Reconhecimento às mulheres – ABIPLA

Em 8 de março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher e, no dia 11 de fevereiro, foi comemorado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, instituído em 2015 pela ONU – Organização das Nações Unidas, com o objetivo de promover a igualdade de gêneros e combater as barreiras sociais que fazem com que apenas uma em cada três pesquisadores de ciência e engenharia no mundo seja mulher.
Apesar do número ainda baixo em nível global, as mulheres conquistam espaço nas academias científicas e o Brasil é um bom exemplo nesse aspecto.
Segundo um levantamento do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, as mulheres representam 43,7% dos pesquisadores científicos no Brasil, além de somarem 53% dos bolsistas de mestrado e doutorado, de acordo com dados divulgados pela Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
Na produção de artigos científicos, as mulheres assinam nada menos que 72% dos materiais produzidos e as aplicações práticas de suas descobertas têm melhorado a qualidade de vida de milhões de pessoas pelo mundo.
Como exemplo, temos as brasileiras Jaqueline Goes e Ester Sabino fizeram parte da equipe que sequenciou o genoma do novo coronavírus (Covid-19).
Como presidente da Abipla, acompanho de perto o progresso feminino nas pesquisas acadêmicas e no desenvolvimento das empresas. Somos uma referência de isonomia de oportunidades, já que nossa diretoria tem a participação paritária de 15 mulheres e 15 homens e sou a primeira executiva a exercer a presidência em 46 anos de fundação da entidade.
No setor químico, temos algumas ações que merecem menção, como o Prêmio Mulheres Latino-Americanas na Química (2022) que foi vencido pela pesquisadora brasileira Juliane Pereira dos Santos e o registro de que as meninas e jovens mulheres já representam 55% das inscrições nos torneios nacionais e regionais de química para estudantes do Ensino Médio.
A publicidade das premiações e conquistas é a inspiração para que muitas estudantes talentosas cheguem ao mercado de trabalho e ocupem cargos de liderança nos próximos anos.
Isonomia é necessária
Como sociedade e representantes da indústria, podemos fazer muito mais para garantir melhores condições para que as mulheres possam produzir mais na ciência e nas empresas nos mais diversos setores.
Atualmente, as trabalhadoras brasileiras têm um rendimento médio 20% inferior ao dos homens no exercício da mesma função, apesar de possuírem a mesma ou melhor qualificação educacional.
Pasmem, ainda somos preteridas, sob as sombras do machismo estrutural, na seleção cargos de liderança por sermos mulheres e mães.
Entendo que cada empresa tem sua própria cultura e planos de carreira, mas ações simples podem ajudar muito a ascensão profissional das mulheres.
Sistemas de paridade salarial, programas de lideranças femininas e políticas eficazes contra o assédio favorecem um clima organizacional produtivo, mais qualidade de vida dos colaboradores, são valorizadas pelos consumidores e, consequentemente, beneficiam a corporação como um todo.
A adoção de práticas responsáveis, inclusivas e que promovam a geração de valores aos seus públicos de relacionamento integra os requisitos da agenda ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa, em inglês) e que eleva o patamar da empresa socialmente comprometida com melhores práticas de governança.
A pesquisa mais recente da McKinsey apontou que as companhias com maior diversidade de gênero em suas equipes executivas têm probabilidade 21% maior de ter lucratividade acima da média.
Acredito em uma sociedade inclusiva, com igualdade de oportunidades, de mãos dadas com o progresso econômico e social, capaz de valorizar as pessoas independentemente do gênero!
Por Juliana Marra

Juliana Marra é graduada em Química Industrial pela Faculdade Oswaldo Cruz, com especialização em Relações Governamentais, no Insper, e Executive MBA, na Fundação Dom Cabral.
Ela é a atual Presidente da Abipla – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional.
Fundada em 1976, a Abipla representa os fabricantes de sabões, detergentes, produtos de limpeza, polimento e inseticidas, promovendo discussões sobre competitividade, inovação, saúde pública e consumo sustentável.
Seus associados representam o mercado de higiene, limpeza e saneantes do Brasil, setor que movimenta R$ 32 bilhões anuais e responde por cerca de 90 mil empregos diretos.
ABIPLA
A Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) foi fundada em 12 de Novembro 1976 com o propósito de representar o setor perante os agentes públicos; promovendo discussões sobre competitividade, inovações, saúde pública e consumo sustentável.
Atualmente, a entidade é referência nacional em assuntos regulatórios e tributários, combate à contrafação (clandestinidade) e adequação às normas de proteção ao meio ambiente. Para a sua elaboração, a Abipla se inspirou nas mais modernas tendências globais sobre o tema, com destaque para as seguintes áreas: redução de produtos químicos em geral, redução da geração de embalagens, redução da emissão de gases de efeito estufa, diminuição do consumo de energia e otimização do uso da água.
Em 1995, a entidade também passou a representar o setor junto ao Comitê de Indústrias de Productos de Limpieza Personal, Hogar y Afines Del Mercosur (Coinplan) e, em 2005, junto à Asociación Latino-Americana de Artículos Domisanitários y Afines (Aliada).
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