Prévia da ABRAFATI 2011 – Inovações permitem ampliar a produção, com menor impacto ambiental
As atenções da cadeia produtiva de tintas e vernizes estarão voltadas para a Abrafati 2011, promoção setorial que une pela 12ª vez o Congresso Internacional de Tintas e a Exposição Internacional de Fornecedores. Esses encontros, aliás, contribuíram muito para o fato de esse setor industrial brasileiro ocupar o quarto lugar no ranking mundial. A extensa programação deste ano, começando no dia 21 e seguindo até o dia 23 de novembro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, reforça os elos entre os provedores de insumos e os fabricantes de tintas, mas também contribui para expandir e propagar conhecimentos advindos das mais recentes pesquisas realizadas nesse setor, alargando os horizontes de atuação da química e suas interfaces com a produção industrial.
Do ponto de vista da química, cada vez mais se procura conciliar condutas ambientalmente amigáveis com alto desempenho dos produtos finais. Dessa forma, as pesquisas revelam ingredientes para que as indústrias possam desenvolver formulações mais seguras à natureza e aos usuários de tintas, viabilizando novas alternativas, especialmente as de origem renovável, tirando de circulação as substâncias reconhecidamente agressivas.
O grande sucesso da temática escolhida na edição de 2009, que se propôs a discutir as “Tintas do Futuro”, levou a Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas (Abrafati) a aprofundar essa abordagem, tendo em vista a grande preocupação mundial de governos, instituições e especialistas nessa direção. Assim, os organizadores elegeram “Inovação e Sustentabilidade” como os principais focos deste ano, reiterando conceitos norteadores dos novos estudos e dos lançamentos que virão à tona na exposição e no congresso.
No rol das apresentações mais destacadas, estão aquelas reunidas nas sessões plenárias de abertura dos trabalhos selecionados para o congresso, e que estarão a cargo de personalidades nacionais e internacionais atuantes no campo das tintas. A apresentação inaugural, sob o tema “O desempenho da indústria de tintas em 2011 e o cenário para a década, no Brasil” (21/11, das 8h30 às 9h30), caberá ao presidente do conselho diretivo da Abrafati, Antonio Carlos de Oliveira, que também é diretor da divisão DuPont Automotive Systems América do Sul, bem como gerente geral das operações da DuPont Performance Coatings Brasil.
No mesmo dia, outro convidado especial, John Klier, diretor global de pesquisa e desenvolvimento da Dow Coating Materials, suscita os participantes a refletir sobre o tema “É hora de repensar suas tintas: materiais inovadores e soluções de tintas para o século 21”.
No início do segundo dia, na sessão plenária a ser conduzida por Lewis E. Manring, vice-presidente de tecnologia da DuPont Performance Coatings, o congressista terá a oportunidade de se inteirar sobre os novos avanços atrelados ao tema “As tintas automotivas e o meio ambiente”. No terceiro e último dia das apresentações, a abordagem versará sobre “O mercado global de tintas: dimensão, tendências e temas-chave”, e será exposta por Louis McCulloch, consultor especializado em avaliações voltadas a aquisições e transferências tecnológicas nas indústrias de tintas.

De acordo com o presidente executivo da Abrafati, Dílson Ferreira, o desenvolvimento de tecnologias de menor impacto ambiental e a busca de matérias-primas de fontes renováveis, como as oriundas da indústria alcoolquímica e oleoquímica, constituem preocupações correntes de todos os fornecedores e produtores da cadeia de tintas, a fim de compor novas formulações que não comprometam o atendimento das necessidades das futuras gerações. Nesse contexto, as inovações cumprem papel essencial, apontando caminhos para atuar de modo mais sustentável, e “diferentes formas para se produzir e gerar resultados econômicos positivos para as empresas”, considerou Ferreira.
O desempenho do setor de tintas é decorrente do nível de atividade de vários setores, mas são as vendas de tintas imobiliárias as responsáveis pela maior parcela do faturamento (60%) do setor, em razão do alto consumo de tintas. “Percentuais correspondentes a 15% do nosso faturamento resultam das vendas de tintas para a pintura de novos veículos e para repintura automotiva, sendo os 25% remanescentes correspondentes às vendas de tintas para aplicações industriais, como pintura de eletrodomésticos, máquinas e equipamentos, tintas para manutenções, tintas para uso marítimo, tintas para madeiras, entre muitas outras aplicações em setores de atividade que estão aquecidos e que deverão continuar assim nos próximos anos”, acrescentou o presidente executivo da Abrafati.
“Em agosto último, quando realizamos, em São Paulo, o 6º Fórum Abrafati da Indústria de Tintas, calculamos que o nosso setor deveria crescer um pouco acima de 1% em 2011 em relação a 2010, o que já seria muito bom, mas, ao acompanhar os resultados dos meses subsequentes, tivemos a grata satisfação de observar uma recuperação mais acentuada e, assim, nossa expectativa, agora, é fechar o ano de 2011 com um nível de crescimento entre 3% e 4% em relação ao ano passado”, comemorou Ferreira.
“À nossa frente, não há nada crucial que possa comprometer o crescimento das indústrias de tintas no Brasil, mas temos que considerar as grandes demandas dos mercados asiáticos pelos monômeros acrílicos, pelo acrilato de butila e pelo monômero de acetato de vinila, além da forte demanda mundial pelo dióxido de titânio, que coloca os preços em alta, e comprime as margens das empresas. Por isso, um dos nossos grandes desafios é trabalhar para garantir não só a disponibilidade de matérias-primas, como também preços mais acessíveis”, aduziu.
Outra questão enfrentada pelas indústrias de tintas, apontada por ele, é a alta carga tributária incidente sobre esse setor de atividade, e cujos efeitos foram amenizados nos dois últimos anos pelas conquistas do setor, que pleiteou e conseguiu que o governo fixasse em zero, em 2009, a cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para as tintas imobiliárias e, mais recentemente, prorrogar essa isenção até dezembro de 2012, e manter em 5% a alíquota do IPI, em vez dos 10% antes cobrados das demais categorias de tintas.
Feito também atribuído às gestões dos representantes do setor foi a redução do imposto de importação para matérias-primas não fabricadas no Brasil, ou produzidas em quantidades insuficientes para atender à demanda. Nesses casos, de acordo com Ferreira, foram enquadrados o monômero de acetato de vinila, com consumo interno da ordem de 60 mil toneladas ao ano, com alíquota reduzida de 12% para zero, e o dióxido de titânio, consumido em torno de 200 mil t/ano, cujas alíquotas caíram de 12% para 2%, com a ressalva de terem suas cotas renovadas mediante comprovações de consumo interno, a fim de impedir eventuais exportações.
Por ter a missão de contribuir para o crescimento da indústria de tintas no país, outro compromisso assumido pela Abrafati nos últimos tempos foi promover programas de capacitação de pintores, para atender de forma mais profissional e técnica às necessidades da população. “Por meio desse programa, já conseguimos credenciar três mil pintores e devemos continuar implementando essas atividades para aumentar a quantidade de profissionais capacitados”, acrescentou Ferreira.
Exposição cresce – Ocupando três pavilhões do Transamerica Expo Center, a 12ª Exposição Internacional de Fornecedores para Tintas – o quarto pavilhão será dedicado exclusivamente às atividades do congresso – reunirá neste ano 220 expositores, um acréscimo de 43% em relação à edição anterior. Preparada para receber cerca de 20 mil visitantes de várias nacionalidades, a exposição contará com a participação de profissionais de dezenove países.
Entre as principais novidades, destaca-se a criação de área especial para a apresentação de produtos e lançamentos, uma espécie de tribuna para que os expositores possam levar ao conhecimento dos visitantes suas principais inovações. Por sua vez, o 9º Seminário de Assuntos Ambientais e de Segurança nas Indústrias de Tintas, marcado para 23 de novembro, das 15 às 18h20, no auditório cinco, contará com a apresentação da experiência canadense em logística reversa de embalagens e de resíduos de tintas, a ser relatada pelo especialista Mark Kurchner (Product Care). O Programa Coatings Care foi o tema escolhido por Ivan Rigoletto (PPG América Latina), cabendo a Antonio Keh Chuan Chou (Sherwin-Williams Corporate) apresentar a “Gestão moderna de higiene ocupacional” e a Monica Barros (Instituto de Logística e Supply Chain – Ilos) discorrer sobre “Sustentabilidade ambiental e lucratividade: experiência das empresas brasileiras”.
A Abrafati 2011 também dará continuidade à realização do Seminário Abrafati-Radtech South America. Em segunda edição, entre os dias 21 e 23, a partir das 15 horas, no auditório quatro, o seminário abordará inovações e tendências em tecnologias de cura de tintas por radiação ultravioleta e feixe de elétrons. Entre os temas, destacam-se: “Ecocell UV: Oligômero de origem biorrenovável para tintas e vernizes curáveis por radiação UV” (da Nitro Química); “Acrilatos curáveis à base de energia para aplicações em embalagens de alimentos” (da Cytec Industries); “Uma visão geral do mercado de cura UV/EB e perspectivas para o futuro da tecnologia” (Fusion UV Systems); e “A versatilidade das resinas poliéster insaturadas de alto teor polimérico em sistemas de cura por ultravioleta” (Reichhold do Brasil).
A cadeia produtiva de solventes também participa da Abrafati 2011 com a realização de simpósio promovido em conjunto com o Sindicato Nacional do Comércio Atacadista de Solventes de Petróleo, o Sindisolv. Ocupará o auditório três, nos dias 22 e 23, das 15 às 18 horas, para apresentar novas tendências na produção de solventes e perspectivas quanto a regulamentações e aplicações.
Além de contar com a maior participação das empresas, superando as expectativas dos organizadores, Telma Florêncio, coordenadora da Abrafati 2011, observa que os eventos cresceram a ponto de ocupar área bem maior, de 24.500 m².
Para facilitar o acesso dos quase 1.500 congressistas, o 12º Congresso Internacional de Tintas, pela primeira vez, será realizado no mesmo piso (térreo) da exposição, e contará com seis auditórios, cinco deles com área disponível de 360 m² cada.
A Abrafati 2011 também contou com maior número de patrocinadores do congresso, serão 23, que também trabalham há vários meses para contribuir com o sucesso dos encontros.
Soluções inovadoras – Estruturada com um departamento técnico de apoio às formulações das indústrias de tintas, área que está capacitada para oferecer soluções às novas exigências quanto ao desenvolvimento de produtos com baixo VOC, a quantiQ disponibiliza ao mercado de tintas um pacote de soluções inovadoras em resinas, pigmentos, agentes coalescentes, agentes de cura etc.
“O mercado vem buscando alternativas para melhorar as formulações com alto desempenho e baixo impacto ao meio ambiente, livres de VOC, e que atendam aos apelos de sustentabilidade, e a quantiQ disponibiliza produtos de alta tecnologia para as mais altas exigências de aplicação”, afirmou Antonio Carlos Slongo, gestor de marketing da unidade de tintas, adesivos e construção civil da quantiQ.
Na área de agentes coalescentes, as principais novidades em apresentação na Abrafati 2011 ficarão por conta de produtos desenvolvidos pela Eastman, nas linhas Texanol e Optifilm, para aplicações em tintas imobiliárias. Em se tratando de agentes de cura para sistemas epóxi, os destaques cabem aos novos produtos desenvolvidos para sistemas em base água pela Air Products.
“Nossas representadas na área de resinas também têm acompanhado as necessidades do mercado brasileiro e vêm desenvolvendo produtos com alto diferencial tecnológico”, observou Slongo. Nos epóxis, exemplos surgem entre as resinas líquidas e sólidas da Dow, que oferecem soluções avançadas para os mercados de tintas industriais, tintas e vernizes para proteção, tintas para pisos, adesivos, e para aplicações na construção civil.
Para os usuários de resinas acrílicas, as dispersões acrílicas Carboset, da Lubrizol, constantes do portfólio da quantiQ, representam a última geração em produtos para a composição de tintas e vernizes de alto desempenho em base água. Também da Lubrizol, Slongo destacou as dispersões de poliuretanos (Sancure) para sistemas em base água, que apresentam excelentes propriedades físicas e químicas, conferindo às formulações alto desempenho.
Outras novidades ficarão por conta das resinas hidrocarbônicas (Unilene) da Braskem. “Obtidas com a copolimerização de estireno, indeno e seus metil derivados, essas resinas apresentam alta compatibilidade com vários polímeros e seu uso em formulações de tintas e vernizes confere brilho, melhor formação de filme, melhor aderência e secagem, além de poder atuar com repelência à água nas aplicações em adesivos hot melt, melhorar a adesão, o controle do tack e aumentar a tensão de ruptura, sendo também compatíveis com vários elastômeros, plastificantes, óleos e resinas”, acrescentou Slongo.
Para sistemas de selagem de embalagens (heat sealing), tintas e vernizes, a quantiQ disponibiliza ao mercado as resinas metacrílicas (Degalan) da Evonik. Da Wacker, a empresa leva para a Abrafati 2011 muitas inovações em resinas hidrofugantes, vinílicas e redispersíveis (estas para concreto e argamassas).
As resinas hidrofugantes (Silres BS), à base de silanos, siloxanos e silicones, destinam-se às aplicações em sistemas repelentes à água, como tijolos, telhas, pedras e concreto, e podem ser aplicadas em sistemas em base solvente ou em base água, atendendo a altos padrões de hidrofobicidade.
As resinas vinílicas (Vinnol), compostas por grupos funcionais hidroxilados e carboxilados, podem ser combinadas entre si, ou com outras resinas, e atendem às exigências de aplicações em tintas, adesivos, primers e sistemas heat sealing.
As novidades em pigmentos foram concebidas para atender os mercados de tintas automotivas, OEM, repintura, tintas industriais líquidas e em pó, além de coil coating e tintas imobiliárias. São os pigmentos amarelos (PY 184) de vanadato de bismuto, fabricados pela DCC, de alto desempenho e opacidade, que proporcionam excelente brilho, alto poder tintorial e resistência ao intemperismo. “Essa classe de pigmentos apresenta características apropriadas para atender às exigências técnicas de tintas de alta performance e isentas de metais pesados, substituindo os pigmentos inorgânicos amarelos à base de chumbo e de cromo e os amarelos orgânicos”, explicou Slongo.
Lançamentos sustentáveis – Preocupada em otimizar o desempenho do dióxido de titânio (TiO2) no que se refere à sua capacidade de cobertura e às suas propriedades de barreira, a Dow destaca entre as suas principais novidades para as indústrias de tintas um polímero pré-composto (Evoque), que se soma ao TiO2, formando um composto de polímero-pigmento, oferecendo aos formuladores a possibilidade de uso de menores quantidades do pigmento tão demandado nas formulações de tintas. “Uma das nossas grandes novidades para o segmento arquitetônico está na linha Evoque, um booster de TiO2 que reduz até 20% o seu uso na formulação, mantendo intactas as propriedades das tintas”, informou Franco Faldini, diretor de marketing do negócio de tintas da Dow para a América Latina.
Como resultante dos mais recentes investimentos no desenvolvimento de soluções sustentáveis para tintas, em base aquosa e com fontes renováveis, a empresa destaca na Abrafati 2011 várias soluções que propiciam formular tintas com baixo odor, baixo teor de compostos orgânicos voláteis (VOC) e com propriedades de hidrorrepelência, com lançamentos nas linhas Prosperse, constituídas de epóxis em base água, direcionadas para o segmento de tintas para manutenção e proteção industrial, e Primal EZ, conferindo lavabilidade às tintas.
“A nova linha epóxi em base água representa um lançamento mundial e foi produzida com tecnologia Blue Wave, conferindo a mesma performance dos produtos em base solvente, porém com o benefício de se tratar de um produto sustentável”, informou o diretor Faldini.
A nova tecnologia da linha Primal EZ foi desenvolvida para conferir hidrorrepelência às emulsões, oferecendo aos consumidores o benefício das tintas laváveis e com alta resistência a manchas, além de baixo odor e baixo VOC.
Também para o segmento arquitetônico, a unidade de negócios Dow Coating Materials apresentará os modificadores de reologia Acrysol/Polyphobe e a linha Dirtshield. No caso dessa última, trata-se de tecnologia desenvolvida para conferir às emulsões alta performance quanto à resistência a intempéries, radiação UV e com menor pega de sujidades (dirty pick-up), para aplicações em ambientes externos, oferecendo também as vantagens de menor uso de coalescentes para formar a película e maior durabilidade às tintas.
Outras soluções sustentáveis poderão ser conhecidas na linha Avase MV 100 de emulsões acrílicas puras, em base água, e com a tecnologia Fastrack, utilizada para demarcações viárias. Ela proporciona mais de 85% de redução na emissão de compostos orgânicos voláteis. “Destacaremos também a linha ASD de resinas acrílicas em base água, que proporcionam aos veículos automotivos soluções de alta performance”, acrescentou o diretor.
Uma das inovações em apresentação pela unidade de negócios Dow Microbial Control é Bio-Pruf, tecnologia antimicrobiana para combater a proliferação de bactérias, fungos e algas tanto no interior das latas de tintas quanto em superfícies pintadas, como paredes, pisos e telhados.
A Dow Microbial Control (DMC) também apresentará várias opções ao uso de formaldeídos puros. De acordo com Ricardo Pedro, especialista em biocidas, nesses casos se encontram as moléculas doadoras de formaldeídos à base de hemiacetais, que têm em sua composição uma baixa concentração de formaldeídos puros, “mas que ainda são moléculas lábeis, capazes de liberar formaldeído sob demanda em condições que perturbam o equilíbrio químico doador-formol livre; e também as moléculas doadoras de formaldeído à base de produtos menos lábeis que os hemiacetais, representando maior segurança de uso, já que a posição do equilíbrio químico estabelecido por esses produtos desfavorece amplamente o acúmulo de formol livre no meio, acrescentando que essas moléculas perdem sua eficácia como protetoras do headspace da embalagem”, explicou.
“Também oferecemos moléculas doadoras de formol denominadas true releasers, ou seja, moléculas que liberam formol e não o deixam acumular no meio, já que são muito estáveis e reagem apenas com micro-organismos, além de produtos que não contêm formol”, acrescentou.
A Dow Microbial Control faz uma recomendação aos seus clientes para que eles não usem produtos à base de formol, caso não disponham de requisitos mínimos para seu manuseio seguro. Além disso, oferece treinamento, alertando para o uso correto de equipamentos de proteção individual e de equipamentos com sistema fechado e dosagem automática, colaborando nas análises de riscos, considerando as condições reais de processo dos clientes. “De maneira voluntária e responsável, oferecemos programas educativos in-company e hands-on, para auxiliar nossos clientes no entendimento e na implementação de práticas para melhorar a qualidade sanitária e microbiológica das plantas”, explicou o especialista.
Para substituir solventes orgânicos, como os hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, segundo Ricardo Pedro, nada é melhor do que a água. “Assim, temos investido em soluções que possibilitam o uso de água nas formulações de biocidas, fato que, obviamente, torna necessário o uso de aditivos e processos exclusivos e patenteados, para a obtenção de microemulsões, dispersões e emulsões estáveis de ingredientes ativos”, finalizou o especialista da Dow.
Cera metalocênica para tintas em pó – Inovações nas áreas de aditivos, biocidas, emulsões e pigmentos constituem alguns dos destaques da Clariant na Abrafati 2011. Boa parte dos lançamentos está direcionada às tintas em pó, um dos segmentos que mais crescem no setor de tintas. A cera de polietileno Licocene PE MA 4351, fabricada com catalisador metalocênico e modificada com anidrido maleico, atua na fluidez das tintas em pó, melhorando o recobrimento de bordas e evitando o seu escorrimento durante a cura.
“O processo metalocênico permite obter uma faixa estreita de distribuição do peso molecular, oferecendo vantagens quanto às propriedades físicas para aplicações em tintas em pó; além disso, esse aditivo, livre de PTFE, e adequado para produzir superfícies foscas, é também capaz de evitar marcas de manuseio (finger print), melhorar a cobertura e o acabamento nas bordas, influenciando positivamente as propriedades de fluxo”, explicou Paulo Cesar Ghidetti, coordenador técnico de aditivos para a América Latina, da Clariant.
Também para tintas em pó, destacam-se: Ceridust 6050 M e Ceridust 7820. Ceridust 6050 M melhora a adesão de colas de silicone e possui propriedades de desgaseificação, fosqueamento e de redução de marcas de manuseio, enquanto Ceridust 7820 apresenta excelentes propriedades de desgaseificação, sem interferir no brilho da tinta. Para tintas gráficas, a Clariant apresenta as ceras Ceridust 3141 TP e Ceridust 8330 TP, com propriedades de resistência a atritos. Para tintas para madeira, o destaque fica por conta de Ceridust 8020 TP, uma nova geração de ceras multipropósito, desenvolvidas para sistemas em base água e solvente, fácil de incorporar e com excelentes propriedades de fosqueamento e resistência a riscos.
A nova tecnologia em biocidas da Clariant permite desenvolver produtos com performance fungicida e algicida, e está presente na linha JMAC, conferindo aos filmes secos proteção contra a proliferação de bactérias. Atua também nos dispersantes, com base em polímeros e surfactantes, que podem ser utilizados para a dispersão de diversos pigmentos, gerando preparações pigmentárias compatíveis com tintas em base água e em base solvente.
Na área de emulsões Mowilith – marca que completa 100 anos de sua primeira patente –, aplicáveis em tintas para uso em ambientes internos e externos, revestimentos, lacas de madeira, vernizes e aplicações decorativas, a empresa destaca produtos de última geração e ambientalmente amigáveis, que propiciam a otimização de processos. Entre os lançamentos está a linha de terpolímeros (Mowilith LDM 2250, Mowilith LDM 2466 e Mowilith LDM 2251), com excelente custo/benefício ante os acrílicos puros e estireno-acrílicos, e que permite aplicações em tintas de alto e baixo PVC e em texturas, oferecendo vantagens ecológicas, como menor odor, em comparação com as emulsões estireno-acrílicas, maior aceitação de cargas, maior durabilidade, maior resistência às radiações UV e alta resistência aos álcalis.
Reconhecida por desenvolver soluções completas para a substituição de pigmentos à base de metais pesados, a Clariant também apresenta pigmentos orgânicos isentos de metais pesados para tintas decorativas, industriais e automotivas, em todas as tonalidades. A nova linha ED Pigments oferece a possibilidade de economizar energia, dispersantes e horas de trabalho, sem onerar a qualidade e/ou o custo das tintas.
Já a linha de preparações de pigmentos orgânicos e inorgânicos isentos de resinas, denominada Colanyl 500, possui características Apeo-free e baixo teor de VOC, sendo indicada para as novas gerações de tintas em emulsão acrílica, em base água. “Essa linha possui pigmentos de altíssima qualidade, indicados para ambientes externos. Os pigmentos à base de óxidos podem também ser utilizados em sistemas de silicatos graças à sua alta resistência, alcalinidade e porosidade. Vale ressaltar ainda que todas as preparações pigmentárias à base de água comercializadas pela Clariant, como as pertencentes às linhas Colanyl, Hostatint e Mixtinter, para o segmento decorativo, e Flexonyl, para a área gráfica, são Apeo-free e isentas de etileno glicóis”, esclareceu Milton Yoshio Uehara, gerente técnico da Clariant para a América Latina.
Performance e sustentabilidade – Enriquecida com a oferta de novos produtos incorporados ao seu portfólio após a aquisição da Cognis, a Basf destacará na Abrafati 2011 dispersões e emulsões sustentáveis, presentes nas linhas Acronal e Micronal, entre outras matérias-primas para a produção de tintas.
Concebida para aplicações em esmaltes em base água, bem como para vernizes para telhas e pedras, as emulsões acrílicas (Acronal BS 701) são livres de Apeo e formaldeídos, e apresentam alta performance em brilho e resistência à água, e menor impacto ambiental em virtude do baixo teor de VOC. Desenvolvida para aplicação em madeiras, a emulsão acrílica (Acronal LR 9014) propicia a formação de filme em baixa temperatura e com alta dureza superficial, proporcionando durabilidade elevada e excelente resistência ao bloqueio em vernizes, esmaltes e primers.
Já as dispersões de microcápsulas poliméricas contendo parafina (Micronal), também isentas de formaldeídos e Apeo, tornam as construções mais sustentáveis, oferecendo maior conforto térmico e podendo ser aplicadas em massas, argamassas e placas pré-fabricadas.
Na área de dispersões poliméricas, também será destacada uma emulsão acrílica de alta performance que reduz os impactos para o meio ambiente e para a saúde, apresentando além de baixíssimo odor, também baixo teor de VOC e de monômeros residuais, características importantes para formulações sustentáveis de tintas, massas e texturas.
Na área de Care Chemicals, e como legado da aquisição da Cognis, a Basf apresenta ampla linha de tensoativos para polimerização (Disponil), direcionada para a formulação de tintas arquitetônicas, destacando também produtos alternativos aos derivados de alquilfenol etoxilado (Apeo), alinhados com os princípios do sistema GHS.
As linhas de dispersantes, umectantes, modificadores de reologia, agentes de superfície e antiespumantes, também ampliadas, bem como a criação da unidade de negócios “Formulation Additives”, reforçam a atuação da empresa na oferta de soluções para o mercado de tintas.
Para uso em tintas decorativas e madeiras, a Basf apresenta pigmentos de efeito (Firemist Velvet), à base de lamelas de vidro recobertas com TiO2, nova tecnologia que está sendo patenteada, capaz de propiciar desde efeito fosco com elevado grau de sparkling a tons mais suaves. Para uso em tintas automotivas originais e repintura, são apresentados os pigmentos baseados em lamelas de alumínio (Paliocrom Brillant), que produzem efeito sparkling acentuado, além dos pigmentos recobertos com óxidos de ferro (Silver Dollar).
A participação da Basf na Abrafati 2011 suscita grande interesse do setor de tintas em conhecer com mais detalhes os planos futuros para o mercado brasileiro, tendo em vista o novo investimento da companhia na América do Sul, representado pelo novo complexo de produção de monômeros acrílicos, com início de operação previsto para 2014.
Amplamente utilizados no mercado brasileiro, no qual o consumo interno é da ordem de 130 mil/toneladas, os monômeros acrílicos são insumos básicos para a fabricação de resinas e emulsões acrílicas, destinadas à produção de tintas imobiliárias, industriais e automotivas originais e repintura, sendo também direcionados à produção de adesivos, papéis, couros, detergentes, químicos para tratamento de água, fraldas descartáveis, entre muitos outros produtos finais.
Com fábricas de monômeros acrílicos instaladas nos Estados Unidos (Freeport), Bélgica (Antuérpia), Alemanha (Ludwigshafen), Malásia (Kuantan), China (Nanjing) e no Brasil (Guaratinguetá-SP), dedicadas à produção de acrilato de butila, a Basf, com a entrada em operação do novo complexo acrílico a ser instalado em Camaçari-BA, passará a produzir também em Guaratinguetá-SP o acrilato de 2-etil-hexila, dedicado para a indústria de tintas especiais e de adesivos, além de GAA e outros monômeros especiais, contribuindo para a produção local de resinas e de emulsões, hoje dependentes de importações.