Plástico – Autopeças passam por aperto – Perspectivas 2015
As previsões não se mostram favoráveis para os fabricantes de autopeças. Não existem estatísticas específicas para as empresas especializadas em transformação do plástico, que representam importante fatia do segmento. Para 2015, a expectativa do setor como um todo é de faturamento de R$ 75,9 bilhões, com crescimento de 0,6% em relação ao ano passado, quando o faturamento estimado foi de R$ 75,4 bilhões.
Apesar da evolução, os números não são animadores. Em 2013, o setor havia faturado R$ 85,6 bilhões, 12% a mais do que em 2014. Outro dado preocupante se concentra nos investimentos estimados para 2015, na casa dos US$ 759 bilhões. Em 2014, eles foram da ordem de US$ 754 milhões, contra US$ 1,9 bilhão em 2013.
Até o mês de outubro, as vendas de veículos novos apresentaram queda de 8,7%. As vendas para as montadoras, que representam quase 70% do mercado do setor de autopeças, caíram 16,7% no período de janeiro a outubro, comparado com o mesmo período de 2013. Em contrapartida, o mercado de veículos usados obteve crescimento de 6,5%. Apesar desse movimento, as vendas para a reposição no acumulado de janeiro a setembro foram inferiores às do igual período de 2013, com queda de 3,7%.
“No ano passado houve redução de mais de R$ 10 bilhões em nosso faturamento. Os dois principais motivos para a queda são a diminuição na produção das montadoras no mercado local e as dificuldades enfrentadas pela Argentina, o principal destino de nossas exportações”, analisa Paulo Butori, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
Os desafios a serem enfrentados em 2015 continuam os mesmos. Vale lembrar que a redução do IPI, arma usada nos últimos anos para incentivar a venda de automóveis, foi suspensa no início do ano. Com a medida, os preços finais dos novos sobem e podem influenciar de forma negativa nas vendas das montadoras. Outros problemas a serem enfrentados são o crescimento das importações e a dificuldade para exportar. “Produzir em nosso país é muito caro. Somos pouco competitivos se comparados a nossos concorrentes externos”, avalia.
De acordo com Butori, as dificuldades prognosticadas para 2015 têm algumas atenuantes. “Entendemos que a obrigação de aquisição de peças no Brasil por parte das montadoras que querem o benefício da redução do IPI pode trazer bons resultados”. Para o dirigente, embora esse efeito ainda não seja claramente observado, a rastreabilidade implantada pelo programa Inovar-Auto e a desvalorização do real podem diminuir a importação de autopeças e favorecer as compras locais.