FCE Pharma e FCE Cosmetique – Indústrias investem na otimização de processos e para reduzir custos
Apesar dos números favoráveis de desempenho que vêm registrando nos últimos anos, as indústrias de cosméticos e farmacêutica, acostumadas a taxas de expansão anuais de dois dígitos, já dão sinais de que se preparam para novos tempos, não tão promissores. “As empresas estão otimizando processos para fazer frente à valorização do dólar, ao aumento da carga tributária e à recessão que afeta a economia brasileira”, declara João Hansen, presidente da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC).
Os movimentos de ajuste nas empresas de cosméticos envolvem a retirada de linha de produtos menos competitivos e/ou com margens menores de rentabilidade. “A ordem é se readequar, diminuir custos para poder sobreviver à crise geral”, sentencia Hansen. O processo atinge a estrutura e o portfólio das indústrias. O Brasil é o 3º maior mercado de cosméticos do planeta. As tendências, até recentemente, indicavam chegar ao 2º posto em cinco anos.
Um dos primeiros decretos do ajuste fiscal do governo, este ano, referente ao recolhimento do IPI sobre as vendas dos atacadistas, instituiu uma alíquota de 22% para grande parte das mercadorias de beleza, ou seja, uma elevação de preços até 14% acima da inflação. A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) avalia que a decisão do governo provoca um aumento real de 12%, em média, nos preços ao consumidor.

Se o valor das matérias-primas estiver em alta, o desafio das empresas será buscar um ponto de equilíbrio entre custo e preço, enfatiza Hansen. “Não é a primeira crise que enfrentamos no Brasil e é certo que não haverá desabastecimento”, adiciona. “O momento de crise é também de oportunidades”, emenda Enilce Oetterer, diretora da ABC. O que fazer? Melhorar a escala de produção, realinhar ou buscar novos ingredientes são perguntas que circulam nas cabeças dos executivos da área.
Partindo da máxima de que “todo mundo quer” ter pele e cabelo bonitos, uma boa aparência, e, por isso, “ninguém vai deixar de usar cosméticos”, Hansen acredita que os produtos para maquiagem, cabelos, pele e fragrâncias devem continuar com desempenho em evolução. Conforme dados do Euromonitor, o Brasil é líder no consumo mundial de desodorantes e perfumaria; o segundo em produtos para cabelos, masculinos, infantis, para banho, depilatórios e proteção solar; o terceiro em produtos cosméticos de cores; o quarto em higiene oral; e o quinto em pele. E há, indica Hansen, uma tendência de incremento no uso de produtos com FPS (fator de proteção solar). As 2.470 empresas do setor geram 5,6 milhões de empregos.
Em termos globais, a tendência de consumo é por produtos mais naturais, vegetais, que gerem, ao mesmo tempo, benefícios ao usuário. Dentro da linha funcional, valoriza-se o uso de frutas, flores e os elementos exóticos. Para a pele, a preferência se dirige aos produtos que propiciem maior suavidade, declara Fábio Caravieri, gerente de marketing da Clariant.
A freada no ritmo dos negócios também está obrigando o setor farmacêutico a rever as suas projeções. A expectativa era crescer de 11% a 14% este ano. Agora, calcula-se que a expansão será de 7,8%, revela Bruno Abreu, gerente de regulação de mercados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). Pela primeira vez em sete anos, o setor não deverá registrar uma evolução de dois dígitos no faturamento. O Brasil é o 6º principal consumidor mundial de medicamentos. O cenário otimista contemplava subir para a 5ª posição em 2016 ou 2017.
Na sombra de um mercado em transformação, a 20ª edição da FCE Cosmetique e FCE Pharma, realizada de 12 a 14 de maio, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, propiciou o lançamento de uma série de produtos, incluindo experimentações in loco. Os organizadores contabilizaram a visita de 16.792 profissionais qualificados: tomadores de decisão, fornecedores, distribuidores e revendedores do país e do exterior.
Cerca de 500 marcas nacionais e internacionais – e 78 expositores do exterior – apresentaram produtos, tendências e novas tecnologias. Ligia Amorim, diretora geral da empresa organizadora, a NürnbergMesse Brasil, comentou que, em comparação com a edição de 2014 das FCE, os eventos deste ano ocuparam um tamanho “praticamente igual”, com a diferença de que se abriu espaço para novos expositores internacionais. Ela observou também que as empresas já não estão atrás de estandes gigantescos e sim de um espaço útil para divulgar os seus produtos.
Principal plataforma de negócios da América Latina da cadeia produtiva das indústrias de cosméticos e farmacêutica, as FCE contaram com uma série de eventos paralelos: dentro do Circuito de Conhecimento e Inovação, o 28º Congresso Brasileiro de Cosmetologia e workshops, a Arena do Conhecimento – auditório com palestras gratuitas voltadas à inovação, tendências e lançamentos do setor cosmético, a Estação Exsens e os trabalhos científicos eletrônicos (e-posters). Na área da Pharma: a 2ª edição da Powtech Arena Brasil, a 2ª Jornada Sindusfarma, o 4º Seminário FCE Pharma e a Rodada de Negócios Brasil – América do Sul.
O estande da ABC abrigou a Estação Exsens, com um espaço para palestras gratuitas proferidas pelas empresas Croda, Catalent, Kosmoscience, Grupo Investiga, Univar+D`Altomare e NDO (Núcleo de Desenvolvimento Olfativo). As apresentações, de cerca de 30 minutos cada, se sucederam durante os três dias. As empresas montaram também mesas de negociação e experimentações no local.
Está nos planos de Hansen, da ABC, enxertar nos próximos eventos palestras que abranjam toda a cadeia produtiva, como, por exemplo, sobre logística e material de embalagem. “A missão da ABC é formar profissionais para o setor”, justificou. A orientação é privilegiar os conteúdos científicos nas palestras, ficando a área comercial restrita à feira. A próxima edição da FCE Cosmetique e Pharma está agendada: de 10 a 12 de maio de 2016, no mesmo pavilhão de exposição.
Em uma espécie de cartão de visita às avessas, principalmente para os visitantes estrangeiros, as primeiras horas da FCE foram afetadas por um blackout. Uma das versões que circularam foi a de que a Eletropaulo estaria “fazendo testes” na região. Para complicar, o sistema de geração própria funcionou com interrupções. Os estandes ficaram às escuras, mas isso não intimidou os representantes das empresas e nem os visitantes. Muitos encontros, e até maquiagens, foram realizados à luz dos celulares!

FCE Cosmetique
Com investimentos de R$ 60 milhões este ano na ampliação da capacidade de produção de especialidades químicas da unidade de Itatiba-SP, a Rhodia, empresa do grupo Solvay, parece estar na contramão dos rumos da economia nacional. Como as aparências às vezes enganam, a vice-presidente da Solvay Novecare na América Latina, Valdirene Licht, explica que está se levando adiante a estratégia definida em 2012, de nacionalização da produção e identificação de oportunidades comerciais.
“Estamos deixando de importar produtos, para ser um grande produtor local e exportador para os países vizinhos da América do Sul”, sintetiza Valdirene. Em épocas como a atual é importante ser mais ousado e montar uma estratégia no desconforto, recomenda a executiva, avalizando a política de adquirir empresas locais, trazer novas tecnologias e expandir a atuação no mercado. Os resultados são visíveis: no primeiro trimestre deste ano, o grupo teve um crescimento de “dois dígitos”, em comparação com igual período do ano passado.
“A estratégia adotada, calcada em inovação e tecnologia, nos permite continuar crescendo. Os clientes têm preferência pela produção local e este é um segmento aberto às inovações e a produtos mais eficientes”, afirma. Embora não revele detalhes, Valdirene diz que a capacidade de produção em Itatiba será triplicada em relação aos níveis de 2013. E 90% das obras deverão estar concluídas no final deste ano.
A empresa também investe na construção do Centro de desenvolvimento de agentes condicionadores de cabelo, que fica dentro do centro de pesquisas da Rhodia em Paulínia-SP. O objetivo é criar, junto aos clientes, novas soluções em condicionamento de cabelos, formulações de xampus e outros produtos. “O Brasil tem mais de 20 tipos diferentes de cabelo”, salienta a executiva.
Além disso, o país se transformou no maior mercado mundial, em volume de vendas, de condicionadores. Sinal de que as mulheres brasileiras valorizam muito os seus cabelos, investindo em cuidados e tratamentos, mesmo nos períodos em que a economia está em marcha lenta.
No mercado de personal care, o foco da empresa está no desenvolvimento de soluções tendo em vista um amplo portfólio de agentes de condicionamento, tensoativos suaves, modificadores reológicos, emolientes e emulsificantes, destinados aos formuladores de produtos para hair care, skin cleansing e skin care.
Otimismo não falta a Valdirene: “Este é um bom momento para nós, agora que temos um portfólio mais completo.” Antes, havia uma concentração dos negócios em hair care. A Solvay Novecare reforçou o seu portfólio para skin care, que inclui emolientes, emulsionantes e especialidades, mediante a aquisição da Dhaymers, no final do ano passado. Os investimentos somados desde 2014 chegam a R$ 240 milhões.

A Clariant aproveitou a FCE para anunciar o lançamento global de um tensoativo vegetal com grande apelo sensorial: a linha GlucoTain, à base de açúcar e sem sulfato. “São quatro produtos com características de espuma diferenciada”, definiu Fábio Caravieri, gerente de marketing. A nova linha combina suavidade e limpeza, sendo indicada para inúmeras aplicações cosméticas de cuidados com a pele e o cabelo. Também apresentam compatibilidade com grande variedade de ingredientes, fragrâncias, óleos e outros ativos.
Com esses produtos, os formuladores de personal care podem obter características sensoriais personalizadas para diferentes tipos de pele e aplicações finais. Produtos de limpeza facial profunda e xampus infantis, por exemplo, podem ter uma sensação de hidratação pós-aplicação, graças à espuma cremosa e intensa; produtos revitalizantes para o banho podem produzir espumas macias e leves, fáceis de enxaguar.
Todos os tensoativos GlucoTain são biodegradáveis e não possuem rótulo Aquatox. O GlucoTain Clear é um produto sem óxido de etileno e polietileno glicol, para soluções leves e refrescantes. Oferece às formulações um boost de espuma macia, fácil enxague e sensação de pele profundamente limpa. Ideal para todos os tipos de pele, é recomendado para produtos refrescantes e revitalizantes para o banho, sabonetes líquidos para as mãos e produtos 2 em 1.
O GlucoTain Clean é um limpador profundo e suave. Ideal para peles oleosas, é recomendado para produtos de limpeza facial e demaquilantes. O GlucoTain Flex oferece flexibilidade para formulações suaves sem sulfato e sem cocamidopropil-betaína. A espuma de cremosidade média proporciona sensação de pele suave e nutrida. Ideal para peles normais, é recomendado para produtos de banho e sabonetes líquidos para as mãos, além de produtos de limpeza facial.
O GlucoTain Care é o produto mais suave dessa família de tensoativos. A espuma densa e cremosa é fácil de enxaguar e deixa uma sensação de condicionamento suave e hidratação após a aplicação. É indicado para peles secas e sensíveis e recomendado para os produtos cremosos de banho e os delicados de limpeza facial.
Trata-se, segundo Caravieri, de um processo novo. O diferencial está na maior facilidade de formulação; obtém-se viscosidade sem adicionar aditivos e o sensorial é único. Nos tipos de espumas estão “o grande diferencial” dessa linha desenvolvida pela equipe de pesquisadores, cujo objetivo é atender à crescente demanda do mercado por tensoativos suaves, renováveis e isentos de sulfato e óxido de etileno.
Para gerar um efeito perolizante nos produtos, a Clariant difundiu o Perlogen. De acordo com Caravieri, o lançamento é uma versão perolada mais fraca, “o único perolizante do mercado isento de sulfato”. Concentrado líquido para produtos de enxague, proporciona brilho intenso e sedoso a uma baixa concentração de uso. Agrega valor a xampus, sabonetes líquidos para as mãos, condicionadores nutritivos e sabonetes líquidos hidratantes. Há três linhas: SF 17, EGL e SF 3000.

Um ingrediente inédito, capaz de reverter os danos causados pela glicação, foi o destaque da Basf, conforme ressaltou Flávia Zanella, responsável pelo segmento de skin care e sun care do marketing de personal care para a América do Sul. O uso desse ativo permite que as fibras da pele recuperem a sua flexibilidade e funcionalidade, proporcionando uma aparência mais jovem. A glicação danifica a estrutura da pele, que perde elasticidade e resistência, dando margem para o surgimento de rugas.
Adotando o conceito Look `N Feel, a Basf valorizou as texturas da marca Care Creations, que “fogem do óbvio”. São óleos corporais superleves ou que viram gel, mousse que se transforma em pó em contato com a pele, texturas como chantilly e geleia ideais para o cabelo, que mostram uma quebra de paradigmas. “O objetivo é criar um vínculo emocional com o produto. Daí os vários tipos de texturas”, revelou Flávia.

Outros ingredientes lançados pela Basf: Emulgade Sucro Plus, emulsificante de base natural “com desempenho sensorial único”; Reflecks MultiDimensions, nova linha de pigmentos de efeito color travel, que levam ao cosmético uma mudança de cor de acordo com o ângulo de observação; Lox-Age, estimula a síntese de Lox (lysyl oxydase) e promove a restauração da estrutura da epiderme, melhorando a coesão e a diferenciação de suas células; Epigenist é rejuvenescedor da pele; Dermawhite WF inibe a síntese de melanina em 90%, oferecendo clareamento rápido – efeito é três vezes maior do que o ácido kójico.
Com o respaldo de ter sido lançado e eleito o melhor ingrediente na In-Cosmetic 2015, realizada em Barcelona, no mês passado, o Dow Corning 3901 Liquid Satin Blend foi a grande atração da Dow Corning: “Fizemos o pré-lançamento e, em julho, o produto deverá estar disponível no mercado nacional”, afirmou Gislene Attilio Meyer, da área de marketing América do Sul.

Trata-se de “um polímero revolucionário, que possui textura única (se situa entre uma goma e um elastômero) e oferece um sensorial acetinado prolongado e do tipo luxuoso”, na definição de Gislene. Pode ser usado em diversas formulações cosméticas: face, corpo, maquiagem. A companhia também lançou o Dow Corning CB-3046 Fluid, um silicone líquido que oferece “controle superior” de frizz com capacidade de modelagem.
Dentro do conceito de estimular os sentidos, a Lubrizol apresentou diversas novidades: o ingrediente Carbopol Ultrez 10, por exemplo, reformula o tradicional álcool gel. Possui sensação refrescante, inova no visual, hidrata e pode ser utilizado com diferentes fragrâncias, segundo Celina Issa, gerente de marketing para a América Latina. O Brighlette é outro ativo inovador: extrato de origem marinha, atua nas várias fases da hiperpigmentação reduzindo de forma consistente a deposição de melanina na epiderme.

O Eyedeline, também extrato de origem marinha, combate os três principais sinais de fadiga e de envelhecimento ao redor dos olhos – bolsas, olheiras e rugas. “Estimula a síntese de colágeno e elastina e não há similar no mercado”, ressaltou Celina. Na linha de cuidados pessoais, a especialista em serviços técnicos Viviane Moratti citou outros produtos com “sensorial diferenciado”, como o condicionador para cabelo Sprayable Clear, polímero catiônico, transparente, que propicia maciez e pode ser aplicado nos cabelos secos.
O “sabão em espuma” Foaming também foi destacado por Viviane. Com espuma cremosa, limpa e, ao mesmo tempo, evita o ressecamento das mãos. Em forma de sabonete, o demaquilante Cl-F0044CLA não resseca a pele, deixando-a macia. A empresa exibiu ainda a linha Pathway, excipientes de poliuretano termoplástico de grau farmacêutico, com capacidade de reduzir o tamanho de comprimidos de medicamentos orais contendo cargas altas de ativos. A incorporação da tecnologia Carbopol pode resultar em comprimidos 25% a 30% menores do que os existentes no mercado para a Metformina.
Em junho, a Lubrizol vai inaugurar uma planta de surfactantes, em Belfort Roxo-RJ, com investimentos da ordem de US$ 20 milhões. É o seu primeiro investimento em uma unidade fabril no mercado de personal e home care no país e faz parte da estratégia de crescimento de longo prazo nesse ramo de negócio.

A Lubrizol não só ampliará a sua atuação local com um maior portfolio de produtos, como também irá aumentar a sua competitividade e o volume de negócios. Os tensoativos a ser fabricados terão como diferencial a sustentabilidade e o alto grau de vegetalização, contribuindo com a demanda crescente dos clientes em reduzir o impacto ambiental na composição dos produtos finais.
A Dow lançou uma nova solução para aplicação em hidratantes corporais, o EcoSmooth Delight, e apresentou diversas aplicações do Ethocel, solução espessante para formulações base óleo. “O EcoSmooth Delight pode agregar atributos aos produtos e diferenciá-los neste mercado que é tão competitivo. A Dow aposta nesta inovação para continuar fortalecendo a sua posição no setor, com um crescimento sustentável. O produto proporciona experiências sensoriais únicas ao consumidor final”, ressaltou Thelma Bayoud, gerente de marketing para América Latina para cuidados domésticos e pessoais.
O Ethocel STD 100 Premium é um composto vegetal obtido a partir da celulose, que confere textura e viscosidade aos óleos, podendo ser aplicado em diversos produtos, tais como óleos corporais e para cabelos, protetores solares, óleos bronzeadores, gloss labiais, entre outros. Além de estruturante para óleos, o produto forma um filme protetor sobre a pele e cabelos, contribuindo para a redução da perda de água e hidratação.
A tecnologia mantém todas as propriedades de produtos à base de óleos, como brilho e hidratação, resultando em texturas óleo-gel fluidas a viscosas, de sensorial leve e agradável e de fácil aplicação, retirando o aspecto pegajoso, característico de formulações oleosas. Além disso, dá viscosidade e transparência aos produtos, deixando-os com uma aparência visual clean. “A tendência é que as soluções sejam cada vez mais multi-plataformas, por isso, a palavra que define o Ethocel é versatilidade. A maior característica do produto é a experiência sensorial de rápida absorção e sem pegajosidade que ele proporciona”, frisou Thelma.
A Merck divulgou ativos funcionais, como as linhas RonaCare AP e os antioxidantes Oxynex. Na linha de pigmentos, o Colorona Tangerine Orange e o RonaFlair, à base de dióxido de titânio, que oferece efeitos de homogeneização para diferentes tons de pele.

Sindusfarma – Ao discorrer na Jornada Sindusfarma sobre “Os aspectos econômicos do Brasil farmacêutico”, Bruno Abreu informou que, em 2014, o setor faturou R$ 41,93 bilhões (com base nos preços praticados), perfazendo um crescimento de 11,69% em comparação com o exercício anterior. Em outra medição, de preço lista, as receitas somaram R$ 65,97 bilhões (13% a mais).
Citando as estatísticas do Ims-Health, Abreu disse que foram vendidas 3,12 bilhões de unidades no ano passado, um acréscimo de 7,88%. Os medicamentos genéricos responderam por 27,94% das caixas e 24,7% do faturamento total. O país conta com 269 empresas farmacêuticas, que elaboram 9.037 produtos em 25.797 apresentações. Manipula-se 2.260 substâncias de 447 classes terapêuticas. Verificando os dados de 2004 para cá, o mercado farmacêutico, ainda que seja um segmento regulado pelo Governo, só não cresceu dois dígitos por ano em 2007, quando a evolução foi de 9,93%.
Os gastos do Ministério da Saúde com medicamentos também é crescente. Em 2014, o Governo desembolsou R$ 16,2 bilhões (R$ 15,4 bilhões em 2013). No período de 2010 a 2014, essas despesas evoluíram 13,9%. As expectativas de evolução do mercado no Brasil até o ano de 2017 estão sendo reformuladas.
Abreu questionou a elevada carga tributária nacional, que “drena muitos recursos do setor”. Os cerca de 20 impostos incidentes sobre os medicamentos equivalem a 33,9% do preço final, uma das taxas mais elevadas do mundo. Na Argentina, a carga é de 21%; Áustria, 20%; Estados Unidos, México, Venezuela, Suécia, Colômbia, Canadá e Reino Unido, 0%. A média planetária, sem o Brasil, é de 6,3%. “O ideal seria termos uma incidência tributária da ordem de 6% a 8%”, opinou o gerente do Sindusfarma. A realidade nacional é contrastante: os medicamentos veterinários têm carga tributária de 13,1%.

FCE Pharma
A Basf apresentou a linha de ômega-3 para uso em medicamentos, suplementos nutricionais e nutrição clínica. “São produtos com alta concentração de ácidos graxos, principalmente o etiléster de ácidos graxos de ômega-3 ou K85EE (EPA/DHA 46:38). Podem, em alguns casos, substituir 100% das estatinas ou ser usado em associação”, declarou Fernanda Furlan, gerente da área.
Outros produtos: Kollicoat, polímero para revestimento de comprimidos; Soluplus, dissolvedor de ativos farmacêuticos pouco solúveis devido à sua elevada fluidez e capacidade de extrusão – tem desempenho superior na formação de soluções sólidas, especialmente em processos de extrusão a quente. “Evita o uso de solventes orgânicos. Não usa água e reduz o consumo de energia”, completou Fernanda. Kollidon, polímero PVP, usado principalmente como excipiente em comprimidos com características desintegrantes e aglutinantes; Ibuprofeno, anti-inflamatório não esteroide.
A Merck Millipore expôs o seu mais novo produto, Parteck SLC, que aumenta a dissolução de moléculas. Esta linha de excipientes conta com diversos agentes para compressão direta, desintegrantes, lubrificantes e diluentes de alta performance para as diversas formulações, além de tecnologia de partículas que conferem características superiores aos produtos, tais como melhores compressibilidade, fluidez, dissolução, dureza e desintegração dos comprimidos, salientou Vitor de Oliveira, gerente de desenvolvimento de novos negócios.

“Espera-se um grande crescimento, nos próximos anos, dos produtos biotecnológicos”, observou Oliveira. A Merck expôs também a linha Novaseptum, unidade de amostragem fechada, que garante a reprodução e confiança na esterilidade das amostras; a linha Lynx de conectores para produção asséptica e bag single-use, dentre outros; e a linha de LabWaters, para purificação de água para fins laboratoriais.
Em plena epidemia de dengue no país, a Merck informa que diversas substâncias podem ser usadas como princípios ativos para formular um repelente, entre elas a IR 3535, que teve a sua eficácia contra o mosquito Aedes aegypti comprovada por meio de testes laboratoriais conforme o Standard Operation Procedure SOP-M 0095.
A sua estrutura química é baseada em uma substância natural, a beta-alanina, e sua segurança foi comprovada em extensivos estudos toxicológicos para toxicidade aguda, irritação aguda, sensibilização, exposição repetida, genotoxicidade, reprotoxicidade e ADME (absorção, distribuição, metabolismo e excreção). A empresa sustenta que essa molécula (IR3535) apresenta um desempenho mais eficaz e é mais segura para o ambiente em comparação com a solução de citronela natural e também menos irritante para os olhos.

A necessidade de utilização de água de alta pureza levou a Veolia Water Technologies a expor o ultrapurificador Purelab Option-Q. Desenvolvido para produzir água ultrapura sem a necessidade de uma alimentação pré-purificada, o equipamento pode produzir até 15 litros/hora de água 18,2 M?-cm, a partir de água potável. “Isto torna o produto uma seleção eficiente em termos de custo para diversas aplicações laboratoriais”, afirma Humberto Bufalo, gerente comercial.
Quando utilizado com o Biofiltro (filtro biológico), proporciona água efetivamente isenta de impurezas biologicamente ativas, como endotoxinas e nucleases, garantindo a qualidade da água adequada para utilização nas aplicações de life sciences, como a cultura de células. Dentro do Option-Q, os níveis bacterianos são mantidos muito baixos, uma vez que o modelo possui a tecnologia de osmose reversa, lâmpada UV de 254 e 185 nm e a recirculação da água por todo o sistema.

A Veolia também oferece ao mercado o ultrapurificador Purelab Flex, um sistema modular flexível que pode ser configurado para fornecer a qualidade da água necessária para diversas aplicações e constantemente monitorada até o ponto de distribuição.
Já o Purelab Ultra é apontado como ideal para aplicações críticas, como técnicas de ICP-MS (espectrometria de massa a plasma, acoplado por indução) e análises moleculares que exijam a melhor pureza de água, por possuir uma tecnologia diferenciada e garantir o mais alto nível de água ultrapura. A empresa dispõe também de outras soluções de tratamento de água, como o Serviço Móvel de Água (Aquamove), o Serviço de Deionização Integral (SDI) e o CentraR200.

Algumas soluções de última geração foram exibidas pela ThermoFischer Scientific. “Para laboratórios de alta demanda, estamos lançando um cromatógrafo com corrida ultrarrápida, capaz de analisar até 8 mil amostras, com pressão até 15 mil psi”, afirmou Clarice Souza, vendedora técnica. “Único no gênero”, o sistema Vanquish melhora as separações, a velocidade de análise, aumenta a produtividade e melhora a robustez. Também facilita a interação, minimizando os esforços de treinamento.
“O Vanquish é um equipamento sem igual no mundo. Ele pode analisar até o último detalhe na separação e identificação de substâncias, o que é vital para as indústrias do século XXI. Saber quais são os possíveis componentes que podem aprimorar uma nova droga pode ser a diferença para o sucesso, tanto financeiro, quanto no potencial para salvar vidas”, explicou Marc Chalom, especialista em análises químicas da empresa.
Outro produto sem similar no mercado, e que atende a norma RDC nº 58 Anvisa, é o Detector corona CAD, considerado ideal para fornecer dados complementares a um UV ou MS. Clarice destacou que o produto opera a baixo custo, possui alta sensibilidade, é fácil de usar (operação isocrática ou gradiente) e é simples a integração com qualquer sistema HPLC e UHPLC.

A Agilent Technologies promoveu um sistema de cromatografia líquida de ultra-alto desempenho (UHPLC) que estabelece um novo marco em eficiência para os laboratórios. O equipamento analisa pequenas e grandes moléculas. “O Agilent 1290 Infinity II tem o mais alto desempenho do mercado, pois vem com nova geração de auto-amostradores, com capacidade para até 432 amostras em frascos de 2 ml, baixo carryover de 9 ppm, injeção com agulhas duplas, entre outras características únicas no mercado, que o posicionam como the best-in-class”, assinalou Cláudio Valério Bortalieiro, especialista em cromatografia.
Ele comentou que o produto “é ideal para uso em laboratórios que necessitam de precisão, como os de produtos farmacêuticos e de análises químicas, além de investigações forenses, a exemplo do seriado CSI, meio ambiente e também segurança alimentar”.
A Agilent também divulgou o novo sistema de coleta automática para os aparelhos de dissolução, que oferece uma solução integrada que simplifica e controla o fluxo de trabalho do laboratório, proporcionando maior capacidade de análise e maior tempo livre dos analistas. O 850-D está estruturado para incorporar, de forma harmônica, os sistemas de dissolução novos, bem como os já existentes no mercado. Pode ser utilizado nos mercados de especialidades farmacêuticas, especialmente para as formas passíveis de dissolução, como, por exemplo, cápsulas, comprimidos, lentes de contato, patches e/ou similares.

Importante fabricante de produtos para o transporte de insumos que requerem tempo e temperatura controlados, o Grupo Polar Técnica exibiu a manta pallet DuPont Tyvek, que diminui o risco de perda de produtos sensíveis, pois permite que a temperatura da carga não oscile com a temperatura externa ambiente, além de fornecer proteção contra chuva, contaminação do ar (poeira, pólen, excrementos de pássaros, etc) e radiação solar.
De uso cosmético e farmacêutico, é ideal para o transporte de produtos que suportem temperaturas entre 15-25ºC e 15-30ºC. É impermeável e protege de bactérias também, sublinhou Carlos Lima, do departamento de vendas. A empresa também expôs as tradicionais embalagens térmicas com parede reforçada, elementos refrigerantes do tipo PCM (Phase Change Material) Thermo Control, bem como outros materiais de isolamento.