Petróleo & Energia – OTC 2010: Novidades na área

A OTC de Houston serviu como pano de fundo para diversos anúncios que têm a ver diretamente com o mercado brasileiro. A começar pela formalização do anúncio da primeira OTC Brasil, em outubro de 2011, o primeiro evento que se realizará fora dos EUA com esse nome. “O objetivo é alcançar novos públicos”, declarou a chairman da OTC, Susan Cunningham, vice-presidente de Exploração da Noble Energy, reconhecendo que o evento ainda é majoritariamente norte-americano.

Os desafios tecnológicos em operações em águas profundas e ultraprofundas e no pré-sal serão o mote central do evento brasileiro, que deverá começar pequeno, com cerca de 4 mil participantes, nas previsões da executiva. “A OTC também começou pequena em Houston”, lembrou Cunningham. “A decisão de realizar o evento no Brasil se deu de uma reflexão: para onde irá a indústria no futuro? As grandes descobertas no pré-sal e o crescimento da Petrobras mostraram uma tendência”, explicou, acrescentando que a questão do conteúdo nacional também deverá permear os debates, uma vez que é o grande desafio para a inserção de estrangeiras nesse mercado.

O projeto de Perdido, da Shell, no Golfo do México, dividiu as atenções com o sistema de bombeio do campo BC-10, no Parque das Conchas, em águas profundas da parte capixaba da bacia de Campos. Recorde de produção em lâmina d’água (2.450 metros), Perdido é inovador, por ter um Direct Vertical Access (DVA), que possibilita a conexão de vários poços a uma plataforma SPAR (unidade flutuante apoiada sobre um ou mais cilindros metálicos) por meio de um riser rígido complacente.

No BC-10, que figura entre os principais investimentos da Shell, tendo por sócias a Petrobras (35%) e a indiana ONGC (15%), o destaque está no sistema de separação e bombeio em alta pressão, alimentado por bombas elétricas de 1.500 HP que ajudam a extrair o petróleo pesado, facilitando o percurso de 1.800 metros até a plataforma. A tecnologia, que bombeia o gás natural para dentro do reservatório Ostra, reduzindo a queima de gás e emissões de CO2, poderá ser replicada no desenvolvimento do campo Perdido.

Novas empresas – De olho no interesse das estrangeiras em fazer parcerias com quem conhece o mercado brasileiro, empresas brasileiras também tiveram seu momento de luzes. A mais badalada foi a Barra Energia, capitaneada por João Carlos de Luca, ex-presidente da Repsol YPF no Brasil e presidente do IBP, e Renato Bertani, ex-presidente da Petrobras America, atual presidente e CEO da Thompson & Knight Global Energy Services e vice-presidente do World Petroleum Council (Conselho Mundial do Petróleo). A nova companhia independente de petróleo obteve um aporte de US$ 500 milhões do First Reserve Corporation (FRC), um dos grandes grupos de investimentos do setor de energia, que administra fundos com um total de US$ 19 bilhões em ativos. É o primeiro investimento direto em uma empresa brasileira.

Outra empresa, a Orteng Engenharia, anunciou sua entrada na construção naval, por meio de uma parceria com a Construcap. O objetivo das duas é arrebanhar uma fatia de um mercado aquecido, principalmente na montagem de módulos de produção, integração e load-out, e até mesmo na fabricação de jaquetas e plataformas semissubmersíveis.

Vão concorrer com outra nova parceria que está sendo inaugurada no mercado brasileiro, entre a norte-americana VME Process e a brasileira Alusa Engenharia, que tem forte atuação na área de refino. A ideia das duas é somar conhecimentos para montar uma planta fabril de módulos de processamento para unidades offshore.

A mineira TecnoFink, da área de manutenção industrial, também anunciou boas novas: além de apresentar o OxiFree, produto que chega ao mercado oferecendo trinta anos de garantia contra corrosão em peças metálicas (já foi qualificado pela Petrobras), fechou parceria com a norte-americana NRI (Innovative Composite Solutions), de olho no segmento de reparos de tubulações. No Brasil, é claro.

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