Resinas para Tintas – Vendas continuam em alta, mesmo com as turbulências do mercado

Resinas para Tintas, Vendas continuam em alta, mesmo com as turbulências do mercadoO cenário de recessão na Europa e nos Estados Unidos, com a consequente desaceleração da economia brasileira, parece não afetar o segmento de resinas para tintas imobiliárias. Na revisão das suas previsões, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) aposta em um crescimento modesto de 1% neste ano para as tintas utilizadas no mercado imobiliário, na comparação com os vigorosos resultados do ano passado.

“O mercado de resinas acompanha as perspectivas de crescimento do setor de tintas, que são bastante promissoras, particularmente no Brasil”, afirma Gisela Barona, gerente global de marketing da Clariant. “O desempenho é bom”, concorda Eider Amorim, gerente regional de vendas de dispersões para Tintas & Construção Civil da Basf. “No Brasil, a elevação das taxas de juros e a redução do crédito podem impactar no desempenho do mercado de tintas e de resinas, mas acreditamos que estes fatos sejam pontuais e que o ano fechará com resultado positivo para o setor.”

A Reichhold está otimista em relação ao crescimento econômico de suas resinas, pois a indústria da construção civil tem mostrado evolução e proximidade de grandes eventos, como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e a Olimpíada de 2016. “Gerarão significativo crescimento no consumo de tintas e resinas”, conjetura André Oliveira, supervisor de desenvolvimento de mercado e assistência técnica para coatings.

Por sua vez, Aguinaldo Soares, coordenador de negócios da Águia Química, diz que o setor vive um momento único, impulsionado por grandes investimentos dos governos federal e estaduais. A consequência é óbvia: “Há grande demanda pelo consumo de matérias-primas para tintas.”

Além dos investimentos em grandes eventos, Franco Faldini, gerente de marketing da Dow Coating Materials para América Latina, cita o aumento do consumo da classe C e os programas governamentais que deverão impulsionar o mercado habitacional durante os próximos anos.

“Isso tudo está totalmente conectado às inovações tecnológicas, já que o melhor desempenho, a redução de problemas ambientais e de riscos de contaminação geram uma forte e crescente necessidade por produtos mais amigáveis ao meio ambiente”, afirma Oliveira, da Reichhold. Para tanto, a empresa investe consistentemente para atender a essa demanda e também às necessidades futuras do mercado imobiliário.

No ano em que comemora cem anos no Brasil e na América do Sul, a Basf anunciou o seu maior investimento na região, superior a 500 milhões de euros: a empresa construirá um complexo produtivo em Camaçari-BA para a produção de ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes (SAP). Esta será a primeira fábrica de ácido acrílico e superabsorventes da América do Sul. Além disso, a Basf passará a produzir acrilato de 2-etil-hexila, insumo para as indústrias de adesivos e tintas especiais, no complexo químico de Guaratinguetá-SP. A construção do novo complexo de ácido acrílico começa este ano e a sua conclusão está prevista para o final de 2014. A unidade de Guaratinguetá, a primeira do gênero na América do Sul, deverá iniciar suas atividades em 2015, usando o ácido acrílico produzido em Camaçari.

“A produção local de ácido acrílico aumentará a disponibilidade dessa matéria-prima na região, assegurando o seu fornecimento para o mercado de tintas e vernizes. Além disso, trará maior agilidade e flexibilidade para nossos clientes e a cadeia de tintas como um todo. Com este investimento, a Basf passa a ser o único produtor de dispersões totalmente integrado na cadeia de matéria-prima na América do Sul”, destaca Alexander Gabriel Fas, gerente de marketing América do Sul Dispersões.

Química e Derivados, Alexander Gabriel Fas (esq.) e Eider Amorim, Basf, ácido acrílico
Fas (esq.) e Amorim: ácido acrílico nacional vai melhorar competitividade da indústria de tintas

Ele revela que a Basf planeja forte crescimento na região para os próximos dez anos, mantendo investimentos em tecnologias inovadoras e desenvolvendo resinas de alta qualidade, que aumentem a competitividade dos clientes e reduzam os impactos ao meio ambiente.

Ele relata que a Basf desenvolveu um verniz base água para aplicação em pedras, o Acronal BS 701, que possui altíssima resistência à água e é livre de alquilfenóis etoxilados (Apeo) e formaldeído, além de conter baixo teor de VOC. “Atualmente, a maioria dos vernizes presentes no mercado é base solvente e possui menor resistência à água em comparação ao Acronal BS 701”, explica.

E acrescenta duas novidades regionais. A primeira é o Micronal, microcápsulas de polímeros que melhoram o conforto térmico e, consequentemente, geram economia de energia. Também é o caso do Col.9, um ligante inovador para tintas de fachada, apresentado como uma dispersão polimérica com nanopartículas de sílica, que impede a impregnação de sujeira e aumenta a durabilidade das tintas para exteriores. A Basf produz, principalmente, resinas acrílicas estirenadas, acrílicas puras e estireno butadieno.

Faldini assegura que a Dow tem um compromisso com o desenvolvimento e busca diferenciações no mercado. “O Brasil é um mercado alvo para a Dow na área de tintas e revestimentos. A empresa continua oferecendo inovações, principalmente em mercados segmentados, como, por exemplo, soluções para interiores, resinas laváveis e com acabamentos especiais, como hidrorrepelência, baixo odor e baixo VOC. Em soluções para exteriores, a Dow aposta nas tintas que oferecem durabilidade, ou seja, resistência prolongada quando exposta a climas adversos.”

Em um mercado ainda marcado pelo grande consumo de resinas acrílicas estirenadas, a Reichhold, para manter o seu market share e oferecer alternativas com elevado desempenho, tem como produto principal o Arolon 21713, uma emulsão acrílico-estirenada que permite produzir tintas imobiliárias que atendam às mais recentes normas de qualificação, como explica Oliveira. Ao mesmo tempo, nas aplicações que demandam esmalte sintético, existe uma grande solicitação por produtos à base de água, para os quais a Reichhold tem apresentado a linha de emulsões alquídicas Beckosol Aqua, com baixo VOC e elevado teor de matérias-primas renováveis. “Em alguns casos, formuladores têm utilizado esta tecnologia para substituir os polímeros acrílicos”, afirma.

As tecnologias de alto desempenho, que já atendem ao apelo ecológico, são as que têm tido maior destaque. “Por isso, recentemente, a Reichhold lançou produtos como o Beckosol 15-278, que possui alto teor de sólidos, com grande participação de ingredientes de origem renovável, e que permite ao formulador obter produtos que atendam às variadas exigências para esmaltes sintéticos base solvente. Mas tecnologias base água têm sido cada vez mais solicitadas para estas mesmas aplicações e produtos como Beckosol Aqua e Beckosol Eco têm obtido grande aceitação”, declara Oliveira.

Como uma empresa detentora de tecnologias globais no que se refere ao fornecimento de resinas, a Reichhold possui uma linha bem versátil para o segmento de tintas imobiliárias que inclui resinas alquídicas base solvente puras e modificadas (linhas Beckosol e Amberlac); sistemas alquídicos base água em látex ou hidrossolúveis (linhas Beckosol Aqua, Beckosol Eco e Kelsol); sistemas acrílicos base solvente e em emulsão (linhas Arolon e Synthemul); e sistemas à base de óleos modificados base água e base solvente (linhas Urotuf e Amberlac).

A Dow conta com um portfólio de resinas acrílicas para o mercado imobiliário que inclui emulsões acrílicas estirenadas, vinil-acrílicas e acrílicas puras; dentro das linhas Primal e VSR. A Família VSR (Versatile Sheen Resins) é formada por emulsão “one size fits all” acrílica para tintas com diferentes acabamentos e que podem ser formuladas com baixo nível de VOC e baixo odor. Na linha à base de água, a Dow atua com emulsões acrílicas puras e também acrílico-estirenadas, com as especialidades Primal CS 4000 (cujo diferencial é a adesão sobre diversos tipos de substratos como, por exemplo, paredes em mau estado de conservação, além de oferecer alta resistência à alcalinidade, possuir excelente resistência ao esbranquiçamento quando usado para formular clears e vernizes).

Primal AC 337 N é uma emulsão acrílica pura, de grande durabilidade e resistência às intempéries, indicada para vernizes para aplicação em madeira. Pode ser utilizada em outros tipos de vernizes para alvenaria e concreto. Primal EC 2003 é uma emulsão estireno-acrílica do tipo elastomérica, com alto teor de sólidos, permitindo a formulação de tintas com alta elongação e tensão de ruptura. A emulsão Primal Ucar 379 G é vinil-acrílica, recomendada para tintas de alta resistência à limpeza, promovendo alto enchimento e aparência final requintada.

Química e Derivados, Pablo Cadavid, Clariant, resinas base aquosa
Cadavid: resinas base aquosa para atender à demanda verde

Pablo Cadavid, gerente global de produto e gerente de emulsões Brasil da Clariant, ressalta que a empresa oferece ao mercado uma série de formulações desenvolvidas sob medida para os clientes, de acordo com o perfil de seu processo produtivo e a aplicação de seus produtos finais. “Todas as nossas resinas – na forma de emulsões com a marca comercial Mowilith – têm base aquosa, atendendo à demanda cada vez mais forte por produtos ambientalmente corretos”, observa.

A Oswaldo Cruz Química, com unidade no bairro do Bonsucesso, em Guarulhos-SP, alia estrutura e alta tecnologia, possuindo certificação ISO 9001 e laboratórios completos. Segundo o diretor Julio Cesar Fortunato, a empresa “continua trabalhando no desenvolvimento de produtos inovadores e pretende apresentar novidades na feira da Abrafati”. A Oswaldo Cruz oferece uma linha completa para tintas imobiliárias, com ligantes, modificadores reológicos e dispersantes.

A Águia Química pretende, de acordo com Soares, investir pesado em tecnologia “e sair na frente dos concorrentes”. Hoje, o departamento de desenvolvimento “trabalha todo o tempo focado em sistemas de altos sólidos e em sistemas renováveis que possam suprir as demandas futuras”. Funcionários da Águia viajam pelo mundo participando de todas as feiras e congressos do gênero para conhecer as novidades do segmento. A empresa paranaense produz resinas alquídicas base água, sistemas poliuretanos base água e resinas específicas para a linha imobiliária, como Veova (vinil-éster do ácido versático), e as acrílicas de alto desempenho.

Inovações em crescimento – As resinas acrílicas estirenadas e as acrílicas puras dominam o mercado de pintura imobiliária. “A tendência ao acrílico premium continua firme e forte”, comenta Franco Faldini, da Dow Coating Materials para América Latina. Mas há outras resinas inovadoras despontando com forte potencial de crescimento.

Eider Amorim, gerente de vendas da Basf, dá o tom: “As resinas acrílicas estirenadas e as acrílicas puras continuam apresentando a maior participação no mercado, pois oferecem o maior valor para os fabricantes de tintas. Ou seja, os acrílicos ainda possuem o melhor custo/performance.” Ele salienta os benefícios em termos de qualidade e de redução do custo total da tinta, pois exigem menor dose de polímero e de aditivos na formulação.

Aguinaldo Soares, coordenador de negócios da Águia Química Ltda., empresa nacional com sede em Ponta Grossa-PR, lembra que, há alguns anos, as resinas vinil-acrílicas (PVAs) eram as preferidas do mercado, mas depois perderam espaço para as acrílico-estirenadas e as acrílicas puras. “Num determinado momento, o mercado migrou quase totalmente para as acrílicas graças às vantagens de aumento da resistência às intempéries, durabilidade, custo e também por ser um polímero único e multiuso, podendo ser utilizado nas tintas, seladores, massas, texturas e grafiatos, enquanto o PVA e as vinil-acrílicas têm limites nas suas aplicações.”

Segundo Amorim, têm amplas possibilidades de crescimento no mercado nacional as resinas que melhoram a lavabilidade e a resistência das tintas e que proporcionam maior produtividade para o formulador. “Além destas, resinas ligadas a nichos de mercado (como esmaltes base água e para pedras) e com tecnologias que reduzam os impactos ao meio ambiente também possuem grande potencial de crescimento”, acrescenta.

Na visão de André Oliveira, da Reichhold do Brasil, o mercado tem mostrado grande preocupação com a adoção de produtos com apelo ecológico. Por isso, “produtos que contenham baixo VOC e apelo de sustentabilidade têm a maior possibilidade de crescimento no segmento imobiliário”. A linha Beckosol Aqua atende a estas duas tendências de mercado.

A Dow busca, segundo Faldini, suprir as necessidades do mercado que procura soluções que ofereçam sustentabilidade, qualidade e, acima de tudo, que sejam inovadoras. Assim, “as resinas devem apresentar baixo nível de VOC e baixo odor, funcionalidades que vão além da decoração e proteção, e devem oferecer ainda qualidade superior, tanto para interiores (com baixo VOC e baixo odor) como para exteriores (resistência a intempéries e maior durabilidade quando expostas ao tempo e a raios UV)”.

“Os terpolímeros e os produtos mais ecológicos, bem como o apelo de baixo odor, por exemplo, têm perspectivas de crescimento no mercado brasileiro”, aposta Pablo Cadavid, da Clariant. “O mercado de tintas tende a seguir conceitos já estabelecidos na Europa, nos Estados Unidos e em alguns países da América Latina, ou seja, resinas mais ecológicas, e utilizar alta tecnologia, como nanotecnologia e polimerizações de alta performance”, diz.

Soares, da Águia Química, avalia que “está começando a haver uma mudança significativa com a aceitação da Veova, que atende a quase todas as aplicações das resinas acrílicas com boa resistência às intempéries e, principalmente, com menor custo”. Acrescenta que a Veova pode ser utilizada em aplicações como tintas, seladores e massa corrida para interiores. “Existe, porém, um risco alto, representado pelas flutuações de preço e disponibilidade da matéria-prima básica, fazendo com que ela possa apresentar preços semelhantes às estireno-acrílicas, perdendo competitividade.”

Julio Cesar Fortunato, diretor da Oswaldo Cruz Química, acredita que o sucesso de um produto depende de dois elementos: custo e qualidade. “Com a escassez e subida de preço dos monômeros acrílicos, a Oswaldo Cruz buscou desenvolver matérias-primas alternativas com o objetivo de manter um patamar de preço, sem prejudicar a qualidade. Esse alvo foi atingido com o Fortcryl 6200, um terpolímero acrílico com excelente custo e desempenho já aprovado pelo mercado”, afirma.

Química e Derivados, Franco Faldini, Dow , classe c, consumo de tintas
Faldini: consumo da classe C puxa o crescimento do setor

Alexander Gabriel Fas, da Basf, declara que, atualmente, o preço ainda dificulta o desenvolvimento do mercado de resinas inovadoras. No entanto, ela observa no Brasil uma tendência de diferenciação das tintas e o aumento do padrão de qualidade. “Apesar de o mercado ainda sofrer pressão por reduzir custos, com o aumento do volume será necessária maior segmentação e isso demandará resinas com características e funcionalidades mais específicas e inovadoras para cada tipo de aplicação”, prevê. Essa tendência deve ganhar mais força a exemplo do que ocorre na Europa e nos Estados Unidos, onde os fabricantes buscam se diferenciar cada vez mais, segundo ele.

Oliveira concorda com Fas. Quando analisado exclusivamente, o preço por quilo da resina impede a introdução de novidades no mercado. “Entretanto, a atuação estratégica de empresas como a Reichhold tem demonstrado que tecnologias inovadoras podem gerar custo final viável e acessível às tintas, em relação às tecnologias tradicionais da indústria imobiliária”, defende.

Faldini, da Dow, considera a questão preço “ainda um desafio para os grandes fabricantes”. E completa: “O mercado, contudo, está mais maduro, mais avançado, se comparado a outros da América Latina. Constatamos, por meio de pesquisas de mercado, que o consumidor já entende um pouco mais os benefícios que pode encontrar nas tintas e que ele está preparado para pagar um pouco mais por esses diferenciais”, revela.

Enquanto Fortunato, da Oswaldo Cruz, salienta que “o fator custo sempre é colocado como uma das prioridades na introdução de novas resinas; e o custo extra tem que ser justificado, trazendo algum benefício que valha a pena”, Cadavid, da Clariant, comenta que as decisões do mercado sobre resinas, no Brasil, estão diretamente atreladas ao custo de matérias-primas. E abre uma polêmica: “Aspectos altamente relevantes no mercado internacional, como qualidade e proteção do meio ambiente, ainda não são pré-requisitos para a fabricação de tintas, especialmente na área de vernizes no Brasil.”

Na sua opinião, para o mercado de tintas evoluir do ponto de vista de qualidade e cumprir com as metas de crescimento, alguns paradigmas precisam ser quebrados. “A tecnologia contribui de forma altamente favorável para o desempenho dos processos produtivos e do produto final, o que, em última análise, representará redução de custos”, explica.

O futuro é promissor nesse segmento. Fas, da Basf, sustenta que a tendência é o desenvolvimento de tecnologias de menor impacto ambiental, ou seja, resinas com baixo teor de VOC, APEO-free e sem amônia. “Além de concentrar esforços no desenvolvimento de tecnologias de menor impacto ambiental, a Basf está desenvolvendo resinas que possibilitem a redução da quantidade de dióxido de titânio empregado nas formulações, sem reduzir o poder de cobertura. Esta é uma forte tendência, pois o TiO2 é um insumo caro e escasso no mundo”, salienta.

Fas acrescenta que as resinas com propriedades que vão além da função de ligante também terão uma demanda crescente, ou seja, aquelas que proporcionam melhora da lavabilidade, resistência e aumento da durabilidade das tintas.

Oliveira, da Reichhold, não tem dúvida de que as tendências futuras estão focadas no apelo ecológico. “Produtos mais verdes terão papel importante para atender a essas necessidades; os fornecedores que tiverem resinas com baixo VOC e alto teor de matérias-primas renováveis estarão à frente”, diz. De maneira global, a Reichhold “já tem trabalhado neste sentido, comercializando várias resinas baseadas na tecnologia de látex alquídico, que, aqui no Brasil, é composta pelas linhas Beckosol Aqua e Eco”.

A Dow também tem constatado que cresce a procura por produtos mais sustentáveis, “e que facilitem a vida do consumidor de alguma forma, pela praticidade, oferecendo maior lavabilidade, com apelo ao bem-estar (baixo VOC e baixo odor), e maior durabilidade”, diz Faldini. Um dos principais desafios da sua divisão para os próximos anos é “trazer ao mercado novas tecnologias, como o Booster de TiO2, que reduz em até 18% o uso do pigmento na formulação, mantendo as propriedades da tinta”.

Pensando no futuro, Soares, da Águia Química, identifica duas vertentes: os sistemas base água e os de alto sólidos, ambos com preocupação ambiental e redução na emissão de VOC. Mas adverte que poderá haver um novo problema no futuro, porque, em alguns países, a água já é um produto escasso. Portanto, “podem surgir novas tecnologias utilizando materiais renováveis, algo semelhante ao que foi feito com o álcool para combustíveis”.

Amorim, da Basf, comenta que, com a maior diferenciação das resinas, a perspectiva é de abrir possibilidades para a adequação do custo/performance do produto final. “Por um lado, um nível de especialização e qualidade mais alto e, por outro lado, uma otimização dos custos das formulações”, diz.

Na avaliação de Gisela Barona, gerente global de marketing da Clariant, a mudança para outras tecnologias ainda é lenta, se compararmos com outros países, inclusive da América Latina. Contando com uma rede global de pesquisa e desenvolvimento, cujo laboratório central está localizado em São Paulo, a empresa está trazendo para o mercado uma nova linha de terpolímeros e um portfólio ecológico diferenciado, que serão apresentados durante a Abrafati 2011, em novembro.

Gisela acrescenta que, internacionalmente, “já existe uma forte aceitação das novas tecnologias de terpolímeros, sendo que muitos países já mudaram dos tradicionais copolímeros à base de estireno-acrílico ou vinil-acrílico para eles”, salienta. Os terpolímeros são considerados resinas mais competitivas, com performance diferenciada e que atendem às exigências e às normas do mercado brasileiro.

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