Com apenas 21 expositores, divididos em 2 mil metros quadrados no Espaço Unique, em São Paulo, a 3ª edição do Salão da Embalagem dos Produtos de Luxo – Luxepack cumpriu a função de apresentar as tendências internacionais e as novidades em insumos e design para o segmento de embalagens de luxo.
Nos dias 17 e 18 de março, multinacionais, tais como a DuPont, Eastman, Merck, Alcan Packaging e Saint-Gobain, entre outras, divulgaram suas apostas para as indústrias de bebidas finas, cosméticos, moda, farmacêutica, alimentícia, etc.
Com três expositores a mais e menor número de estrangeiros em relação à edição anterior, o evento anual se destacou em função dos lançamentos. “Atraiu empresas de grande porte interessadas em reforçar a participação nacional no segmento de produtos de luxo, cada vez mais efervescente”, afirma o diretor da SPR Internacional Assessoria de Marketing e coordenador da Luxepack, Salvatore Privitera. Já a dificuldade de exportar para o Brasil, em virtude da supervalorização do euro frente ao real, afugentou os estrangeiros. Foram seis em 2003 contra um deste ano.
Dos plásticos ao vidro, passando pelas embalagens de papel, os cerca de 2 mil visitantes tiveram acesso a tecnologias e materiais recém-apresentados em feiras internacionais, como a Luxepack Mônaco, realizada em Monte Carlo, em novembro do ano passado. Além das resinas especiais, a DuPont divulgou nova estratégia de atuação no segmento de artigos de luxo com a criação DuPont Cosmetic Solutions. “Fornecemos soluções completas e não apenas insumos”, garante a gerente de vendas e desenvolvimento de polímeros industriais, Florencia Canale.
Com isso, a companhia promete auxiliar o cliente final, desde o projeto de criação da embalagem à definição dos materiais e da tecnologia de produção. “Cada vez mais os consumidores são atraídos por artigos com design diferenciado e que reúnem robustez e sensação agradável ao toque. A embalagem é um diferencial importante no momento da venda de perfumes e cosméticos de alto luxo”, avalia.
Tampa metalizada – Apesar de pequeno, o mercado de embalagens especiais está em plena ascensão no Brasil e envolve materiais de expressivo valor agregado. “A produção local tende a substituir gradativamente a importação de frascos e tampas de luxo”, diz.
Entre as novidades, Florencia destaca a nova família de poliacetal, marca Delrin, que aceita pintura e metalização. Tal característica permite a fabricação de tampas em uma única operação, ou seja, dispensam co-injetadas ou montagem posterior.
Moldada por injeção, a tampa de poliacetal passa por um banho químico que a prepara para receber a pintura ou metalização no processo de galvanoplastia. Além da resina, a DuPont fornece a substância e respectiva tecnologia para a ativação da superfície, os pigmentos e as tintas. Em geral, tampas que vão receber acabamento metalizado são confeccionadas internamente em polipropileno, em virtude da resisência mecânica e química do material, com a parte externa (capa) em ABS indicado para receber o acabamento.
O Delrin, segundo Florencia, cumpre as duas funções. Tem alta resistência química, não se altera ao entrar em contato com o perfume ou cosmético envasados, e aceita acabamento. “A principal vantagem dessa tecnologia é aliar a resistência ao apelo visual numa única operação de moldagem.” Os insumos e o processo para metalização do poliacetal são os mesmos empregados com o ABS. “Não há necessidade de alterar a linha”, garante.
A DuPont aproveitou o evento para divulgar outros produtos de seu portfólio lançados recentemente, como a poliamida amorfa marca Selar e o copolímero ácido Surlyn. O primeiro oferece alta barreira a gases, aumentando a vida útil de produtos com grande quantidade de componentes voláteis. “Garante elevada resistência química e transparência”, afirma Florencia. Entre as aplicações, cita a fabricação de embalagens injetadas e sopradas para a indústria de cosméticos, tais como máscaras para cílios e esmaltes. “Substitui o PET e o PP com vantagens”, diz.
O Surlyn proporciona, segundo o fabricante, flexibilidade de design para a criação de embalagens sofisticadas, sopradas e injetadas, para produtos de beleza, além de elevada resistência a substâncias químicas. Com aplicações variadas, também pode ser extrudado e moldado por compressão, usado como revestimento em pó ou modificador de resina. “Considerado o melhor selante de uso geral da indústria de embalagens, garante excelente aderência ao papel e alumínio.”
Transparência – A Eastman também aposta todas as fichas nos polímeros com aparência de vidro. O conceito de The Glass Polymer é um dos principais apelos dos copoliésteres desenvolvidos pela companhia e importados dos Estados Unidos para o Brasil. Na exposição apresentou o AN001, novo contratipo da linha Eastar. “Resina 100% amorfa que garante alta transparência mesmo em embalagens de paredes grossas”, explica o gerente de vendas de especialidades plásticas para o Mercosul, Gabriel E. Crosta.
As resinas convencionais não mantêm a transparência na moldagem de paredes grossas em virtude de problemas de cristalização. “Não resfriam na velocidade adequada, ficando esbranquiçadas.” A nova família 100% amorfa assegura a translucidez dos frascos. Moldada no processo de injeção-estiramento-sopro, adequa-se à fabricação de frascos, potes e estojos, entre outros itens. “Proporciona aparência e toque do vidro”, garante Crosta.