Analitica Latin America 2013: Laboratórios procuram meios para ampliar produtividade

A quantidade de marcas presentes, cerca de seiscentas, foi similar à da edição anterior, realizada em 2011. Mas a presença de visitantes diminuiu um pouco: passou de aproximadamente 10 mil para 9,6 mil pessoas. Mesmo assim, os expositores demonstraram satisfação com os resultados de sua participação na mais recente edição da Analitica Latin America – Feira Internacional de Tecnologia para Laboratórios, Análises, Biotecnologia e Controle de Qualidade, realizada em São Paulo, de 24 a 26 de setembro.
“Tivemos o maior estande de nossa história, e o desafio de atrair mais clientes foi plenamente atingido”, comemorou Rogério Telles, diretor-geral da Metrohm. “Nosso objetivo na feira é estabelecer relacionamentos, conversar sobre projetos, e isso foi plenamente atingido”, endossou Fernando Harada, gerente de negócios da divisão Lab da Mettler Toledo.
Fabio Boin, coordenador de produto da PerkinElmer, lembrou que os equipamentos fornecidos por várias das empresas presentes no evento são cotados em dólar, e, portanto, tiveram seus preços no Brasil recentemente elevados. “Mas, apesar da atual situação de variação cambial, notamos crescente interesse em investimentos de grande porte neste segundo semestre de 2013”, enfatizou.
Houve elogios também para novidades como o espaço LiveLab, onde as marcas podiam exibir de maneira prática suas novidades e inovações: “Foi uma excelente oportunidade para mostrar nossa tecnologia em funcionamento e tirar diversas dúvidas dos nossos clientes”, destacou Raquel Rainone, gerente de produto da área de análise elementar da Thermo Scientific/Analítica.
Além de comemorar contatos e negócios, os expositores da Analítica também aproveitaram o evento para apresentar as novidades de seus portfólios. Na sequência, confira algumas delas:
Cromatografia
Foram diversas as novidades desse segmento expostas na Analítica. A Shimadzu, por exemplo, apresentou seu modelo LCMS-8050, composto por um cromatógrafo líquido acoplado a um espectrômetro de massa. Esse equipamento, afirmou Paula Grossi Ribeiro, supervisora de vendas da divisão analítica da empresa, “redefine o conceito de alta velocidade e alta sensibilidade em LCMS, com monitoramento de reações múltiplas e troca de polaridade ultrarrápida, permitindo análises de nível traço em áreas como: pesticidas em água potável, contaminantes, detecção de drogas e metabólitos, sem a necessidade de pré-concentração de amostra”.
Já a ThermoFisher mostrou o Dionex ICS 4000, um cromatógrafo iônico capilar destinado à análise de água e efluentes em modo HPIC (High Pressure Ion Chromatography). Segundo informações da empresa, a cromatografia iônica capilar é uma tecnologia recente mundialmente.
No estande da Merck Millipore era possível observar o Chromaster Ultra RS, para cromatografia líquida de alta performance, fabricado pela Hitachi, e comercializado pela expositora. Esse cromatógrafo, relatou Daniel da Cunha Teixeira, gerente de marketing de cromatografia da Merck Millipore, permite à indústria farmacêutica atender à norma RDC-45, da Anvisa, que coloca exigências de análise para o material já degradado, nem sempre detectado pelos equipamentos hoje em uso nessa indústria. “Essa aplicação já é usada nas indústrias químicas e de alimentos, e está sendo adaptada para a indústria farmacêutica”, ressaltou Teixeira.
E a PerkinElmer apresentou, entre outros itens, o Clarus SQ8, qualificado por Fabio Boin como “o GCMS (cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa) mais rápido e mais simples para os procedimentos de manutenção feitos pelo usuário”.
A Metrohm lançou a linha renovada de cromatografia de íons que traz, entre outras inovações, o acoplamento direto do purificador da água necessária à operação do instrumento. “Essa opção torna a operação mais prática e fácil, além de menos sujeita a possíveis contaminações”, disse Rogério Telles. “Outra inovação desses cromatógrafos é a flexibilidade na escolha de seus componentes, como o supressor, que pode ser configurado conforme a aplicação”, complementou.
Em seu estande, a Agilent exibiu o sistema de cromatografia gasosa Série 7890B, e o detector seletivo de massa Série 5977A. “Esses produtos têm como principais características a robustez, a confiabilidade, a sensibilidade e a facilidade de uso”, especificou Fúlvio Casallanovo, gerente da divisão de Análises Químicas da Agilent Brasil.
Espectrometria
O grupo Thermo Scientific apresentou a nova linha de ICP-MS (espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado), denominada iCAP-Q. De acordo com Raquel Rainone, os três modelos dessa linha trazem evoluções em itens como sensibilidade, interface mais amigável e simplicidade de manuseio.
Além disso, complementou Raquel, diferentemente dos demais espectrômetros dessa categoria, esse equipamento permite a visualização do plasma, facilitando assim sua operação e otimização. “Também apresentamos a nova versão de nosso ICP OES (espectrômetro de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado), que utiliza o mesmo software do ICP-MS”, acrescentou.
E a PerkinElmer lançou um espectrômetro de massa de alta resolução – o Axion 2 TOF –, anunciado como capaz de determinar compostos orgânicos em concentrações baixíssimas. Muito útil, relatou Boin, para aplicações em diversas áreas, como criminalística, análise de água, segurança de alimentos e determinação de compostos intermediários de degradação em medicamentos, entre outras.
A mesma PerkinElmer mostrou ainda a interface de introdução direta das amostras Axion DAS. Segundo Boin, “operando com o Axion 2 TOF, para determinados compostos, ela permite realizar em 5 a 10 segundos análises que geralmente demoram entre 5 e 10 minutos”.
IRFT
Já o espectrofotômetro de infravermelho por transformada de Fourier IRTracer-100, exposto pela Shimadzu, “possui desempenho superior em sua classe, e fácil operação”, enfatizou Paula. Segundo ela, “a grande variedade de acessórios e softwares disponíveis permite ao usuário configurar esse sistema conforme suas necessidades”.
Estufas e câmaras de conservação
Com uma história já de quase nove décadas, a Fanem segue investindo em tecnologia, e na Analítica apresentou a nova versão do software SoftChamber 3.0. Com base na captura e na transmissão de todos os parâmetros necessários aos ajustes das câmaras de conservação produzidas por essa empresa, ele permite o monitoramento remoto desses equipamentos (via rede local ou web).
A empresa apresentou a centrífuga Excelsa i. “Destinada às áreas de laboratório, clínicas, banco de sangue, veterinária e agropecuária, além de indústrias, ela tem design arrojado e inovador, trava dupla e teclado touch screen”, relatou Djalma Luiz Rodrigues, diretor executivo da empresa.
Infraestrutura
Diversas novidades podiam ser observadas no estande da provedora de infraestrutura para laboratórios Comtec. Uma delas era a linha de bancadas Spin Flex, composta por bancadas móveis com rodas integradas e ligadas a um conjunto de torres de utilidades centrais e laterais. Este conjunto permite que o próprio usuário mude o layout do laboratório, para melhor atender tanto metodologias analíticas quanto linhas de pesquisa.
Ainda nesse segmento, essa empresa mostrou a linha desenvolvida para a Petrobras, cujas bancadas têm tampo de segurança dotado de calha, para escoar eventuais vazamentos. “Também estamos apresentando um armário corta-fogo automático, o primeiro do gênero no Brasil: ao detectar algum sinal de fogo ou fumaça, ele desliga o sistema de exaustão do armário, fecha suas portas e aciona um alarme”, explicou Anderson Vieira, diretor técnico da Comtec.
Estudos de estabilidade e reômetros
A informação mais ressaltada na Analítica por Emerson Minucci, gerente geral da Anton Paar, era a da abertura, no início deste ano, de um escritório da empresa no Brasil. Instalado em São Paulo, ele oferece tanto comercialização quanto serviços. Além disso, ele destacava também a linha de produtos para o segmento petrolífero oferecida pela empresa, complementada com a aquisição, no ano passado, da Petrotest.
Entre as novidades da Anton Paar, o reômetro MCR 702 TwinDrive, capaz de trabalhar com dois motores e com velocidade duas vezes superior à dos reômetros tradicionais. Ao seu lado, aparecia o PetroOxy, instrumento compacto para análise de oxidação de combustíveis.
Análise microbiológica e monitoramento ambiental
Em sua linha de equipamentos para análises biológicas e biomonitoramento, a Merck Millipore trouxe o Milliflex Quantum. Segundo Marcelo Augusto Ferraz, especialista de aplicação dessa área da empresa, além de reduzir para um terço do habitual o volume das amostras que precisam ser filtradas, esse equipamento de análise microbiológica é capaz de detectar índices muito pequenos de fluorescência, referências nas análises microbiológicas.
Outra novidade dessa linha foi o equipamento para monitoramento de ambiente APC: com interface touch screen, ele permite o estudo de partículas em suspensão no ambiente, invisíveis a olho nu. E, segundo Ferraz, esse equipamento trabalha nos dois fluxos mais comuns na indústria farmacêutica, 28,3 litros por minuto (1 ft³/min) e 100 l/min, geralmente obtidos com instrumentos diferentes. “O APC da Merck Millipore oferece o mesmo equipamento na versão dos dois fluxos, podendo ser usado em um espaço menor ou maior, conforme a necessidade de vazão”, complementou o profissional da empresa.
Gases
A White Martins apresentou nova mistura, para servir como padrão para análises de poluentes, contendo setenta componentes diferentes em um único cilindro. “É um marco, essa mistura atingiu um grau de complexidade jamais visto no Brasil, a maioria das misturas reúne um número de componentes muito menor”, comemorava Claudio Volpi, químico especialista do Laboratório de Desenvolvimento da White Martins. Segundo ele, essa mistura será utilizada para o controle ambiental em um importante polo petroquímico brasileiro.
Ainda no estande da White Martins, outra novidade era um cilindro com êmbolo móvel, próprio para a produção de misturas com componentes de pressões de vapor muito diferentes entre si.

Balanças, purificador de água, pipetas
No estande da Mettler Toledo, uma das atrações era a balança dosadora automática Quantos, que, de acordo com Fernando Harada, além de realizar o preparo automático de padrões utilizados na calibração de HPLC, conforme as recomendações da US Pharmacopeia, também aumenta a velocidade no preparo de padrões e diminui os erros de diluição, trazendo ainda um sistema de isolamento da câmara de pesagem para proteger melhor os operadores contra substâncias tóxicas. “Ficamos até surpresos com a grande quantidade de gente que veio ao nosso estande para ver esse equipamento”, disse Harada.
Já a Sartorius mostrava o purificador de água Arium, com teclado touch screen. “Diferentemente dos purificadores tradicionais, ele tem reservatório com sistema de bolsa, que pode ser trocada periodicamente, de forma que elimine possíveis problemas em processos de limpeza”, destacou Miguel Baroni, gerente da divisão de produtos e serviços para laboratórios.

Pela primeira vez em uma Analítica, a Sartorius mostrou também uma linha de pipetas com sua marca (proveniente da aquisição da Biohit); ela é composta por diversos itens: liquid handling, pipetas eletrônicas, pipetas mecânicas, dispensers, entre outros.