Food Ingredients – Ingredientes químicos mostram inovações cada vez mais seguras
O ponto de convergência global de amplificação dos conceitos da pesquisa e desenvolvimento para aprimorar o sabor dos alimentos com alta dose proteica, enriquecimento fibroso e ingredientes funcionais permanecerá fixado no Expo Center Norte, em São Paulo, durante a 15ª Food Ingredients South America (Fisa), de 21 a 23 de setembro. Condicionado ao fator inovação e potencial de aplicação na indústria alimentícia, o temário científico dos três dias de conferências técnicas da Fisa 2010 resultou da deliberação de um comitê de especialistas, representando instituições corporativas do setor e de várias indústrias alimentícias. Após avaliar aproximadamente 50 propostas, a comissão subdividiu as palestras em quatro macrotemas: redução de custos x inovação; saúde intestinal; aplicação de novos ingredientes naturais; e insumos funcionais. “Além de ser o ambiente ideal para a transferência tecnológica, a feira é fundamental para o desenvolvimento da indústria brasileira como plataforma para lançamentos de novos negócios, porque oferece condições para o estabelecimento de parcerias”, disse o gerente da Fisa 2010, Cassiano Facchinetti.
As 250 empresas que participarão da feira também deverão apresentar novas soluções auxiliares agregadas aos seus produtos para redução de custos, desenvolvimento de ingredientes e suas aplicações, além de uma série de outras renovações de processos, úteis para quem trabalha na indústria de alimentos. A Aceletron, por exemplo, apresentará o primeiro sítio da América Latina capacitado para promover o controle microbiológico com feixe de elétrons (E-beam) em caráter industrial. A Ajinomoto demonstrará sua capacidade de inovação com a linha Activa TG de preparações enzimáticas à base de transglutaminase. Essa enzima liga quimicamente as proteínas transformando os alimentos em produtos com alto valor, melhorando sua textura em embutidos e reduzindo custos nos frigoríficos. A Bunge, com seu portfólio diversificado, apresentará soluções em ingredientes como as gorduras e margarinas low trans low salt, farinhas integrais e óleos especiais produzidos com boas práticas de sustentabilidade.
Marcarão presença na feira dezenas de outras empresas fornecedoras de ingredientes para a indústria de alimentos e bebidas, aromas, aditivos, semimanufaturados (polpas de frutas, frutas secas, confeitos, carnes), ingredientes orgânicos, commodities; fornecedoras de ingredientes naturais, orgânicos, nutracêuticos ou funcionais; fornecedores de alimentos processados, food safety ou serviços para a indústria de alimentos.
A feira abre oportunidades reais de negócios, pois em sua última edição registrou a média de 62% dos visitantes na categoria de CEOs, diretores e gerentes da indústria alimentícia latino-americana. Também se revela boa plataforma para lançamentos: 46% dos visitantes atuavam nas áreas de pesquisa e desenvolvimento e compras, além do networking global, por reunir profissionais com origem em 40 diferentes países.
Indústria químico-alimentar – A consultora da Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos Para Alimentos (Abiam), Fátima D’Elia, alertou que, da primeira à última instância, na área químico-alimentar as propostas colocadas no fórum da Fisa 2010 visam à segurança na utilização dos produtos. “Porque temos uma legislação rigorosa na avaliação do fator segurança de uso pelos órgãos de saúde pública, os profissionais do setor devem constantemente se atualizar em relação aos aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia de fabricação que podem ser utilizados nos alimentos sob aprovação da legislação vigente”, afirma a diretora da Abiam. Ela ressaltou que os profissionais da indústria alimentícia devem se manter atualizados sobre os aditivos ou coadjuvantes explicitamente definidos em legislação específica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com suas respectivas funções, limites máximos e categorias de alimentos permitidas. “Na verdade, tudo que se aplica na indústria alimentícia é química: da matéria-prima aos insumos e ingredientes ou aditivos como sorbatos, fosfatos, estabilizantes, conservantes. Produtos de origem animal tendem a carregar menos insumos químicos, mas, em se tratando de chicletes, por exemplo, a presença de químicos é maior”, disse Fátima D’Elia, que fará uma palestra sobre a necessidade e segurança de uso de aditivos em produtos cárneos e está organizando o fórum de assuntos regulatórios na FiSA 2010.
Segundo a consultora da Abiam, o uso de aditivos e coadjuvantes de tecnologia deve ser limitado a alimentos específicos, em condições específicas e ao menor nível para alcançar o efeito desejado: “E ter sempre cuidado, porque a utilização do aditivo não deve resultar em exposição superior ao valor da sua Ingestão Diária Aceitável (IDA)”, recomenda Fátima. No Brasil, para um aditivo alimentar ou um coadjuvante de tecnologia de fabricação ter seu uso permitido deve antes ser avaliado pelo Jecfa Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives, além de possuir referências do Codex Alimentarius, um organismo da FAO/OMS, União Europeia, além da Food and Drug Administration (FDA), dos EUA.
Confiança e riscos – A evidência do cenário econômico emergente do Brasil também tem seu reflexo nos resultados da indústria alimentícia, que no final de 2009 alcançou o percentual de participação mais significativo (9,3%) no Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos cinco anos. Todos os elos da cadeia da indústria de alimentos foram tomados pelo otimismo ratificado pela pesquisa “Confiança Em Um Cenário de Riscos”, que refletiu as expectativas de investidores em relação ao mercado brasileiro. Realizada pela consultoria Deloitte, em parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), a pesquisa apontou que as atividades econômicas com as perspectivas de maior desenvolvimento são as ligadas ao agronegócio (56%), alimentos e bebidas, principalmente.
A oxigenação financeira do clima eufórico de retomada da indústria alimentícia pode ser medida pelos resultados de um levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), informando que, até o final do ano, esse setor reservou investimentos de R$ 10 bilhões. A Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos (Abiam) também manifesta seu entusiasmo. “Nos últimos cinco anos registramos um crescimento médio anual de 5% a 6%. Já considerando a retomada a partir do segundo semestre do ano passado, esperamos fechar 2010 com um retorno ao índice médio de 5%, com potenciais elevações”, diz o presidente da associação, Hélvio Tadeu Colinno.
Apesar da crise, o setor fechou 2009 com um crescimento de aproximadamente 1,5% na produção. “O mercado é muito competitivo e não pode deixar de produzir, mas principalmente inovar”, destaca o diretor do departamento de Economia da Abia, Denis Ribeiro. No caminho de volta aos patamares pré-crise, quando se verificava o crescimento em torno de 4%, a indústria alimentícia nacional retoma os investimentos e projetos engavetados. Os investimentos devem ser direcionados para a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, ações de marketing e distribuição e aumento da capacidade de produção.
Muito bom me ajudou muito :D