Reciclagem evolui no Brasil – ABIPLA

Reciclagem é um tema sempre presente nas discussões estratégicas das indústrias de produtos de limpeza e creio que vale destacar alguns números recentes registrados pelo nosso setor como forma de estímulo à economia circular.
O primeiro deles diz respeito às 163.845 toneladas de massas de embalagens recuperadas e encaminhadas para reciclagem em 2022, por meio do programa de logística reversa Mãos pro Futuro. O volume é 11,3% maior que o apurado no balanço de 2021.
O programa é uma iniciativa criada e coordenada pela Abihpec – Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos e realizado em parceria com a Abipla e a Abimapi – Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados.
Vale destaque, ainda, um dado apurado em levantamento interno da Abipla que aponta que, ao somar a participação das indústrias de limpeza em todos os programas de logística reversa dos quais essas empresas fazem parte, nossos associados respondem por aproximadamente 70 mil toneladas de resíduos encaminhados para reciclagem.
A reciclagem promove a inclusão social
O aumento no volume é uma ótima notícia, ainda mais ao lembrarmos que a reciclagem exerce papel de inclusão social para milhares de catadores no País, que conseguem, com a coleta e o encaminhamento de materiais à reciclagem, estabelecer uma fonte de renda e contribuir para a construção de uma economia circular efetiva.
Uma prova da importância do trabalho dos catadores nesse ciclo é que, de acordo com informações do Atlas Brasileiro da Reciclagem, esses profissionais são responsáveis pelo encaminhamento de 90% de todo o volume de embalagens que chega às indústrias recicladoras. Além disso, 64% das unidades de triagem municipais são geridas por associações ou cooperativas de catadores.
Outro dado que chama a atenção na publicação é que, de acordo com relatório do Snis – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, dos pouco mais de 1,6 mil municípios que declaram contar com coleta seletiva, 42% deles realizam esse serviço exclusivamente por meio dos catadores.
O Atlas, que é compilado pela Ancat – Associação Nacional dos Catadores, traz ainda os índices de reciclagem de diversos produtos: papel em geral (66,9%), aparas marrons (79,8%), latas de alumínio (98,7%), latas de aço (47,1%) e plásticos pós-consumo (23,1%). Os dados são relativos ao período entre 2019 e 2021.
Avanços no setor em sustentabilidade
Apesar do índice um pouco abaixo da recuperação do plástico, vale destacar que houve aumento de 33,9% no volume de resina pós-consumo produzida no período entre 2018 e 2021, segundo informações divulgadas na 4ª Pesquisa Anual de Índice de Reciclagem no Brasil, do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast).
Isso pode significar que, em alguns anos, teremos no mercado maior disponibilidade de plásticos reaproveitados para uso pela indústria que, certamente, será absorvida pelo mercado de embalagens. Falo isso porque, hoje, o setor de produtos de limpeza, por exemplo, utiliza uma grande quantidade de plásticos reciclados e nem sempre a oferta é suficiente para atender à demanda de nossos associados.
Muitas das empresas que fazem parte do nosso setor, por sinal, trabalham com metas agressivas de produção sustentável, sendo que algumas já tomaram a decisão de utilizar somente embalagens recicladas para acondicionar seus produtos, além de implementar processos que diminuem a geração de resíduos e poluição de suas operações.

Lembro, ainda, que nosso setor cumpre, na integralidade, a meta setorial proposta na Política Nacional de Resíduos Sólidos, com investimento constante em pesquisa e desenvolvimento para que tenhamos produtos de limpeza cada vez mais eficazes, sustentáveis e com maior biodegradabilidade.
Por isso, afirmo, sem exageros, que todo o nosso setor tem a sustentabilidade como base de seus planejamentos estratégicos.
Apesar de reconhecer que o Brasil ainda tem muito a melhorar em índices de recuperação de materiais e sustentabilidade, entendo que, pouco a pouco, estamos construindo um ambiente que valoriza, cada dia mais, a questão ambiental. E a reciclagem é um ponto central deste movimento.
Vamos em frente!
Paulo Engler é diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla).
Abipla
Fundada em 1976, a Abipla representa os fabricantes de sabões, detergentes, produtos de limpeza, polimento e inseticidas, promovendo discussões sobre competitividade, inovação, saúde pública e consumo sustentável. Seus associados representam o mercado de higiene, limpeza e saneantes do Brasil, setor que movimenta R$ 32 bilhões anuais e responde por cerca de 90 mil empregos diretos.
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Para informações sobre reciclagem, consulte o Guia QD, a maior plataforma de compra e vendas do setor.
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