Fenasan: Demanda por novas tecnologias cresce com déficit hídrico

Química e Derivados, Fenasan: Demanda por novas tecnologias cresce com déficit hídrico

Química e Derivados, Fenasan: Demanda por novas tecnologias cresce com déficit hídricoSERVIÇO

26ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente e 26º Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente
Data: 4 a 6 de agosto
Local: Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte, São Paulo-SP
Área total: 19.077 m²
Expositores: 250 empresas
Público esperado: acima de 20 mil visitantes
Congresso: 110 palestras técnicas, conferência de abertura, 10 mesas redondas, 4 minicursos e uma visita técnica
Programação completa: www.fenasan.com.br/programacao2015.html

A 26ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente com o 26º Congresso Nacional (chamado “Encontro Aesabesp”) ocuparão de 4 a 6 de agosto o Pavilhão Vermelho – o maior dos quatro existentes no Expo Center Norte, em São Paulo, com mais de 19 mil m². No ano passado, a feira se valeu do Pavilhão Azul (14 mil m²) e a ampliação de quase 35% da área ocupada se tornou necessária para acompanhar o aumento da procura pelos expositores e também pelo aumento no número de visitantes, que passou de 19 mil no ano passado.

Química e Derivados, Ribeiro: procura por técnicos qualificados está crescendo
Ribeiro: procura por técnicos qualificados está crescendo

“Em tempos de crise econômica e escassez hídrica, a participação na feira cresce”, avaliou Reynaldo Young Ribeiro, presidente da Associação dos Engenheiros da Sabesp (Aesabesp). A explicação é lógica: para enfrentar os tempos bicudos da economia nacional, com dificuldades elevadas pela falta de água nas regiões Sudeste e Nordeste, as empresas relacionadas aos serviços de abastecimento e saneamento básico (concessionárias públicas e privadas, consultorias, empreiteiras, fornecedores de equipamentos e sistemas, entre outros) precisam encontrar novas soluções tecnológicas, que aparecem primeiro na Fenasan. No ano passado, potenciais expositores que não reservaram seu espaço com antecedência acabaram sem lugar para participar, situação resolvida com a migração para o pavilhão maior. “Lançamos em julho a próxima edição, que será realizada em 2016, e já comercializamos 30% do espaço da feira”, informou o presidente da Aesabesp.

Como explicou Ribeiro, o interesse pela feira e pelo congresso está crescendo há pelo menos seis anos, período no qual ele participou diretamente da organização, nos três primeiros como diretor-técnico e nos seguintes como presidente da associação. “De 2009 para cá, começaram a ser realizados muitos investimentos em saneamento e meio ambiente nos âmbitos federal, dos estados e municípios, isso mudou a dinâmica do mercado”, afirmou. Também os investimentos em habitação, a exemplo do Minha Casa, Minha Vida (federal) e Casa Paulista (da CDHU), alavancaram o crescimento das cidades, exigindo ampliar o tratamento da água fornecida e do esgoto coletado.

Por atuar no estado mais rico do país, com a maior empresa pública do setor, a Sabesp, a Fenasan cresceu rapidamente e se tornou a porta de entrada para a tecnologia do ramo. O alcance inicial do encontro era limitado aos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com fortes laços no campo hídrico. “Nos últimos anos, a participação de técnicos e visitantes de outros estados cresceu muito, bem como a vinda de profissionais de países de toda a América do Sul”, salientou Ribeiro.

Em todo o continente sul-americano, os investimentos em saneamento básico e meio ambiente estão avançando e demandando tecnologias adequadas. Por serem as condições desses países semelhantes às do Brasil, a experiência daqui é muito útil para eles. “Estamos mais próximos da realidade deles do que os países mais ricos”, considerou.

Isso não quer dizer que as novidades internacionais ficam de fora da feira. É o contrário. Ribeiro enfatiza que uma das razões para a ampliação da Fenasan neste ano foi a adesão da Associação Brasileira de Tecnologia Não-Destrutiva (Abratt) que agregou à Fenasan o 5º Congresso de Métodos Não-Destrutivos (No Dig Brazil 2015). “A maioria das empresas atuantes nesse segmento tem origem nos Estados Unidos e Canadá”, comentou.

Ele explicou que a demanda é crescente no Brasil por serviços de recuperação de redes de abastecimento de água por métodos não-destrutivos, ou seja, sem cavar valetas, sem interromper o trânsitos nas cidades e sem afetar as redes interferentes (telefonia, eletricidade, gás, entre outros). “A tubulação recuperada por esses métodos fica exatamente como nova, recupera a capacidade de transporte que estava reduzida por incrustações, além de eliminar vazamentos”, aduziu.

A Fenasan e o Congresso da Aesabesp cumprem o papel de impulsionar a cadeia tecnológica do saneamento e meio ambiente. Isso também se reflete no incentivo à pesquisa científica e tecnológica no país. “Desde 2010, com as políticas de desenvolvimento do setor, o Brasil começou a criar tecnologia própria, mas esse é um trabalho lento, com resultados a médio e longo prazo”, afirmou. Ele ressaltou a colaboração entre Sabesp e Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a primeira indicando sua relação de demandas prioritárias (como redução de perdas, tratamento avançado de esgoto e economia de energia) e aportando verbas, cabendo à segunda organizar os editais e selecionar os projetos aptos a receber o apoio para pesquisas.

Com mais de três décadas de atuação profissional no ramo, incluindo um período de docência de nível superior, Ribeiro comenta que a introdução de tecnologia importada nem sempre traz os resultados esperados. “No passado, houve casos de tecnologias importadas que viraram elefantes brancos”, disse. Ele atribuiu o fracasso, nesses casos, à cultura imediatista que muitas vezes domina a tomada de decisões. “Na pressa para obter resultados, às vezes se escolhia uma tecnologia que não era adaptada à realidade local”. Ele defende a busca por soluções tecnológicas nos centros mais avançados, mas ressalta a necessidade de customizá-las aos rigores nacionais. “Isso exige contar com profissionais qualificados”, ressaltou.

A Fenasan cumpre seu papel ao exibir as novidades para o setor, mas muito mais ao promover o congresso e os cursos paralelos. “A Aesabesp prioriza o intercâmbio de conhecimentos, não esperamos que as pessoas venham fazer negócios durante a feira, mas que encontrem tecnologias, os negócios vêm depois”, disse.

Ribeiro avalia que os cursos superiores relacionados à atividade melhoraram nos últimos cinco anos, mas ainda são poucos, incapazes de atender toda a demanda setorial. “Basicamente, os esforços partiram da adaptação dos cursos de engenharia sanitária para engenharia ambiental, mas precisamos de mais profissionais, a procura é alta”, comentou, além de ressaltar a importância da formação continuada.

Na área de pós-graduação, Ribeiro lamenta que exista apenas um curso específico para engenharia de saneamento ambiental no Estado de São Paulo, oferecido pelo Instituto Mackenzie. “Esse curso surgiu por iniciativa da Abes [Associação Brasileira de Engenharia Sanitária], da Aesabesp e da Apecs [Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Meio Ambiente]”, explicou. O antigo curso que existia na Faculdade de Saúde Pública, no qual Ribeiro se formou, foi extinto há dez anos, segundo o presidente.

Tema instigante – A escolha do tema “A crise da água e suas consequências para o século XXI” representa uma provocação para iniciar o debate entre os vários agentes envolvidos nesse mercado. “No mundo todo, a questão do abastecimento de água potável é crucial, exigindo respostas”, comentou Ribeiro. O difícil é apontar os rumos a seguir. “Ou se reduz a demanda, ou se amplia a oferta, ou ambas, mas isso é que deve ser discutido, verificando o que é mais viável economicamente e tecnicamente possível”.

Além da gravidade técnica, no Brasil, o setor também deverá enfrentar algumas limitações que resultarão da Operação Lava-Jato, atingindo as grandes empreiteiras de obras públicas e também os mecanismos atuais de liberação de recursos oficiais. “Antes de tudo, é preciso separar o joio do trigo, ou seja, não se pode demonizar todos os profissionais das empreiteiras por causa dos desvios que foram praticados”, afirmou. “Eu conheço o pessoal técnico dessas companhias e sei que há nelas um corpo de engenharia de alta qualidade.”

Ribeiro prevê algum efeito das ações anticorrupção nas obras públicas, a exemplo do afastamento das companhias que venham a ser condenadas, mas isso não deve impedir o avanço do setor de saneamento. “Há várias outras empreiteiras no país que, embora tenham menor porte, são capacitadas e éticas, isso poderá ser bom para o setor pelo aumento do número de interessados”, comentou.

Como decorrência do processo depurativo, ele imagina a possibilidade de rediscutir a atualização da Lei 8.666/1993, reguladora das licitações públicas. “Essa lei foi criada exatamente para combater a corrupção, mas ela acabou engessando as contratações e concentrando os negócios nas grandes empreiteiras; já existem vários projetos para aprimorá-la e modernizá-la”, comentou.

Um dos caminhos para tornar mais céleres e eficientes as licitações foi a criação do Regime Diferenciado de Contratações (Lei 12.462/2011) para atender às necessidades das obras previstas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. “Os estados e municípios só podem usar esse RDC quando atuarem em parceria com o governo federal, usando recursos previstos no PAC, caso da ligação do Sistema Cantareira com as represas do Vale do Rio Paraíba do Sul”, informou.

Química e Derivados, Sistemas Actiflo e Multiflo, da Veolia, oferecem alta produtividade
Sistemas Actiflo e Multiflo, da Veolia, oferecem alta produtividade

Expositores – A Veolia, empresa mundial especializada em tratamento de água e efluentes líquidos, não participou da Fenasan do ano passado, mas marcará presença neste ano, dentro da ilha montada pela Abimaq. A Veolia dará destaque aos processos de tratamento físico-químico de elevada produtividade Actiflo e Multiflo. O primeiro é um sistema compacto que usa microareia e coagulantes para formar flocos, chamado “sedimentação lastreada”, que aumenta em 80% o tempo de sedimentação em processos de tratamento municipais e industriais.

Por sua vez, o Multiflo combina em unidade única os processos de coagulação/floculação e decantação lamelar, operando com vazões de 10 a 20 m³/h, dependendo das condições da água bruta.

Além dessas tecnologias, a Veolia exibirá o utltrapurificador de água Purelab Flex, indicado para indústrias farmacêuticas e laboratórios de análises clínicas e químicas, oferecendo água de qualidade ultrapura, porém com flexibilidade para se adaptar às necessidades de cada usuário.

Química e Derivados, Sistemas Actiflo e Multiflo, da Veolia, oferecem alta produtividade
Sistemas Actiflo e Multiflo, da Veolia, oferecem alta produtividade

A Higra, empresa do conhecido empresário Silvino Geremia, levará para o Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte sua linha de bombas anfíbias e aeradores, construídos segundo as normas ISO 9001 e 14001, e OSHAS 18001.

A companhia transnacional de origem suíça Sulzer exibirá suas soluções tecnológicas aplicadas aos equipamentos que produz, com destaque para a linha de bombas de alto volume, prometendo reduzir o consumo de energia entre 25% e 30% em instalações de tratamento de água e de efluentes municipais e industriais. Contando com estrutura de serviços montada no Brasil, a companhia oferece atendimento de pós-venda rápido e eficiente.

A mais conhecida fabricante de bombas helicoidais, com linha de produtos que também inclui outros modelos de deslocamento positivo, como lóbulos e fusos, a Netzsch do Brasil chega à Fenasan com a produção nacional totalmente consolidada em Pomerode-SC. Aos visitantes caberá conhecer os produtos para saneamento, das dosadoras até os equipamentos para movimentação de lamas e lodos, em várias execuções e tamanhos.

Química e Derivados, Bomba hidráulica da linha Meganorm, fabricada pela KSB
Bomba hidráulica da linha Meganorm, fabricada pela KSB

Nas bombas centrífugas para água e uso geral, a KSB do Brasil levará para a feira a linha Meganorm, com vazão até 1.400 m³/h e altura manométrica de 233 metros, para operação na faixa de temperatura entre -30 e +120ºC. Feita de ferro fundido ou aço inox, a linha Meganorm conta desenho interno atualizado, oferecendo elevada eficiência que se reflete no baixo consumo de eletricidade. Além da bomba, a KSB apresentará o Pump Meter, sistema capaz de medir as pressões de sucção e de descarga, bem como a pressão diferencial (ou altura manométrica), apresentando essas indicações no painel de comando e também trabalhando os dados para apontar o ponto de operação da bomba, armazenando as informações por períodos de até dez anos. Com isso, é possível avaliar possíveis economias operacionais e planejar modificações.

Além das conhecidas bombas Flyght, de alto desempenho, a Xylem exibirá como novidade na Fenasan a estação elevatória compacta Compit 460, equipamento pré-fabricado, mais econômico que os modelos convencionais feitos de concreto, com grande facilidade e rapidez de instalação. A empresa também falará sobre o sistema Iceas de tratamento biológico que adota o princípio de reatores sequenciais em batelada (SBR), com alimentação contínua. A Xylem também divulgará outras linhas de produtos, como sistemas de tratamento de água e esgoto por membranas de ultrafiltração (MBR), bombas Lowara para fundo de poço e sistemas de desinfecção por ozônio/UV.

Química e Derivados, Ventosa D46 da Linha Pro, fornecida pela A.R.I.
Ventosa D46 da Linha Pro, fornecida pela A.R.I.

A A.R.I. Brasil, filial da A.R.I. Flow Control Accesories, conhecida fabricante de dispositivos de proteção e redução de consumo de energia para sistemas de transporte de líquidos pressurizados, apresentará na Fenasan duas novidades. A primeira é a Linha Pro de ventosas de alto desempenho, com aplicação tubulações de água e de efluentes. A outra consiste nas séries W-30, W-40 e F-30 de válvulas de controle com tecnologia recentemente desenvolvida pela A.R.I. Além disso, apresentará a linha tradicional de produtos para saneamento básico, indústrias, mineração, dessalinização e irrigação.

Por sua vez, a Merck Millipore participará da exposição com suas tecnologias avançadas, combinando rapidez e confiabilidade em testes de qualidade e segurança para tratamento de água. Além dos tradicionais e reconhecidos kits de reagentes de resultado imediato, a companhia apresentará os espectrofotômetros Pharo 100 e Pharo 300, capazes de analisar diversos parâmetros, como teor de cloro e flúor, necessários aos processos de tratamento de água, controle de geradores de vapor, laboratórios de qualidade, produção de alimentos e farmacêuticos, entre outros.

Com atuação destacada na área de coagulantes, a Bauminas Química (empresa do grupo Bauminas) pretende divulgar a nova geração da linha Salfer, contando com agentes de coagulação de alto desempenho, com excelente relação de custo/benefício. A empresa enfatizará os trabalhos realizados pelo seu Centro Tecnológico na pesquisa e desenvolvimento de produtos para o setor de saneamento.

Química e Derivados, Válvula de controle desenvolvida pela A.R.I.
Válvula de controle desenvolvida pela A.R.I.

A Schneider Electric – atenta à necessidade de reduzir perdas no tratamento e distribuição de água, bem como ampliar a economia de energia nessas operações – apresentará soluções e tecnologias aplicáveis ao setor no tocante ao controle automático de processos no campo, controle automático da pressão na rede de distribuição por meio de modelagem hidráulica on line e gestão de perdas.

Entre os produtos exibidos estará uma solução remota com comunicação DNP3, com armazenamento automático de dados, bateria, rádio ethernet, sensor de pressão e inversor de frequência dedicado para aplicação em redes de distribuição. Para estações de tratamento a Schneider Electric terá uma solução integrada, contendo o novo controlador lógico programável Modicon M580 redundante, instrumentação analítica, partida inteligente, gestão de ativos por FDT/DTM e botão sem fio. Na coleta de esgoto, a solução integrada prevê comunicação por modem GPRS com porá USB dual chip, partida rápida e configuração com controlador e no break.

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