Filtração – Eaton investe em separadores de petróleo e membranas

De olho no setor de petróleo, gás e produtos químicos industrializados, a Eaton, organização global de gerenciamento de energia, vai lançar este ano no Brasil um strainer – sistema de filtragem e separação – para trabalhar com petróleo no fundo do mar e o Reactogard modelo VI, equipamento destinado às operações relacionadas ao refino de óleo, com maior capacidade de limpeza e eficiência.

Ainda em 2012 a companhia passará a fabricar membranas para filtros de processos industriais – atualmente a produção é terceirizada. “Isso vai fortalecer a divisão filtration do grupo. Com essa autonomia, vamos investir em osmose reversa e apresentar soluções inovadoras para os nossos clientes”, diz Alfredo Luz, diretor regional da Eaton Filtration para a América do Sul e Central.

A filtração por membrana é uma técnica que utiliza uma barreira física, sob a forma de uma camada porosa ou filtro, para separar as partículas de um fluido. Estas partículas são selecionadas com base no seu tamanho e forma por meio de membranas especialmente desenhadas para determinado processo.

Embora haja diferentes métodos de filtração por membrana (osmose reversa, nanofiltração, ultrafiltração e microfiltração), todos fazem a separação ou concentração de sólidos num líquido. A indústria de alimentos e de bebidas é uma das que mais se utiliza de filtração por membrana, e a Eaton quer conquistar espaço nesse segmento.

No fundo do mar – A corrosão é um problema sério para a indústria offshore de petróleo e gás. Uma das novidades para este ano é um strainer com tecnologia anticorrosão que trabalha submerso. Os strainers são sistemas de filtração por cesto para a proteção de equipamentos que estejam na linha de produção, eliminando detritos do líquido que flui através de uma tubulação. “Esse aparelho vai ampliar nossa área de atuação. Com ele, poderemos atender também as plataformas em alto-mar e não apenas as refinarias e navios-tanques”, diz Luz.

A divisão filtration anunciou também o lançamento de uma nova carcaça de filtro da série Proline 100 e um novo acessório de segurança, batizado de protetor de respingos (splash guard), feito para proteger operadores de inesperados jatos pressurizados e de descargas ocasionais.

Projetado para filtros bags (bolsa) Flowline e Flowline II, o protetor de respingos é confeccionado com um resistente polímero. Ele é fixado à tampa da carcaça do filtro e não interfere nas substituições e na manutenção do sistema de filtragem.

Já em relação à carcaça, a série SE dos filtros Proline 100 oferece agora um mecanismo de abertura Qic-Lock, que possibilita o acesso rápido e fácil à câmara do filtro, em menos de 30 segundos. O dispositivo é simples de operar. De pé, em posição frontal, o operador gira a alavanca da tampa e abre o filtro. Não é preciso outro movimento. “O Qic-Lock facilita o trabalho do operador, reduzindo o tempo de parada da máquina”, afirma Luz.

Os filtros Proline 100 são fabricados com aço inoxidável 304, material 100% reciclável. A linha Proline 100 conta com modelos para acomodar quatro, seis, oito e 12 bags.

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Portfólio da Eaton inclui cestos e bolsas

Inovações hidráulicas – Anunciado no ano passado, a empresa está trazendo definitivamente para o Brasil o dispositivo LifeSense para monitoramento das condições de mangueiras hidráulicas utilizadas principalmente na extração de petróleo e gás natural. O LifeSense foi desenvolvido após três anos de estudos e ensaios, um projeto que contou com a parceria da Purdue University e da Fundação de Pesquisa Purdue Technology Commercialization.

“É um produto inédito no mercado brasileiro. Até agora, a manutenção era feita de forma programada, agendada com base no histórico de problemas. É possível que muitas mangueiras tenham sido descartadas antes mesmo do tempo previsto. Ou pior, elas foram retiradas com a parada repentina das máquinas, o que pode gerar transtornos e custos elevados”, explica Marcelo Crespo, gerente comercial da Hidraulics Brasil.

Segundo Crespo, o LifeSense antecipa as informações e monitora a vida útil das mangueiras, informando com antecedência se alguma delas deverá ser trocada, de forma programada e preventiva. Dessa maneira é possível evitar vazamentos e acidentes.

A conexão da mangueira é envolta por um sensor que realiza contínuo monitoramento, detectando potenciais problemas internos e externos, transmitindo os dados para uma unidade de diagnóstico.

“O sistema realiza o monitoramento eletrônico ao longo de toda a extensão do duto, em tempo real, e interpreta a longevidade atual de cada conjunto de mangueiras. Um sinal de alerta avisa sobre uma possível falha”, texplica Gustavo Cruz, presidente da divisão Eaton Hidráulica no Brasil.

Anticorrosão – A divisão Hidráulica também vai lançar no Brasil o plasma anticorrosão Eatonite, desenvolvido para prolongar a vida de hastes de pistão utilizadas no tensionamento dos risers de petróleo e gás para plataformas offshore. Dados da empresa afirmam que o Eatonite aumenta o desempenho mecânico das tradicionais barras SAE 4130 e que sua resistência à oxidação se iguala à da liga de níquel Inconel 625, que possui alta resistência para a oxidação em temperaturas até 1050°C.

Salas elétricas – A Eaton passou a montar no Brasil os eletrocenters, unidades pré-fabricadas que concentram em um único espaço modular a distribuição e o controle de energia elétrica. “Além de fazer o gerenciamento completo de todo o sistema de energia elétrica de uma usina de álcool, uma refinaria de petróleo, uma mineradora ou uma estação de tratamento de esgoto e até um prédio comercial, o eletrocenter se torna mais econômico porque evita gastos de projetos, obras, seguros, empregados e pagamento de impostos”, diz Vladimir Queiroz, diretor de marketing da Eaton Electrical Power Distribution.

O conceito de eletrocenters nasceu no final dos anos 50. Eram destinados a projetos de exploração de petróleo. No final dos anos 70, começaram a ser usados na indústria da mineração, graças à sua praticidade e transportabilidade. Já na década de 80, com a demanda na área de telecomunicações, os eletrocenters passaram a ser uma solução para as estações repetidoras das operadoras de telefonia fixa e móvel.

“Fornecemos recentemente seis estações para a Petrobras instalar em suas unidades de refino e de distribuição no estado de São Paulo. As mineradoras brasileiras também nos procuram interessadas na nossa estação de controle de energia,” afirma Queiroz.

Um eletrocenter é equipado com painéis de média e baixa tensão e distribuição, centro de controle de motores, carregadores e bancos de baterias, sistema de ar-condicionado e de detecção e proteção contra incêndios.

Crescimento – O grupo Eaton cresceu 18% de janeiro a setembro de 2011 – ano do centenário da companhia – em comparação aos doze meses anteriores. É o melhor índice dos últimos anos, conforme uma contabilidade prévia feita no quarto trimestre de 2011.

Em 2010 a multinacional faturou 13,7 bilhões de dólares. O escritório central da empresa nos Estados Unidos não revela números para a América Latina, mas avisa que a região é responsável por boa parte desse volume e que vai investir nela.

“Estamos felizes, atingimos um fluxo de caixa muito forte no período, o que demonstra que o nosso negócio continua a ter um bom desempenho apesar das incertezas que afetam a economia mundial”, diz Alexander Cutler, presidente da organização.

No Brasil, a Eaton passou de uma empresa que vendia apenas transmissões e válvulas para o setor automotivo para oferecer soluções de gerenciamento de energia, na área de hidráulica, e sistemas de filtração industrial. “Hoje nos tornamos um fabricante diversificado, que continua atendendo o setor automotivo, mas com um novo portfólio, pronto para atender as áreas de óleo, gás, química industrial e energia alternativa”, diz Francis Kusznir, gerente de comunicação da corporação na América do Sul.

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