A Basf anunciou, em fevereiro, a venda da sua unidade de Resende, no Rio de Janeiro.
A planta da Basf foi adquirida pelos próprios funcionários do site e passou a se chamar SoluCia. O grupo alemão, dessa forma, concentrará a produção de agroquímicos no Complexo de Guratinguetá.
“A mudança de proprietário não causará nenhum impacto nos negócios da divisão agro da Basf, tanto no aspecto regional, como global”, assegurou o presidente mundial da Divisão Agro da Basf, Hans Reiners. O valor da transação não será revelado.
Está marcado para 1º de março o início das operações da SoluCia. Para este primeiro ano de atividade, os executivos esperam obter faturamento de R$ 50 milhões. A princípio, a divisão agro da Basf será o principal cliente da empresa. Outros contratos já estão em negociação, com a FMC, Cognis e Crompton.
“Seremos uma empresa independente e uma provedora de serviços”, explicou o futuro presidente da SoluCia, Ulli Meier, até então diretor de manufatura para América Latina da Basf e responsável pela fábrica de Resende.
De acordo com Reiners, o grupo optou pela venda aos funcionários – em um operação inédita no mercado local, chamada Employee Buy Out (EBO) –, a fim de evitar seu fechamento.
Para comprar as ações da empresa, os 180 empregados usaram o FGTS e a verba de rescisão de contratos.
Cada um dos funcionários terá participação na empresa, proporcionalmente ao volume de ações adquirido.
Eles também contaram com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que liberou a verba por classificar o projeto na categoria de inclusão social.
“O EBO possibilitou a preservação dos empregos existentes e a criação de novos postos de trabalho”, completou Meier.
A SoluCia terá capital fechado e deve receber, nos próximos dois anos, investimento de R$ 24 milhões, destinado à ampliação da capacidade produtiva.
Guaratinguetá
A planta de Resende tratava-se da única dedicada, com exclusividade, à produção agrícola da Basf. Com a sua venda, o grupo alemão passou a concentrar a produção de defensivos químicos no Complexo de Guratinguetá.
Reiners fez questão de enfatizar que a transação não representa desinteresse do grupo no agronegócio. De acordo com ele, a planta de Guratinguetá recebeu investimento de US$ 1,3 milhão. Com esse aporte, a capacidade produtiva do Opera, como foi registrada a mistura do F 500 com epoxiconazole, triplicará, conforme revelou o diretor Divisão Agro Brasil, Maurício Marques.
“Com isso, teremos mais flexibilidade de fornecimento por toda a América do Sul”, completou Reiners.
A Basf formula o Opera em na unidade desde o ano passado.
Recomendamos também:
TAG e Unigel fecham acordo de transporte de gás para fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe
Fertilizantes - Tecnologia reduz perdas de nutrientes no campo
Abiquim - 2016: Ano em que o Brasil precisará decidir se quer uma indústria forte
Merck doará 25 mil euros para startups em programa de incentivo a empreendedores