Bombas: Indústria química lidera demanda por bombas

Fabricantes de bombas aumentam a produção e recontratam mão-de-obra para atender retomada de investimentos capitaneada sobretudo pela indústria química e petroquímica

Química e Derivados, Linha da KSB 60 novos funcionários.
Linha da KSB 60 novos funcionários.

A trajetória ascendente da economia nacional, registrada a partir dos primeiros meses deste ano, começa a criar nos fabricantes de bombas industriais a confiança na recuperação das perdas de até 30% nas vendas ocorridas em 1999. Isso significa, conforme estimativa da Câmara Setorial de Bombas e Motobombas (CSBM), da Abimaq, o retorno ao faturamento de 1998, considerado um bom exercício, quando as 90 empresas do setor tiveram receita por volta dos R$ 500 milhões.

Para o presidente da CSBM, Gilberto Chiarelli, a “maré alta” foi puxada principalmente pelos investimentos industriais, iniciados no início do ano e que passaram a surtir efeito a partir de maio. Antes disso, porém, os “bombeiros” também tiraram proveito da leve recuperação registrada no último trimestre de 1999. Passaram a faturar os pedidos daquela época apenas em 2000.

Ao contrário do setor de infra-estrutura, que em sua maior parte ainda não voltou a comprar bombas e nenhum outro bem de capital, as indústrias química e petroquímica, principalmente, mas também mineração, alimentos e siderurgia, alavancaram as vendas. Vários projetos, porém, como a unidade de acrilato de butila da Basf em Guaratinguetá-SP, e modernizações e ampliações de unidades da Dow e Monsanto, só para ficar em alguns grandes clientes, fizeram desse setor o grande destaque nos fornecimentos.

O efeito positivo dos investimentos químicos e petroquímicos na verdade é fruto de um crescimento registrado já no ano passado. Segundo o balanço anual do jornal Gazeta Mercantil de 2000, publicado recentemente, essas indústrias em 1999 foram as recordistas em crescimento de receita líquida operacional (17,6%) e de lucro líquido acumulado (R$ 2,1 bilhões). Esses resultados só não resultaram ganhos para os fabricantes de bombas já em 1999 porque os investimentos em produção dependiam do acúmulo de caixa agora mais disponível.

Química e Derivados, Chiarelli Petrobrás retornou às compras para refinarias.
Chiarelli Petrobrás retornou às compras para refinarias.

Para se ter uma idéia da retomada, vale citar o exemplo da Omel, de Guarulhos-SP. Se no ano passado a empresa comercializava 15 bombas centrífugas de processo por mês, este ano passou para uma média de 50/mês. De bombas dosadoras de diafragma para alta pressão, os fornecimentos pularam de 12 para 30/mês. De acordo com seu diretor industrial, Corrado Vallo, comparando os dois primeiros semestres os pedidos aumentaram em até 40%. Se em 1999 a Omel adotou a redução de jornada, em 2000 opera a 80% da capacidade e começa a necessitar de horas extras.

A recuperação fez a Omel incrementar seu portfólio. Sua linha de bombas monobloco a vácuo, antes apenas para pequenas capacidades, até 150 m³/h, passou para até 800 m³/h. Os sopradores Roots, para transporte pneumático em saneamento e alimentação de fornos, tiveram a geometria do lóbulo modificada para o projeto trilobular.

Isso diminui o ruído e a vibração e possibilita rotações mais elevadas. E, para terminar, sua linha de bombas API foi finalizada: são agora 12 tamanhos, de 200 l/h até 25 m³/h, pressões até 35 bar e altura manométrica de 350 metros.

Clientes tradicionais – Além de os indicadores futuros continuarem a ser favoráveis na química e petroquímica, também o setor de petróleo deve incentivar mais as vendas de bombas. De acordo com Gilberto Chiarelli, dos investimentos programados da Petrobrás (US$ 33 bi até 2005) de imediato cerca de R$ 40 milhões devem ser voltados para a compra de bombas, em negociações diretas com a estatal ou, principalmente, com empresas de engenharia responsáveis por unidades turn-key.

Registrando lucros recordes, a Petrobrás já começou no segundo semestre a comprar bombas centrífugas API para refinarias (Relan, Refap, Reman, Cabeúnas) e para transporte.

Química e Derivados, Vallo produção mensal mais que dobrou.
Vallo produção mensal mais que dobrou.

Isso sem falar nas programadas, mas ainda não formalizadas, plataformas P43 e P48, para as quais em breve também devem abrir licitações. Em petróleo ainda, uma esperança em negócios a médio e longo prazo abrange as bacias concedidas a grupos privados. Mas, para Chiarelli, o investimento em produção surgirá apenas depois de passada a atual fase de pesquisa dos poços em que essas empresas se encontram.

O saneamento básico, outro tradicional setor consumidor de bombas, tem participação bastante reduzida nessa euforia generalizada dos fabricantes. E as explicações para a falta de investimentos na área são as mesmas de anos anteriores: o ainda endividamento dos Estados, que impossibilita a busca de crédito para financiamentos das obras. O equacionamento desse “gargalo”, segundo o presidente da CSBM, seria por meio da liberação de recursos do FAT (fundo de amparo ao trabalhador) e do FGTS.

Outra questão prejudicial ao saneamento diz respeito à titularidade do sistema, cuja regulamentação ainda não definiu se Estados ou municípios têm a outorga da água. Isso tem atrasado muitas privatizações importantes, como a da Sabesp, de São Paulo. E tem também decepcionado os fabricantes de bombas, sobretudo ao se levar em conta a posição da câmara setorial. “As concessões privadas captam recursos mais facilmente e precisam cumprir as metas impostas pelas privatizações”, disse Gilberto Chiarelli. Para ele, passando a primera fase pós-concessão, mais voltada para a contenção de vazamentos, a produção de água ou de tratamento de esgoto sai logo em seguida.

Química e Derivados, Bombas dosadoras de diafragma da Omel fornecimento subiu para 30 por mês.
Bombas dosadoras de diafragma da Omel fornecimento subiu para 30 por mês.

Não por outro motivo as poucas obras saídas nos últimos meses são de concessões privadas, em cidades como Niterói, Região dos Lagos e Petrópolis, no Rio de Janeiro, e outras cidades do interior paulista. Também a companhia estadual do Amazonas (Cosama), recém-adquirida pela francesa Suez Lyonnaise des Eaux, em breve deve começar a investir em produção. Para curto prazo aguardam-se ainda negócios com as privatizações das companhias de Pernambuco (Compesa) e da Bahia (Embasa).

Sinais melhores – Se no primeiro semestre de 1999 o comum a todos os fabricantes era demonstrar sinais evidentes de crise, como redução de jornada e ociosidade produtiva, neste ano a situação se inverteu. Para começar, os programas de redução de jornada de 10% a 25%, que normalmente significavam encerrar o expediente na sexta-feira, acabaram já no último trimestre do ano passado. A ocupação da capacidade instalada também aumentou em todas as empresas, passando de até 60% para uma faixa de 80% a 100%.

Outra demonstração de cenário revitalizado é a de contratação de pessoal. Se no ano passado houve até demissões (cerca de 800, entre 1998 e 1999), a partir do final de 1999 várias empresas precisaram contratar para atender as novas demandas. Só para citar alguns exemplos, a Netzsch do Brasil, com fábrica em Pomerode-SC, para passar a operar a carga total precisou admitir em dezembro 35 funcionários. A Omel, que vinha de um processo de enxugamento, contratou 10 pessoas. Também a Friatec-Rheinhütte aumentou em 5% sua mão-de-obra na fábrica em Cataguases-MG.

Um exemplo dessa recuperação se nota na KSB, a segunda maior fabricante do País, atrás apenas da Sulzer. Sua fábrica em Várzea Paulista-SP precisou contratar às pressas, em novembro de 1999, cerca de 60 pessoas para atender a um fornecimento para a estatal petrolífera mexicana Pemex. Trata-se na verdade de uma concorrência internacional ganha pela empresa de engenharia coreana SKEC, que construirá uma unidade turn-key da Refinaria Madeiro com 400 bombas centrífugas API 610 8ª edição da KSB.

O fornecimento para a SKEC ainda está em andamento e lota a fábrica em Várzea Paulista. O melhor, segundo o diretor comercial Gilberto Chiarelli, é que os novos funcionários contratados não são temporários. Isso porque, apenas nessa parceria criada com os coreanos, vários outros negócios internacionais em petróleo surgiram. Há vendas para unidades em Gana, na África, no México (Tula e Salamanca), e a filial brasileira da KSB ainda participa com a SKEC de outras concorrências na Coréia.

Além das contratações para atender as novas vendas externas, a KSB também investiu em modernização na fábrica. Sua bancada de prova foi automatizada e foram compradas máquinas operatrizes. Esses investimentos atendem mais agilmente a atual operação em dois turnos completos da empresa, ainda com ociosidade de quase 30% para poder chegar a um terceiro turno, havendo necessidade.

Afora as bombas API e as químicas ANSI e ISO, bastante comercializadas este ano, a KSB ainda intensifica a comercialização de seus conjuntos de combate a incêndio. Concebidos conforme norma NFPA-20, com bombas bipartidas para várias vazões, a partir de agosto de 2000 esses conjuntos receberam certificação norte-americana de garantia FM (Factory Mutual). Este certificado é cada vez mais exigido também no mercado brasileiro, visto que a sua presença no conjunto reduz o valor do prêmio de seguro em fábricas.

Química e Derivados, Balester Sulzer agora vende magnéticas à PqU
Balester Sulzer agora vende magnéticas à PqU

Nichos novos – O mercado das bombas centrífugas herméticas e magnéticas cresce em proporção direta à preferência de vários clientes por transporte de fluidos sem risco de vazamentos. Por dispensarem gaxetas e selos mecânicos, tendo motores blindados (herméticas) e acionamento por ímãs de terras raras (magnéticas), tornam-se solução “ambientalmente correta” para operação de risco com produtos perigosos, ou quando o cliente deseja apenas evitar desperdícios com vazamentos.

Para aproveitar o nicho, mais proeminente na química e petroquímica, algumas empresas importantes do setor começam a incluir em seus portfólios bombas desse tipo. Aproveitam assim um mercado até pouco tempo dominado por importadas ou por produtos de alguns fabricantes locais, caso da Friatec-Rheinhütte, fabricante de bombas magnéticas desde 1986 em sua unidade mineira de Cataguases.

A Sulzer, anteriormente representante das bombas herméticas japonesas Teikoku, em maio lançou uma linha de centrífugas com acoplamento magnético para vazões de até 600 m³/h e altura manométrica de até 250 metros. De acordo com o seu gerente de marketing, Fernando Balester, as bombas podem seguir normas API e são fabricadas na unidade de São Bernardo do Campo-SP com magnetos importados da Sulzer alemã. Também a KSB resolveu entrar no mercado disponiblizando tanto magnéticas, com kits magnéticos importados da matriz alemã, como as herméticas, com motores blindados.

Em um prazo pequeno do lançamento, as empresas já estão conseguindo vender as bombas para indústrias químicas e petroquímicas, aproveitando a alta demanda nesse setor.

A Petroquímica União (PqU), de Capuava-SP, por exemplo, depois de assinar um acordo com o sindicato dos químicos do ABC se comprometeu a trocar todas as bombas que operam com fluidos com nível de benzeno superior a 30% e cujos sistemas de vedação não sejam totalmente seguros.

A opção principal da PqU recai sobre as herméticas, seguida das magnéticas e, por fim, pelas de selo mecânico duplo. A limitação de uso, além da exigência de conformidade com normas API, também se refere ao nível de vazão e pressão e também pela questão de preço, visto que as herméticas são mais caras em cerca de 30% em comparação com as magnéticas. As herméticas disponíveis no Brasil normalmente não podem atender vazões muito altas e as temperaturas elevadas não são indicadas para as magnéticas. Segundo Fernando Balester, da Sulzer, a empresa está vendendo das suas bombas API magnéticas para a PqU.

Outras magnéticas – O mercado das magnéticas, porém, não se limita à petroquímica, que exige normas API. Aliás, uma das pioneiras no ramo no Brasil, a Friatec-Rheinhütte, não fabrica esses modelos de magnéticas e nem por isso não tem se saído bem nesse último ano. Com foco maior na indústria química, requerentes de normas DIN e ISO, em 1999 a empresa superou em 13% sua meta de crescimento, faturando R$ 7,5 milhões apenas em bombas (ainda produz centrífugas verticais químicas e horizontais com selo). Para 2000, a meta é elevá-lo em mais 10%.

Química e Derivados, Muniz pedido da Basf fez Friatec produzir monoblocos.
Muniz pedido da Basf fez Friatec produzir monoblocos.

As vendas no final de 1999 deram uma alavancada maior para a Friatec, de acordo com seu gerente de vendas do escritório paulista, Airton Muniz, em razão de uma concorrência internacional ganha na Marinha do Brasil. Foram 22 bombas magnéticas de aço inox para a unidade química de fabricação de combustível nuclear (urânio), de Iperó-SP, que segundo Muniz faz parte do projeto do submarino nuclear brasileiro.

No primeiro semestre de 2000, a boa fase continuou e a Friatec ganhou outra concorrência importante para participar dos fornecimentos à unidade de acrilato de butila da Basf, em Guaratinguetá-SP.

Em negócio com a empresa de engenharia Setal, responsável pelo turn-key, a Friatec no momento fabrica 20 bombas, entre magnéticas e horizontais com selo mecânico, para entregar à Basf até o fim do ano.

Nesse negócio com a Basf, aliás, para atender a uma especificação, a Friatec passará a fabricar pela primeira vez no Brasil bombas magnéticas monobloco, modelo RMKNF, já produzidas pela matriz na Alemanha. “Isso faz parte da filosofia da Basf de diminuir as peças em estoque e facilitar a manutenção de seus equipamentos”, explicou Muniz. Nesses modelos, o próprio eixo do motor aciona a bomba, ao contrário dos convencionais, em que se necessita base e acoplamento com eixos distintos.

Além da monobloco, a empresa também está fabricando em Cataguases bombas magnéticas para alta corrosão produzidas com o plástico PFA (polifluoro-alcoxi). Além de indicado para fluidos corrosivos, o material permite operação com grandes variedades de pH (de 1 a 13) e temperatura de até 140ºC. Segundo informa Airton Muniz, já foram vendidas dessas bombas para a Metacryl, em Camaçari-BA.

Química e Derivados, Beneduzzi exportações de peças para a matriz.
Beneduzzi exportações de peças para a matriz.

Inter-company – Um olhar atento a determinados fabricantes nacionais de bombas também revela que a crise do ano passado também não foi tão arrasadora. Além da Friatec-Rheinhütte ter superado sua meta de crescimento, outras empresas conseguiram se manter com exportações diretas ou inter-company. Neste último caso, destaca-se a Netzsch do Brasil, pertencente ao grupo homônimo alemão fundado em 1873 e até hoje controlado pela mesma família.

Fabricante em Pomerode-SC de uma extensa linha de bombas helicoidais Nemo para transferência e dosagem, a Netzsch participa e ganha várias concorrências inter-company entre as 34 filiais do grupo pelo mundo. As razões, conforme explica o gerente geral da unidade de bombas, Silvio Beneduzzi Filho, variam desde o fato de o ferro fundido ser mais barato no Brasil (caiu 30% depois da desvalorização do real) até ao alto grau de produtividade atingido pela fábrica catarinense. “Hoje vendemos várias peças, como o estator, para a matriz”, comemora.

Além das vendas para a Alemanha, a Netzsch fornece muito para a filial norte-americana, mercado para o qual vende bombas helicoidais completas. Hoje cerca de 20% de sua produção destina-se a vendas externas, que ainda incluem o mercado argentino (abriu filial em janeiro de 1999) e o chinês, para onde vende estatores. A meta, porém, é em breve chegar a 30%.

De acordo com Beneduzzi, essa atuação globalizada da fábrica brasileira lhe vale o título de a melhor filial do grupo (com faturamento mundial de US$ 200 milhões) fora da Alemanha. Mas, segundo ele explica, boa parte desse mérito é também pelo desempenho da empresa no mercado interno. Maior fabricante de bombas helicoidais da América do Sul, a fábrica brasileira oferece ao mercado local o mesmo grau de tecnologia da matriz alemã.

Química e Derivados, Magnética monobloco manutenção fica mais fácil.
Magnética monobloco manutenção fica mais fácil.

“Já produzimos desde julho de 1999 a quarta geração das helicoidais, com geometria reformulada para transportar um maior volume de fluidos, com custo de operação reduzido em 30%”, afirma o gerente geral. Essa reformulação vai estender às aplicações da bomba para além dos mercados em que hoje ela participa, sobretudo o químico.

Podendo operar agora sob maiores vazões (acima de 200 m³/h) e sob um custo menor, elas tornam-se indicadas ao saneamento, por exemplo.

No mercado químico, as helicoidais podem atender transferência e dosagem (com inversor de freqüência) de produtos de alta e baixa viscosidade, com rotação bem menor do que as centrífugas. Segundo Beneduzzi, ainda em comparação com as centrífugas, as helicoidais proporcionam um transporte mais cuidadoso e suave.

Apesar de as helicoidais responderem por 80% dos negócios da Netzsch, a empresa também comercializa e fabrica outros modelos. Dispõe linhas de centrífugas sanitárias; e as de fusos, muito utilizadas em turbinas e caldeiras. Tem ainda as dosadoras de membranas, com controle automático, indicadas para dosagem de polímeros e outros produtos em tratamento de água, papel e celulose e açúcar e álcool.

Ainda representam as de lóbulos, da APV, e, sob importação da matriz, uma linha de pneumáticas. A grande vantagem destas últimas é não possuir motor elétrico, o que elimina os pontos de fuga indesejáveis a produtos perigosos.

Química e Derivados, Warneke ausência de peças internas na bomba
Warneke ausência de peças internas na bomba

Importadas – As bombas pneumáticas também são importadas por outra empresa, a Tetralon, de São Paulo, que representa uma linha da norte-americana Wilden. Hoje distribuidora de vários fabricantes internacionais, a empresa foi fundada em 1985 para vender no Brasil a linha de pneumáticas de duplo diafragma da Wilden, disponíveis em modelos de plástico, sanitária e metálica de alta pressão.

De acordo com o presidente da Tetralon, Martin Warneke, nesse período foi possível instalar mais de 10 mil bombas Wilden, a maioria delas metálicas para a indústria química, sanitárias para alimentos e farmacêutica e plástica para operar com ácidos e bases. Algumas características fundamentais proliferaram seu uso em transferência de líquidos: ausência de selos mecânicos e gaxetas, operação a seco, auto-aspirantes, vazão variável proporcionalmente à pressão do ar de acionamento e possibilidade de trabalhar com fluidos viscosos, abrasivos ou corrosivos.

“Além disso, por não ter peças internas mecânicas, realizam transferência a alta pressão com desgaste mínimo”, afirmou Warneke. Sua linha de alta pressão (HP 250) para até 18 bar substituem as bombas convencionais de pistão e helicoidais. A linha completa atende vazões desde 1 l/h até 60 m³/h, em tamanhos de 1/4 polegada até 4 polegadas.

Química e Derivados, Pneumática Wilden 10 mil instaladas.
Pneumática Wilden 10 mil instaladas.

Hoje cerca de 50% das vendas da Tetralon são da linha Wilden. Mas uma outra representação, da também norte-americana Viking, tem crescido muito, segundo Werneke, e promente dividir a atenção da empresa com as pneumáticas. São bombas de deslocamento positivo de engrenagem interna (também representadas no Brasil pela Key-Tek).
Substituta das engrenagens externas, em apenas dois anos já representa 15% do faturamento da Tetralon.

Com apenas um eixo, aliado ao fato de as bombas de deslocamento positivo de forma geral estarem em ascensão para Warneke a grande vantagem das bombas Viking é poder ser construída em materiais especiais. Podem ter carcaças em plástico, cerâmica e ligas, e peças, por exemplo, em carbeto de tungstênio, cerâmica para graus elevados de abrasividade. Isso faz a linha atender transferências de líquidos de alta viscosidade, temperaturas elevadas (até 430°C) e altas pressões (até 34 bar), além de vazões de até 340 m³/h.


Ingersoll-Denner muda de novo

Desde 8 de agosto de 2000, o tradicional fabricante de bombas de processo Ingersoll-Dresser Pumps pertence ao grupo americano Flowserve, conglomerado de US$ 2 bilhões e 10 mil funcionários. A transação, de US$ 770 milhões, surgiu da intenção anunciada no ano passado pela Ingersoll de vender seus 51% na sociedade com a Dresser. Ao invés de comprar apenas a participação majoritária, a Flowserve adquiriu toda a divisão.

De acordo com Jorcelino Diniz, o diretor comercial da Ingersoll-Dresser no Brasil, que agora passa a se chamar Flowserve, a nova controladora complementará a linha de centrífugas e fortalecerá a atuação sobretudo na área industrial. A Flowserve possui uma divisão mundial específica de bombas químicas, a Durco, que se responsabilizará por esse reforço.

Para o Brasil, em específico, a nova estrutura do grupo vem de encontro a uma estratégia iniciada há cerca de dois anos. Com faturamento local por volta de R$ 40 milhões, e fábrica no Rio de Janeiro, a empresa estava intensificando as vendas para a indústria para compensar perdas nos inconstantes mercados de petróleo e saneamento, seus grandes clientes.

Essa estratégia (ver QD-374, pág.30) fez as vendas para a indústria passarem de 5% para 15% do faturamento atual. Os novos produtos da Durco, segundo Diniz, a princípio serão importados totalmente, mas a longo prazo a intenção é nacionalizar parte da fabricação.

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