Manutenção Industrial – Confiabilidade

Desde que assumiu a perspectiva do trabalho de manutenção como nova tática para a gestão de ativos no planejamento da empresa, o presidente da Fábrica Carioca de Catalisadores (FCCSA), engenheiro Edson Kleiber de Castilho, conseguiu baixar a ocorrência de paradas não programadas da marca de 14 dias para sete dias por ano. Durante um processo desenvolvido ao longo de cinco anos, foram obtidos resultados de até 40% no MTBF (Mean Time Between Failures, ou tempo médio entre falhas) para os principais equipamentos. No resultado final da produção, Castilho calcula que as mudanças de mentalidade em relação ao verdadeiro papel da manutenção serviram como chave para os aumentos de rentabilidade registrados atualmente (entre 30% e 35%), com maior aproveitamento do tempo em todas as outras divisões da fábrica.

Elo para a autossuficiência – O ajuste das paradas programadas para manutenção passou a ser agendado para os períodos de mercado em refluxo, quando as demais divisões da planta podem se dedicar ao atendimento dos clientes e ao relacionamento com a fonte produtiva, entre outras atividades. “Os benefícios diretos e as vantagens indiretas da manutenção bem feita dos ativos, de certa forma, abrem a possibilidade de manutenção de todas as demais gerências envolvidas no processo produtivo, das etapas da escolha e utilização de matérias-primas até o atendimento ao cliente final nas consultas de pós-venda”, afirma.

Engenheiro mecânico da Petrobras, Castilho foi deslocado há 25 anos de seu cargo na empresa para assumir a direção da FCCSA – uma unidade idealizada no contexto da formulação de uma estratégia de autossuficiência, em caso de bloqueio do fornecimento externo dos catalisadores necessários ao refino de petróleo. Na cadeia produtiva da Petrobras, a FCCSA passou a ser o elo fundamental para o refino de gasolina (iso-octano) e GLP (propano+butano) por meio do craqueamento catalítico dos gasóleos, pelo qual moléculas orgânicas complexas e cadeias longas são quebradas em moléculas mais curtas (hidrocarbonetos leves), nas unidades de craqueamento catalítico.

Diferencial incomparável – No amadurecimento da proposta da indústria de operar tecnologia que produz e distribui soluções com catalisadores e aditivos para refino, a FCCSA firmou parcerias para agregar valores, o conhecimento acumulado e a tradição de duas referências globais do setor petrolífero: a própria Petrobras e a norte-americana Albemarle Corporation, que detêm 50% de participação no empreendimento. Essas associações propiciaram à FCCSA a absorção de níveis arrojados em tecnologia, além de obter outros subprodutos derivados naturalmente no desenvolvimento da planta em seu portfólio, com o aperfeiçoamento técnico dos recursos humanos: “Estabelecemos internacionalmente um diferencial incomparável com a prestação de serviços técnicos e logística”, anuncia Castilho.

Os novos paradigmas que balizam os investimentos dirigidos para manutenção dos ativos da Fábrica Carioca de Catalisadores tiveram seu foco na confiabilidade nos equipamentos, com base na premissa de que a meta dependeria antes também da confiabilidade nos recursos humanos treinados e certificados, com capacidade de intervenção, agilidade de acesso e segurança nas operações.

Os pontos de mutualismo e dependência no inter-relacionamento da área de operação com a manutenção foram identificados para se criar os protocolos de atuação conjunta. Com acuidade, o pessoal no entorno da linha de operação pode mais facilmente constatar a necessidade de intervenção da área de manutenção para prevenir ou remediar o agravamento de quaisquer alterações nos níveis de ruídos, fumaça, vazamentos e alterações de temperaturas aparentemente nocivos, antes de uma pane total dos equipamentos.

Na FCCSA, os fundamentos das ações têm base nos conceitos de manutenção preventiva, por exemplo, com o acompanhamento das válvulas de controle e de equipamentos rotativos como turbinas e bombas para transferência de produtos; e a preditiva – que permite a intervenção planejada sem interrupção do processo, auxiliado por um equipamento de reserva. Os investimentos em manutenção representam 5% do ativo da planta (entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões anuais).

Entre os procedimentos de manutenção preventiva da FCCSA, consta o planejamento de uma paralisação anual da planta para verificar a necessidade de sobressalentes de todos os equipamentos. Nos diagnósticos dos serviços preditivos de manutenção em equipamentos rotativos e válvulas de controle o índice de acerto do diagnóstico é de 99%.

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