Corantes: Indústria de alimentos adere aos corantes naturais
As opções naturais começam a ganhar mais mercado com o veto crescente aos corantes sintéticos para alimentos
A notória simpatia dos consumidores pelos ingredientes de origem natural tem feito nos últimos anos um conjunto de indústrias de formulação de aditivos alimentícios prosperar e investir em pesquisa e desenvolvimento. Os felizardos são os fornecedores de corantes naturais, insumos com função estética e de grande importância para a indústria de alimentos, onde são utilizados para deixar os produtos com cores mais sedutoras para o consumo.

A tendência “natureba”, mais forte no exterior mas aos poucos tomando corpo no Brasil, fez as principais empresas e centros de pesquisa do ramo quebrarem um pouco a cabeça para deixar os corantes naturais mais estáveis à luz e ao calor, para desenvolver novas aplicações e superar problemas de fornecimento. Foi um esforço concentrado e que se aproveitou da cautela mundial com os corantes sintéticos, contra os quais vários estudos ao longo dos anos vêm apontando problemas de alergia e outros malefícios à saúde.
“Dos sintéticos ainda permitidos pelas legislações, todos são obrigados a divulgar os limites de ingestão diária aceitável, o chamado IDA, porque em excesso podem ser prejudiciais”, explicou Paulo Roberto Nogueira, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Alimentos, o Ital, órgão do governo paulista com longa tradição na pesquisa e em análises voltadas ao desenvolvimento da indústria de alimentos.
A literatura científica, aliás, é farta em apontar cuidados com a ingestão dos sintéticos, a despeito do ainda grande uso deles pelos produtores de alimentos e bebidas processadas. Esses corantes são pigmentos ou tintas sintéticas do grupo azóico, sendo a maior parte delas sintetizada a partir do alcatrão do carvão mineral. Pois bem: sabe-se que 20% da população é alérgica a esses corantes artificiais. Em comum, trata-se de pessoas também alérgicas à aspirina (ácido acetilsalicílico), um universo formado principalmente por adultos de meia idade, com maior incidência no sexo feminino.
Além desse grupo, também podem ser afetados pela ingestão desses corantes os asmáticos e convalescentes de eczema. Há estudos ainda que associam os corantes azo com casos de hiperatividade em crianças, urticária, indisposição gástrica e vômitos. Logicamente, a quantidade dos corantes sintéticos em produtos não é muito grande (em frações médias de 0,01%), mas preocupa os especialistas a freqüência com o expressivo consumo diário nos mais variados alimentos e bebidas, desde balas, laticínios, sobremesas até refrigerantes e sucos.
As pesquisas, além de alertar sobre os limites de tolerância dos corantes permitidos, já fizeram vários sintéticos serem proibidos pela maior parte dos países. A publicação de estudos do Codex Alimentarius, órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS), já fundamentou a banição de alguns corantes por ministérios da saúde de todo o mundo, inclusive o brasileiro. Foram proibidos, por exemplo, o amarelo sólido, até então muito empregado em gelatinas; o laranja GGN, usado em pós para sorvetes; o vermelho sólido, para recheios e revestimentos de biscoitos; o azul de alizarina, corante em óleos emulsionados e gelatinas; e o escarlate GN, com uso em recheios de confeitarias.
Tais proibições devem se acelerar no futuro. Os Estados Unidos, onde apenas cinco sintéticos são permitidos, e o Japão já alertaram suas indústrias de que pretendem bani-los na próxima década. A Austrália e os países escandinavos também possuem leis restritivas aos corantes sintéticos e o mesmo deve ocorrer nos demais países europeus, que por vocação dão preferência a produtos naturais.
No momento, a legislação brasileira, atualizada com boa parte das leis internacionais e seguindo as recomendações multilaterais da FAO (Food and Agriculture Organization), permite apenas oito sintéticos (ver tabela pág.20) e mais cinco sintéticos idênticos aos naturais (betacaroteno, beta-apo 8’ carotenal, éster etílico do ácido beta-apo 8 carotenóico, riboflavina e xantofila). A permissão é condicionada à indicação nos rótulos sobre a sua condição sintética e sobre a ingestão diária aceitável.
O fato destes corantes sintéticos serem permitidos, porém, não anula seus efeitos adversos, que embora não sejam divulgados na embalagem estão disponíveis em artigos científicos. Por exemplo, a eritrosina, corante sintético vermelho, consta como causadora de hipertireoidismo quando consumida em excesso. Também o vermelho Ponceau pode causar anemia e uma doença renal (glomerulonefrite), enquanto o amarelo tartrazina recentemente foi associado como causa de insônia em crianças.
Alternativa natural – Como resposta aos riscos, e tirando o proveito da crescente má fama dos sintéticos, os corantes naturais ganham espaço. Trata-se de uma conquista gradual, não maior por causa das vantagens competitivas dos sintéticos. Além da estabilidade bastante superior aos naturais, esses corantes artificiais possuem maior capacidade tintorial, traduzida por um poder de melhor fixação nos alimentos, com cores mais intensas e menor custo, tanto por necessitar de dosagens menores como por seu preço direto inferior.
Mas foi justamente para diminuir essa diferença na disputa que os interessados na comercialização dos aditivos naturais procuraram, em conjunto com alguns clientes, melhorar o desempenho dos corantes naturais. As iniciativas tomaram as mais variadas formas, desde as tecnológicas, até as de garantia de fornecimento constante de matérias-primas, no passado muito sujeitas à sazonalidade da atividade agrícola.

Os desenvolvimentos englobaram as principais famílias cromáticas dos corantes naturais: amarelo (curcumina, luteína, carotena); a laranja (urucum e páprica); vermelho (carmim, licopena, betanina e antociana) e verde (clorofila). Mas, de forma específica, prevaleceram nos cinco corantes naturais considerados de maior importância no mercado mundial: o urucum, a páprica, a cúrcuma, as antocianinas e o carmim de cochonilha.
No caso do aspecto tecnológico, destacam-se os esforços de alguns grandes laboratórios para tornar os corantes solúveis em água. Isso foi possível, segundo explicou o pesquisador do Ital, Paulo Nogueira, com o encapsulamento dos corantes em bases de amido, gomas e gelatinas, tornando-os uma emulsão. “Isso ampliou o uso para outros produtos, tendo em vista que a maior parte deles, sobretudo os carotenóides e antraquinonas, eram apenas lipossolúveis”, afirma.
Houve mudanças ainda mais técnicas. Um exemplo foi pesquisa e desenvolvimento realizada pelo maior fornecedor mundial de corantes naturais: a dinamarquesa Chr. Hansen, grupo fundado em 1874 e com fábricas em todo o mundo, inclusive no Brasil, em Valinhos-SP. O caso envolveu o nacionalíssimo urucum, de onde é extraído o pigmento de bixina, responsável por tonalidades de laranja e aplicado em queijos, salsichas, carnes, doces e até cosméticos.

Interessada em expandir o uso do urucum para um mercado onde havia limitação técnica, a Chr. Hansen desenvolveu um grade resistente a pHs ácidos para tornar o urucum possível de ser aplicado em bebidas carbonatadas e sucos.
“Os fabricantes, nem se quisessem utilizar o natural nessas aplicações, conseguiriam. A única alternativa técnica era utilizar os sintéticos”, explicou o gerente de vendas da Chr. Hansen, Marcos Munuera. Mas, com um desenvolvimento tecnológico mantido em sigilo, a empresa conseguiu criar um corante hidrossolúvel resistente a pHs abaixo de 3 e denominado acid proof (à prova de ácido).
Um outro fato associado a esse desenvolvimento da CHr. Hansen permite visualizar o panorama atual do mercado de corantes para alimentos. Embora Munuera afirme que o novo produto resistente tenda a ganhar cada vez mais mercado, ele ainda esbarra em um fator decisivo: o custo. Em comparação com o sintético concorrente, o amarelo crepúsculo, fica fácil entender a sua preocupação. Enquanto a concentração de pigmento no corante sintético é de 85% a 95%, no urucum hidrossolúvel acid proof é no máximo de 3%. Quando se compara o preço por quilo, então, a briga fica desigual: o sintético sai por US$ 9,00, enquanto o acid proof por US$ 25,00.
Mas para o gerente da Chr. Hansen esses valores não deveriam ser levados tão em conta pelos clientes. Sobretudo ao se considerar que no custo final do produto o corante, com sua concentração média de 0,01%, tem peso irrisório. “Cerca de 90% do custo de uma bebida ou alimento processado vem da embalagem e o restante se divide em açúcar, aroma e demais ingredientes”, diz. “Aos poucos, porém, eles vão compreender isso”, diz.
Ainda na sua opinião, muitos tomadores de decisão da indústria de alimentos no Brasil não se deram conta dos ganhos com a adoção de tecnologias naturais. Um caso exemplar é o da indústria de balas e confeitos, que poderia utilizar versões simples de corantes naturais hidrossolúveis. “Ainda nenhum empresário do ramo no Brasil teve o insight de lançar uma bala apenas com ingredientes naturais, a despeito do nosso esforço de venda”, diz Munuera. “Se o fizessem, com certeza criariam um diferencial no mercado com ótimas chances de retorno”, completa.
Segundo Munuera, há casos clássicos no mundo de lançamento de linhas totalmente naturais de balas, que se mostraram um sucesso. Cita o exemplo de empresa australiana que lançou uma linha All Natural e um ano depois quadruplicou seu faturamento, sendo na seqüência adquirida por um dos maiores grupos mundiais do ramo, a americana Mars.
A visão mais imediatista desses empresários priva o mercado brasileiro de confeitos similares ao de outros países. Não por menos, a Chr. Hansen no Brasil fornece sua extensa linha de corantes naturais, nesse segmento, apenas para exportadores, obrigados a atender determinações de vários países que proíbem os sintéticos em balas. É o caso, por exemplo, dos países nórdicos, preocupados com o grande consumo de balas por crianças.

Ajuda dos clientes – Também seria injusto generalizar condutas reticentes aos corantes naturais na indústria brasileira. Pelo contrário, o movimento de adesão, embora não ocorra na velocidade esperada pelos fornecedores, justifica um crescimento médio anual no consumo entre 5% e 9%. De forma geral, além das aplicações já tradicionais e antigas dos corantes, como por exemplo o urucum e o carmim em embutidos e salsichas, novos usos surgem, motivados por desenvolvimentos dos próprios clientes e onde é possível agregar o valor um pouco maior oriundo dos ingredientes naturais .
Do lado das iniciativas com origem no trabalho dos clientes, trata-se, em primeiro lugar, da interação dos produtos com as embalagens. Por serem na sua maioria degradáveis e sensíveis à luz, calor, oxigênio e a microrganismos, com o uso de embalagens com barreiras a essas condições os corantes naturais tornaram-se mais viáveis. Esses problemas são ainda mais graves nos carotenóides, onde as cadeias de duplas ligações conjugadas, de acordo com o pesquisador do Ital, Paulo Nogueira, catalisam a reação de degradação.
Ainda no quesito embalagem, o destaque cabe aos novos processos de manipulação, de acordo com Crystiano Nunes, assessor comercial da empresa Corantec, de São Paulo, especializada em corantes naturais. “Processos de embalagem a vácuo também evitam contaminações”, lembra. Segundo ele, outro fato que contribuiu muito foi a diminuição do chamado shelf-life, o tempo de vida em prateleira dos produtos. Em muitos casos interessantes para os corantes, as preocupações com a integridade dos alimentos fizeram as empresas diminuir em média de um ano para três meses o prazo de validade. “Isso garante a estabilidade dos naturais, que mesmo assim em ambientes secos podem manter a cor por até um ano”.

Os aprimoramentos nas embalagens complementam uma tendência de uso dos corantes naturais em produtos de maior valor agregado, voltados para um público com poder aquisitivo superior. De acordo com o gerente da Chr. Hansen, esse fenômeno ocorre por exemplo na indústria de produtos lácteos, com destaque na de iogurtes e sorvetes, e também na de biscoitos recheados. “Trata-se de produtos de consumo preferencial das classes A e B”, lembra Munuera. “São itens que os clientes julgam viáveis de embutir o custo de ingredientes um pouco mais caros”, completa.
Nesses casos, o consumo atinge praticamente toda a gama de corantes naturais. Além da bixina do urucum, outro com muito uso nessas aplicações é o carmim de cochonilha, de coloração vermelha, cujo pigmento de ácido carmínico é extraído da fêmea de um inseto (Dactilopius coccus costa) que vive como parasita de cactos (Opuntia ficus indica) na região de Arequipa, no Peru, e também no México.
Dentro do contexto dos corantes naturais, o carmim é um dos mais consumidos no mundo, por sua versatilidade e boa estabilidade ao calor, luz e o brilho inerente. Obtido por extração alcalina, das partes secas do inseto, a Chr. Hansen o oferta na forma ácida laranja e na forma de um quelato (com cálcio e alumínio) como vermelho. Importado da fábrica do grupo em Lima, no Peru, na forma de laca concentrada, é diluído em Valinhos e vendido (US$ 7/kg) para as mais variadas aplicações: sorvetes, iogurtes, recheios de biscoitos.

O Peru responde por cerca de 85% da produção mundial dos corantes de cochonilha, onde são coletados em vales andinos, em altitudes entre 1.500 e 3.000 metros. O inseto é vendido no Peru por cerca de US$ 14 o quilo, onde chega a ser considerado “dinheiro vivo” pelas populações locais. Cada inseto (na forma adulta possui 5 mm) tem cerca de 18% a 22% de pigmento. Um quilo do inseto contém por volta de 80 mil indivíduos. A estimativa de coleta diária, por pessoa, é de 1 a 2 quilos. De acordo com Marcos Munuera, a Chr. Hansen no Brasil processa cerca de 4 mil kg de insetos por mês.
Além da empresa dinamarquesa, outras brasileiras também importam a laca e processam o carmim, tamanha a demanda pelos produtos. São empresas que operam no mercado de aditivação de carnes e embutidos (frios), como a NewMax, de Americana-SP, que também comercializa corante de urucum. Quando se atua nesse segmento do ramo alimentício, aliás, há necessidade de contar com linhas de carmim.
Além da empresa dinamarquesa, outras brasileiras também importam a laca e processam o carmim, tamanha a demanda pelos produtos. São empresas que operam no mercado de aditivação de carnes e embutidos (frios), como a NewMax, de Americana-SP, que também comercializa corante de urucum. Quando se atua nesse segmento do ramo alimentício, aliás, há necessidade de contar com linhas de carmim.
Isso porque a legislação não permite o uso do urucum nas partes internas de embutidos, apenas na superfície – para evitar a possibilidade de uso do corante para mascarar a falta de carne. Já o carmim de cochonilha é permitido. “Não vemos muita coerência nessa determinação legal”, observou o engenheiro químico da NewMax, Johny Charton.
A NewMax importa cerca de 2 t/mês de laca em pó de carmim do Peru, com 50% a 60% de pigmento e preços que variam muito. Dependendo da época, os peruanos praticam aumentos considerados abusivos, alegando períodos de chuva, que removem os insetos dos cactos. Há até quem duvide dessas alegações, tendo em vista que as regiões de coleta são desérticas, com baixíssimo índice pluviométrico. Segundo Charton, os preços mais recentes estão altos, em torno de US$ 60 o quilo da laca.
Na unidade em Americana, onde a empresa possui nova planta de extração alcalina de urucum, é feita a transformação do carmim para solução lipossolúvel, com dissolução amoniacal (água e hidróxido de amônio). Depois desse processo, a formulação contém 3% de ácido carmínico, suficiente para colorir presuntos, mortadelas, salsichas, queijos e bebidas lácteas. “Cada 10 gramas do corante consegue colorir 100 kg de produto”, explica o engenheiro.
Urucum – O caso do corante de urucum, de nome científico Bixa orellana e responsável por coloração alaranjada/vermelha proveniente do pigmento bixina, merece atenção especial. Em primeiro lugar, por se tratar do único corante natural com crescente importância no mundo que tem sua origem em solo brasileiro. Além disso, extraído há séculos pelos índios, que utilizam seu poder tintorial como “maquiagem” tribal, o urucum tem sido objeto de profissionalização de cultivo, deixando no passado remoto a coleta selvagem e hoje contando com cerca de 6 mil hectares de plantações pelo País.
Impulsionados pelo interesse da indústria local e mundial, que no afã de aumentar sua produção precisou contar com fornecimentos mais constantes e melhores, os agroprodutores nacionais de urucum passam por uma remodelação. Para começar, houve uma migração das melhores colheitas do Norte e Nordeste para o Sudeste do País. A necessidade dos principais fabricantes de corantes de contar com fornecedores na vizinhança, e a disponibilidade de assessoria técnica e de fôlego investidor existente na região, foram determinantes nesse novo panorama.
Tradicionalmente, eram considerados os melhores grãos de urucum os provenientes do Norte, no Pará e no Amazonas, onde ainda se realizam colheitas selvagens de árvores perenes. Com o tempo, porém, os produtores de São Paulo, das regiões de Monte Castelo e Olímpia, passaram a se organizar e contar com apoio tecnológico de empresas do ramo, possuindo hoje o melhor urucum do País. Segundo explica o gerente de vendas da Chr. Hansen, Marcos Munuera, interessada em diminuir seus custos de transporte e em contar com grãos com maior teor de bixina, a empresa apoiou esses produtores, fazendo um trabalho de seleção das melhores sementes. “Espalhamos as melhores, depois de análises de laboratórios, pelos produtores paulistas”, revela.
“Hoje 60% do nosso consumo de sementes de urucum são de São Paulo, onde os teores de bixina atingem 5%, contra a média nacional de 3,5%”, afirma Munuera. O restante das compras vêm do Paraná e de Rondônia. Embora este último estado o gerente também considere como produtor de um bom urucum, o seu problema é não contar com planejamento bem organizado e produtores concentrados como ocorre em São Paulo.
Para a Chr. Hansen esses trabalhos de desenvolvimento foram fundamentais para atender sua estratégia global de negócios. Isso porque a unidade de Valinhos foi escolhida como centro mundial dos corantes de urucum. Com consumo, em 2003, de 1.200 toneladas de sementes, a unidade transaciona em exportações intercompany, principalmente para a matriz na Dinamarca, cerca de 8 t por semana de corantes hidro e lipossolúveis de urucum a 8%.
Comprando do produtor a uma média de US$ 0,17 por percentual de bixina, ou por US$ 0,50 por quilo de semente, a Chr. Hansen coloca no mercado o corante lipossolúvel a R$ 10/kg e o hidrossolúvel a R$ 2,50. O primeiro é principalmente vendido para aplicações em margarinas, maioneses, recheios de biscoito e massas, enquanto o segundo destina-se às salsichas, embutidos, balas e confeitos.
Munuera acredita muito na expansão das aplicações do corante de urucum, sobretudo em virtude do desenvolvimento das versões encapsuladas e acid proof, já citadas, e por causa da crescente aceitação do mercado externo. A produção de urucum hoje é responsável por mais de 30% de suas vendas de corantes naturais (a empresa também produz coagulantes para produção de queijo). Aliás, para melhor atender a demanda, a sua unidade produtiva passa por reformulação. A idéia é unificar os atuais três processos diferentes em apenas uma extração alcalina, para corantes hidrossolúveis. A partir desse concentrado, a obtenção do tipo lipossolúvel seria feita por simples mistura com óleo vegetal.

Produção melhora – O processo produtivo do corante de urucum é simples e conta com boas unidades no Brasil. Além da Chr. Hansen, que passa por modernização, outras empresas possuem fábricas novas. Um exemplo é a da NewMax, de Americana-SP, com apenas quatro anos. Com sete tanques de extração por hidróxido de potássio, em um processo rotativo e de concentração gradual, a unidade produz um extrato hidrossolúvel que, na seqüência, vai para duas etapas de centrifugação para filtragem. Depois há descontaminação por aquecimento/resfriamento em trocador de calor e no final, há padronização e filtragem por cartucho para aí o urucum hidrossolúvel ser embalado em bombonas de 20 kg ou tambores de 200 kg.
A NewMax vende principalmente para o mercado de tingimento de salsichas. Com capacidade para 60 t/mês, e com ocupação atual de 50%, a unidade também produz blendas de corantes com urucum e carmim. O mercado de salsichas, aliás, segundo explica Johny Charton, da NewMax, é um dos mais tradicionais consumidores de urucum no Brasil, só perdendo para o mercado de coloral (ou colorífico, urucum em pó para varejo).
A aplicação em salsichas tem uma peculiaridade: após a imersão no tanque de tingimento, as salsichas passam por outro tanque ácido (acético ou fosfórico) para neutralizar o pH, que com o banho de urucum está a 11,5%. “Se deixar a salsicha alcalina, há reação com a gordura e o corante não fixa”, diz. Bom acrescentar que são necessários um quilo de corante concentrado a 5% para processar até 300 kg de salsichas.
Outra empresa com unidade própria de extração de urucum é a Corantec, de São Paulo. Possui três processos diferentes de extração: lipossolúvel, hidrossolúvel e em pó. Por focar muito o mercado de massas, sobretudo macarrões, que utiliza o corante hidrossolúvel em pó, a Corantec conta com processo de moagem posterior à extração alcalina. Depois da moagem, são criadas blendas com o corante de cúrcuma, também produzido em pó pela empresa a partir do processo de extração das raízes.
Com a raiz de cúrcuma, comprada de produtores de Goiás e utilizada para dar um tom amarelado ao laranja/vermelho do urucum, a Corantec chega a fornecer cerca de 40 t/mês de blendas em pó para fabricantes de macarrões. Nesse segmento, inclusive, o urucum/cúrcuma destronou o sintético betacaroteno, cerca de dez vezes mais caro. “Hoje apenas 5% do mercado usa o sintético, mas em breve ninguém mais usará”, afirmou o assessor da Corantec, Crystiano Nunes. Segundo ele, os naturais aí se mostraram não só bons no preço como na qualidade técnica.
Para produção de lipossolúveis, a empresa conta com processo de extração com óleo de soja a quente (80ºC), que antecede filtragem para purificação e padronização. Nela produz o corante de urucum lipossolúvel líquido, que após misturado com corante lipo de cúrcuma, extraído com álcool, é vendido para produtores de margarinas. Este último segmento também vem experimentando a substituição do betacaroteno com sucesso, segundo Crystiano Nunes.
Outras opções – Mesmo sabendo da importância dos corantes de urucum, carmim e cúrcuma no mercado de corantes naturais, eles não são os únicos. Há uma infinidade deles que, a despeito de ainda estarem caminhando mais lentamente no Brasil, já são muito empregados em todo o mundo, permanecendo a postos para futuras substituições dos corantes sintéticos.
A própria nacional Corantec está atenta a esse movimento e disponibiliza algumas alternativas novas. Por processos de desidratação/liofilização, seguida de centrifugação e residência em fornos, a empresa produz localmente corantes naturais de beterraba, a chamada betanina, responsável pela coloração roxa e com aplicação em massas. Também sob mesmo processo, produz betacarotenos naturais, a partir de cenoura, e clorofilinas verdes a partir de espinafre, ou ainda o licopeno, o vermelho do tomate. Embora mercado incipiente, a tendência é das melhores, na opinião do assessor da Corantec.
A Chr. Hansen possui uma extensa linha desses outros tipos de corantes naturais. Mas até mesmo para o grupo, que segundo estimativas detém mais de 30% do mercado mundial de corantes naturais para a indústria de alimentos, essas especialidades ainda estão no começo em termos comerciais. De acordo com o gerente de vendas Marcos Munuera, cerca de 90% das vendas mundiais são oriundas dos corantes de urucum, carmim, cúrcuma e clorofila. Isso mundialmente, porque no Brasil os principais são os três primeiros, em ordem crescente de importância.
A clorofila, utilizada de modo esporádico por alguns clientes no Brasil, é importada de fábricas do grupo na Europa, de onde é extraída da alfafa, que possui pigmento verde. Esse corante, segundo Munuera, quando 100% clorofila, não é estável. Por isso, o laboratório da empresa alterou a molécula da clorofila, substituindo o átomo de magnésio por um de cobre, criando a chamada clorofilina cúprica. Esta sim é estável e pode ser utilizada em formulações hidro ou lipossolúveis.
Mesmo assim, explica o gerente, a clorofilina cúprica tem mercado limitado no Brasil. Há casos isolados, por exemplo para reforçar o verde em um sorvete de pistache da Kibon, onde faz parte de uma formulação verde clara com urucum e cúrcuma. Uma curiosidade desse corante é ele não ser considerado natural nos Estados Unidos, em razão da alteração na molécula.
Os outros corantes também são importados quando solicitados por algum projeto no Brasil. É o caso das antocianinas, de cor vermelha, extraída das cascas de uvas na Itália, onde obviamente há fartura desse subproduto do vinho. E também do licopeno, extraído de tomates, ou das luteínas, cor amarela extraída de flores.
Além de acreditar no potencial desses “novos” corantes e no centro de pesquisas da Chr. Hansen, que pode alterar para melhor suas características, Marcos Munuera tem outro motivo para aumentar sua confiança no mercado. Segundo ele, muitos desses aditivos naturais possuem também caracteríticas funcionais e não só estéticas. Os carotenos naturais, como os extraídos de cenouras e palma, são agentes antioxidantes, assim como as antocianinas. A luteína evita a chamada mácula da retina dos olhos e o licopeno é comprovado como antídoto do câncer de próstata. E o próprio nacional urucum, segundo pesquisa da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, tem demonstrado eficácia no combate a diabetes e ao colesterol alto. Mais um ponto a favor dos corantes naturais na briga com os sintéticos.
Pojeto facilita cadeia do Urucum

O Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), de Campinas-SP, órgão de pesquisa da Secretaria Estadual de Agricultura de São Paulo, está desenvolvendo um trabalho para aumentar ainda mais a competitividade dos produtores de urucum do Estado, já considerado o mais avançado no cultivo.
A idéia, segundo explica o pesquisador Paulo Roberto Nogueira, é construir unidades de extração da bixina no locais de cultivo, nas regiões produtoras de São Paulo, Monte Castelo e Olímpia, no oeste paulista. As unidades de pré-processamento diminuiriam em mais de 50% o volume de transporte das sementes, que hoje são remetidas para as fábricas de corante, a maior parte delas nas cercanias da capital paulista.
A pesquisa conta com verba da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e deve entrar em sua fase piloto no início de 2004. O propósito principal, de acordo com Nogueira, é agregar valor aos produtores, que passariam a vender o extrato para os fabricantes de corantes. Em virtude de as unidades em projeto serem de concepção simples – apenas uma extração com água – os produtores de corantes ainda teriam de refinar e padronizar a bixina vendida, mas a cadeia de produção sem dúvida seria agilizada.
Este corante Carmim de insetos parasitas soa meio aversivo. Quando descubro este corante no alimento, acho nojento. Por isso deixei de consumir muito alimento vermelho das indústrias. O urucum parece melhor!
bom dia meu nome assis gostaria de saber se voces tem um corante p usa em biscoito pois fabricamos uns biscoito e sai muito branco , e gostaria q ele fosse a Cor do biscoito de maizena da fortaleza
Bom dia.
Preciso dos corantes naturais abaixo, é possível o envio de uma amostra.
Antocianina;
Spirulina;
Clorofila.
Obrigada.
Att.
Prezada Juliana,
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Att
Alexandre
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Bom dia. Tenho interesse. Seria para uma fábrica de temperos.
Grata,
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O objetivo principal da CAROBRAS não e superestimar seus projetos e de certa forma prestigiar os produtores no Brasil, pois estamos sendo invadidos por vários países como Colômbia, México e Peru apresentando produtos similares. Desprestigiando os produtores brasileiros
O QUE A PROJECOR OFERECE AO MERCADO
1.PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE CORANTE DE URUCUM+TOMATE EM PÓ OU MESMO LIQUIDO+ CENOURA.PIMENTAS DE TODOS OS TIPO. E FARINHA DE ARROZ, E OUTROS, COMO CRAVO E LICETINA-DE SOJA E FORNECEDORES DE EQUIPAMENTOS PARA FRIGORIFICOS E TAMBEM PAPRICA.
ETC.
EQUIPAMENTOS
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2 PENEIRAS
2 BOMBAS DE 2HP
ISTO QUER DIZER QUE PODERÃO PRODUZIR POR DIA 500 LITROS DE CORANTE NUMA CONCENTRAÇÃO ALTA, EVIDENTE DEPENDENDO DO TEOR ENCONTRADO NAS SEMENTES DE URUCUM.
COM ALGUMAS ALTERNATIVAS DE USO
VALOR DO PROJETO A COMBINAR
MAIS AS DESPESAS DE LOCOMOÇÃO E ESTADIA QUE NÃO DEVE PASSAR DE 3 DIAS.
LEMBRANDO QUE NO MOMENTO ME ENCONTRO EM SP.
Temos também o processo abaixo descrito
MANENVASE
TEMOS UM PROJETO ONDE NÃO USAMOS QUALQUER TIPO DE MOTORES E SERVIRA PARA EMBALAR PRODUTOS
TANTO LIQUIDO COMO EM PÓ,E QUE PODERA SER USADO ATÉ EM QUANTIDADES MAIORES. DE 10 ML. ATÉ 50 LITROS OU 50 QUILOS OU MAIS.
TEMOS TAMBEM UM PROCESSO QUE ENVASA 2 LIQUIDOS DIFERENTES, OU SEJA DE UM LADO PIMENTA E DE OUTRO QUALQUER LIQUIDO. ISTO SIMULTANEAMENTE, COM A MESMA OPERAÇÃO.
ESTE PRODUTO TAMBEM PODE SER USADO EM ESSENCIAS E PERFUMES.
SENDO QUE PASSAMOS O PROJETO COM EXPLICAÇÕES DETALHADAS QUE VAI SEREM FEITAS PESSOALMENTE.
PODEMOS FAZER PARCERIAS COM INDÚSTRIAS DE SELAGEM EM EMBALAGENS LEMBRANDO QUE O PROCESSO ESTA DANDO ENTRADA COM REGISTRO NO I.N.P.I
ULIZANDO ESSE PROCESSO.CERTAMENTE TERÃO UM CONSUMO BAIXO DE ENERGIA
SE HOUVER INTERESSE ENTREM EM CONTATO PELO E-MAIL ABAIXO DESCRITO
[email protected]
atenciosamente
Cleide (secretaria)