Abrafati – Feira mostra alta tecnologia

Mas se adapta ao custo local

Matérias-primas para fabricar tintas à luz de novos conceitos e tecnologias, algumas já consagradas no Primeiro Mundo, outras inéditas até então, sobressaíram entre as novidades apresentadas na 10ª. Exposição Internacional de Fornecedores para Tintas, a maior do gênero em toda a América Latina.

Os mais de 150 expositores também se preocuparam em oferecer insumos e serviços mais compatíveis e acessíveis ao poder de compra local.

Apesar do consumo de emulsões 100% acrílicas ainda ter pouca representatividade na fabricação de tintas no mercado brasileiro, grandes produtores têm se empenhado para aumentar a oferta e, com isso, estimular o consumo, enxergando com otimismo as possibilidades de crescimento nesse setor.

Embora as comparações sejam inevitáveis, as realidades econômicas devem ser encaradas como bem distintas.

Nos Estados Unidos e Europa, as emulsões totalmente acrílicas respondem por mais de 50% do consumo.

No Brasil, esse percentual, segundo cálculos de especialistas, não deve ultrapassar os 5%.

O maior consumo no mercado brasileiro aponta para as emulsões estireno-acrílicas, com níveis de participação estimados acima de 70%. Já as vinil-acrílicas seriam utilizadas em mais de 25% dos casos.

Quanto maior o desafio, mais instigante se torna para os produtores a tarefa de promover mudanças e redirecionamentos, com o objetivo de alcançar maior participação no mercado.

O intuito, além de contemplar os produtos finais com inovações sempre bem-vindas, é também disseminar a importância de usar emulsões acrílicas puras na composição de tintas de alta qualidade.

Com este propósito, aliás, executivos da Rohm and Haas compareceram à Abrafati2007. Aempresa se mostrou disposta a apostar em várias inovações para implementar maior crescimento no mercado de tintas e, para isso, vem produzindo regularmente há mais de um ano na fábrica de Jacareí-SP emulsões cem por cento acrílicas com tecnologia Avanse.

Química e Derivados, Oswaldo Prickaitis, Gerente de contas para o negócio PCM - Brasil da Rohm and Haas, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
Oswaldo: R&H aposta nas 100% acrílicas

“Trata-se do nosso último desenvolvimento mundial, devidamente patenteado, para a produção de tintas decorativas e industriais, que oferece emulsões aquosas 100% acrílicas, proporcionando a fabricação de tintas com baixo odor por não requerer coalescentes, um dos principais responsáveis pela emissão de compostos orgânicos voláteis (VOC), sendo aplicado em baixa dosagem, até 8% sobre o total de sólidos”, informou Oswaldo Prickaitis, gerente de contas para o negócio PCM – Paint and Coatings – Brasil da Rohm and Haas.

Além dos ganhos ambientais, a nova emulsão, cotada em valores um pouco acima das convencionais, proporciona maior competitividade aos formuladores, pois permite reduzir as quantidades usuais de dióxido de titânio, sem perda de qualidade.

“Em formulações de tintas foscas, por exemplo, possibilita reduzir até 10% o uso de dióxido de titânio”, informou Prickaitis.

Também considerada top de linha, a nova emulsão acrílica pura em base aquosa para a fabricação de tintas industriais se destina às linhas de manutenção leve, aplicadas em situações de menor agressividade, proporcionando melhor desempenho em ensaios de salt spray.

Como líder de mercado no segmento, a empresa também fez da Abrafati base de lançamento dos modificadores de reologia Primal AP 200 e Primal AP 300, destinados à fabricação de tintas em base água decorativas e industriais.

Produzida localmente, a família de produtos Primal, segundo Prickaitis, está tecnologicamente posicionada em uma faixa intermediária entre os modifi cadores de reologia acrílicos disponíveis localmente e os uretânicos, produzidos nos Estados Unidos, mas que integram desenvolvimentos nos quais a Rohm and Haas é considerada pioneira.

“O grande diferencial da família de modificadores de reologia Primal é a alta performance nos nivelamentos e a transferência da tinta com menor nível de uso”, destacou Prickaitis.

Também pertencente à família Primal, os visitantes da Abrafati puderam conhecer a emulsão AB-2000, tecnologia que oferece alto brilho aos esmaltes e tem secagem rápida.

A empresa também destacou o modificador de reologia uretânico Acrysol RM-895, capaz de manter a viscosidade das tintas após a adição de pigmentos, condição particularmente útil aos sistemas tintométricos.

Emulsão de látex autolimpante – Para Hugo Tomas De Notta, líder de desenvolvimento de sistemas emulsionados da Dow Latin America, o novo látex desenvolvido pela companhia superou o patamar tecnológico atual, ao reproduzir quimicamente um fenômeno natural, a estrutura altamente hidrofóbica existente nas superfícies das pétalas das flores do lótus, consideradas naturalmente autolimpantes.

“Após três anos de pesquisas, realizadas nos laboratórios de aplicação da Dow no Brasil e na Argentina, conseguimos reproduzir com o auxílio da nanotecnologia o mesmo efeito da flor de lótus, criando um polímero super-hidrofóbico para emulsões acrílicas, destinado à produção de tintas decorativas e industriais”, informou.

Até o momento, segundo De Notta, tintas com características semelhantes somente eram fabricadas com resinas elastoméricas, apresentando baixa temperatura de transição vítrea e formando filmes à temperatura de -10ºC, para aplicações exigindo a proteção de superfícies contra a umidade.

Para diminuir a alcalinidade de paredes de concreto, por exemplo, com vistas a impedir a eflorescência de sais, o mercado também se acostumou a empregar fundos e primers.

Com o novo látex, a água não adere à superfície das paredes, pois as gotas escorrem sobre elas, carregando consigo toda a sujidade que, do contrário, iria se impregnar nas superfícies.

Química e Derivados, Hugo Tomas De Notta, Líder de desenvolvimento de sistemas emulsionados da Dow Latin America, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
De Notta: nanotecnologia gerou látex hidrofóbico

“O novo látex, além de super-hidrofóbico, oferece tensão superficial muito baixa, comparável à das ceras. Hoje, os silicones têm essa característica, mas, em contrapartida, apresentam custo muito elevado, enquanto nossos látices serão muito mais competitivos e apresentarão melhor performance”, considerou De Notta.

Outra característica inovadora do novo látex é a elasticidade. Enquanto matérias- primas convencionais alcançam 70% de alongamento, o novo látex, ainda sem denominação comercial, é capaz de alcançar níveis bem superiores, até 500%, sem trincas.

Em fase de pré-lançamento na Abrafati2007, anovidade já começou a ser produzida na fábrica de San Lorenzo,300 quilômetrosdistante de Buenos Aires, capital da Argentina, encontrando-se em fase de qualificação em cinco grandes fabricantes de tintas do Brasil, Argentina e Chile.

O lançamento oficial, porém, somente deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2008 e será feito na América Latina, sendo bem provável que se concretize no Brasil, onde conta com grande torcida.

O segundo grande mercado a conhecer a novidade da Dow deverá ser a China.

Na seqüência, estão previstos lançamentos nos Estados Unidos e na Europa.

A Dow oferece exclusivamente ao mercado de tintas 16 famílias de produtos, incluindo químicos básicos e de performance.

Considerada líder no Brasil nos segmentos de epóxi, solventes oxigenados e espessantes celulósicos, a empresa provê a indústria de revestimentos com resinas, aditivos e solventes, três dos quatro mais importantes componentes básicos utilizados para fabricar tintas.

Inovações para vernizes e pigmentos – Com planos de investir 252 milhões de euros na América do Sul, entre 2007 e 2011, volume de recursos destinado a modernizar processos nos segmentos de matérias-primas para a agricultura e dispersões, a Basf se apresentou com grande destaque, montando bancadas de laboratório para demonstrar novos produtos.

Um deles foi o verniz base água Acronal LR 9014, desenvolvido para madeiras, exceto para aplicaçõesem pisos. Seumaior diferencial, além de ser atóxico, consiste em manter o mesmo nível de brilho ao longo do tempo, enquanto um verniz base solvente, por ser sensível à luz solar, apresenta perda de brilho e baixa durabilidade perante as intempéries.

Outra grande novidade ficou por conta do pigmento negro frio Sicopal Black K 0095.

Química e Derivados, Edson C. Couto, Gerente de marketing e vendas da Basf, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
Couto: pigmento frio para substituir negro-de-fumo

“Trata-se de um cristal misto de óxido de ferro e cromo III, que deu origem a um pigmento preto com baixa absorção dos raios infravermelhos, capaz de refletir parcialmente esse tipo de radiação”, explicou Edson C. Couto, gerente de marketing e vendas da Basf.

Em relação ao negro-de-fumo, a grande vantagem, segundo ele, é que estes absorvem a luz solar em todos os comprimentos de onda e, portanto, toda a radiação infravermelha, sofrendo aquecimento.

Outra inovação apresentada foi a resina em base água desodorizada (Acronal DS 6255) por arraste de vapor, indicada para aplicações de baixo odor.

Desenvolvida para tintas acrílicas estirenadas do segmento decorativo, essa resina apresentou percentual inferior a 10% de monômeros residuais (medidos em ppm) em comparação com uma resina convencional.

A Basf também destacou na exposição o lançamento da resina acrílica estirenada Acronal BS 805, altamente resistente à água e que já começa a ser produzida na fábrica de Guaratinguetá- SP.

Testes de lavabilidade realizados com tintas contendo essa resina revelaram níveis de resistência de190 a200 ciclos, quando escovadas com pastas abrasivas, enquanto uma resina convencional resiste a apenas 125 ou, no máximo, 130 ciclos.

Entre os destaques, a Basf, única produtora global de monômeros acrílicos presente na América do Sul, ainda apresentou a resina acrílica Joncryl, para tintas industriais, tintas de impressão e tintas para embalagens, inserida no portfólio da companhia com a aquisição global da Johnson Polymers, além da dispersão em base aquosa e sem odor Acronal Eco, isenta de alquifenóis etoxilados (por exemplo, nonilfenol) e que dispensa coalescentes na formulação das tintas, permitindo a ocupação dos ambientes em menos de uma hora após a pintura.

Abrafati quer manter crescimento

O empenho pelo avanço tecnológico, aliado à proteção ambiental, e o incremento da capacitação profissional para aumentar a competitividade devem ser as linhas mestras do planejamento estratégico que irá nortear a agenda da Abrafati nos próximos anos.

Química e Derivados, Rui Goerck, Presidente do conselho diretivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas(Abrafati), Abrafati quer manter crescimento
Goerck credita sucesso do setor à publicidade

“Fabricantes e fornecedores devem se preparar no longo prazo para manter e ampliar essa fase de crescimento que o setor experimenta”, aconselhou Rui Goerck, presidente do conselho diretivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati).

Para justificar concretamente seu otimismo em relação às perspectivas do mercado de tintas imobiliárias, Goerck analisou a somatória de condicionantes macroeconômicos, tais como a redução da taxa de juros, que estimulou o segmento da construção civil habitacional, e ainda, desoneração das obras, a própria valorização dos imóveis e a melhoria no perfil de renda da população.

Esses principais fatores externos influenciam positivamente a atual etapa de crescimento do setor.

Atuação corporativa – Os fatores internos que contribuem para oxigenar a atual fase da indústria de tintas imobiliárias e industriais, segundo Goerck, são os investimentos em publicidade, a valorização dos programas de qualidade das tintas e o repasse aos preços finais das reduções tributárias conquistadas.

“Os fabricantes de tintas abriram os olhos para a necessidade de se comunicar com os seus vários públicos e mercados, aumentando significativamente os investimentos nas campanhas publicitárias, ações promocionais e a participação em feiras”, salientou.

As intervenções corporativas da entidade durante este ano também foram importantes na atual onda de crescimento. Ele citou como exemplo a atuação em conjunto com a União Nacional da Construção para incentivar obras de engenharia civil e estimular as vendas de materiais de construção.

“Também seguimos com a campanha de desenvolvimento da capacitação profissional”, adiantou Goerck, ao explicar que o desenvolvimento de estatísticas setoriais e a ampliação do programa de qualidade de tintas permanecem na pauta da associação.

Diferencial qualitativo – O Programa Setorial da Qualidade é apontado por Goerck como outro avanço na relação entre a Abrafati e seus associados:

“O programa avançou, hoje o mercado reconhece o fator qualidade como diferencial no ponto-de-venda.”

Para ele, essa questão é fundamental e o programa deverá ser estendido para os segmentos das tintas automotivas e industriais, nos moldes criados para as linhas imobiliárias em termos de padrão de qualidade, proteção ambiental, sustentabilidade, capacitação e competitividade.

“Não podemos incorrer no erro das empresas americanas com fábrica de brinquedos na China, que agora representam um risco para o consumidor. Nossas matérias-primas têm de ter qualidade internacional”, advertiu Goerck.

Mais produção e consumo – A cada ano, todos os elos da cadeia produtiva nacional vêm registrando crescimento: em 2006, foi de 2,9% e, para 2007, espera-se algo acima de 6,5%.

“Vamos continuar o trabalho para aumentar a produção e o consumo”, adiantou Goerck.

Segundo ele, o País está em sétimo lugar no consumo interno de tintas com 6,1 kg/capita, atrás dos Estados Unidos (19,7), Alemanha (16,1), Japão (14,7), África do Sul (8,5), Tailândia (7,3) e Rússia (6,47).

Nas tintas industriais, a ação interna que mais impactou positivamente o segmento foi o desempenho das tecnologias mais recentes, as tintas em pó e coil coatings.

Na visão do diretor da Abrafati, a tendência é de que o aumento da produção industrial acima do PIB, as exportações de manufaturados em alta e o desenvolvimento de projetos em infra-estrutura e energia impulsionem os negócios durante 2008.

Quanto à oferta de pigmentos, a empresa destacou a linha Heliogen, produzida em Guaratinguetá-SP, em várias tonalidades de azul e verde, além de pigmentos orgânicos amarelos preparados em diversas composições químicas para tintas.

Por último, ainda foram destaque as preparações de pigmentos orgânicos e inorgânicos contendo agente dispersante não-iônico. Utilizadas em tintas de emulsão, até mesmo acetinadas, tintas de resinas em base água, tintas hidrossolúveis, acabamentos texturizados, tintas para papéis de parede e papéis coloridos, as preparações pigmentárias incluíram mais recentemente um novo produto especialmente para tintas em pó.

Química investe – Renomeada Evonik Industries, a nova razão social da centenária Degussa, a empresa aproveitou a exposição para reiterar a continuidade e a ampliação de investimentos globais em vários setores. Um dos mais importantes envolve a ampliação na produção de isoforona, metacrilatos e negros-de-fumo.

O objetivo é aumentar ainda mais a sua participação no mercado de tintas.

Em Herne, na Alemanha, foram anunciados investimentos voltados à modernização das três fábricas integradas de isoforona da companhia.

Em Mobile, nos Estados Unidos, a produção de isoforona também seguirá seu curso.

Na China, será construída uma nova unidade de produção de metacrilatos e, no Brasil, como todo o mercado acompanhou, foram cumpridas várias etapas de ampliação na produção de negros-de-fumo, em Paulínia-SP, considerada a mais moderna fábrica do gênero existente no mundo, resultando na capacidade total para 100 mil toneladas/ano.

Líder na fabricação de isoforona, a Evonik produz derivados, como os isocianatos cicloalifáticos para revestimentos poliuretânicos (linha Vestanat).

Como derivados, também produz diaminas cicloalifáticas para revestimentos epóxis (Vestamin), e endurecedores para tintas em pó poliuretânicas (Vestagon).

Esses derivados são utilizados na produção de tintas automotivas, tintas para pisos industriais e tintas em pó.

Boa parte dos investimentos em metacrilatos – 250 milhões de euros – estará voltada à construção de nova fábrica para a produção de 100 mil toneladas/ano de metilmetacrilato e metacrilatos especiais em Xangai, na China. A outra parte ficará concentrada em dois centros de serviços técnicos, localizados nos Estados Unidos e Ásia.

Base água reforçada – Novas emulsões 100% acrílicas em base água, lançadas pela Denver Especialidades Químicas, do grupo Formitex, representam novas opções para a produção de esmaltes acrílicos e tintas para demarcação viária.

Química e Derivados, Mauro César Alves, Assessor comercial da área de resinas da Denver, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
Alves: esmalte sem VOC ganha adeptos no setor da saúde

“Os esmaltes acrílicos em base água encontram posição de destaque em hospitais, clínicas, entre outros ambientes, que descobriram as vantagens dos produtos com baixo VOC, mas faltava ao mercado contar com produtos específicos para atender a novas aplicações, como as demarcações viárias”, considerou Mauro César Alves, assessor comercial da área de resinas da Denver.

No comparativo entre os sistemas base água e base solvente, pode-se fazer as seguintes classificações. Segundo Alves, os sistemas aquosos são ecologicamente corretos, apresentam baixo VOC (abaixo de 50 gramas/litro) e baixo odor, possuem alta resistência a UV, alta retenção de brilho e de cor, além de secagem rápida, com o único porém na baixa tendência a formar pele.

Por sua vez, os sistemas em base solvente são agressivos ao meio ambiente, apresentam alto VOC (acima de 300 gramas/ litro), têm forte odor, secagem lenta, baixa resistência a UV, baixa retenção de cor, média retenção de brilho e alta tendência a formar pele.

Nas análises de custo/benefício, o comparativo entre os sistemas também revela diferenças importantes.

Enquanto os sistemas base água requerem três demãos ao dia, a cada intervalo de três horas, apresentando fácil reaproveitamento de materiais, como rolos e pincéis, os sistemas em base solvente, diluídos em aguarrás ou tíner, requerem uma demão ao dia, com intervalo de doze horas, apresentando ampla dificuldade para o reaproveitamento dos rolos e pincéis.

A par de todas essas considerações, a Denver desenvolveu, em seu próprio laboratório e centro de pesquisas, tecnologias para substituir sistemas base solvente por sistemas base aquosa em várias aplicações, fornecendo total suporte aos interessados.

Com a emulsão 100% acrílica em base água Denvercril RA 152 é possível formular esmaltes com alto brilho, primers e vernizes para aplicações em metais, como ferro e alumínio galvanizado, incluindo madeiras para portas e janelas.

Com Denvercril RA 157, emulsão acrílica pura, criouse uma alternativa para a produção de tintas para demarcação viária e para tintas para pisos de alto tráfego.

Como produtos complementares à fabricação dos dois primeiros, a Denver desenvolveu um modificador reológico uretânico- acrílico para sistemas base água (Denvercril Fra 15), um espessante associativo uretânico-acrílico com médio poder de espessamento (Denvercril EJ 076) e um dispersante de polimetacrilato de amônia para sistemas em base aquosa (Denvercril Bio 300).

Na área de emulsões formadoras de filmes, a Denver também lançou resina acrílica especial em base aquosa para formar filmes para blisters. Além de formar verniz, a nova resina oferece propriedade termosselável aos blisters de PET e PVC.

Titânio tem demanda crescente– O mercado de dióxido de titânio também dá sinais auspiciosos de crescimento em2007. Aexpectativa, segundo Marco Aurélio Barboza, gerente de negócios da DuPont Titanium Technologies Brasil, expositor de destaque na feira, é de que o Brasil alcance o patamar de consumo de 140 mil toneladas neste ano, com o setor de tintas absorvendo mais de 70% desse volume e apresentando projeção de demanda crescente.

Confirmados esses números, o consumo de TiO2 crescerá 9% neste ano em comparação com 2006.

Maior produtora global do pigmento e opacificante, a DuPont Titanium Technologies destacou na feira sua ampla e diversa gama de produtos, bem como sua capacidade para micronizar e embalar no site de Uberaba-MG 36 mil toneladas/ano para atender o mercado nacional.

Os investimentos da companhia em aumentos de capacidade continuam a pleno vapor, mas estão sendo direcionados principalmente para a fábrica em construção na China, que deverá estar pronta em 2010.

Química e Derivados, Marco Aurélio Barboza, Gerente de negócios da DuPont Titanium Technologies Brasil, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
Barboza: DuPont investe em fábrica de TiO2 na China

“Esse projeto deverá receber investimentos de cerca de US$ 1 bilhão, voltados à produção de 200 mil toneladas/ ano de TiO2, o maior investimento em curso no mundo para esse produto. Sem contar essa unidade, a DuPont Titanium Technologies detém atualmente capacidade total de l,1 milhão de toneladas/ano de TiO2, considerando as produções do México, Estados Unidos e Taiwan.”

Inovações para pintura automotiva – O novo promotor de aderência para poliolefinas (Advantis 510W), apresentado pela Eastman, oferece aos fabricantes de tintas automotivas e às próprias montadoras a oportunidade de trabalhar em sintonia com as exigências e tendências futuras.

“Iniciamos há três anos uma nova forma de atuação, pressupondo que, antes de lançar um produto, nos envolvemos com a pesquisa de tendências globais projetadas para daqui a cinco anos e só depois disso passamos a desenvolver formulações para que nossos clientes sejam atendidos com produtos de futuro”, explicou Marcos Aurélio Basso, gerente de desenvolvimento do mercado de coatings para a América Latina da Eastman do Brasil.

No bojo dos novos desenvolvimentos, a empresa criou um novo promotor de aderência formulado em base água, sem cloro e isento de nonilfenol, voltado à fabricação de primers para superfícies de difícil pintura. O novo promotor oferece aderência, por exemplo, a substratos de polipropileno modificado, usados para fazer pára-choques automotivos com designs cada vez mais complexos. Além de substratos plásticos, a aderência também se estende a alumínio, vidro, aço galvanizado, entre outros materiais de difícil ancoragem.

Química e Derivados, Marcos Aurélio Basso, Gerente de desenvolvimento do mercado de coatings da Eastman do Brasil, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
Basso: promotor de aderência sem cloro e à base de água

“O Advantis 510W proporciona excelente latitude de formulação com numerosas resinas e revestimentos de fundo em base água, demonstrando em testes de laboratório forte adesão em uma ampla variedade de aplicações de revestimentos de superfícies comerciais, além de acentuada resistência durante os testes de jato d’água de alta pressão, mesmo após exposição às condições de intempéries, umidade, calor e envelhecimento”, acrescentou Basso.

Maior fornecedor mundial de fibras de acetato de celulose, a Eastman também levou à exposição outra novidade para o mercado de tintas.

Trata-se do Solus 2100, matéria-prima derivada de celulose, para emprego em formulações de vernizes uretânicos bicomponentes, ideais para repintura automotiva, conferindo alto poder de alastramento e brilho, sem risco de escorrimento.

Avanços dos silicones– A Momentive Performance Materials Indústria de Silicones, empresa criada com a venda da GE Advanced Materials para o grupo Apollo Management, também preparou vários lançamentos para a feira.

Um deles é o sistema de pré-tratamento de metais (CoatOSil MP), híbrido, baseado em silano organofuncional solúvel em água e em nanopartículas de óxidos metálicos.

Com o novo desenvolvimento, a empresa pretende substituir pré-tratamentos à base de fosfato e cromato no segmento de coil coating.

Química e Derivados, André Victor Danc, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
Danc: pré-tratamento de metais com silano e nanopartículas

“Esse revestimento de conversão proporciona excelente proteção contra a corrosão tanto para aços como para alumínios”, informou André Victor Danc, gerente regional de marketing para silanos, resinas e especialidades da Momentive Performance Materials.

Dois novos surfactantes, CoatOSil Y-15790 e CoatOSil Y-15791, considerados aditivos de alta performance, também integraram os destaques da Momentive.

Apresentando estabilidade em amplas faixas de pH, constituem formulações livres de flúor, proporcionando melhor nivelamento, fluidez e umectação em fórmulas de tintas em geral e tintas de impressão.

Ainda entre os destaques da Momentive foram apresentadas as linhas de hidrorrepelentes (Silblock) e de vernizes de silicone para plásticos.

Os hidrorrepelentes Silblock foram desenhados para concreto, tijolos, telhas, pinturas externas, pedras naturais, entre outras aplicações.

Suas principais características são o baixo teor de compostos orgânicos voláteis, a alta repelência à água, com elevado índice de hidrofobicidade e a boa estabilidade no armazenamento.

Alguns itens dessa linha foram formulados com moléculas de flúor, para conferir propriedade oleofóbica a substratos que a requisitem.

Em vernizes de silicone para plásticos, a empresa desenvolveu formulações que propiciam maior resistência às intempéries e têm propriedade antiriscos, podendo ser curadas tanto por calor como por radiação ultravioleta.

Amarelos corretos – Quem visitou o estande da Ciba também pôde se inteirar sobre várias novas linhas de pigmentos.

Para tintas automotivas, industriais e decorativas, foram apresentados pigmentos amarelos, isentos de metais pesados e de alta opacidade, incluindo amarelos com alta durabilidade e alto poder tintorial e amarelos com alto poder tintorial e opacidade em combinações com vanadatos de bismuto.

A nova geração de pigmentos laranja também despertou grande interesse. Com alta transparência, pode ser utilizada em sistemas de base aquosa ou solvente. Também causaram sensação, os pigmentos magenta para tintas industriais e arquitetônicas.

Os setores de artes gráficas, impressão e imagens digitais também foram contemplados com novidades. Uma delas é representada pela linha de pigmentos inorgânicos UV fluorescentes e a outra é constituída de pigmentos pretos perolescentes para aplicações em sistemas de impressão.

No campo dos efeitos, a Ciba apresentou os pigmentos de alumínio metalizados a vácuo, oferecendo várias opções de efeitos brilhantes e espelhados, particularmente interessantes para embalagens cosméticas, tintas de impressão e vernizes.

Também foram apresentados pigmentos perolescentes para aplicações em plásticos e papéis.

Tingimento nobre – Desenvolvida recentemente pela Clariant na fábrica de Suzano-SP, mas já exportada para toda a América Latina, a linha de tingidores multipropósito para acabamentos de madeiras (Hostatint M-01) foi apresentada com grande sucesso nessa Abrafati.

Formada por preparações pigmentárias aquosas, baseadas em óxidos de ferro transparentes, essa linha apresenta ótima compatibilidade em sistemas alquídicos de secagem ao ar e não-emulsionados, sendo também compatível com sistemas aquosos.

Nas cores cedro, cerejeira, ipê, canela, mogno, tabaco e imbuia, esses tingidores contribuem para preservar matas nativas e madeiras nobres, evitando o seu corte, pois criam superfícies que imitam com grande fidelidade a aparência das madeiras nobres.

Química e Derivados, Eide Paulo de Oliveira, Diretor da divisão de Pigmentos e Aditivos da Clariant, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
Eide: tingidor para madeiras é compatível com alquídicas

“Testados em nossos laboratórios, apresentaram excelentes propriedades de solidez à luz e às intempéries, sendo facilmente aplicados em duas camadas. A primeira consiste na aplicação da preparação pigmentária sobre a superfície da madeira, concluindo-se em uma segunda etapa na qual será recoberta com camada de verniz incolor”, destacou Eide Paulo de Oliveira, diretor da divisão de Pigmentos e Aditivos da Clariant para toda a América Latina.

Intencionada a criar e oferecer ao mercado de matérias-primas, fórmulas e produtos multipropósito, a Clariant também apresentou novidades para o setor de tintas industriais (Solutint P).

“Trata-se de um concentrado de pigmentos orgânicos e inorgânicos, formulados com resinas compatíveis com diversos tipos de sistemas solventes, epóxis, poliuretanos, nitrocelulose etc., cujo grande benefício é evitar que o formulador precise moer os pigmentos que já vêm isentos de metais pesados”, explicou o diretor.

Em base solvente, o público ainda pôde conferir outra novidade em dispersões de pigmentos orgânicos e inorgânicos para esmaltes sintéticos, também isentas de metais pesados (Solutint E).

Com alta concentração de resinas alquídicas longas em óleos secativos e aguarrás mineral, essas dispersões se destinam ao tingimento de esmaltes sintéticos alquídicos da linha de tintas imobiliárias (puros ou emulsionados) e também a esmaltes alquídicos industriais modificados ou não com resinas fenólicas ou maléicas.

Proteção biocida – A Lanxess levou para a Abrafati 2007 suas principais unidades de negócios, entre elas a encarregada de produtos de proteção, que apresentou uma linha de fungicidas, algicidas e bactericidas para tintas imobiliárias e antifouling, com serviços de assistência técnica apoiados por ensaios microbiológicos de padrão internacional.

A nova linha de pigmentos orgânicos granulados Levanyl Gran foi apresentada pela Lanxess como outro novo destaque no portfólio de produtos da empresa, agora contando com tipos autodispersantes, livres de solventes e metais pesados, sendo compatíveis com a maioria das formulações, mas de modo especial em aplicações de base aquosa.

Sem metais pesados, mas com excelentes poder tintorial, brilho e propriedades reológicas, aliados à boa dispersão nos meios.

Foram essas as qualidades alinhadas em favor dos pigmentos orgânicos das linhas Levanyl, Solfort, Solfort Gran e Levanox, uma preparação pigmentária de base inorgânica que a Lanxess adicionou em sua unidade de produtos químicos funcionais.

Outros insumos da Lanxess marcaram presença, como uma linha de agentes dispersantes, anti-hidrólise, catalisadores, aditivos poliuretânicos, absorventes de água, o solvente trimetilolpropano (TMP) e o álcool benzílico.

Inovação nacional – Em contato direto com pintores profissionais, os técnicos da Itatex Especialidades Minerais identificaram a necessidade de revestimentos úmidos e secos com alto poder de cobertura: daí surgiu o desenvolvimento do SACA AS PLUS, que a Itatex anunciou como uma de suas importantes inovações para a produção de revestimentos.

Nos últimos dez anos, a Itatex procurou demonstrar para o setor de tintas as vantagens dos hidrossilicatos de alumínio e silicatos de alumínio calcinados como extensores do dióxido de titânio e modificadores de brilho.

Além de tudo, a direção técnica da empresa descobriu outros benefícios oferecidos por esses produtos para as propriedades reológicas e mecânicas das tintas e revestimentos.

O resultado disso foi a criação da linha dos hidrossilicatos de alumínio revestidos com dispersantes ou específicos – como o SACA SP, SACA AS, SACA B-4, SACA C-5 –, apresentada como inovadora, ainda que pouco conhecida e explorada tecnicamente pelos formuladores de tintas.

Solventes em livro – Durante a intensa participação da Rhodia na Abrafati 2007, que incluiu a apresentação de novos produtos, intervenções de seus cientistas nas palestras técnicas e o lançamento do livro Solventes Industriais – Seleção, Formulação e Aplicação (coordenado por Paulo Garbelotto), o vice-presidente da Rhodia Intermediários e Solventes América Latina, Mário Lindenhayn, disse que a empresa escolheu o setor de tintas e vernizes para ampliar os seus negócios em escala global, começando pelo Brasil.

De acordo com Lindenhayn, a Rhodia tem por meta ampliar a participação da empresa no segmento de solventes e coalescentes até o final de 2008.

O projeto de expansão deverá exigir investimentos de aproximadamente R$ 85 milhões, além do lançamento de novas tecnologias e aplicações para tintas. Atualmente, as vendas anuais de tintas e vernizes representam em torno de 15% do faturamento da Rhodia no Brasil.

A companhia não esconde sua ambição de figurar entre os cinco maiores do setor de tintas no mercado internacional. Lindenhayn explicou que uma nova estrutura de vendas, com representações exclusivas para solventes nos quatro continentes, será a base para alcançar as metas de expansão.

O crescimento do negócio, segundo o executivo, depende do conhecimento técnico e científico acumulado no centro de pesquisas da empresa em Paulínia- SP, que trabalha em comunicação direta com quatro centros de pesquisas da Rhodia em outros países.

Química e Derivados, Mário Lindenhayn, Vice-presidente da Rhodia Intermediários e Solventes América Latina, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
Lindenhayn: Rhodia quer ampliar negócios em tintas e vernizes

“É esse conhecimento que garante a agilidade para identificar novas necessidades e aplicações dos clientes”, afirmou, referindo- se ao Rhodiasolv SMEP/DIBK (diisobutilcetona), apresentado ao mercado durante a Abrafati.

O produto tem acentuado poder de solvência, baixa solubilidade em água, baixa densidade e taxa de evaporação relativa (TER) reduzida, características ideais para uso em segmentos como tintas industriais, tintas automotivas originais, tíneres e acabamentos de couro.

A empresa é a principal produtora na América Latina de solventes oxigenados, incluindo os de fonte renovável obtidos do etanol.

Agora está ampliando a oferta de outros insumos importantes, como os coalescentes para diferentes aplicações nesse setor.

Os produtos da Rhodia para o mercado de tintas abrangem também a linha de coalescentes empregados na produção de tintas base água, produtos ajustados com as práticas de desenvolvimento sustentável.

“Estamos aumentando a capacidade de produção do RhodiaSolv DEE, um novo coalescente que facilita a formação de filmes em tintas e ajuda na filtragem de emulsões”, comentou Elder Martini, diretor da Rhodia Química de Performance. Segundo ele, devem ser comercializadas em torno de 1.500 toneladas do produto até o final do ano.

A Rhodia apresentou também a nova versão do Solsys – Solvent System Design, software desenvolvido para a prestação de serviços na área de solventes industriais utilizados na produção de tintas e vernizes, adesivos e tintas para impressão.

O software emprega modelo matemático para determinar os parâmetros e volumes de solubilidade requeridos por polímeros, ajudando a definir o melhor solvente ou mistura de solventes a serem utilizados em um produto final.

Entre os benefícios oferecidos pelo software, destacam-se a redução do tempo de formulação, com impacto positivo no time-to-market de novos produtos e a possibilidade de harmonização e customização de sistemas solventes.

Como forma de contribuição para o desenvolvimento do mercado, além de lançar o livro Solventes Industriais – Seleção, Formulação e Aplicação, escrito por uma equipe de 14 especialistas e pesquisadores da empresa.

A Rhodia destacou dois especialistas para apresentações e palestras técnicas durante o congresso da Abrafati. Richard Macret, diretor do centro de pesquisas brasileiro da empresa, falou sobre os compostos orgânicos voláteis das tintas na palestra Desmitificando o VOC. Já o pesquisador do centro de pesquisas norte-americano da Rhodia, Yizhong Li, discorreu sobre os tensoativos para polimerização em emulsão e formulação de tintas.

Coalescente aprimorado – O participante dessa Abrafati que teve a chance de visitar o estande da Metachem pôde conhecer o novo solvente coalescente, denominado Solusolv 2075.

Fabricado pela Solutia, representada pela Metachem, o produto é capaz de gerar menos de 1% de compostos orgânicos voláteis (VOC), sendo compatível com ampla variedade de sistemas de base aquosa e de base em solventes orgânicos.

Segundo frisou o representante, o novo solvente não contém ftalatos, é livre de aromáticos, pode ser utilizado como coalescente único ou misturado com co-solventes, melhorando as características de formação dos filmes e também o desempenho dos revestimentos.

Bastante comentada durante a feira foi a internacionalização das atividades da Oxiteno, que prepara para 2008 o início da produção da fábrica de álcoois e ácidos graxos que constróiem Camaçari-BA.

A empresa abriu recentemente escritórios comerciais na Argentina e nos Estados Unidos.

Seus próximos movimentos serão a abertura de escritórios na Europa e na Ásia. Além disso, a companhia comprou uma unidade de tensoativos e polióis na Venezuela, juntando-se às cinco plantas no Brasil e às outras três no México.

Solventes ecológicos – A Agecom Química, uma das cinco empresas do grupo Agecom, também participou da exposição, na qual divulgou as mais recentes tecnologias no campo dos solventes ecológicos, cujo consumo no mercado brasileiro ainda pode ser considerado pequeno, estimado em 1 milhão de litros/mês, mas com boas perspectivas de crescimento nos próximos anos.

Química e Derivados, Mauricio Oliveira Jr., Gerente-comercial da Agecom Química, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
Oliveira: solventes hidrogenados para remover contaminantes

Segundo Mauricio Oliveira Jr., gerente- comercial da Agecom Química, o consumo de solventes alifáticos, como aguarrás, no mercado brasileiro de tintas ainda é muito grande. São estimados níveis de produção em torno de 10 milhões de litros/mês, 80% dos quais consumidos pelo setor de tintas.

Como grande fornecedora de solventes de todos os tipos, como alifáticos e aromáticos, a empresa, porém, deu especial destaque aos solventes ecológicos, que possuem a mesma faixa de destilação da aguarrás, mas carregam a vantagem de ser submetidos à hidrogenação, que extrai contaminantes.

Entre os vários solventes ecológicos disponíveis para fornecimento ao mercado de tintas, encontram-se produtos separados por faixas de destilação, compreendidas entre 195ºC/240ºC, 225ºC/255ºC e 270ºC/310ºC.

Entre outras novidades destacadas pela empresa, o visitante do estande pôde também conferir antiespumantes especiais, desenvolvidos para tintas látex PVA e tintas acrílicas.

Sem metais pesados – As inovações da Henkel também foram muito bem acolhidas pelas indústrias de tintas durante a Abrafati.

Uma delas, denominada tecnologia Autophoretic, permite que a deposição de camada de resinas em superfícies metálicas ferrosas ocorra por ação química, dispensando o processo de conversão com fosfatos de zinco ou ferro.

A outra, Bonderite NT- 1, representa um revestimento nanocerâmico em substratos de metais limpos. Trata-se, segundo o fabricante, de um pré-tratamento reativo, desenvolvido especialmente para uso em superfícies de ferro, zinco e alumínio.

Totalmente isento de fosfatos e metais pesados, a nova tecnologia oferece os mesmos benefícios dos sistemas tradicionais, embora seja bem mais econômica, dispense várias etapas químicas, diminuindo os níveis de resíduos gerados no processo.

“Nossos desenvolvimentos buscam oferecer maior eficiência e sustentabilidade às indústrias”, considerou Luiz Augusto Moreira, gerente de negócios automotivos e metais da Henkel.

Química e Derivados, Bombas pneumáticas, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
Bombas pneumáticas com baixo consumo de ar comprimido

Livre de VOC – Ao estrear na Abrafati deste ano, a Croda, em parceria com a distribuidora Daltomare, revelou preocupação e tecnologias voltadas ao desenvolvimento de resinas alquídicas sem emissões de VOC.

Segundo William McNamee, da Croda dos Estados Unidos, existem várias técnicas que podem contribuir para isso.

Entre as principais, uma delas utiliza emulsificação da água em óleo, diminuindo em 60% os níveis de VOC.

A outra, por meio da emulsificação da resina apenas em água, permite alcançar índice zero de VOC.

Outros destaques da Croda ficaram por conta do solvente Prifer 6813.

Quimicamente estável, biodegradável, atóxico e não gerador de VOC, é compatível com outros solventes orgânicos e especialmente recomendado para sistemas com sensibilidade à umidade.

Outra inovação (Maxemul série 7000) marcou a linha aniônica e de surfactantes poliméricos sem VOC para emulsificar resinas alquídicas, resultando em emulsões com pequenas partículas e com consistência mais duradoura.

Mostra de equipamentos– No setor de equipamentos, uma nova tecnologia para medições de cores com efeitos de acabamento foi apresentada pela BYK.

Trata-se de espectrofotômetro multiangular, desenvolvido para medir cores em tintas metálicas fabricadas com pigmentos em alumínio ou perolizados de grande uso no setor automotivo.

Provido de câmara, esse equipamento mede em seis ângulos diferentes os efeitos da cor e registra a quantidade de brilhos/cintilâncias/faíscas (sparklers) por área, para estabelecer um controle de qualidade na produção e oferecer maior uniformidade às pinturas automotivas.

Com pequena dimensão, o aparelho possui área de medição com23 mmde diâmetro e memória para mil diferentes padrões e amostras.

Química e Derivados, Espectrofotômetro, Abrafati - Feira mostra alta tecnologia, mas se adapta ao custo local
Espectrofotômetro: medição em seis ângulos

Resultante de projetos inovadores, a Netzsch, de Pomerode-SC, apresentou bombas pneumáticas largamente utilizadas nas indústrias de tintas base solvente. Fabricadas nos Estados Unidos pela Warren Rupp, mas com tecnologia Netzsch, esses equipamentos são acionados com baixo consumo de ar comprimido.

De acordo com esse projeto, as válvulas piloto e direcional do ar, localizadas no bloco central da bomba, por meio de pistão acionam alternadamente os dois diafragmas existentes na câmara de bombeamento.

“O movimento alternado do diafragma, combinado com a abertura e fechamento das válvulas de esfera ou flap, movimenta o fluido dentro das câmaras que, conectadas, permitem a sucção, de um lado e, de outro, o recalque”, explicou Mario Jun Masaki, gerente regional de vendas da Netzsch do Brasil.

As principais vantagens apresentadas por esse tipo de bomba são: dispensar o uso de válvula de alívio, possibilitar o bombeamento de materiais abrasivos e sensíveis, com baixas e altas viscosidades, dispensando ainda o uso de selos mecânicos e motores elétricos, além de ser auto-escorvante e poder operar a seco, diferenciando-se também por ser o único equipamento a oferecer a bomba do tipo flap para o mercado brasileiro.

Leia Mais:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.