A AkzoNobel Especialidades Químicas iniciou o processo de aquisição do negócio de peróxidos de MEK (metil etil cetona) da brasileira Polinox, faltando a aprovação pelos órgãos de defesa econômica (SDE e Cade). Com isso, a companhia ampliou a oferta de iniciadores de polimerização e agentes de cura para plásticos, em especial para poliésteres.
A AkzoNobel Especialidades Químicas nasceu de uma divisão (split) do grupo AkzoNobel, que decidiu no ano passado concentrar seus interesses na cadeia produtiva de tintas e revestimentos. Os fundos de investimentos (private equity) Carlyle e GIC apresentaram proposta de compra em abril deste ano, iniciando um processo complexo que precisa ser desenvolvido em 80 países para obter aprovação final, prevista para o último trimestre de 2018. “Os fundos são privados, portanto ficaremos fora das bolsas de valores o que tem o lado positivo de permitir desenvolver uma visão de longo prazo sem a pressão do sobe e desce das cotações”, comentou Antonio Carlos Francisco, diretor geral de negócios no Brasil da companhia. Aliás, a denominação atual é provisória e deve ser substituída em breve.
Como observou Francisco, dentro do grupo original, a divisão química representava apenas um terço do portfólio e tinha características muito diferentes do negócio de tintas. As resinas e os materiais ligados diretamente aos revestimentos ficaram com a empresa holandesa. Em compensação, todos os aditivos, iniciadores de polimerização e as especialidades químicas para tratamento de água e produção de celulose e papel (da antiga Eka Chemicals) foram transferidos para a AkzoNobel Especialidades Químicas.
O diretor geral explicou que a Polinox é a maior produtora de peróxidos de MEK da América do Sul, muito usado para a cura de poliésteres, mas com outras aplicações interessantes. “Essa aquisição amplia nosso portfólio, agrega novos mercados e aumenta a eficiência no atendimento aos clientes”, salientou.
Como informou, a nova companhia pretende manter o plano de consolidar sua posição nos países emergentes. “Nos últimos três anos, investimos 180 milhões de euros na China, México e Índia, agora chegou a vez do Brasil, que é um ponto chave para atuar na região”, comentou. Ele admite que a economia nacional não está nos seus melhores dias, mas é preciso manter a companhia preparada para o próximo período de crescimento. “O Brasil tem um potencial enorme de negócios, tanto que estamos aumentando em 50% a capacidade produtiva local de peróxidos”, disse.
Líder mundial em iniciadores de polimerização, a AkzoNobel Especialidades Químicas pretende investir no site de Itupeva-SP para nele instalar a planta de peróxidos de MEK da Polinox, que opera no mesmo município. “A transferência desses ativos deve ser concluída em meados de 2019, até lá a Polinox produzirá esse insumo para nós em regime de tolling”, informou.