Automação: Novidades em componentes e sistemas atraem visitantes

Química e Derivados, Automação: Novidades em componentes e sistemas atraem visitantes

Em comparação a edições anteriores, neste ano foi significativamente menor a quantidade de expositores presentes na feira de automação e controle Brazil Automation, realizada no mês passado em São Paulo. Cerca de cinquenta marcas expuseram seus produtos e serviços. Em 2012, mais de noventa marcas se apresentaram.

Quem manteve a aposta na Brazil Automation deve estar satisfeito com os resultados desse investimento, crê Enio Viana, presidente do Distrito 4 da ISA (The Instrumentation Systems and Automation Society, entidade responsável pela promoção da feira). “O público respondeu bem, e vi lá muitos engenheiros e técnicos de várias áreas: petróleo, petroquímica, siderurgia, empresas de engenharia”, argumenta.

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Nexto

Viana explica a menor quantidade de expositores com uma somatória de causas, entre as quais se incluem a preferência concedida por grandes empresas desse setor aos eventos próprios, e também um processo de contenção de despesas que levou algumas dessas companhias a cortar custos. “E o investimento em marketing é sempre o primeiro a ser feito”, ressalta o presidente do Distrito 4 da ISA.

Além disso, prossegue, antes realizada diretamente pela própria entidade do setor de automação, a Brazil Automation teve este ano sua implementação delegada a uma empresa especializada em eventos, a Clarion, que teve apenas três meses para prepará-la. “Essa empresa terá doze meses para trabalhar a próxima edição e isso ajudará a ampliar a participação das empresas”, prevê Viana, que assumiu a presidência do Distrito 4 da ISA em março.

Mas este ano o desempenho da Brazil Automation como espaço de relacionamento e negócios foi apenas “razoável”, avalia Lairton Berger, gerente comercial da Coester, fabricante de sistemas de automação de válvulas que expôs seus produtos. “Tivemos alguns bons contatos, mas poderia ser bem melhor”, destaca Berger.

O termo “razoável” é usado para qualificar o evento também por outro expositor: Paulo Bachir, gerente de vendas externas da Wika. “Mas fizemos contatos interessantes, que com certeza culminarão na geração de negócios num futuro próximo”, ele ressalta.

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DFPI

Válvulas e atuadores – Terminais remotos da série Hadron Xtorm apareceram entre os destaques expostos na mais recente edição da Brazil Automation pela empresa gaúcha Altus. Tais terminais, detalha Mário Weiser André, diretor da unidade de produtos da Altus, destinam-se à automação de sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, e em sua concepção já se observam as normas IEC 61850, que compõem o mais moderno protocolo para esse gênero de aplicação.

Essa mesma empresa mostrou ainda a mais nova série de seus controladores programáveis, batizada Nexto. “Ela está sendo usada na P-58, a mais nova plataforma do pré-sal, inaugurada recentemente”, enfatiza André.

Também sediada no Rio Grande do Sul, a Coester apresentou um atuador alimentado com energia solar e controlado por celular ou link de rádio. Esse equipamento, especifica Berger, é interessante para locais onde é difícil levar energia elétrica, por exemplo, plantas de óleo e gás, saneamento e sistemas de irrigação.

Atuadores fizeram parte do rol de novidades apresentadas no evento pela Festo. No caso, um atuador pneumático chamado DFPI, cujo posicionador é interno e integrado ao restante do equipamento. Normalmente, explica André do Amaral, gerente de produto da Festo, esse posicionador é externo, ou seja, além de estar mais sujeito a agressões ambientais e mecânicas, exige a integração de outros itens, como atuador, régua potenciométrica, tubos, conexões e adaptação mecânica.

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Válvulas VTUG

O DFPI combina tudo isso em uma única solução e ainda consegue, complementa Amaral, ser também mais preciso, pois sua régua potenciométrica está integrada ao próprio eixo do acionador. Além dele, a Festo mostrou outras novidades na feira, como o terminal de válvulas VTUG, com capacidade para até 24 posições. De acordo com Amaral, “esse equipamentotem como diferenciais a diversidade de protocolos e o fato de ser compacto, sem perder a robustez”.

A Ascoval, empresa do grupo Emerson, apresentou um terminal que, aproveitado em sua máxima potencialidade, pode receber mais de quinhentas posições. Denominado G3, ele permite também diagnósticos locais e não apenas nos sistemas de supervisão. “Isso agrega muita agilidade nas atividades de comissionamento e manutenção”, destaca Paulo Odilon, gerente de novos produtos e treinamento da Ascoval. Segundo ele, “esse equipamento tem diversas aplicações em sistemas que trabalham com grande quantidade de válvulas, por exemplo, em sistemas de tratamento de água, incluindo sistemas de água de plantas de óleo e gás”.

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G3

Sistemas e instrumentos – Novos softwares também compuseram o rol de lançamentos dos expositores da Brazil Automation. Foi o caso da Elipse, que ali mostrava duas soluções do gênero Scada (que trabalham com aquisição, supervisão e controle de dados). Uma delas, uma evolução do Elipse E3, um Scada anunciado pela empresa como “ideal para sistemas críticos”, e que recebeu melhorias em áreas como sistema de gerenciamento de alarmes; a outra, o Elipse Power, próprio para o monitoramento de plantas elétricas. “Apresentamos também o EPM (Elipse Plant Management), plataforma de integração em tempo real que coleta os dados conforme os ativos da empresa”, complementa Marcelo Salvador, diretor de negócios da Elipse.

A Altus também apresentou um software Scada, denominado BluePlant. É, afirma André, “uma ferramenta multifuncional, poderosa em termos de performance e de confiabilidade”.

E a Wika, marca tradicionalmente associada à instrumentação para pressão e temperatura, aproveitou a ocasião para enfatizar sua presença mais recente também nos segmentos de controle de nível e de vazão. E mostrou, entre outros itens, o transmissor de pressão S20, capaz de medir valores entre 0 … 0,4 bar e 0 … 1.600 bar (sic!), que foi desenvolvido para trabalhar em ambientes com temperaturas de até 200ºC. Normalmente, explica Paulo Bachir, gerente de vendas da Wika, a utilização desse tipo de transmissor em temperaturas tão elevadas – para medição de vapor, por exemplo – exige o uso de diversos acessórios, como extensões e sifão. “Nosso instrumento dispensa esses acessórios.”

Química e Derivados, Automação: Novidades em componentes e sistemas atraem visitantesNa Digitrol, podia ser observado o medidor de vazão a bateria MAG 8000, com possibilidade de controle remoto, para diâmetros entre 25 e 1.400 mm. De acordo com o diretor Nicolau Danilovic, a área de saneamento constitui um dos principais campos de aplicação desse produto, fabricado pela Siemens (aliás, o aprofundamento da parceria com essa multinacional de origem alemã era a notícia mais destacada pela Digitrol – ver box).

A Turck participava apenas pela segunda vez da Brazil Automation, até porque há apenas dois anos tem presença direta no mercado nacional, onde antes atuava por meio de distribuidores. Entre outros itens, essa empresa exibiu um módulo para diagnóstico de posicionamento de válvulas, um equipamento multiprotocolos (como Ethernet, DeviceNet e ModBus) e um encoder sem contato. “O encoder mede um posicionamento rotativo de um eixo motor, e a vantagem de ele ser sem contato é a facilidade e a redução de problemas mecânicos na instalação e na operação”, explica Maurício Rosa, gerente de engenharia e marketing da empresa.

Entre os produtos disponibilizados pela Turck para automação de processos aparecem sensores de diversos gêneros (indutivos, capacitivos, óticos), interfaces ponto a ponto, caixas de junção e barreiras para conexão de instrumentos em Foundation Fieldbus e Profibus-PA, e I/Os remotos Excom, desenvolvidos para instalação em áreas classificadas e usuárias de comunicação Profibus-DP. “O mercado brasileiro de processos começa a utilizar mais essas I/Os remotas em substituição aos equipamentos Foundation Fieldbus, pois, entre outras razões, a tecnologia Profibus-DP é mais conhecida, muito difundida em manufatura, e de fácil entendimento”, finaliza Rosa.

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