Analítica: Feria atualiza mercado de instrumentação

Química e Derivados: Analítica: Cerca de 21 mil visitantes circularam pelo Expo Center Norte.
Cerca de 21 mil visitantes circularam pelo Expo Center Norte.

 Com a maioria dos expositores procurando divulgar suas linhas tradicionais de produtos e alguns lançamentos a destacar, a 5ª edição da Analítica Latin AmErica, realizada de 24 a 26 de julho no Expo Center Norte, em São Paulo, teve também como novidade a incorporação do setor de metrologia, com a realização paralela do Enqualab – Encontro para a Qualidade de Laboratórios.

Segundo a VNU Business Mídia do Brasil, organizadora da feira, 21 mil pessoas visitaram os estandes na Analítica Latin America 2001, significando um crescimento de 25% em relação ao ano passado. A presença dos principais fornecedores de equipamentos e utensílios para laboratório comprova que a Analítica tornou-se uma vitrine importante para o setor.

Química e Derivados: Analítica: O leitor de colônias ProtoCOL é automatizado.
O leitor de colônias ProtoCOL é automatizado.

Ladeados por uma expressiva maioria de produtores internacionais, vários fabricantes locais estiveram presentes, dentre eles Micronal, Instrutherm, Fisatom, Marconi e Nova Ética. Com um design mais simples do que os dos produtos estrangeiros e preços substancialmente mais baixos, os estandes das empresas nacionais atraíram um bom número de visitantes. Para o diretor da Nova Ética, Sebastião de Moraes Sene Júnior, presente à feira pela terceira vez, a Analítica é uma feira na qual a empresa pretende voltar a investir em 2002, já que os contatos feitos acabam gerando negócios no decorrer do ano.

Embora muitos expositores estivessem divulgando apenas suas linhas tradicionais de produtos, houve alguns lançamentos merecedores de destaque.

É o caso do leitor automático de colônias “ProtoCOL”, da empresa inglesa Synbiosis, vendido no Brasil pela Além Mar, de São Paulo. Na opinião de Flávio Medeiros M. da Silva, especialista de produto, o equipamento, sem similar no mercado, propicia avançada automação e eficiência a um laboratório microbiológico.

Contar colônias e medir tamanhos de zonas de inibição pelos métodos tradicionais é uma tarefa tediosa, requerendo um bom nível de concentração. Automatizar o processo, permitindo o registro dos resultados de forma precisa, leva a um aumento de confiabilidade e produtividade. O aparelho executa a leitura de

Química e Derivados: Analítica: Monitor de ar portátil - fluxo de 140 L-min.
Monitor de ar portátil – fluxo de 140 L-min.

uma placa em cerca de 0,9 segundos, bastando para isso colocá-la no suporte adequado. Os dados de tamanho e número de colônias são imediatamente gravados em um computador. Para placas de Petri padrão de 90 mm de diâmetro, são detectáveis colônias de 0,2 mm ou mais. O software do equipamento permite a quantificação de qualquer tipo de placa. O “ProtoCOL” encontra aplicação nos segmentos industriais nos quais análises microbiológicas sejam feitas de rotina, como indústrias de alimentos, bebidas, fármacos e outras.

Outro equipamento para área microbiológica chamava a atenção: o monitor microbiológico de ar de alta resolução, M Air T, comercializado pela Millipore. Portátil, pesando cerca de 2 kg, o aparelho pode ser facilmente levado ao ambiente cujo ar se quer amostrar.

Posto em operação, suga o ar por uma tela metálica micro perfurada, num fluxo de 140 L por minuto. Como contém em seu interior um cassete similar a uma placa de Petri, já com meio de cultura, permite a retenção dos microrganismos presentes no ar amostrado e seu posterior desenvolvimento. Os cassetes são previamente esterilizados por radiação gama e embalados com dupla proteção. O analisador M Air T pode ser usado em todas as indústrias nas quais a contaminação microbiológica pelo ar é crítica, como nas farmacêuticas, para avaliações da qualidade microbiológica do ar em capelas de fluxo laminar ou em áreas assépticas de enchimento e envase. Os hospitais são outros usuários potenciais, onde o equipamento permite a detecção de microrganismos patogênicos em suspensão, em centros cirúrgicos e outras áreas críticas. Pode ainda ser usado em indústrias eletrônicas, permitindo a diferenciação entre contaminação por microrganismos e por particulados em salas limpas.

Química e Derivados: Analítica: Forster - intenção de consolidar no País os medidores da WTW.
Forster – intenção de consolidar no País os medidores da WTW.

A Policontrol Ltda., de Diadema-SP, em recente parceria com a empresa alemã WTW, (Wissenschaftlich-Technische Wekstätten GmbH), apresentou o IQ Sensor Net, um sistema modular de medição de vários parâmetros analíticos em água e efluentes, especialmente indicado para estações de tratamento. É possível a conexão de até 20 sensores capazes de medir pH, oxigênio dissolvido, condutividade, potencial redox, turbidez e temperatura, em vários pontos. O sistema pode ser ampliado por adição de módulos, sendo possível a comunicação digital entre eles. O equipamento conta ainda com proteção integral contra descargas atmosféricas e transientes de tensão e tem um baixo consumo de energia. Algo descolado em relação aos demais equipamentos exibidos na feira, já que seu uso não é laboratorial e sim para controle on-line de processo, o lançamento do IQ Sensor Net mereceu grande destaque por parte do expositor, sendo prestigiado pelo presidente da WTW, Walter Roschmann, e por Sr. Siegfried Forster, do departamento de assistência técnica da matriz localizada em Weilheim.

Para Forster, o equipamento, cujo lançamento mundial se deu em abril, na Alemanha, faz uso de uma revolucionária tecnologia no conceito de medição e controle de processos, oferecendo um impressionante nível de performance e flexibilidade.

Pretendendo consolidar a presença de sua marca no País, manifestou a intenção de participar de outros eventos locais, principalmente os relacionados à área ambiental. A WTW também produz instrumentos de laboratório para análise de água, mas para essa linha de produtos é a Merck a sua representante no Brasil.

Também para monitoramento da qualidade da água, podia ser visto no estande da Hexis Científica, de Jundiaí-SP, o aparelho OptiQuant, fabricado pela Hach. Trata-se de um analisador de compostos orgânicos por ultravioleta, também para controle de processo, que indica continuamente o teor de matéria orgânica através da determinação de DBO (demanda bioquímica de oxigênio), DQO (demanda química de oxigênio), ou TOC (total organic carbon ou carbono orgânico total). Sem necessidade de reagentes e mínima manutenção, detecta qualquer contaminação orgânica num processo, podendo ser bastante útil no monitoramento de vazamentos. Numa estação de tratamento, pode levar a uma economia na adição de cloro na etapa de pré-cloração, já que seu teor pode ser determinado em função da matéria orgânica presente. Imersa na amostra, o sensor auto-limpante de aço inoxidável detecta absorção ultravioleta dos compostos orgânicos com um colorímetro de raio duplo, compensando automaticamente a turbidez. Elimina-se a necessidade de amostragem, condicionamento de amostra e de calibrações freqüentes. Os resultados podem ser lidos diretamente no controlador, na forma numérica ou gráfica. O aparelho tem memória para armazenar dados de até dois meses de operação. Pode-se obter rapidamente em seu painel o gráfico correspondente à variação dos parâmetros medidos em 12 h, um dia, uma semana ou um mês.

Química e Derivados: Analítica: Balanças da italiana BEL - nacionalizadas.
Balanças da italiana BEL – nacionalizadas.

Bancadas, vidraria e balanças – Instrumento fundamental em todo laboratório, as balanças foram expostas em vários estandes. No já disputado mercado existem agora outros fabricantes estrangeiros, fazendo a montagem local de seus produtos.

É o caso da BEL Equipamentos Analíticos Ltda., empresa italiana que possui há um ano sua fábrica brasileira em Piracicaba-SP. Para o diretor técnico Marcos Brasil, as balanças BEL são as únicas no mundo com gabinete totalmente em alumínio injetado, o que lhes confere durabilidade e ergonomia. Compõem a linha, balanças com escala variável, que ao contrário das de dupla escala, recuperam o valor integral de capacidade da escala inferior, após uma operação de tara.

A KN Waagen também chegou ao mercado brasileiro com empenho. Segundo o gerente de assistência técnica, Luiz Antonio Sebastião, além de balanças com qualidade aprovada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia e Normalização da Qualidade Industrial), a empresa oferece também serviços de calibração, já que seu laboratório metrológico de massa é credenciado pela RBC (Rede Brasileira de Calibração). Fornecem também pesos padrões para aferição de balanças, igualmente certificados.

As tradicionais fabricantes de balanças Gehaka, Sartorius, Marte e Toledo também marcaram presença. Questionado sobre a chegada dos concorrentes, o analista de produto da Toledo, Carlos Amarante, mencionou o grande caminho a ser por eles percorrido para firmar suas marcas. Na opinião de Amarante, além da qualidade também aprovada pelo Inmetro, o grande diferencial da Toledo são as 14 filiais de venda e 16 de assistência técnica distribuídas por todo o País, contando com um total de 235 técnicos especializados.

Química e Derivados: Analítica: O reator da FGG vem acoplado a colunas de destilação fracionada
O reator da FGG vem acoplado a colunas de destilação fracionada.

Também estiveram presentes na feira alguns fabricantes de vidraria, como Laborglas, FGG e Astra Brasil, esta última detentora das marcas Vidrolabor e Thermex. Participando da feira desde a primeira edição, o estande da Astra tinha caráter institucional. Para o gerente Paulo Sérgio Furegatti, o objetivo era transmitir aos clientes a idéia de qualidade aliada a custos menores do que os cobrados pelos produtos importados. A empresa buscou destacar também a criação do site para venda de vidraria on-line. No endereço www.thermex.com.br, os interessados poderão obter um catálogo por download, consultar preços ou descobrir qual o distribuidor mais próximo.

A FGG, de São Paulo, fornecedora de vidraria usual, mas também de modelos especiais ou feitos sob encomenda, exibiu um reator de 5 litros multipropósito, encamisado, com saída de fundo, dosagem, controle de temperatura e rotação, acoplado a uma coluna para destilação fracionada, com controle de relação de refluxo e outros procedimentos, gerenciados por um software programável. O produto destina-se a laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de empresas, universidades ou instituições de pesquisa.

A Heraus Vectra do Brasil de São Paulo compareceu à feira para divulgar seu trabalho bastante especializado. A empresa fabrica e recupera peças de platina e suas ligas como cadinhos, cápsulas, moldes, pinças, lâminas, e outros. Podem ser feitas também peças de platina especiais, de acordo com os requisitos do cliente.

Vários executores de projetos e montagem de laboratórios também estiveram presentes, como a Comtec que apresentou uma capela, cuja patente está sendo solicitada, na qual as guilhotinas presas a um batente metálico, propiciam, além dos movimentos de sobe e desce usuais, uma abertura frontal de até 180°, o que facilita sobremaneira a limpeza da parte interna superior. Também foram mostradas bancadas com novo design e tecnologia de construção e instalação que possibilitam montar um laboratório em até um terço do tempo habitual.

A Promolab Ltda., outra fornecedora de mobiliário para laboratório, mostrou bancadas com módulos suspensos e deslizantes, que permitem modificar a posição de trabalho e a disposição, conforme as necessidades de cada usuário.

Química e Derivados: Analítica: Bancadas Promolab - os módulos são suspensos e deslizantes.
Bancadas Promolab – os módulos são suspensos e deslizantes.

Cromatografia e espectrometria – PerkinElmer, Shimadzu, Waters, Acatec e outros tradicionais fabricantes e revendedores de cromatógrafos e espectrômetros expuseram seus produtos na Analítica. Dentre os lançamentos pode-se citar a coluna Cromolite, um novo tipo de coluna monolítica para HPLC (high pressure liquid cromatography) para separações em alta velocidade, apresentada pela Merck. Segundo o gerente de produto da área cromatográfica, Marco José Felix, essa coluna foi desenvolvida por um processo que tem como base a hidrólise e policondensação de alcoxisilanos na presença de polímeros solúveis em água. Tal método leva à formação de bastões de um único fragmento de sílica com estrutura de poros definida em macro e mesaporos. Essa estrutura propicia uma queda de pressão muito maior na coluna em uso, permitindo assim a operação em fluxos elevados, reduzindo o tempo de análise em até 70%.

A Varian destacou os cromatógrafos a gás portáteis CP 2003, para monitoramento de campo, e o espectrômetro de plasma Vista MPX, equipado com um detector de varredura inovador. O equipamento oferece como benefícios a capacidade de cobrir toda a faixa de comprimento de onda, evitando a ocorrência de interferências espectrais, e resultados de melhor precisão, graças à correção de background otimizada.

Segundo o fabricante, o equipamento oferece produtividade incomparável na medição simultânea de todos os elementos, em concentrações que podem variar de partes por bilhão até percentagens, e otimização rápida, sem a intervenção do operador, com controle total de todos os parâmetros do instrumento via computador.

No estande da CGS Ciola & Gregori Ltda. o destaque eram os cromatógrafos a gás super-rápido EZ Flash e o espectrômetro de absorção atômica ZEEnit 60, com forno de grafite de aquecimento transversal, e correção de background por efeito Zeeman. Fabricado pela alemã Analytik Jena AG, o equipamento, que tem tecnologia óptica Carl Zeiss, faz uso de componentes sofisticados que propiciam excelente transmissão de luz. Tem ainda um auto-amostrador de alta performance, com precisão de dosagem e funções de diluição e pré-concentração, que tornam possível a operação automática.

A automação chegou também a alguns difratômetros de raio X, como o MagiX, apresentado no estande da Philips. Com capacidade para analisar de berilio a urânio, o aparelho possui como diferencial amostrador automático, controlado por software. Assemelhando-se ao braço de um robô, o amostrador retira uma a uma as amostras previamente acondicionadas em cadinhos adequados sobre uma bandeja, coloca-as no local de execução da análise, retirando-as após a conclusão do cada procedimento analítico. A Philips oferece aos compradores treinamento ministrado pela Profa. Dra. Giuliana Ratti, da Escola Politécnica da USP. Um contrato de comodato existente entre a empresa e o LCT – Laboratório de Caracterização Tecnológica, dirigido pela docente, prevê a concessão dos equipamentos em troca do oferecimento dos treinamentos.

Analisadores especiais – Aparelhos destinados a análises específicas podiam ser vistos em muitos estandes. Várias empresas expuseram equipamentos para análises de alimentos, como a Granotec, de Curitiba – PR, que exibiu equipamentos para controle de qualidade de farináceos e cereais, como determinadores de glúten e analisadores de grãos da marca Perten (sueca), além de moinhos de uso laboratorial, fabricados pela brasileira Vondel, também do Paraná. Expondo pela primeira vez na Analítica, Marcelo Lourenço Rodrigues, gestor de vendas de equipamentos analíticos, comentou que o retorno estava dentro do esperado. Imagina ele que em feiras mais específicas do setor alimentício, como a Food Ingredients South America, que ocorrerá de 28 a 30 de agosto no Transamérica Expo Center, da qual também participará, haja um maior número de interessados.

Vários outros equipamentos para laboratórios de indústrias alimentícias puderam ser vistos na Analítica. Por exemplo, Polimate e Instrulab, ambas de São Paulo, exibiram analisadores de amido, proteínas, gorduras, fibra bruta e fibra alimentar. Já a Gibertinei Eletrônica mostrou instrumentos para determinação de grau alcóolico em bebidas destiladas, e determinadores de açúcar denominados Sugarmatic.

Equipamentos específicos para uso em outros segmentos industriais também foram mostrados. Para análise de combustíveis havia, dentre outros, o aparelho Fox Fuel Oil Analyser, vendido no Brasil pela Radcrom de São Paulo. Equipado com espectrofotômetro infravermelho com transformada de Fourier, pode ser programado e calibrado para analisar gasolina, óleo diesel, querosene de aviação, álcool e óleos lubrificantes. Capacitado para executar determinações de densidade, ponto de fulgor, ponto de congelamento, índice de cetanas e outros, apresenta uma estrutura de software totalmente aberta, onde o próprio usuário pode fazer ou alterar a calibração. Aparelhos concorrentes podiam ser vistos no estande da Pensalab, de São Paulo, isto é, os analisadores portáteis de Diesel CT2000 e gasolina GS1000. Esse último, um equipamento de multifunções para análises rápidas e precisas de gasolina, por de um sistema de infravermelho, é capaz de realizar análises completas em dois minutos com apenas 5 mL de amostra. É um analisador robusto o suficiente para ser utilizado em laboratórios móveis (Vans). Possui controle de pressão e temperatura em todo sistema óptico. Determina os seguintes parâmetros: octanagem, pontos de destilação, e teores de benzeno, olefinas, oxigenados, xileno, álcool, saturados, aromáticos e tolueno.

Analistas de indústrias farmacêuticas também encontraram vários aparelhos de interesse, como os usados para determinação de dureza e dissolução de comprimidos, de vários fabricantes, inclusive da já citada Nova Ética, que tem também em sua linha um aparelho para teste de friabilidade.

Química e Derivados: Analítica: O pavilhão britânico - atrás de representantes.
O pavilhão britânico – atrás de representantes.

Alguns fabricantes de softwares para automação de gestão laboratorial com base nas normas ISO também estiveram presentes, como a Cali Ltda. de Canoas-RS, que divulgou seus programas para metrologia, ensaios e testes de controle de qualidade, e automação de laboratórios de calibração, e a Automa Consultoria & Informática Ltda., de Curitiba-PR, que promoveu o AutoLab, um sistema informatizado abrangente para automação de laboratórios metrológicos. Foi desenvolvido por especialistas em metrologia e informática para atender os requisitos das normas internacionais da qualidade, tais como ISO-9000, QS-9000 e ISO/IEC 17025. Proporciona o gerenciamento completo dos equipamentos de medição, inspeção e ensaios e do próprio laboratório. Permite a elaboração e automação de refinados procedimentos para calibração, com cálculo de incertezas e análises metrológicas, aquisição eletrônica de dados e geração de documentos. Opera em ambiente multiusuário com controle de acesso e permite segmentação da base de dados por grupos de usuários ou departamentos. O AutoLab pode operar com diversos bancos de dados e ser integrado a outras aplicações na empresa. Pode ainda ser adquirido modularmente, conforme necessidades do cliente.

A participação estrangeira – Algumas empresas e instituições estrangeiras participaram da feira, dentre elas a BLWA – The Association of British Laboratory Industries, associação que reúne fornecedores de equipamentos, produtos e serviços laboratoriais do Reino Unido.

Química e Derivados: Analítica: Sarah - baixa participação de técnicos de laboratórios clínicos.
Sarah – baixa participação de técnicos de laboratórios clínicos.

No chamado Pavilhão Britânico, partilhado por oito empresas membros da BLWA, podia-se ver uma grande variedade de produtos de uso laboratorial.

Segundo a gerente de projetos internacionais da associação, Karina Bateman, o principal objetivo da participação era localizar empresas interessadas na distribuição de seus produtos, o que foi apenas parcialmente alcançado. Atraídos pelo titulo da feira, que faz supor maior número de visitantes de outros países latino americanos, ficou frustrada a intenção de localizar distribuidores em outros países, já que a visitação foi basicamente de brasileiros. Uma das empresas, a escocesa Omega Diagnostics, que comercializa kits para diagnósticos médicos, como os usados na detecção de sífilis, tuberculose, hepatite B e dengue, estabeleceu há algum tempo uma parceira com a BioSys Ltda. de Niterói-RJ.

Segundo Sarah Kenhard, gerente de exportações regionais, a Omega e a parceira brasileira estavam participando do Pavilhão, buscando divulgar seus produtos, mas o retorno deixou a desejar, já que, segundo ela, seus produtos são procurados por profissionais de laboratórios clínicos, minoria entre o público presente.

Para uma próxima participação no Brasil, entende que a Hospitalar, feira voltada aos profissionais da saúde, seja uma opção mais adequada aos seus propósitos. Visando atender esta demanda, a VNU Business Media anuncia que na Analítica 2002 será criado um espaço reservado para o setor de diagnóstico médico.

A mesma expectativa de contatar distribuidores latino-americanos tinha o presidente da empresa espanhola Teknokroma, Rafael Nadal Costabella. Fundada há 25 anos em Barcelona, é hoje a empresa líder do ramo em seu país, tendo uma equipe técnica altamente capacitada e uma planta de 2 000 m2, dos quais 400 são de laboratórios usados no desenvolvimento de colunas cromatográficas, seus principais produtos. De acordo com Costabella, as colunas cromatográficas da Teknokroma podem ser acopladas em qualquer cromatógrafo vendido no mercado local. Afirma ainda ter condições de oferecer preços cerca de 30% menores do que os praticados localmente, mesmo com o câmbio nos patamares atuais.

O U.S. Department of Commerce de Washington também exibia em seu estande catálogos de 11 produtores norte-americanos que procuram distribuidores no Brasil. Os interessados podiam preencher ali mesmo um formulário para posterior avaliação. Para Jefferson Oliveira, especialista em desenvolvimento de negócios, este ano a presença de interessados foi maior. No ano anterior o estande recebeu muitos estudantes e outros visitantes não habilitados à distribuição de produtos.

Encontro de Metrologia debate técnicas analíticas

Paralelamente à feira foi realizado em dois auditórios do Expo Center Norte o Enqualab – Encontro para a Qualidade de Laboratórios. Promovido pela Re­mesp – Rede Metrológica do Estado de São Paulo.

O encontro visava, segundo o diretor tesoureiro Celso Scaranello, da entidade, a união daqueles que dominam a técnica com aqueles que dela neces­sitam, ou seja, aprimorar o grau de conhecimento dos profissionais que atuam em laboratórios metrológicos e analíticos.

Química e Derivados: Analítica: Scaranello - união entre especialistas e usuários.
Scaranello – união entre especialistas e usuários.

Os temas apresentados foram selecionados pelo Comitê Científico da Remesp e incluíram palestras sobre técnicas analíticas, como Introdução à Fluorescência de Raios X e Espec­trometria de Absorção Atômica com Efeito Zeeman, e outros relacionados à metrologia, como Validação de Métodos Analíticos e Metrologia Legal. No entender de Scaranello, a Remesp estará sempre envolvida em eventos onde se busque a harmonização das ações dentro da área metrológica. A instituição incentiva os laboratórios a se adequarem aos requisitos da norma ISO/IEC 17025, que serve como referência internacional de qualidade nos serviços prestados. Acrescenta que com o encontro cum­priu-se mais uma das etapas da difusão da cultura metrológica para a comu­nidade como um todo, o que melhora a infra-estrutura laboratorial e a compe­tência dos recursos humanos, vindo as empresas a oferecer produtos de melhor qualidade e, mais competitivos no mercado nacional e internacional. Contando com mais de 420 pessoas inscritas, o encontro foi considerado um sucesso, estando prevista sua reedição juntamente com a Analítica 2002, de 31 de julho a 2 de agosto, porém em novo local: no Transamérica Expo Center. Além do Enqualab, a Remesp promoveu também oito oficinas. Resultados de um convênio com o Sebrae, as oficinas Sebraetec têm em geral duração de quatro horas e constituem fóruns para discussão de temas relacionados à metrologia, como Cálculo de Incerteza de Medições; Informatização de Labo­ratórios de Calibração e Ensaios; Validação de Métodos Analíticos e Metrologia em Química, dentre outros. Na Analítica, 150 pessoas participaram desses fóruns, mas as oficinas são realizadas pela Remesp ao longo de todo o ano.

Outras empresas programaram pa­les­tras e mini-cursos gratuitos em seus estandes, como a Agilient Technologies, empresa surgida de um realinhamento corporativo da Hewlett-Packard, onde Eletroforese Capilar e Espectrometria de Plasma foram alguns dos temas abor­dados, e a Expolabor, associação de 22 empresas fornecedoras de insumos e equipamentos para laboratórios. Para Patrícia Pacheco, do departamento de marketing, desde 1999, ano em que a Expolabor passou a organizar essas miniconferências, a ocupação tem sido máxima. Dessa forma, a continuidade da iniciativa está prevista para 2002.

REMESP supre deficiências do INMETRO

As redes metrológicas estaduais são alter­nativas para suprir as dificuldades do Inmetro de estender suas ações no âmbito metrológico por todo o território nacional. Existem dez no Brasil, entre elas a Remesp. A Rede Metrológica do Estado de São Paulo é uma sociedade civil de direito privado, criada em 14 de agosto de 1998 por empresários, entidades de ensino, de ciência e tecnologia, com a incumbência de conjugar pessoas físicas e jurídicas na promoção e desenvolvimento da metrologia no âmbito do Estado de São Paulo.

Com seu surgimento pretendeu-se criar uma entidade que pudesse reunir e integrar os laboratórios de calibração e ensaios do Estado de São Paulo e conseqüentemente representá-los junto aos organismos públicos e privados. A Remesp vem sendo reconhecida como de im­portância estratégica e fundamental no desen­volvimento tecnológico da metrologia em São Paulo, já que sua proposta é promover a cultura metrológica junto à comunidade por meio de ações estratégicas alinhadas com o Plano Nacional de Metrologia – PNM; incrementar a qualidade dos serviços metrológicos por meio de programas de treinamento para os profissionais que atuam nos laboratórios; cadastrar e colocar à disposição bancos de dados sobre os labora­tórios e serviços metrológicos, bem como desenvolver, por meio de capacitação técnica e de gestão, os laboratórios de calibração e ensaios para a busca do credenciamento junto ao Inmetro.

Sediada na capital paulista no bairro do Jabaquara, a rede tem como associados labora­tórios de calibração e de ensaios de empresas públicas e privadas, universidades, centros de pesquisa, escolas técnicas e profissionais com interesse no desenvolvimento da cultura metroló­gica, da tecnologia de medição e dos processos de gestão a eles relacionados. Integram ainda esse quadro de sócios a imprensa especializada, fabricantes de equipamentos e entidades que atuam em assessoria e treinamento. Seus associados são sempre informados sobre as tendências e inovações do setor. Têm ainda oportunidades de participação em comitês técnicos, ensaios de proficiência, acesso a foros estratégicos de discussão e vantagens na participação de treinamentos e seminários oferecidos para a comunidade.

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