidade de integrar todo o âmbito da segurança em uma única administração, não só baseado na tecnologia, mas também no conhecimento aplicado aos processos de segurança.

Química e Derivados, Lucas Blanco, gerente de negócios da unidade Building Technologies da Siemens, Tecnologia auxilia exploração
Lucas Blanco: comunicação integrada protege melhor pessoas e ativos

“O conceito C4I de segurança é um avanço aos métodos tradicionais, já que une não só a comunicação, controle e comando, mas também computadores e principalmente inteligência”, garantiu Lucas Blanco.

Para a defi nição do conceito e o design da solução, a empresa estuda os processos operacionais do cliente e desenvolve a relação de requisitos e cumprimentos necessários, bem como a arquitetura do sistema.

“Num segundo momento, é realizada a customização dos sistemas e produtos em um único Centro de Controle, assegurando uma vida operacional longa e flexível”, concluiu o executivo, salientando que essa solução é ideal para plantas industriais, como refinarias e unidades petroquímicas, área na qual antevê grandes possibilidades de novos negócios.

Tecnologia de informação – Cientes de que para vencer os novos desafi os, desde a exploração à produção de combustíveis mais limpos, as petroleiras precisam contar com ferramentas modernas de TI, as empresas do setor se esmeraram na apresentação de produtos e serviços que não são visíveis a olho nu.

A Autodesk, empresa global de desenvolvimento de softwares 2D e 3D, que lançou o AutoCAD em 1982, fez apresentações do portfólio de soluções que possibilitam às empresas do setor de petróleo e gás visualizar, analisar e simular projetos de plantas e equipamentos industriais, atingindo operações mais efi cientes e sustentáveis.

Química e Derivados, Acir Marteleto, diretor-geral da Autodesk do Brasil, Tecnologia auxilia exploração
Acir Marteleto: programas aumentam a produtividade e a segurança

“A indústria petrolífera necessita de soluções mais inteligentes e capazes de promover o aumento da produtividade e da segurança de dados e informações de projeto ao compartilhá-los com fornecedores e clientes”, destacou Acir Marteleto, diretor-geral da Autodesk do Brasil.

“Procuramos mostrar como a tecnologia pode levar empresas a altos níveis de produtividade, eficiência e sustentabilidade em seus projetos”, completou.

A mesma estratégia foi traçada pela Sisgraph, com mais de 25 anos de experiência no setor, que levou as mais novas versões das diversas soluções SmartPlant.

“Estamos mostrando o que temos de mais atual em soluções para projeto, construção e montagem, operação e manutenção voltadas aos mercados de óleo e gás, química e petroquímica, mineração, naval, offshore, papel e celulose, farmacêutica e demais”, destacou Ricardo Vecchio Fornari, gerente técnico da Sisgraph.

A empresa de TI foi além, disponibilizando cerca de dez consultores no estande prontos para demonstrar os produtos, tirar dúvidas e compartilhar experiências dos diversos projetos de implementação e consultoria já efetuados no Brasil, Chile, Venezuela, México, Estados Unidos, Canadá e Austrália.

Química e Derivados, Ricardo Vecchio Fornari, gerente técnico da Sisgraph, Tecnologia auxilia exploração
Ricardo Vecchio Fornari enfatizou a experiencia em geoprocessamento

“A combinação única de softwares de alta tecnologia da Intergraph com os serviços de suporte, consultoria e treinamento prestados pela Sisgraph na América do Sul, América Central e Caribe, faz da nossa solução a líder de mercado na área de geoprocessamento”, concluiu Fornari.

A francesa Dassault Systèmes, líder mundial em 3D e soluções Product Lifecycle Management (PLM), teve uma participação incisiva no evento, mostrando ferramentas para gerenciamento e desenvolvimento de projetos.

Com um estande totalmente informatizado, ela possibilitou aos visitantes visualizar como são desenhados e produzidos diferentes equipamentos utilizados pela indústria internacional e perceber os benefícios da aplicação da tecnologia em diferentes ambientes e processos.

“A redução de custo quando uma possível falha é detectada e solucionada durante o design de um equipamento pode ser de até 100%, se compararmos à necessidade de mudança durante a construção”, explicou Marcos Figueiredo, diretor-geral da Dassault Systèmes no Brasil.

Outra empresa do grupo, a DS SolidWorks, destacou os recursos de sua solução de CAD voltados para o projeto de estruturas metálicas e da área naval, além de novidades da versão 2009 do software CAD SolidWorks.

Química e Derivados, Oscar Siqueira, country manager da DS SolidWorks Brasil, Tecnologia auxilia exploração
Oscar Siqueira: projetos confiáveis de estruturas para o setor

“Recentemente, as maiores empresas de petróleo e gás do Rio de Janeiro anunciaram investimentos em tecnologia, para 2009, de R$ 130 milhões. Trata-se, sem dúvida, de um mercado com importância estratégica para nós”, afirmou Oscar Siqueira, country manager da DS SolidWorks Brasil.

Segundo o executivo, atender às necessidades dos fabricantes da indústria de petróleo e gás nas áreas de projeto e desenvolvimento de produtos e engenharia de sistemas envolve desafios diferentes no mercado global de energia.

“Desenvolver equipamentos confiáveis para o setor de petróleo e gás se tornou cada vez mais importante, não apenas pelos altos custos de energia, mas também por causa do maior investimento necessário para encontrar e explorar novos campos, o que normalmente envolve métodos mais complexos e de maior risco”, detalhou Siqueira.

Leia a matéria principal: Rio Oil & Gas 2008 – reservatório de bons negócios – Reservatório de bons negócios

Leia Mais:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.