Cadeia brasileira dos plásticos promovem a economia circular
Encontro teve a participação do vice-presidente da Divisão de Plásticos do American Chemistry Council, Steve Russell, que explicou os compromissos e ações de europeus e norte-americanos
Comissão da Comissão Setorial de Resinas Termoplásticas (Coplast) da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) promoveu um encontro dos fabricantes de resinas termoplásticas e dos transformadores de plástico na sala “A Indústria do Plástico e os Desafios da Economia Circular”, realizada durante o Congresso de Atuação Responsável, promovido pela Associação. O encontro, realizado no dia 15 de agosto, proporcionou o debate de ações que visam promover a economia circular dos produtos plásticos no Brasil e reuniu mais de 40 profissionais da indústria produtora e transformadora do plástico.
Os participantes também puderam conhecer as experiências realizadas pela Divisão de Plásticos do American Chemistry Council (ACC) e pela Plastics Europe, associação de fabricantes de plásticos da Europa. “O objetivo de unir produtores de resinas termoplásticas e transformadores visa criar no Brasil uma cadeia de valor semelhante à exsitente na Europa e nos Estados Unidos, de forma a propiciar o desenvolvimento de matérias-primas e produtos destinados ao consumidor final com menor impacto ao meio-ambiente”, explica a diretora Cadeia brasi leira dos plásticos debate ações para promo ver a economia circu lar Encontro teve a participação do vice-presidente da Divisão de Plásticos do American Chemistry Council, Steve Russell, que explicou os compromissos e ações de europeus e norte-americanos de Assuntos Técnicos da Abiquim e coordenadora-executiva da Coplast, Andrea Carla Barreto Cunha.
O plástico é um produto que já contribui com a promoção da redução das emissões por sua leveza, durabilidade e outras propriedades que permitem seu uso em diferentes segmentos industriais. “Mas, para torná-lo mais eficiente e fazer com que ele atinja seu potencial máximo em uma economia circular a indústria tem trabalhado nos desafios relacionados à reciclagem, reuso e reutilização dos plásticos”, completa Andrea. A Plastics Europe tem o objetivo de reusar ou reciclar 60% do plástico produzido nos países da União Europeia, Noruega e Suíça até 2030 e alcançar o índice de 100% até 2040.
Para isso serão realizadas ações como o fim do despejo de produtos recicláveis em aterros; a coleta seletiva obrigatória de todas as embalagens até 2025; o alinhamento das regulações sobre os resíduos de forma a eliminar obstáculos à reciclagem; e a partir de 2019 a entidade fará um relatório para acompanhar a progressão desse trabalho. O vice-presidente da Divisão de Plásticos do ACC, Steve Russell, explicou que a entidade tem como meta que até 2030 a totalidade dos plásticos seja reciclável ou recuperável e que até 2040, 100% dos plásticos sejam reutilizados, reciclados ou recuperados. Para atingir esses objetivos, os produtores atuarão no desenvolvimento de produtos que sejam mais eficientes nos processos de reciclagem e reutilização; no desenvolvimento de novas tecnologias e sistemas para coleta, triagem, reciclagem e recuperação de materiais; no aumento da participação de consumidores em programas de reciclagem e recuperação; na expansão dos tipos de plásticos coletados e reaproveitados; e na expansão da conscientização de que os plásticos usados são recursos valiosos que aguardam seu próximo uso.
Segundo o coordenador da Coplast, Edison Terra, o encontro propiciou a troca de experiências entre os profissionais da cadeia brasileira dos plásticos e líderes internacionais na economia circular. “Como pudemos acompanhar, os mercados europeu e norte-americano têm assumido compromissos voluntários para tornar o plástico um produto mais eficiente e que possa ser reaproveitado inúmeras vezes. Para alcançarmos esses patamares no Brasil, toda a cadeia precisa trabalhar de forma conjunta”, explica.
O Brasil já tem a Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e prevê a redução dos resíduos recicláveis secos dispostos em aterros sanitários, mediante as medidas previstas em acordos setoriais, sendo que o plástico é um desses produtos e ações já são realizadas para atingir as metas, estipuladas pelo governo federal, de redução dos resíduos recicláveis secos dispostos em aterros.

O presidente da Plastivida, Miguel Bahiense, explicou que a entidade tem realizado projetos de Educação Ambiental como o curso de formação de educadores “Plásticos, Reciclagem e Resíduos Sólidos”, que de 2016 a 2018 impactou mais de 35 mil pessoas. Durante o encontro, o executivo lembrou o lançamento do “Manual Perda Zero de Pellets”, ocorrido na manhã do mesmo dia, que foi produzido como parte do convênio entre a Plastivida – Instituto Socioambiental do Plástico e o Laboratório de Manejo, Ecologia e Conservação Marinha do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e contou com a participação ativa do “Fórum Setorial dos Plásticos – Por Um Mar Limpo”, que tem 16 signatários, entre eles a Abiquim.
O conselheiro da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Ricardo Hajaj, explica que, além de ações educativas, tem promovido ações para envolver todos os agentes com o objetivo de estimular o uso do ecodesign nas embalagens para que no fim da vida útil sejam reinseridas em novas aplicações e com qualidade. O encontro da cadeia produtiva do plástico brasileiro foi um primeiro passo para que o País alcance o patamar dos Países desenvolvidos. “Ao aprendermos como a indústria global se posiciona sobre o tema, poderemos expandir e melhorar as ações realizadas e ter nossos próprios objetivos para promover a reciclagem e o reuso dos plásticos no Brasil”, finaliza Edison Terra.