Plástico – De olho no mercado externo, empresas procuram o PICPlast – Perspectivas 2016
Dólar em alta, mercado interno fraco. Condições ideais para os transformadores apostarem suas fichas no mercado externo. O cenário não poderia ser mais adequado para as empresas interessadas em exportar buscarem os benefícios do Programa de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), lançado em 2013 por iniciativa da Braskem e da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).
Seu objetivo, independente dos fatores macroeconômicos pelos quais o país passa, é desenvolver a cultura exportadora entre os participantes, promovendo a inserção internacional, a capacitação do empresário na formação de preço para exportação e a orientação para identificar oportunidades de negócios e praticar estratégias eficientes de divulgação e marketing internacional. Em outras palavras, investir na geração de divisas e no crescimento sustentável da cadeia produtiva do setor. Vale ressaltar: o programa foi criado em uma época na qual o real estava valorizado e os produtos brasileiros sofriam para chegar ao exterior por causa de sua baixa competitividade.
Para dar suporte ao PICPlast foi criado, no final de 2014, um Fundo Setorial, que recebe aportes financeiros dos produtores de resinas e transformadores para subsidiar as ações de promoção das vantagens do plástico, programas de educação ambiental e consumo responsável, comunicação e suporte para ampliação da reciclagem do plástico no Brasil. Até dezembro o plano já recebeu a adesão de mais de 300 empresas do setor plástico em todas as regiões do Brasil e arrecadou R$ 2,7 milhões.
Resultados – Passados dois anos, a iniciativa tem sido muito bem avaliada pelos seus criadores. “O plano tem cumprido seu propósito, que é contribuir para o desenvolvimento de um novo ciclo para a indústria do plástico, baseado no planejamento e na capacitação empresarial de todos os agentes”, afirma José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast. O otimismo é compartilhado pelo vice-presidente de Poliolefinas, Vinílicos e Químicos Renováveis da Braskem, Luciano Guidolin. “O PICPlast tem proporcionado aos empresários boas oportunidades para se manterem competitivos no mercado global, especialmente em um momento delicado da economia”.
Os resultados comprovam o sentimento positivo. Desde o seu lançamento, mais de 900 empresas foram beneficiadas por ações desenvolvidas pelo plano, envolvendo mais de 1.500 profissionais. Foram exportados, com a ajuda do projeto, em torno de 70 mil toneladas de resinas transformadas até dezembro de 2015, volume que movimentou R$ 80 milhões.
A tendência é de que esse número cresça cada vez mais. Para tanto, a capacitação dos empresários brasileiros é fundamental. Boa parte dos transformadores não está familiarizada com os caminhos tortuosos a percorrer para ser bem sucedido nas exportações. Nesse aspecto, o PICPlast vem atuando fortemente. O projeto promoveu diversas iniciativas, como feiras, seminários e capacitações. Os programas foram realizados em parceria com instituições como a Fundação Dom Cabral, Think Plastic Brazil, Aduaneiras, Advisia, Inventta, Towsend Solutions, Cambridge – Institute for Family Enterprise.
Em 2015, o PICPlast também firmou parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Assim, a partir de 2016, será oferecido ao setor um programa educacional e consultorias sobre desenvolvimento gerencial para estimular o crescimento das micro e pequenas empresas que atuam na cadeia produtiva do plástico.
Em paralelo, alguns projetos começam a ser viabilizados. É o caso do “Movimento Plástico Transforma”, voltado aos colaboradores da indústria de transformação, cuja meta é disseminar informações qualificadas sobre o plástico. Posteriormente, o movimento alcançará outros públicos, ampliando o conhecimento da sociedade como um todo sobre a importância do plástico na vida das pessoas.
Outra iniciativa é o mapeamento que está sendo desenvolvido pela Fundação Instituto de Administração (FIA) sobre a indústria de reciclagem no Brasil, que vai embasar várias ações a serem postas em prática a partir deste ano. Também no campo da reciclagem, o PICPlast desenvolve um planejamento para a coleta e triagem de resíduos recicláveis na região do ABC paulista. O trabalho, desenvolvido em parceria com a consultoria Mãos Verdes, deverá durar um ano.