A nova constituição da Dystar, fusão entre Bayer e Hoechst em corantes e pigmentos, agora também incorpora a Basf, passou a valer a partir de 1º de outubro. O conglomerado torna-se o maior do mundo no setor, com market share de 23%, 4.600 empregados e faturamento global em torno de US$ 1,2 bilhão.
A estratégia com a união de forças das três gigantes alemãs é tornar o grupo ainda mais fortalecido contra as crises mundiais que volta e meia atingem o setor. Bom exemplo, segundo o CEO da nova companhia, Alfred X. Rad, foi o ocorrido na crise asiática, fatídica para os fornecedores em razão da grande importância dessa região na indústria têxtil mundial. “Se não estivéssemos já juntos naquela época (Bayer e Hoechst), teríamos sido muito mais atingidos com os baixos preços e a competição acirrada”, diz Rad.
A Basf acrescenta à Dystar mais de 1.200 funcionários, quatro unidades produtivas em três países (inclusive o Brasil) e vendas mundiais por volta de US$ 500 milhões. Além disso, possibilita o incremento comercial do grupo no mercado de corantes indigo, para tecidos jeans, e ainda nos corantes reativos, dispersos e à tina (vat).
As sinergias em capacidades produtivas, em vendas, logística e marketing devem acarretar nos próximos três anos uma redução de custos de cerca de US$ 100 milhões. O comando administrativo e de marketing ficarão combinados na unidade de Frankfurt, na Alemanha. Ao mesmo tempo, três centros regionais serão montados para comandar a parte operacional do negócio pelo mundo.
Ainda segundo Alfred Rad, a empresa continuará a investir de 3% a 4% das vendas em pesquisa e desenvolvimento. Isso porque, diz, nos últimos cinco anos os novos desenvolvimentos proporcionaram um incremento de 20% nas vendas da Dystar.
Além das inovações em tecnologia, é motivo de confiança no futuro a retomada dos mercados latino-americano e asiático, onde a Dystar já está bem estabelecida em praticamente todos os principais países. De imediato, a previsão é um crescimento mundial nas vendas de cerca de 3% neste ano. Apenas os lucros ficarão comprometidos em razão do plano de reestruturação de custos que a empresa desenvolverá até o final de 2001.
Outro indicativo não tão animador é ter de conviver com um mercado que deve se manter estagnado nos próximos cinco anos, segundo os analistas da empresa.