Perspectivas 2012 – Tintas – Metas habitacionais devem sustentar crescimento de 4% neste ano
O crescimento da demanda em 2011, aquém das projeções e expectativas, não esmoreceu o setor de tintas e vernizes. Ao contrário, o volume comercializado de 1,382 bilhão de litros foi recorde, embora tenha sido inferior ao anteriormente esperado, de 1,450 bilhão de litros, e tenha superado em apenas 1,7% a marca de 1,359 bilhão de litros de 2010.
Os resultados, considerados positivos por ter sido a base de comparação muito alta do ano anterior, refletem as políticas de valorização do real perante o dólar e também se devem à desaceleração da economia.
Do total produzido, 1,105 bilhão de litros corresponderam às vendas de tintas imobiliárias, segmento com 2% de crescimento no comparativo de vendas com 2010.
Nos demais segmentos responsáveis por movimentar a cadeia setorial, como as tintas automotivas originais, de repintura automotiva e industriais, esse aumento foi de 1%, resultando na média geral de 1,7%.
“Crescemos pouco em 2011, mas deveremos alcançar melhores resultados em 2012”, afirmou Antonio Carlos de Oliveira, presidente do conselho diretivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas.

Ao projetar maior crescimento em 2012, por volta de 4%, o presidente da Abrafati considerou um elenco de oportunidades e eventos que irão propiciar mais desenvolvimento ao setor. Entre eles estão a construção de 23 milhões de novas moradias até 2022, meta que deverá contribuir para diminuir o déficit habitacional no país, e R$ 2 trilhões em investimentos programados para implementar obras no setor de infraestrutura.
“Somente a construção de 23 milhões de novas moradias deverá gerar uma demanda correspondente a 1,4 bilhão de litros de tintas e todas as obras previstas somadas deverão aumentar o consumo per capita brasileiro de tintas, atualmente em torno de 7,2 litros/ano, elevando esse número a fim de torná-lo mais próximo dos consumos per capita encontrados nos países desenvolvidos, hoje em torno de 15 a 20 litros”, considerou Oliveira.
Para superar obstáculos ao maior desenvolvimento do setor nos últimos anos, várias iniciativas têm partido da Abrafati, em defesa da menor tributação do setor de tintas e de sua maior rentabilidade.
Sob o aspecto das finanças, aliás, o faturamento líquido na moeda local em 2011 deverá ficar em torno de R$ 7,43 bilhões, representando 8% de crescimento sobre o montante do ano anterior, de R$ 6,88 bilhões. Em dólares, o faturamento líquido foi calculado em US$ 4,5 bilhões, o que representa 14,8% de crescimento em relação ao montante de 2010, de US$ 6,88 bilhões.
Os desafios relacionados com a elevada carga tributária incidente no setor continuarão a ser alvo, em 2012, dos pleitos da Abrafati nas várias instâncias governamentais. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as tintas imobiliárias em base água, prorrogada até dezembro de 2012 pelo decreto 7.660 (de dezembro de 2011), revelou-se bastante positiva. Desde 1º de abril de 2009, isentas de IPI, de acordo com o decreto 6.890, que beneficiou 30 itens da cesta básica de materiais para construção, essa categoria de tintas continuará contando com o estímulo fiscal para impulsionar as vendas ao consumidor.
Em dezembro de 2011, acatando os argumentos apresentados pela Abrafati de que a produção local somente se revela capaz de atender a um terço da demanda interna, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), por meio da resolução número 97, também prorrogou por mais um ano a redução da alíquota do Imposto de Importação para o dióxido de titânio (TiO2), de 12% para 2%. Idêntica redução do tributo, porém em caráter permanente, foi alcançada pelos importadores de monômero de acetato de vinila (VAM), por meio de resolução nº 9 da Camex.