Aromas e Fragrâncias – Linhas naturais avançam contra as artificiais
Provedores de aromas e fragrâncias mais intensos ou mais tradicionalmente associados a matérias-primas naturais oriundas de fontes renováveis também investem na ampliação de sua capacidade de produção no Brasil. Caso da multinacional de origem alemã Döhler, aqui proprietária de uma fábrica em Limeira-SP. “Essa unidade está recebendo novas linhas”, conta Alfredo Vitorino Almeida, gerente da unidade de negócios aromas & emulsões da Döhler América Latina.
Recorrendo a razões estratégicas, Almeida não revela os valores relacionados à ampliação dessa fábrica (aliás, inaugurada há apenas três anos). Qualifica, porém, como “bastante agressivo” o seu atual ritmo de expansão no mercado nacional para diversas categorias do mercado de alimentos: bebidas, lácteos, biscoitos, sorvetes e sobremesas, entre outras.
A Döhler, embora utilize também componentes sintéticos em suas formulações, tem acentuado a expertise em matérias-primas naturais, como laranja, pêssego e manga. Atualmente, diz Almeida, é crescente a demanda por aromas confeccionados com esse gênero de matérias-primas, mas se mantém elevado também o espaço ocupado pelos chamados aromas ‘idênticos aos naturais’, confeccionados com moléculas produzidas por sínteses, porém com correspondentes na natureza, com os quais também trabalha a empresa.
Em contrapartida, perdem terrenos aromas artificiais (sem correspondentes naturais). “Há mais ou menos vinte anos, essa indústria trabalhava com cerca de doze matérias-primas artificiais; atualmente, há cinco ou seis em uso”, compara Almeida. Como exemplo dessa categoria, ainda usado em escala mais ampla, ele cita os aromas de baunilha produzidos com etilvanilina.
Já a multinacional de origem francesa Robertet combina fontes naturais e sintéticas na maioria de suas fragrâncias, com as quais realiza 78% de seus negócios no Brasil (o restante provém do fornecimento para a indústria de alimentos). É, aliás, líder mundial na extração de algumas dessas matérias-primas naturais, como óleo de rosas, de lavanda e sândalo, como salienta Luciane Antoniassi, coordenadora de marketing da Robertet.

O público brasileiro, observa Luciane, busca o diferencial dos produtos naturais, porém tem essa demanda de certa forma contida pelos preços geralmente mais elevados em comparação às fragrâncias sintéticas. “Porém, dependendo do conceito a ser aplicado no produto, esse é um grande atrativo”, ressalta.
Com presença mais forte nos segmentos de perfumaria fina, produtos para cabelo e cuidados com o lar, a Robertet está hoje representada em mais de cinquenta países, e tem unidades produtivas em onze deles (inclusive no Brasil). Aqui, registra atualmente, quando considerados esses vários mercados, expansão mais acentuada de negócios. Segundo Luciane, praticamente todos os setores usuários desses insumos hoje ampliam a demanda por fragrâncias: “O cheiro é parte cada vez mais fundamental na decisão de compra; mesmo os produtos com apelo natural exigem fragrância para mascarar possíveis odores de base.”
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