Feitintas – Feira apoia inovação e qualificação no setor

Química e Derivados, FeitintasIncrementar a profissionalização no setor de tintas e contribuir para o desenvolvimento de inovações. Estas foram as grandes tônicas da Feitintas 2012 – Feira e Simpósio Internacional de Tintas, realizada de 18 a 21 de setembro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Somando esforços da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) e do Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo (Sitivesp), o evento, além de servir de vitrine de novidades, preocupou-se em municiar e reciclar profissionais, apresentando-lhes produtos e tecnologias para pintura e repintura imobiliária e automotiva.

Química e Derivados, Dilson Ferreira, presidente executivo da Abrafati, Feitintas
Dilson Ferreira: simpósio atraiu público altamente qualificado para feira

“O Simpósio Internacional de Tintas é a grande atração da Feitintas 2012. Ele está mobilizando o mercado e gerando expectativas muito favoráveis, e contribuindo para atrair um público muito qualificado, apresentando informações e análises relevantes, mostrando tendências e as inovações que têm impacto nas atividades e, com essa programação de qualidade, estamos tornando a Feitintas mais rica em conteúdo e trazendo uma contribuição efetiva para os profissionais ligados ao varejo de tintas, arquitetos, decoradores, designers de interiores, executivos e técnicos de construtoras, empresas de pintura, proprietários e gestores de oficinas de funilaria e de repintura automotiva”, afirmou Dilson Ferreira, presidente executivo da Abrafati.

Um dos pontos altos do evento foi celebrar os dez anos de atividades do Programa Setorial de Qualidade – Tintas Imobiliárias, cujos resultados vêm contribuindo para aprimorar os produtos comercializados e para melhor organizar toda a cadeia setorial.

De acordo com o que se observou na feira, os lançamentos em base água continuam motivando os investimentos das empresas, com demanda crescente. Nesse rol, incluem-se iniciativas como a da Natrielli, que lançou o primeiro esmalte em base água para pintura e proteção de superfícies, tanto internas como externas, de alvenaria, madeira, metais ferrosos e galvanizados, alumínios e PVC, com acabamento brilhante ou acetinado. Outras novidades constantes da nova oferta da empresa, instalada em Santana de Parnaíba-SP, ficaram por conta das tintas acrílicas em versões premium, standard e econômica.

A Futura Tintas também destacou lançamentos nas linhas de tintas econômicas e sem cheiro (Cortex), esmaltes sintéticos metálicos (Futurit) e resinas acrílicas protetoras para pedras e telhas (Futura Premium).

O lançamento das tintas econômicas e sem cheiro oferece desempenho superior e também bem-estar, preservando a saúde de todos os colaboradores da empresa, bem como dos profissionais de pintura e dos usuários finais, com ganhos de conforto e segurança ampliados.

Por sua vez, o novo esmalte sintético metálico confere acabamento mais sofisticado para superfícies de metal e madeira, propiciando secagem rápida e de alta durabilidade, enquanto as resinas acrílicas protetoras para pedras e telhas cerâmicas ou de fibrocimento, formuladas em base água e com baixíssimo odor, são indicadas para impermeabilizar e dar brilho a substratos e áreas de concreto ou cimento (não queimado), pedras naturais e cerâmicas, tendo capacidade de não absorver água e contando com tratamento fungicida, para manter a durabilidade dos materiais nos quais serão utilizadas, como telhados e lajes. Opções de cores: concreto, branco, cinza, cerâmica, vermelho óxido e incolor.

A Tintas Real também promoveu várias novidades como a tinta acrílica superlavável Real Plus Máxima Limpeza, fabricada nos acabamentos acetinado e semibrilho, de alta resistência, a fim de facilitar a limpeza de rabiscos, manchas de gordura e outros tipos de sujidades e marcas em paredes. Outras inovações destacadas pela empresa estão nas tintas acrílicas com alto poder de cobertura, superconcentradas e sem cheiro, e que são indicadas para ambientes internos e externos (Real Acrílico Máxima Cobertura), bem como nas tintas acrílicas com acabamento fosco e aveludado, indicadas para superfícies externas e internas de reboco, massas acrílicas, massas corridas, texturas, concretos, fibrocimentos e repinturas (Real Máximo Rendimento).

Com amplo portfólio de tintas acrílicas, impermeabilizantes, esmaltes e revestimentos, a Qualyvinil destacou a mudança de layout de todas as suas embalagens e, especialmente, o aprimoramento da fórmula da manta líquida para vedação de lajes e marquises (Imperqualy), oferecendo ótima aderência e resistência ao envelhecimento, além de alto poder de reflexão dos raios solares, para amenizar o calor dos ambientes internos. Por servir de barreira às infiltrações de água, é também usada como fundo em paredes externas expostas a chuvas.

Trabalhando em conformidade com a NBR ISO 9001:2008 no desenvolvimento de tintas, vernizes, catalisadores e resinas, a Brasilux também destacou o amplo leque de produtos fabricados para os mais diversos mercados, como automotivo, moveleiro, agroindustrial e imobiliário, bem como a linha de produtos ecológicos, abrangendo impermeabilizantes de telhas em base água, transparentes ou coloridos, e esmaltes sintéticos também em base aquosa e com acabamentos brilhante, acetinado ou fosco. No estande, além dos produtos, a empresa expôs a nova máquina automática dosadora de tintas, com capacidade de oferecer aos usuários mais de 10 mil opções de cores.

Na área de pigmentos, o destaque ficou por conta da participação da Colormix, do grupo Formitex, que, representando a Eckart, da Alemanha, exibiu pigmentos inusitados de alumínio com partículas de ferro para aplicações decorativas em tintas imobiliárias para interiores e também pigmentos à base de pérolas de vidro para a produção de vernizes transparentes e brilhantes, com os mais variados efeitos artísticos.

Construção civil tem inovações – De grande peso para a economia e especialmente para o setor de tintas, a construção civil consome mais de 40% da energia global e contribui com 30% para a emissão de gases de efeito estufa, participando em grande parte da extração de recursos naturais não-renováveis, como pedra, brita e areia. Já existem práticas construtivas mais amigáveis ao meio ambiente, como divulga a Basf no seu projeto da CasaE. Nessa iniciativa, desenvolveu um novo conceito de habitat urbano sustentável, usando várias soluções que contribuem para a proteção climática e para a eficiência energética mediante o emprego de novos materiais construtivos e de novas aplicações que valorizam os aspectos econômicos, tecnológicos, sustentáveis e a ecoeficiência de uma moradia. Tudo isso toma forma na casa de 400 metros quadrados em construção na Avenida Professor Vicente Rao, na Zona Sul de São Paulo, que funcionará como showroom e escola a partir de 2013.

Química e Derivados, Leonardo Vitoriano da Silva, coordenador do Construction Network Team da Basf, Feitintas
Leonardo Vitoriano da Silva: tintas ajudam a manter temperatura adequada do ambiente

A CasaE e suas inovadoras soluções, que atuam diretamente na redução do consumo de água, energia e na emissão de CO2, foram apresentadas pelo engenheiro químico Leonardo Vitoriano da Silva, coordenador do Construction Network Team, da Basf, no Simpósio Internacional de Tintas. O projeto tem o propósito de viabilizar respostas para quem busca construir de forma sustentável, abrangendo rapidez de processos, moradias mais acessíveis, com durabilidade de materiais, bem-estar e conforto dos moradores.

Segundo Vitoriano, o projeto da CasaE traz muitas novidades para o mercado da construção brasileiro e coloca à disposição desse setor uma tecnologia de materiais de alta performance. “Nosso compromisso é oferecer soluções inovadoras e economicamente viáveis e, dessa forma, contribuir para ser um grande catalisador de um mercado mais sustentável”, afirmou.

Um dos grandes destaques da CasaE está em seu sistema construtivo, que consiste em painel de cerâmica estrutural e fundações de alvenaria, paredes, piso e laje executados em Sistema EIFS (Exterior Insulation and Finish Systems) – placas de poliestireno expandido da Basf, sob a marca Neopor; e em Sistema ICF (Insulated Concrete Formwork) – tijolos fabricados com o mesmo material. Essas soluções proporcionam um isolamento térmico muito eficiente, por meio do qual é possível atingir uma economia de aproximadamente 70% de toda a energia consumida pela casa.

Espumas especiais que promovem elevado conforto acústico e térmico são aplicadas em forros e paredes da CasaE. Espumas rígidas de poliuretano, além de proporcionar conforto térmico, reduzem o consumo de energia e são de rápida instalação, enquanto o poliestireno expansível com partículas de grafite oferece conforto térmico e economia de energia.

As dispersões e os pigmentos da Basf apresentam diferenciais para as tintas, vernizes, adesivos e materiais de construção aplicados na CasaE, bem como no controle da temperatura, contribuindo diretamente para a economia de energia.

Os poliuretanos oferecem também compostos para a construção de pisos. Misturados a pedras ou cascalhos, esses compostos formam superfícies resistentes e drenantes em áreas externas.

Produtos químicos como hiperplastificantes para construção aumentam a eficiência da hidratação do cimento, reduzindo o uso de água e as emissões de CO2.

A CasaE contará com cor e proteção especiais oferecidas por emulsões acrílicas usadas em argamassas impermeabilizantes, selantes, tintas decorativas, vernizes e esmaltes em base água e com esmaltes de baixo VOC e secagem rápida, além da tinta Suvinil AntiBactéria, que será utilizada na parte interna da residência, reduzindo 99% das bactérias nas paredes, sendo a única marca de tintas imobiliárias a ter a aprovação da Anvisa para essa classe de tintas. Os acrílicos da Suvinil, contra mofo e maresia, e a linha Glasurit Alvenaria, de alta durabilidade, serão aplicados na parte externa.

Para executar a CasaE, a Basf promoveu várias parcerias. Com o grupo Bosch, por exemplo, as contribuições virão no fornecimento de painéis solares para aquecimento de água, painéis fotovoltaicos e sistemas de segurança e detecção de incêndio.

O grupo Veka participa com seus sistemas de perfis de PVC para portas, janelas e persianas, criados com designs diferenciados e com tecnologias avançadas, que aumentam a proteção acústica e térmica dos ambientes.

Crescimento acima do PIB – Atendendo ao convite para apresentar no Simpósio Internacional de Tintas um panorama sobre as perspectivas econômicas e o setor da construção civil, o professor e economista Juan Jensen, sócio-diretor da Tendências Consultoria, observou que, do ponto de vista da produção industrial, o Brasil não cresce há quatro trimestres. “A alta nas vendas não vem se refletindo sobre a produção e o desempenho da indústria no primeiro semestre de 2012 foi muito decepcionante, pois houve recuo de 3,8% na produção, em comparação com 2011. Mas, talvez, agosto possa ser o mês da virada, evidenciando um cenário de recuperação na produção industrial que deverá se manter até o final do ano e também ao longo de 2013, como fruto dos estímulos à produção ligados ao câmbio depreciado, desoneração, custo de energia, fechamento da economia, entre outras medidas que estão sendo adotadas pelo governo federal. No entanto, os gargalos estruturais ainda permanecem”, analisou o professor.

Na opinião dele, o modelo de crescimento adotado pelo país e puxado pelo consumo traz reflexos ao mercado de trabalho, e ajuda a explicar a perda de competitividade da indústria. “A rápida ampliação do setor de serviços reduziu fortemente o desemprego, gerando ganhos salariais em termos reais, porém os ganhos acima da produtividade elevam o custo do trabalho, reduzindo a competitividade do setor”, considerou.

Química e Derivados, Juan Jensen, Sócio-diretor da Tendências Consultoria, Feitintas
Juan Jensen: oferta de crédito ampliada fez construção civil deslanchar

Segundo Jensen, o PIB da construção civil alcançou bom desempenho nos últimos anos com o forte desenvolvimento do mercado de crédito. De acordo com os dados apresentados por ele, de 1995 a 2002 (governo FHC), o PIB da construção cresceu, em média, 1,1% ao ano. Entre 2003 e 2010 (no governo Lula), a média de crescimento foi de 4,2%. No segundo governo Lula (2006 a 2010), a média se elevou para 5,9%.

Note-se, porém, que a expansão do mercado nos próximos anos está associada ao menor ritmo de expansão do crédito, ainda que o crescimento continue ocorrendo em bases sólidas. “Por isso, projetamos que o PIB da construção cresça entre 1,5 e 2 pontos percentuais acima do PIB. Para 2012, estimamos 3,6% para a construção, contra um PIB de 1,6%; e, para 2013, estimamos 5,6% para a construção, contra um PIB de 3,8%”, concluiu o economista.

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