Química Fina – Expo Índia – Indústria indiana oferece produtos
Feira apresenta possibilidades de negócios entre Brasil e Índia, principalmente no sofisticado campo da química fina, com destaque indiano em tecnologia avançada aliada ao baixo custo de produção

Promovida pelo Consulado Geral da Índia, e pelo ITPO (Indian Trade Promotion Organization), foi realizada de 25 a 29 de setembro, em São Paulo, no Pavilhão Branco do Expo Center Norte, a Expo Índia 2001, feira de produtos, serviços e tecnologia indiana. Cerca de 240 empresas divulgaram atividades, visando incrementar as relações comerciais com o Brasil. Grande variedade de produtos foi exibida, como peças e acessórios automotivos, ferramentas, softwares, produtos alimentícios, farmacêuticos e químicos, além de pedras preciosas, artesanato e artigos de papelaria.
Um número expressivo de expositores presentes era de empresas de química fina, do setor de fármacos, produtos veterinários e agropecuários. O mercado indiano de produtos farmacêuticos foi avaliado em cerca de R$ 154 bilhões no período 1988-89, considerando-se a produção de princípios ativos e formulados. Espera-se que cresça à taxa aproximada de 10% ao ano.
Entrará em vigor brevemente na Índia um novo regime que dará reconhecimento às patentes, o que deverá incentivar a introdução de novos medicamentos. Existem no país cerca de 8.300 fabricantes, sendo 250 empresas de maior porte, produzindo mais de 350 princípios ativos e uma linha completa de formulados.
A Índia tem 70% de auto-suficiência em princípios ativos e também é quase auto-suficiente em medicamentos acabados. A indústria tem demonstrado grande progresso no desenvolvimento de infra-estrutura, base tecnológica e escala de produção. Isso tem sido possível graças à mão-de-obra técnica e científica qualificada, e ao pioneirismo no desenvolvimento de processos. A força da indústria repousa em tecnologias de classe internacional, biodiversidade rica, custos competitivos de P&D, tecnologias de custo reduzido para a produção de princípios ativos, indústria de bens de capital bem desenvolvida e mais de 20% de taxa de crescimento das exportações.
O órgão responsável pela regulamentação da indústria de medicamentos e produtos farmacêuticos é o Departamento de Produtos Químicos e Petroquímicos do Ministério de Produtos Químicos e Fertilizantes. O objetivo da política de medicamentos e produtos farmacêuticos do governo indiano é garantir disponibilidade de medicamentos essenciais de boa qualidade a preços acessíveis, além de fortalecer a base de produção local. Uma lei intitulada “ordem de medicamentos”, de 1995, estabeleceu que 74 princípios ativos e algumas fórmulas teriam seus preços controlados. O número de medicamentos cujos preços são controlados tem sido reduzido gradualmente.
Com vários pricípios ativos saindo do regime de patentes e a capacidade dos cientistas indianos na área de tecnologia de processo, a participação dos produtos farmacêuticos da Índia no mercado mundial deverá crescer ainda mais, acreditam os organizadores da feira. A Índia é considerada sempre um bom local para a produção pelas empresas farmacêuticas globais, além de ser um mercado atraente para organizações voltadas para a pesquisa, devido à grande capacidade técnica. Por esse motivo empresas indianas e multinacionais cooperam em vários projetos. Apesar dessa vocação e sem dar detalhes, a presidente da CII Vinay Jha informou que 12 empresas indianas estão planejando produzir remédios no Brasil, por meio de parcerias ou joint-ventures.
Algumas empresas representantes do setor farmacêutico indiano estiveram na feira, como a Tablets Ltd., fortemente voltada à pesquisa e desenvolvimento de formulações de aminoácidos, tanto para ingestão oral como parenteral. Disse o vice-presidente sênior P. Sreenivasan, que a empresa já exporta para 28 países, mais ainda não para o Brasil, situação que esperava modificar com a participação na Expo Índia.

O assistente executivo da Natco Pharma Ltd. Subba Rao Mente disse que há 15 anos a empresa voltou-se para o mercado internacional, onde hoje tem presença significativa. Investindo pesadamente em pesquisa e desenvolvimento, produz princípios ativos, intermediários e produtos finais, incluindo anti-epilépticos, anti-asmáticos, vasodilatadores, analgésicos e muitos outros, na forma de tabletes, cápsulas, soluções parenterais, aerossóis, produtos transdérmicos e medicamentos genéricos.
Segundo Rao Mente, a empresa conseguiu novos processos e tecnologias patenteáveis, graça à invejável estrutura de seu centro de pesquisas, que ocupa uma área de 5.600 m2, incluindo laboratórios de síntese, de desenvolvimento de metodologia analítica, avaliação toxicológica, três plantas piloto e instrumental sofisticado, como espectrômetro de massa, difratômetro de raios X, cromatógrafos, aparelhos de eletroforese capilar e outros. Um total de 45 profissionais, sendo 14 doutores em síntese orgânica, compõe o qualificado quadro de mão-de-obra do centro.
O foco da empresa em custo acessíveis, velocidade de entrega e alta qualidade permitiu o estabelecimento de parcerias com outros grandes laboratórios farmacêuticos. A fábrica tem equipamentos de última geração e estação de tratamento de efluentes com certificação ISO 14001. São 75 reatores de aço inox e 20 revestidos de vidro, equipados com moderna instrumentação e utilidades. A Natco tem grande experiência na química de benzimidazóis, piridina, sulfoxidações, reações com hidretos metálicos e várias outras. Na área de produtos acabados, várias tecnologias de liberação controlada de ativos são dominadas pela empresa, como nano e microsferas, e absorção transdérmica . A Nacto também usa sua moderna infra-estrutura para prestar serviços de P&D e de produção para terceiros.
Outra empresa do ramo, a Aristo Pharmaceuticals Ltd., tem experimentado, conforme informação do médico consultor Dr. Manish Maladkar, um grande crescimento nos últimos anos. Produzindo grande linha de ativos, que vai de analgésicos a enzimas digestivas, a empresa pretende vender genéricos no mercado brasileiro. Maladkar classificou a Aristo como a décima maior fabricante no mercado farmacêutico indiano, e a líder de mercado no Nepal. “Este ano nossa taxa de crescimento deve ser de 10%”, acrescentou.
Fabricantes de produtos veterinários, como a Vetcare Organics Ltd., também divulgaram seus produtos. Intitulando-se inovadora na área, a empresa promovia, dentre outros, o halquinol, um composto pertencente ao grupo das hidroxiquinolinas. Com potentes propriedades antimicrobianas, tem tripla ação antidiarreica, sendo efetivo contra bactérias, fungos e protozoários. É tido também como promotor de crescimento, já que possui a propriedade de diminuir a motilidade do intestino, permitindo assim que o alimento permaneça no trato digestivo por mais tempo, melhorando a absorção dos nutrientes. É indicado para galinhas e porcos.
Representantes da empresa estatal Indian Immunologicals Limited também vieram ao Brasil. Fundada em 1983, como parte de um programa criado pelo NDDB (National Dairy Development Board) para encontrar a vacina para a doença da “vaca louca” em parceria com a inglesa Wellcome, produz hoje vários produtos biológicos vetérinários. Possui a maior unidade industrial na Ásia para produção de vacinas para uso veterinário e a segunda maior unidade no mundo, com uma capacidade de produção anual de 100 milhões de doses. É pioneira na exportação de produtos biológicos e produtos da saúde animal da Índia. Tem instalações industriais com GMP (Good Manufacture Practice) e certificação ISO 9002 para os processos de produção e controle de qualidade. Oferece grande variedade de vacinas a preços competitivos, para bovinos, ovinos, cães e outros animais. Seus produtos estão de acordo com os padrões farmacopêicos internacionais, sendo exportados para muitas regiões do mundo. No Human Biologicals Institute, uma divisão da empresa, há uma unidade industrial com equipamentos de última geração para produzir produtos biológicos para seres humanos, como vacinas contra raiva, hepatite tipo B e outras moléstias.
Outra empresa presente à feira foi a produtora de agroquímicos Tagros Chemicals India Ltd., especializada na produção de piretróides sintéticos, intermediários de pesticidas e intermediários veterinários. Tem uma capacidade anual de 1.000 toneladas, sendo a planta equipada com moderna unidade de tratamento de efluentes. Seu apurado controle de qualidade, permite ter entre seus clientes empresas como Bayer, Novartis, Zeneca e outras do mesmo porte. Afirma estar entre as líderes mundiais na produção de piretróides.
Alimentos – De acordo com dados fornecidos pelos organizadores, a Índia é um dos líderes na produção mundial de alimentos. O processamento de alimentos primários é a principal atividade industrial do setor, com grande número de moinhos de arroz, farinha de trigo, leguminosas e oleaginosas. A embaixada informa que as exportações de produtos processados excedem os R$ 135 bilhões por ano e constituem 18% das exportações totais. A dimensão da indústria de alimentos prontos e pré-prontos para o consumo ultrapassa a US$ 1 bilhão, e o crescimento é da ordem de 20% ao ano.
O país é considerado o segundo maior produtor de frutas e verduras do mundo, com safras de 48 milhões, 87milhões e 65 milhões de toneladas de frutas, vegetais e trigo, respectivamente. Tem também grande potencial de produção e processamento de produtos marinhos, com vários pontos de pesca ao longo de 8.041 km de linha costeira, 28.000 km de rios e milhões de hectares de reservatórios. Conta ainda com o maior rebanho do mundo, com aproximadamente 1% da carne produzida convertida em produtos de maior valor agregado. É também o maior produtor mundial de leite com uma produção anual de 78 milhões de toneladas e o principal produtor e exportador de especiarias do globo, respondendo por mais de 25% da produção mundial. Oferece mais de 60 tipos de condimentos, incluindo pimenta, gengibre, mostarda, cominho, coentro e muitos outros temperos além de várias especiarias raras que, dependendo do uso, podem ser encontradas em pó, flores, óleos e oleorresinas. Várias empresas fornecedoras desses produtos vieram à feira. “Há séculos nossas especiarias atraem a atenção do mundo. Na antigüidade, os povos viajaram grandes distâncias na busca das especiarias indianas, fazendo história, criando colônias e países.
Graças a isso o Brasil foi descoberto”, lembrou o diretor da Hydebarad Food, Ravindra Modi. Pela primeira vez na América, Modi disse sentir-se como um “Vasco da Gama moderno”, fazendo o caminho inverso e vindo ele ao Brasil oferecer suas especiarias. Afirma Modi que graças a um moderno processo de produção, seus produtos possuem frescor, sabor e aroma refinados e o mais importante: higiene. As especiarias são classificadas, moídas, misturadas e embaladas sem nenhuma contaminação. São ainda objeto de um exigente controle de qualidade. A capacidade de produção é de 5.000 toneladas por ano. Esperava Modi contactar empresas que revendem esses produtos no Brasil, como Hikari, Ajinomoto e similares.
Fornecedores de polpas e concentrados de frutas, também compareceram à feira, como a Mother Dairy Fruit & Vegetable Ltd. que, com uma capacidade anual de 15.000 toneladas por ano e certificação ISO 9002, oferece polpas de manga, goiaba, banana, mamão, abacaxi e outros. Havia ainda produtores de aditivos para alimentos exibindo seus produtos, caso da empresa SRGP – Foco, que fornece produtos para panificação e divulgadora de um produto de nome comercial Dinalplus. Patenteado pela empresa, o aditivo é um complexo de amido e proteína, usado como substituto parcial de ovos em produtos de confeitaria. É feito de ingredientes naturais de origem vegetal, completamente livre de aditivos químicos sintéticos. Tem um teor de proteínas e carboidratos bem maior que o dos ovos, menos gordura e nenhum colesterol.

Metais, fibras e borracha – Algumas empresas produtoras de alumínio em pó estiveram na feira, como a Mepco Ltd. Criada em 1961 começou a produzir em 1966 alumínio em pó para uso pirotécnico. Hoje produz também alumínio em pasta e outros metais em pó, como zinco, cobre, níquel, titânio e cobalto, por processos desenvolvidos em centro de P&D próprio. Possuindo modernos equipamentos para controle de qualidade, como microscópio eletrônico de varredura, espectrômetro de absorção atômica, analisador de carbono e enxofre, além de outros, está capacitada a produzir com qualidade suficiente para exportar para vários países.
Seu concorrente, o Grupo Arasan também veio ao Brasil divulgar seus produtos. Produtor de fósforos, fogos de artifício e alumínio em pó, exporta para Inglaterra, Espanha, Japão, Filipinas, Portugal, Africa do Sul e outros países. Segundo o gerente geral A. S. Kannan, o alumínio em pó é matéria-prima básica para manufatura de fogos de artifício e explosivos, e era, há décadas, importado pelos fabricantes indianos. Devido à crescente demanda, empresas como a Arasan viram em sua produção um negócio promissor. Com uma produção inicial de 150 toneladas anuais, a empresa desenvolveu novos campos de aplicação para o produto, produzindo atualmente 2.400 t/ano, sob certificação ISO 9002.
Alguns fornecedores de fios e fibras também vieram à Expo Índia, como a Visaka Industries Ltd. O vice presidente Krishma Moorthi informou que sua empresa produz fios de viscose, poliester e mesclas, pigmentados ou não, usando moderna tecnologia, com maquinário importado da empresa japonesa Minatu. Das cerca de 5.000 toneladas de fios manufaturados por ano, cerca de 2.000 são exportadas para vários países, como a Itália, Bélgica, Austria e Japão. A empresa conseguiu a certificação ISO 9002 em 1995 e tem, de acordo com Morthi, produtos de qualidade superior aos produzidos por outros sistemas, como maior absorção de água, o que permite sua utilização na confecção de tecidos leves, para roupas usadas no verão e melhor capacidade de pigmentação, podendo a economia em pigmento chegar a 15%.
Sendo a Índia o terceiro maior produtor mundial de borracha natural do mundo, empresas oferecendo este tipo de produto não poderiam faltar ao evento. Um estande foi montado pelo bureau de borracha do Ministério do Comércio indiano, com essa finalidade. O diretor desse departamento M.K. Balagopalan Nair lembrou que a seringueira Hevea brasiliensis, originária do Brasil, foi introduzida no oriente por volta de 1876. Segundo Nair, regiões do sul da Índia tem solo e clima ideais para o crescimento dessas árvores, permitindo a produção de borracha de qualidade exigida pelo BIS (Bureau of Indian Standards).
Naquele país, além da borracha, as árvores têm também sua madeira bastante utilizada. Para tornar as plantações de seringueiras economicamente viáveis, o departamento estatal realizou um programa para promover a madeira da seringueira tratada como substituta de outras, oferecendo aos produtores serviços técnicos de consultoria e promovendo projetos para melhoria da qualidade. Afirma Nair que a madeira da seringueira, se adequadamente tratada, é durável, resistente e versátil. Sendo bem clara, apresenta propriedades de tingimento únicas e sua textura torna fácil operações de corte e colagem.
Na Índia é usada para assoalhos e móveis, dentre outras aplicações. Com uma produção anual de 1,5 milhão de metros cúbicos, é intenção da índia exportar essa madeira para Brasil. Afirma Nair que tem condições de oferecer o produto a preços competitivos no mercado brasileiro, apesar dos custos de frete.
Os organizadores da Expo Índia não pretendiam divulgar resultados numéricos alcançados com a feira, já que entendem que eles virão a médio prazo. Colocaram-se, entretanto, à disposição dos interessados em obter informações mais detalhadas sobre os produtos expostos ou sobre as empresas exportadoras indianas. Poderão ser contatados no Consulado Geral da Índia, à Rua Paulista, 925, 7º and., CEP 01300-100 – São Paulo/SP; tels.: (11) 3171-0340; fax: (11) 3171-0342;
home-page: www.indiaconsulate.org.br, ou então, no ITPO, tel.: (11) 284-5925;
e-mail: [email protected].
Exportações gozam de isenção tributária
Em coletiva à imprensa, o embaixador M. P. M. Menon, a presidente da CII (Confederation of Indian Industry) Rathi Vinay Jha e o diretor do ITPO B. M. Tandan divulgaram dados sobre a Índia e seu parque industrial. Com uma população de 1,027 bilhão de habitantes (censo de 2001), a Índia tem um PIB de cerca de US$ 437 bilhões, com crescimento real de 6%, em 2000.
Suas exportações somaram US$ 32,26 bilhões, de abril a dezembro de 2000, sendo os principais itens a fibra de algodão e produtos têxteis, roupas prontas, artigos de couro, pedras preciosas, peças de joalheria e produtos agrícolas. Os artigos cujas exportações mais crescem, entretanto, são castanhas de caju, softwares, artigos eletrônicos e metais manufaturados. Os principais destinos das mercadorias são os EUA, Reino Unido, Alemanha, Japão e Bélgica. Conforme informou Menon, a baixa inflação na economia interna, aliada aos incentivos governamentais, fortaleceram a competitividade das exportações indianas nos mercados globais.
Também a isenção de impostos, com exceção de alguns poucos itens, contribui muito em favor do produto indiano. Os lucros auferidos com exportações são isentos de imposto de renda mas, a partir do ano fiscal 2000/2001, essa medida será gradualmente eliminada ao longo de cinco anos, à taxa de 20% ao ano.
No caso oposto, as importações também crescem, graças a várias ações do governo, como a racionalização das barreiras e tarifas de importação. Tem havido queda constante nessas tarifas nos últimos sete anos.
Taxas elevadíssimas, da ordem de 350%, em junho de 1991, caíram para 35% no ano 2000-01.
A maioria das importações de bens de capital é submetida a um imposto aduaneiro básico da ordem de 25%. A estrutura tarifária é favorável a empresas que desejam importar equipamentos para estabelecer projetos no setor de infra-estrutura. Matérias-primas, insumos e peças, objetivando a manufatura de bens para exportação, podem ser importadas com isenção de taxas, por meio de licença. Além disso, o governo está empenhado em eliminar gradualmente todas as quotas de importação até 2005, conforme compromisso assumido com a OMC (Organização Mundial de Comércio).
O incremento das importações tem outras explicações. “O mercado indiano, é vasto e crescente”, disse Tandan. As vendas de eletrodomésticos mostraram crescimento impressionante durante a década de 1990. Em 1993-94, as famílias possuíam 586 milhões de bens duráveis, quantia essa que atingiu os 705 milhões em 1995-96, ou seja, um incremento de cerca de 20,3% em dois anos. O aumento no número de famílias chefiadas por assalariados, profissionais liberais e homens de negócio, e a disponibidade de financiamentos aos consumidores alimentam a expectativa de continuidade do boom de consumo.
Comércio com o Brasil – Os dados fornecidos pela embaixada dão conta de que comércio bilateral entre Índia e Brasil encontra-se em ascensão. O Brasil exportou para a Índia, no ano passado, US$ 217 milhões, incluindo na pauta desde óleo de soja, açúcar, produtos de papel e celulose, até máquinas, ferramentas e automóveis. Na mão inversa, as exportações da Índia para o Brasil aumentaram de US$ 12 milhões, em 1992, para US$ 271 milhões, em 2000. Neste ano, só no primeiro semestre a soma atingiu US$ 244 milhões, um crescimento de 150% sobre igual período de 2000. Os produtos químicos e farmacêuticos foram os que registraram incremento mais expressivo dentre as importações brasileiras. Esse desempenho é o resultado das novas estratégias comerciais desenvolvidas pelo governo indiano. Exemplo disso é a própria Expo Índia 2001, evento que integra o programa oficial “Focus LAC” (Foco nos Países da América Latina), criado há quatro anos pelo Ministério do Comércio daquele país, com o objetivo de divulgar o potencial tecnológico e produtivo da Índia, buscando novas parcerias comerciais. No seu âmbito, feiras comerciais e industriais semelhantes à Expo Índia 2001 foram realizadas na Venezuela, Chile, México e Colômbia.
As pequenas empresas indianas também têm recebido grande apoio para desenvolver-se tecnologicamente e exportar. São vistas como a solução para gerar oportunidades crescentes de emprego, eliminar desequilíbrios regionais e propiciar crescimento econômico acelerado na sociedade indiana. Hoje as indústrias de menor escala produzem uma série ampla de itens, não só convencionais mas também sofisticados, incluindo produtos industriais e bens duráveis. Várias pequenas empresas empregam sistemas de qualidade ISO- 9000. O setor com maior número de empresas é o químico, com cerca de 35% do total. As pequenas indústrias indianas têm uma presença forte no mercado internacional, sendo responsáveis por cerca de 34% do total das exportações do país. “O processo de liberalização econômica levou este setor a ser mundialmente competitivo, não só em termos de preço mas também quanto à qualidade”, disse o diretor do departamento de desenvolvimento do SSI (Ministry of Small Scale Industries) A. K. Gogia. O estande do departamento na feira divulgava produtos de 52 pequenas empresas, incluindo uma grande variedade de itens. Informou Gogia que a missão do departamento é dar apoio a exportadores potenciais em feiras como esta. Interessados em mais informações sobre os produtos oferecidos para exportação pelas pequenas indústrias indianas podem obtê-las no site www.smallindustryindia.com.