Revestimentos: Cresce a concorrência no mercado de antiaderentes

A Akzo Nobel Tintas Industriais está trazendo para o mercado brasileiro sua linha de revestimentos antiaderentes à base de politetrafluoretileno (PTFE) denominada Trylon. A empresa do grupo multinacional holandês Akzo Nobel, com atuação nos segmentos químico, farmacêutico, de revestimentos e de tintas, em que é líder mundial, realizou o lançamento do produto durante a Gift Fair, que ocorreu entre os dias 6 e 9 de março no Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte.
Com planos para abocanhar 30% do mercado brasileiro de revestimentos antiaderentes em dois anos, a Akzo Nobel aposta no desenvolvimento tecnológico para competir no mercado dominado com folga pela DuPont, a pioneira dos revestimentos antiaderentes no Brasil e no mundo. A norte-americana é a inventora do Teflon, o antiaderente para utensílios domésticos de uso mais difundido mundialmente, e detém mais de 50% das vendas no mercado brasileiro.
Cláudio Vieira, gerente da unidade de negócios de revestimentos antiaderentes da Akzo para a América do Sul, explica a aposta no diferencial tecnológico do Trylon: “A empresa tem uma condição favorável ao investimento em pesquisa e tecnologia. Estamos trazendo para o Brasil formulações diversas que permitem uma ampla gama de aplicações que ainda não têm penetração no mercado brasileiro”. O executivo pondera que “o potencial de crescimento do consumo dos revestimentos antiaderentes no País é muito grande, pois o consumo atual é muito menor que na Europa e nos Estados Unidos”.
Entre as novidades que a companhia holandesa desembarca no País, estão as formulações da linha Decorative, revestimentos coloridos para o exterior de utensílios de cozinha, como panelas, frigideiras e assadeiras. Os revestimentos possuem alta resistência ao calor, boa estabilidade e permitem acabamentos texturizados.
A Akzo será a única empresa brasileira a fabricar formulações a pó para exteriores de utensílios domésticos. Além de permitir a variedade nas cores e acabamentos, a formulação a pó não causa danos ao meio ambiente, pois não tem solventes orgânicos em sua composição e é aplicada pelo processo de pintura eletrostática, com 98% de eficiência.

Para os cabos e outros acessórios de baquelite, foi desenvolvida a tecnologia soft touch, que confere uma textura emborrachada às superfícies. O revestimento possui alta resistência ao calor e à abrasão e não necessita de cura ou sinterização. Cláudio Vieira revela que a empresa importará algumas formulações reforçadas que aumentam a vida útil do revestimento e formulações com resina de poliéster e silicone, que os concorrentes não oferecem.
Segundo Nádia Corrêa, especialista em revestimentos antiaderentes da Akzo, além das formulações à base de PTFE, a empresa oferece opções em FEP (propileno etileno fluorado), que dá maior resistência química ao revestimento; PFA (perfluoralcóxi), que oferece maior dureza superficial; além das linhas IRS, que proporciona maior flexibilidade, e HTR, que aumenta a resistência do revestimento à chama. O uso do revestimento HTR evita a necessidade de usinagem do fundo das panelas, devido ao contato com a chama.
A investida da rival holandesa no mercado brasileiro, entretanto, ainda não assusta a líder DuPont. José Rubens Tavares, gerente da divisão de negócios de revestimentos industriais à base de fluorpolímeros no País, explica que a empresa já concorre com a Akzo em outros mercados e, portanto, os novos produtos que a rival trará para o mercado brasileiro são, a rigor, novidades de mercado e não inovações tecnológicas. Além disso, a multinacional norte-americana costuma liderar os mercados onde concorre no segmento de revestimentos antiaderentes. Mundialmente, a empresa domina o setor com cerca de 50% a 60% de participação em volume de produtos. O gerente evita revelar números, porém afirma que “os produtos da DuPont têm maior valor agregado que os similares concorrentes, e por isso a participação em receitas tende a ser ainda maior que a fatia em volumes”.
Perante a afirmação de que a Akzo fornecerá produtos sem concorrentes no mercado brasileiro, Rubens Tavares afirma que a DuPont procura considerar o valor agregado que o negócio pode gerar para definir sua atuação em determinado nicho de mercado. Na análise da companhia, ainda não há demanda no País que justifique a atuação em alguns segmentos do mercado de revestimentos antiaderentes. O executivo, porém, faz questão de ressaltar que a empresa possui diversas tecnologias, tanto para aplicações industriais como para utensílios domésticos, e assim que forem detectadas mudanças no mercado que justifiquem novos investimentos a companhia estará preparada para fazê-los.
A Dupont detém mais de 95% das patentes mundiais de antiaderentes. Desde 2001, toda a família de revestimentos para peças de cozinha da multinacional foi realinhada sob a denominação Teflon. Os produtos vão desde o Teflon Prima, o antiaderente tradicional, até o Teflon Platinum, o revestimento de maior durabilidade da linha. Segundo Rubens Tavares, “o Teflon é a marca mais sólida da DuPont, e queríamos que o selo de identificação do revestimento se tornasse também um selo de garantia”, referindo-se à etiqueta que as peças revestidas com o Teflon ostentam. Para obter o direito de utilizar revestimentos da DuPont e estampar o selo Teflon em suas peças, o fabricante deve submeter seus produtos a testes pré-determinados pela empresa. Aprovado nos testes, o cliente precisa avaliar e garantir a qualidade dos processos de fabricação das peças e aplicação dos revestimentos. Desse modo, o selo de certificação garante não só a qualidade do revestimento como da aplicação do produto e da peça revestida.

A Akzo, que divulgou investimentos de US$ 140 milhões em suas unidades brasileiras em 2002, ainda não fabricará os revestimentos que pretende vender aqui, assim como a DuPont, que não produz o Teflon no Brasil. No caso das formulações para exteriores de panelas, a tecnologia será importada da unidade italiana do grupo. Nádia Corrêa explica que esses revestimentos são aplicados por uma técnica própria da empresa, a roller coating. A técnica foi especialmente desenvolvida pela Akzo devido à necessidade de aplicações em discos, e utiliza três camadas (prime, mid e top coat) que são aplicadas na superfície do material a ser revestido.
Além dos revestimentos para exteriores de utensílios de cozinha, a Akzo também importará dos Estados Unidos formulações destinadas a uso industrial, com aplicação em spray. Na indústria, os revestimentos podem ser utilizados em ferramentas metálicas, vasos, tanques, conexões e tubulações para diminuir o atrito e proteger os utensílios, bem como selantes em bombas, compressores e válvulas, ou como anéis de enchimento para colunas recheadas. Cláudio Vieira informa que o grupo já definiu a produção dos revestimentos no País, mas prefere não adiantar detalhes, preocupado com a concorrência. Questionado sobre a disponibilidade de fornecedores de PTFE para o mercado brasileiro, o executivo revela que mundialmente os supridores da Akzo são a DuPont, a 3M e a Daikin.
Os revestimentos de ambas empresas receberam a aprovação da Fundação do Coração (Funcor), mantida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, por reduzirem – e em alguns casos até eliminarem – a necessidade de óleos e gorduras na preparação de alimentos. A DuPont, entretanto, foi a pioneira da iniciativa, ao sugerir que o Funcor realizasse testes para estudar a toxidez do Teflon.
A Akzo Nobel estima o mercado brasileiro de revestimentos antiaderentes em US$ 10 milhões, sendo 7% correspondentes a revestimentos exteriores. No Brasil, que responde por 80% da demanda por revestimentos na América do Sul, sua principal cliente da companhia é a Tramontina, mas a partir do início da fabricação do Trylon, no País, a Akzo pretende exportar seus produtos para Colômbia, Argentina e Venezuela.
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Boa tarde,
Com relação ao Trylon, como obtenho o produto e o processo para efetuar o revestimento antiaderente sobre rolo de alumínio texturizado para estampar placas de Isopor com a temperatura superficial do rolo térmico a 230 celsius ?