Incidência de doenças ampliou venda de repelentes de insetos – ABC Cosmetologia
Texto: Engª. Enilce Maurano oetterer
Em artigo anterior descrevemos a classificação dos repelentes de insetos como produtos cosméticos e suas formas de apresentação; os estudos de eficácias e sua regulamentações e as suas principais matérias primas de ação repelente aprovadas pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de forma abrangente.
Em continuidade a este estudo, apresentaremos o atual Cenário dos Repelentes no mercado brasileiro e sua evolução, no que se refere à prevenção de doenças transmitidas pelos diversos mosquitos, não só relativo ao Aedes aegypti, mas também do Anopheles gambiae Anopheles gambiae, Anopheles funestus, Aedes albopictus denominados vetores de transmissão da doenças da Dengue, Chicungunya e Zika Virus e mais recentemente da Febre Amarela e Malária.
De acordo com a pesquisa Nielsen realizada em 2016, o mercado de repelentes no Brasil ocupa a 4ª posição no mundo, atrás dos Estados Unidos, Canada, Argentina e está organizado por:
• Tipos de Produtos: Sprays, Aerossóis, Cremes e Loções, Géis, Misturas Líquidas entre outros.
• Canais de Distribuição: Supermercados, Drogarias, Lojas especializadas e Lojas On-Line.
• Principais Regiões: Capitais, Cidades do Norte, Nordeste, Sudoeste, Sul, pequenas cidades, regiões rurais.
Fig. 1 Ponto de vendas em supermercado – Foto por Enilce M. Oetterer
A Evolução do Mercado:
No período entre 2013 a 2015, o Brasil é o país com maior incidência da doença da Dengue na América Latina e o número de ocorrências avança cada vez mais.
Segundo o Ministério da Saúde, o número de casos aumentou 148%, chegando a mais de um milhão, sendo 65% na região Sudeste do país.
Em 2016 a expansão das vendas neste segmento teve um ritmo maior nos últimos anos, beneficiando a indústria.
Fig. 2 Evolução de vendas em unidades e valores Gráficos elaborados por: E. M. Oetterer Fonte Nielsen Radar
Fig. 3 Crescimento em Unidades (%) Gráficos elaborados por: E. M. Oetterer
A conscientização da população sobre o uso dos repelentes tem sido uma preocupação mundial das autoridades sanitárias. De acordo com as pesquisas realizadas pela Allied Market Research *(2) os principais fatores que afetam o mercado mundial de repelentes de mosquitos estão relacionados com as seguintes situações:
Fig 4. Tendências de 2015 a 2020 – Fonte : Allied Market Research
O Contexto brasileiro:
Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Ipsos com 1,2 mil pessoas nas cinco regiões do Brasil revelou que apenas 27% das pessoas usam repelente, sendo que a principal causa para o brasileiro ainda não usar o repelente é o preço e a falta de hábito.
O Boletim Epidemiológico, editado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, elaborado pelo Ministério da Saúde para os casos de monitoramento e investigação de doenças específicas sazonais, apresenta os dados de 2017, da Semana Epidemiológica (SE) de 15/01/2017 a 15/04/2017, e os compara com o mesmo período do ano de 2016.
Nos primeiros meses de 2017, até o dia 15 de abril, o Brasil registrou 113.381 casos suspeitos de Dengue, 43.010 de Chikungunya e 7.911 de Zica. Somadas, as três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti tiveram uma redução de 88,9%, comparados com o ano de 2016.
A contenção da proliferação das várias doenças associadas aos vetores transmissores das doenças como Dengue, Chicungunya e Zika Virus, Febre Amarela e Malária nestes meses iniciais deste ano está associada à temperaturas menos quentes quando comparadas ao mesmo período de 2016.
Outro fator de destaque é a crescente conscientização da população sobre da importância do uso de repelentes de insetos e a tendência de cuidado e proteção ao usuário.
Por parte da indústria, cresce a demanda de estudos e desenvolvimento de novas moléculas e formulações de ação repelente, a exemplo dos novos lançamentos de produtos funcionais no mercado e o interesse na obtenção de novos componentes de ação de repelência e proteção da pele contra os insetos.
Referências:
https://www.alliedmarketresearch.com/mosquito-repellent-market
www.nielsen.com/br/pt/insights/news/2016
Por Engª. Enilce Maurano Oetterer – e-mail: [email protected] – Visite o nosso site: www.encosmetica.com.br