A indústria brasileira de máquinas e equipamentos fechou o ano de 2001 com faturamento de R$ 30,11 bilhões, aumento de 11,1% em relação ao ano anterior.
Esses dados foram apresentados pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Carlos Delben Leite.
Ele estimou para o setor crescimento de 5% a 6% em 2002, com a seguinte ressalva:
“Alcançaremos essa marca desde que se observe o decréscimo da taxa de juros e a economia dos Estados Unidos apresente recuperação já no final do terceiro trimestre.”
Delben Leite aposta, no entanto, na busca por novos mercados como o caminho para uma retomada do crescimento neste ano.
Delben – busca por novos mercados e acordos.
“Precisamos investir em modernização e, principalmente, fazer acordos bilaterais com países de nível tecnológico semelhante ou inferior ao nosso”, comentou.
Na opinião do presidente, por causa da crise argentina e da recessão norte-americana, em 2001, o empresariado já se viu obrigado a procurar mercados alternativos, o que garantiu o saldo positivo do setor.
As exportações apresentaram no ano passado crescimento de 2,1%, em relação ao ano anterior, passando de US$ 3,51 bilhões para US$ 3,59 bilhões.
A maior parte das vendas ao exterior, no valor de US$ 1,23 bilhão, foi destinada aos países integrantes do Nafta (Estados Unidos, Canadá, México e Porto Rico), enquanto que as exportações para o continente europeu somaram US$ 866,96 milhões.
O montante exportado para a Ásia totalizou US$ 242,94 milhões; para a África, US$ 117,65 milhões e para a Oceania, US$ 13,20 milhões.
O Brasil perdeu participação de mercado no Mercosul, passando a ter 16,53% do mercado de máquinas e equipamentos, contra os 21,8% em 2000.
Nos Estados Unidos também houve queda. As exportações caíram de 35,5%, em 2000, para 26,63% em 2001.
Mas as perdas foram compensadas em outras regiões, como a Europa que registrou 24,14% de participação do Brasil em 2001, contra os 19% registrados no ano anterior.
Outro exemplo é o Oriente Médio, onde o Brasil tinha uma participação insignificante e, em 2001, passou a deter 1,5% do mercado.
A crise cambial e a situação da Argentina também determinaram a suspensão de investimentos no setor.
A indústria de máquinas e equipamentos investiu R$ 2,47 bilhões no ano passado, sendo que o previsto era R$ 3,65 bilhões. Para 2002, a perspectiva é de aumentar este valor para R$ 3,86 bilhões.