FCE Cosmetique / FCE Pharma: Inovações privilegiam eficácia e segurança para consumidor
As indústrias de produtos cosméticos e farmacêuticos e seus fornecedores atravessam uma época de ouro. Os negócios vêm crescendo em ritmo chinês e não há sinais de desaceleração à vista. As inovações em produtos e/ou ingredientes, lubrificam a roda da fortuna – são lançados, em média, sete novos produtos por dia, só na área de personal care.
Esse desempenho notável é uma exceção ao comportamento geral da indústria brasileira, esta projetando para 2014 um resultado semelhante, ou abaixo, ao de 2013, quando a produção cresceu apenas 1,2%.

As duas principais plataformas de negócios da América Latina, as FCE Cosmetique e Pharma, com suas respectivas exposições internacionais de tecnologia e ampla programação de seminários e workshops dedicados, ocuparam o Transamerica Expo Center, na capital paulista, de 12 a 14 de maio. As cadeias produtivas dos setores cosmético e farmacêutico reuniram cerca de 500 marcas nacionais e internacionais, sendo 58 estreantes, que expuseram suas atrações em 30 mil m², e foram visitadas por um público de 17.635 profissionais. Paralelamente, especialistas do setor debateram temas candentes, como as metodologias alternativas para substituição de testes em animais, segurança e eficácia de produtos cosméticos, rotulagem de produtos químicos e registros de medicamentos.
O presidente da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC), João Hansen, declarou que o mercado nacional deve movimentar cerca de US$ 40 bilhões este ano, valor só inferior aos volumes de negócios nos Estados Unidos e na China. Há mais de uma década que a taxa média de expansão brasileira nesse setor é de 10% ao ano.
Tal performance é alavancada certamente pelo aumento da renda média do brasileiro, além do especial interesse dos consumidores por produtos estéticos – com a condição, agora, de que sejam os mais naturais possíveis. Calcula-se que existam cerca de 2.800 empresas de cosméticos no Brasil.
Hansen disse que os testes em animais são o tema mais polêmico do setor. “Há metodologias alternativas que substituem o uso de animais”, fez questão de frisar. A preocupação é tamanha que o próprio estande da ABC abriu espaço – uma Estação Experimental – para demonstração das novas metodologias in vitro, por meio de culturas celulares, modelos tridimensionais de pele equivalente, screening e degradação proteica. A julgar pelo público que circulou por ali, o interesse no assunto é realmente grande. As palestras realizadas no local também foram muito concorridas.

Testes em animais – O Grupo Investiga Institutos de Pesquisa, com sede em Campinas-SP, exibiu métodos in vitro para, segundo o gerente de negócios, Erlandi Salvador Junior, reduzir o uso de animais ou até mesmo bani-lo. Exemplo: para avaliação de irritabilidade dérmica e toxicidade oral aguda.
Salvador Junior afirmou que a necessidade de se fazer testes em animais vem declinando. O mercado trabalha com matérias-primas conhecidas e já testadas, o que dispensa novos ensaios em animais. Na Europa, a proibição já é total e o Brasil caminha para esse patamar.
Apesar da evidência do tema, ele estima que o mercado nacional de cosméticos usa animais em apenas 0,24% dos testes de segurança. Mais grave, a seu ver, é a situação do segmento de artigos escolares, ramo em que os testes de segurança em animais são bastante empregados. Calcula-se que são sacrificados cerca de 20 mil animais (em geral, ratos e camundongos) por ano no país para controle de lote de fabricação.
Testes de segurança in vitro realizados pela Tridskin, uma das empresas do grupo Investiga, são: citotoxicidade; fototoxicidade; para irritação ocular: HET-CAM; toxicidade oral aguda; e BCOP. Testes em modelo de pele equivalente ou 3D: contração térmica; proteção dos fibroblastos contra UVA; proteção dos queratinócitos contra UVA e UVB; permeação cutânea; irritação dérmica; avaliação da barreira cutânea por histologia; e avaliação da barreira cutânea por resposta ao SDS. “Os testes são validados pela OECD, o órgão internacional de validação de métodos alternativos”, completou Salvador Junior.

Gerente científica de avaliação de segurança de cosméticos da Natura, Vanessa Sá Rocha, apresentou no 27º Congresso Brasileiro de Cosmetologia o trabalho intitulado “Métodos alternativos para a avaliação de segurança de produto cosmético: uma abordagem prática”. E foi taxativa: as empresas querem fazer produtos que não foram testados em animais.
Testes em animais já não são realizados nos produtos acabados. A Natura, por exemplo, “não faz testes em animais desde 2006”, ressaltou a cientista. O problema é mais crítico quando se trata de ingredientes.
Vanessa classificou o assunto de “supercomplexo cientificamente” e acredita que existe uma grande oportunidade para um trabalho em conjunto de qualificação da cadeia produtiva (fornecedores de serviços), bem como cooperações científicas em âmbito internacional para desenvolver novas tecnologias no país.
Ela enfatizou que já há alternativas para avaliações de irritabilidade dérmica e ocular, alergenicidade, mutagenicidade e permeação cutânea. “Muita coisa vai mudar com as novas tecnologias para avaliação de segurança de novos ingredientes”, arrematou.

GHS – No workshop “GHS: sistema globalmente harmonizado para classificação e rotulagem de produtos químicos”, Patrícia Duarte Ferreira, da área de novos negócios da consultoria Infobasys, comunicou à plateia que, a partir de 1º de junho de 2015, “nenhuma substância química e suas misturas poderão circular no Brasil sem atender ao GHS”. O objetivo do GHS, ou Sistema Harmonizado Globalmente para a Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos, é “fornecer informações para proteção da saúde humana e do meio ambiente”.
Patrícia deixou claro que ter uma classificação única em âmbito mundial é fundamental para que os perigos dos produtos sejam identificados da mesma maneira. Em tom de brincadeira, ela disse que se comenta que um produto comestível na China pode ser considerado tóxico ao entrar na Europa e sem classificação no Brasil…
De acordo com Patrícia, a criação do GHS começou a ser discutida mundialmente durante a Rio-92. Em 2003, a ONU lançou a versão zero do projeto. Em 2009, o Brasil baixou a norma ABNT 14725. E com a Portaria 229, de maio de 2011, tornou obrigatória a implantação do GHS no país. As partes 3 e 4 da norma foram revisadas durante 2012. Agora, o Brasil quer ser o primeiro a adotar a versão 5 do Purple Book da ONU.
“O GHS aumenta a proteção para os seres humanos e ao meio ambiente, facilita o comércio internacional de produtos químicos e reduz a necessidade de promover testes e avaliações”, declarou. Todo produto químico perigoso ou que crie situações de risco deverá ter a Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (Fispq). O uso seguro de produtos químicos compreende, portanto, a classificação no GHS, a comunicação de perigos nos rótulos e na Fispq, e o sistema de gerenciamento de riscos.
Ao se referir ao conteúdo da NBR 14.725, Patrícia dividiu-o em três partes: terminologia, sistema de classificação de perigos e rotulagem. Há 16 classes de perigos físicos, dez de perigos para a saúde (toxicidade aguda, corrosão, mutação cutânea, lesões oculares, etc.), duas de perigos ao meio ambiente e uma de perigo complementar (para a camada de ozônio). A rotulagem estabelece informações de segurança relacionadas ao produto químico perigoso.
O que precisa ser rotulado? Produtos intermediários, tanques estacionários, amostras de laboratório, tambores, bombonas e embalagens em geral. E nos produtos não perigosos deverá constar essa informação.
O sistema GHS está em vigor na União Europeia desde janeiro de 2009, ressaltou a especialista. Nos Estados Unidos, que adotou um período de treinamento a partir de dezembro de 2013, a classificação com SDS (fichas com dados de segurança) e rótulos entrará em vigor em 1º de junho de 2015 – a mesma data de vigência no Brasil.
“Na China, há um rigor enorme para os produtos que entram no país desde maio de 2011”, informou Patrícia. O Uruguai estabeleceu o prazo de dezembro de 2012 para substâncias químicas e dezembro de 2017 para as misturas. A norma tem caráter voluntário no México. O Japão é o país mais avançado do mundo nesse sistema: a rotulagem de produtos segundo o GHS é empregada desde 2006.

Indústria farmacêutica – O vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Lauro Moretto, aposta que o faturamento da indústria farmacêutica no Brasil crescerá 15% este ano, atingindo o patamar de R$ 66 bilhões. Foram obtidos R$ 58,04 bilhões em 2013, quando a expansão foi de 16,99% em comparação com o exercício anterior.
Em número de unidades (caixas), as vendas somaram 2,9 bilhões no ano passado (variação de 2,16%). O Brasil registrou crescimento constante nos últimos 10 anos e já é o 6º maior mercado mundial, com uma participação de 3,96% no comércio global. A liderança é dos Estados Unidos, com US$ 244,5 bilhões faturados em 2012 e 42,46% de participação. Depois, aparecem o Japão, a China, a Alemanha e a França.
Moretto projeta que o Brasil alcançará a 5º posição no ranking em um ou dois anos e a 4º colocação, em 2020. “A demanda ainda está contida”, ressaltou. A criação dos genéricos e das farmácias populares incrementou o consumo, mas ainda há bastante espaço para crescer, principalmente se os planos de saúde começassem a bancar o custo dos medicamentos para os seus usuários. “O desafio é dar à população maior acesso aos remédios”, acrescentou.
O país possui 524 laboratórios farmacêuticos, que geram quase 80 mil empregos diretos e 512 mil indiretos. O Sindusfarma congrega 176 empresas que respondem por aproximadamente 90% do mercado de medicamentos do Brasil.
Na Jornada Sindusfarma, cujo tema foi “A evolução do conhecimento na indústria farmacêutica. Onde estamos? Para onde vamos?”, Moretto alertou que a legislação, a estrutura das agências regulatórias e os processos de harmonização geram assimetrias nos critérios para o registro de medicamentos – inovadores, similares, genéricos, fitoterápicos, dinamizados, biotecnológicos etc – entre os países, e isso cria barreiras ao comércio internacional.
“Há que se trabalhar, e muito, em uma convergência internacional”, asseverou o executivo. Os critérios de inspeção de boas práticas de fabricação, distribuição, ensaios não clínicos, boas práticas clínicas etc., “também são assimétricos”.
Entre os principais desafios do setor para atender aos novos marcos da regulamentação, Moretto elencou:
• Registro de insumos ativos e excipientes farmacêuticos (Anvisa – RDC nº 57/2009);
• Rastreabilidade de medicamentos (Lei 11903/ 2009);
• Política nacional de resíduos sólidos (Lei 12305/2010);
• Revisão das BPFs (Anvisa – RDC nº 17/2010);
• Registro de medicamentos biológicos e biosimilares (Anvisa – RDC nº 55/2010);
• Harmonização de farmacopeias (OMS e órgãos de países):
• Regulamentos para registro de medicamentos, insumos e novas tecnologias, como nanotecnologia, nanobiotecnologia, radiotecnologia etc. (ainda em estudos)
• Validação de métodos e processos (revisão das BPFs ou GMPs da FDA, da EMA e da PMDA);
• Sistema Farmacêutico de Qualidade (documentos da ICH, especialmente Q6, Q7, Q8, Q9, Q10, Q11);
• Convergência do arcabouço regulatório, de acordo com os documentos da ICH.

Lançamentos – Novidades não faltaram nas duas exposições. No setor lilás, área destinada à 19ª edição da FCE Cosmetique, reforçou-se a tendência de uso de ingredientes naturais. A Beraca, fundada em 1956, apresentou toda a sua linha de ingredientes naturais e certificados orgânicos provenientes da região amazônica e de outros biomas brasileiros, além de seus parceiros internacionais: as alemãs Dr. Straetmans e Henry Lamotte, a francesa Greentech e a italiana Indena.
Juliana Frutuoso, recentemente promovida a gerente nacional de vendas, declarou que a linha Verstatil ganhou quatro novos produtos que permitem formulações livres de preservantes críticos: parabenos, MIT, formaldeído e fenoxietanol. O preservante Verstatil BOB, por exemplo, é um ingrediente multifuncional. É recomendado para qualquer tipo de formulação cosmética e atua na ampla faixa de pH 3 a 8.
Na linha de ativos multifuncionais, Juliana destacou o Dermosofot Anisate, que é 100% de origem natural – listado pela Ecocert e solúvel em água fria. “É uma evolução do Dermosoft 688”, explicou. Também se referiu ao Cernilys, que possui combinação de moléculas bioativas que reduzem a aparência das olheiras, e o Centerox, um derivado da Centella asiatica, que estimula o crescimento capilar, diminui a perda capilar durante as lavagens e aumenta a resistência do pelo.
Ainda no segmento de tratamento para o couro cabeludo, Juliana citou o lançamento do óleo de patauá, uma palmeira amazônica que pode atingir 25 m de altura. O óleo refinado é um agente hidratante com alto teor de ácido oleico (75%), que melhora a textura do couro cabeludo, reduzindo a descamação. O seu processo de fabricação garante a rastreabilidade e a sustentabilidade de sua cadeia de custódia.

Distribuidora nacional de especialidades químicas, a D`Altomare divulgou novas texturas e sensoriais de produtos para pele e cabelo. A analista de marketing, Erika Maria Lopes, exibiu o portfolio:
Dow Corning ES-5300 Formulation Aid: emulsificante de silicone para óleos orgânicos, silicones e sua mistura. É indicado para produtos de baixa viscosidade e tem ampla variedade de aplicações em uso capilar e dermatológico.
Dow Corning EP-9801 Hydro Cosmetic Powder: elastômero de silicone em pó, tratado com sílica e butilenoglicol. Proporciona sensorial suave e talcado, efeito soft focus, absorção da oleosidade da pele e de óleos e fluidos diversos.
Cetiol Ultimate: emoliente volátil, ultraleve, 100% natural, biodegradável, com aprovação Ecocert e Cosmos. “Confere sensorial macio e seco, secagem rápida e efeito matte”, completou Érika. Para uso em cabelo e pele.
Três ativos para pele, corpo e rosto também estão entre as novidades da D`Altomare, a começar pelo Slim-Excess: redutor de medida corporal, ativador de lipólise. Reduz o volume da papada facial. O Perlaura é um ativo botânico que torna a pele mais firme e lisa, aumentando a reflexão da luz sobre a superfície. E o Radianskin: clareador que inibe a liberação dos melanossomos para os queratinócitos, apresentando resultados comparáveis ao ácido kójico.
“O mercado está aberto para esses novos produtos”, afirmou Érika. “São novas formas de apresentação para produtos já conhecidos. Trazem novos sensoriais, mais ricos e agradáveis”, acrescentou. No estande da D’Altomare foram instaladas ilhas de experimentação para demonstrar formulações desenvolvidas pela Dow Corning, seguindo o conceito Beauty With Impact, e novos produtos e conceitos para o cuidado da pele, maquiagem e proteção solar, pela ampliação da parceria com a Basf.

Multinacional brasileira, a Oxiteno, fundada em 1973, apresentou a plataforma Suavidade, que propicia soluções suaves para xampus, sabonetes líquidos e em barra, cremes e loções, além de produtos para limpeza facial e infantis.
Outra novidade, entretanto, como comentou o diretor da área de Home & Personal Care, Maurício Lopes, é que a empresa direcionará R$ 161 milhões, este ano, em investimentos para expansão da capacidade produtiva da sua unidade em Pasadena, no Texas (EUA), e na conclusão da expansão da capacidade da fábrica em Coatzacoalcos, no México.
O objetivo da aquisição nos EUA, realizada no final de 2012, era produzir naquele país tensoativos etoxilados, fortalecendo sua posição nas Américas, nos mercados agroquímico, domissanitários e cuidados pessoais, entre outros setores industriais.
Com a ampliação da fábrica mexicana, prevista para entrar em operação ainda em 2014, serão acrescidos 30 mil t/ano à produção de tensoativos não iônicos, ésteres, tensoativos aniônicos, sulfatados e sulfonados. Adicionalmente, a Oxiteno investirá R$ 83 milhões no aumento de produtividade e manutenção das unidades produtivas e sistemas de informação naquele país. A empresa possui 12 fábricas no planeta, a metade delas no Brasil, três no México, e uma na Venezuela, no Uruguai e nos EUA.
De acordo com Lopes, o principal negócio da companhia (40%) está no segmento home & personal care. No Brasil, onde o portfólio de tensoativos é amplo, a estratégia atual é agregar efeitos, como cremosidade e limpeza – o sensorial da formulação. Nos últimos três anos, a Oxiteno investiu cerca de R$ 300 milhões no país para ampliar a sua capacidade produtiva e adquirir empresas pequenas. O maior volume de recursos está concentrado nas áreas de cabelos, pele e proteção solar. O total de investimentos, nos últimos 10 anos, supera a marca de US$ 1 bilhão, concluiu Lopes.

“Envelhecendo através das idades”. Este foi o tema central da participação da Croda do Brasil na FCE, informou a gerente de marketing, Renata Solfredini. “O foco é trabalhar produtos adequados para todas as idades. Há formulações skin, sun e hair care e maquiagens”, disse.
Da extensa linha de produtos da empresa, ela destacou três novidades. O Volarest FL é um polímero de alto desempenho, que fornece características novas em emulsões e aplicações à base de água. Proporciona entrega específica e controlada de emulsões na forma de spray, novas texturas que estimulam o consumidor e a leve suspensão de emolientes com particulados em fluidos de baixa viscosidade.
Produto para os cabelos, o Phytessence French Oak é um produto anti-idade e antioxidante. O carvalho é tradicionalmente usado como um adstringente, calmante, tonificante e fortificante. Os compostos fenólicos dão ao carvalho, uma árvore centenária, intensas propriedades adstringentes e antioxidantes.
O Pacifeel, de uso dermatológico, é um “pacificador da pele”, na definição de Renata. É um agente para recuperação da pele facial muito reativa e irritável. É “um neuro cosmético sensorial”, que diminui, por exemplo, a vermelhidão. Fortalece e hidrata a epiderme.

O gerente de vendas de personal care da Clariant, Fabio Caravieri, revelou, em um dos workshops diários promovidos pela empresa na FCE Cosmetique, que lida com uma área complexa em que são lançados de 2 mil a 3 mil novos produtos anualmente. Além disso, é necessário enfrentar os desafios impostos pelo consumidor moderno, que é mais exigente, quer produtos específicos e elaborados de preferência com responsabilidade social.
Nessa conjuntura, a Clariant apresentou a sua linha de produtos Be Cool para formulações a frio. Pelos testes realizados, essas formulações trazem redução do consumo de energia (73%, por exemplo, em xampus) e aumento de produtividade (53%, no caso citado). Os índices de ganhos são variáveis, dependendo do produto, na área de personal care.
Após adquirir as empresas Active Organics e Lipotec, a Lubrizol aproveitou a exposição para difundir o conceito Blend-up Mixology, que traz customização, tecnologia e soluções integradas. Objetivo: levar os clientes a reconstruir suas formulações com “inusitadas texturas e ativos”. Juntas, as três empresas fornecem amplo portfólio de tecnologias para personal care: ingredientes e aditivos que possibilitam estabilização e endereçam claims às formulações de cuidados pessoais e beleza. Fundada em 1928, a Lubrizol opera em mais de 17 países e tem centros técnicos ao redor do mundo.
Representante no país de fabricantes de matérias-primas, a Focus Química divulgou ativos e ingredientes lançados recentemente na In-Cosmetics 2014, em Hamburgo. Agraciado no evento alemão com o prêmio Inovação BSB, na categoria Melhor ingrediente ativo, o Snow Algae Powder é o primeiro ativo para a longevidade da pele por mimetização de restrição calórica. Está baseado no extrato de uma alga que cresce em geleiras e sob neve permanente.
Tri-K Industries: Boabá Tein NPNF, uma proteína exótica para tratamento do cabelo, com propriedades anti-aging.
Brasquim: Baycusan C1008/Polyurethane-48, polímero inovador em antienvelhecimento capilar, restaura as pontas duplas, aumenta a penteabilidade, tem ação anti-frizz e efeito memória de cachos ou cabelos lisos.
Chemflex: Akoski Apoium, ativo que atua na prevenção e redução de estrias. E o Akoactive Nile Lily, feito a partir do extrato de lírio, possui ação antioleosidade para os cabelos e pele, oferecendo efeito matte.
Seppic: Timecode, para correção de rugas profundas e duradouras. Fluidipure 8G, protetor e purificante para todo o corpo.
Maian: óleos vegetais exóticos, originários de vários países, além de emolientes naturais multifuncionais, com sensoriais de toque seco, rápida absorção e “boa espalhabilidade, excelente dispersante de pigmentos”.
Ferquima: dentro do portfolio de produtos 100% naturais e puros, destacou o óleo essencial de Malaleuca, arbusto australiano com propriedades relaxantes e “ótimo” para limpeza de pele.
Sarfam: o Redensylm, que atua diretamente nas células tronco do folículo piloso, na fase de crescimento do fio, apresentando bons resultados contra a alopecia de grau 3 e 4. E o Wetfilm: polímero para formulações de FPS com base alcoólica.
Prêmio – A entrega do Prêmio Sindusfarma de Qualidade, em 26 diferentes categorias, reuniu cerca de 1.500 pessoas no espaço HSBC, no dia 12 de maio. O Sindusfarma monitora o mercado há 18 anos, premiando os melhores fornecedores e prestadores de serviço, que atendem os elevados requisitos de qualidade exigidos pelo setor.
Na categoria especial Indústria Farmacêutica, a EMS foi premiada como o laboratório que mais se sobressaiu no processo de qualificação de fornecedores. A atriz Elizabeth Savalla se converteu numa das atrações da noite ao receber o prêmio principal na categoria “Bulas”, conquistado pela Gráfica e Editora Brogotá, fundada por seu pai.

Confirmando uma tradição, a Schott venceu novamente na categoria “Ampolas e frascos de vidro (tipo I), seringas pré-enchidas e bolsas para parenterais”. Na FCE Pharma, a empresa expôs dois produtos “com tecnologia do futuro”, conforme Nivaldo Santos, gerente de vendas: frascos prontos para uso (adaptiQ), de última geração, e seringas prontas para envasar (syriQ).
Ambos introduzem novos procedimentos no mercado. O frasco ampola, que estará disponível para comercialização no final deste ano, será fornecido esterilizado, podendo entrar diretamente nas máquinas automáticas. É apontado como “a única solução” que permite que os frascos permaneçam fixos, dentro do container, durante o processo de envase e acabamento.
As seringas, que já são fornecidas lavadas e esterilizadas, substituem as ampolas, ao permitir o envase direto do produto. “Evita o manuseio, a contaminação e o erro nas dosagens”, salientou Santos. Como envolvem troca de processos industriais, o gerente acha que estes produtos devem emplacar no médio e longo prazos. A multinacional alemã atua há 60 anos no Brasil.

A Polar Técnica concorreu e venceu o Prêmio Sindusfarma de Qualidade como prestador de serviço na categoria “Soluções para cadeia fria”, criada esse ano. Com o respaldo de quem está há 12 anos no mercado e é referência em pesquisa e desenvolvimento de soluções inteligentes em Cold Chain, a Polar é a única no ramo a possuir certificação pela norma ISO 9001 (desde dezembro de 2013), garantiu a gerente técnica, Liana P. G. Montemor.
De acordo com a farmacêutica, a Polar é a maior empresa nacional no segmento de produtos refrigerantes para transporte de insumos que requerem tempo e temperatura controlados. A empresa fornece soluções para transportar produtos farmacêuticos, como vacinas, insulinas e elementos para diagnóstico. “O mais importante é a qualificação das embalagens térmicas”, observou Liana.
A alemã Gelita participou da feira ao lado do grupo M.Cassab, que distribui o colágeno hidrolisado Verisol, desenvolvido para os cuidados com a beleza da pele. E apareceu também em parceria com a Tovani Benzaquen, encarregada da distribuição do colágeno Peptiplus, que evita a perda de massa muscular.
No stand da DuPont, destacou-se a linha de probióticos Howaru Protect, que ajuda a manter as defesas imunológicas naturais. Em parceria com a Brenntag Química Brasil, promoveu-se o Glypure, ácido glicólico para aplicação cosmética em produtos para pele, cabelos, unhas e cutículas.
A Blanver promoveu o Sorb-Cel, um coprocessado efervescente pronto para uso, que facilita a fabricação de comprimidos e grânulos. E o Solutab e o Explosol, utilizados como agente de desintegração e dissolução em aplicações farmacêuticas, veterinárias e alimentícias.
A dinamarquesa Universal Robots apresentou uma solução para agilizar a automação, reduzir custos e aumentar a produtividade das empresas: os braços robóticos UR5 e UR10, que podem movimentar cargas de 5 kg e 10 kg, respectivamente.
A Klöckner Pentaplast expôs uma ampla variedade de filmes para embalagens farmacêuticas, cosméticas e para rótulos, e lançou a nova geração de serviço de design de blister.
A brasileira Isodur, especializada em soluções e tecnologias em salas limpas e ambientes hiperassépticos, anunciou a joint venture com o grupo alemão Weger e a consequente ampliação da sua linha de produtos.
Ligia Amorim, diretora geral da empresa organizadora dos eventos, a NürnbergMesse Brasil, comemorou o crescimento das feiras de negócios no país, que servem para lançamento de produtos e serviços e aperfeiçoamento profissional, criando um ambiente comercial propício. E, no final dos eventos, declarou estar satisfeita com os resultados:
“A FCE Pharma e a FCE Cosmetique cumpriram o objetivo de conectar profissionais qualificados, compartilhar conhecimento e criar experiências”, concluiu. A 20ª edição da FCE Cosmetique e da FCE Pharma já tem data marcada: de 12 a 14 de maio de 2015, no mesmo Transamerica Expo Center.